A Cor do Pecado – Capítulo 8
CENA 01. Vale do Sol. Fazenda de Cássio Mendes. Escritório de Cássio Mendes. Interior. Dia.
O capanga avisa para Cássio Mendes sobre o plano dos políticos modernos.
Capanga bate na porta e Cássio diz: — Pode entrar!
Capanga: — Trouxe a informação que o senhor queria.
Cássio: — Diga!
Capanga: — O seu genro Samuel, Marcos, Sérgio e George estão aliados pra juntos criarem a nova política da cidade.
Cássio fala enfurecido: — Mas que merda! Saia já de minha sala.
Cássio: — Os outros coronéis precisam saber disso logo.
CENA 02. Vale do Sol. Convento. Interior. Dia.
Ângelo leva Olívia até o convento.
Madre: — É essa a mocinha que você me falou?
Ângelo: — É sim, madre.
Madre fala para Olívia: — Seja bem vinda! Espero que você fique bem aqui.
Ângelo dá um beijo na testa de sua filha e vai embora. E cai uma lágrima de seus olhos.
A Madre vai mostrando as instalações do convento pra ela e fala: — Acostume- se filha. Essa será sua nova vida daqui pra frente. Você estranhará no começo, mas depois tudo vai ficar como se fosse a coisa mais normal do mundo pra você.
CENA 03. Vale do Sol. Fazenda do Coronel Cássio Mendes. Escritório de Cássio Mendes. Interior. Dia.
Todos os coronéis da cidade estão reunidos para discutir como acabar com os rapazes que querem se envolver na política da cidade.
Cássio Mendes: — Precisamos acabar com esses moderninhos de uma figa.
Teodoro Fonseca: — Isso mesmo. Temos que acabar com eles, antes que eles acabem com a gente.
João Castro: — Mas para isso, temos que elaborar um bom plano.
Rubem Mendonça: — Nem precisa de bom ou mau plano. O povo vota na gente há décadas e não é dessa vez que eles vão parar de votar.
Cássio Mendes: — Você tem toda razão, Coronel Rubem Mendonça. Desde que todos têm o direito do voto, nós os subornamos. E sempre votam na gente.
ANOITECE EM VALE DO SOL
JÁ É BASTANTE TARDE DA NOITE
TODOS ESTÃO DORMINDO, EXCETO O A COR DO PECADO.
OS CORONÉIS PRONTOS PARA SAÍREM
E CURTIREM A NOITE.
CENA 04. Vale do Sol. A Cor do Pecado. Salão Principal. Interior. Noite.
E todos se divertem no Salão Principal do bordel com muita música, farra, bebida, enfim: todos se divertindo.
CENA 05. Vale do Sol. Convento. Quarto. Interior. Noite.
Mônica e Olívia conversam e nem imaginam que engatarão uma grande amizade.
Mônica: — Olá! Como você se chama?
Olívia: — Me chamo Olívia.
Mônica: — Prazer, Mônica. Irei adorar ter você como companheira de quarto.
Olívia: — Também. Ainda bem que pelo visto peguei uma pessoa boa e fácil de conviver (risos).
Mônica: — Você veio por vontade sua? Ou assim como eu, contra vontade?
Olívia: — Contra minha vontade. Estava apaixonada, estava conhecendo um rapaz, mas meu pai imaginou coisa ruim sobre eu e ele, sabe?
Mônica: — Sei bem como é!
Olívia: — Ele iria me pedir em casamento na minha casa, mas meu pai foi mais ‘’rápido’’ e achou outra coisa.
Mônica: — Passei por uma situação um pouco parecida. Mas foi porque me recusei a casar com o noivo que meu pai arranjou, e ele não me deixava ficar com o que eu amava de verdade. Então eu estava muito rebelde, falei que não casaria de jeito nenhum, e ele acabou me mandando pra cá.
Olívia: — Tá aí. Identifiquei- me bastante com você.
As duas dão um abraço forte e selam a amizade a partir daquela hora.
‘’Sorte é questão de coincidência. Coincidir de você estar presente no lugar certo, na hora certa’’. (The Secret)