A Cor do Pecado – Capítulo 7
CENA 01. Vale do Sol. Casa de Samuel. Sala. Interior. Dia.
Marcos e Samuel falam sobre a nova política da cidade.
Marcos: — Precisamos urgentemente bolar um plano para acabar com esses políticos lixo.
Samuel: — Verdade. Mas assim: só eu e você? Temos que ter mais aliados. Mais pessoas modernas, a fim de mudar essa política suja da Vale do Sol.
Marcos: — Já sei. Meu irmão Sérgio também apoia a decisão de transformar a política da cidade. E George, ele também é bastante moderno. Por enquanto, só esses, que são de confiança.
Samuel: — Convoque- os o mais rápido possível. Temos que agilizar esse plano da nova política.
CENA 02. Vale do Sol. Fazenda de Cássio Mendes. Interior. Quarto de Melissa. Dia.
Melissa conta para Laura sobre seu amor.
Laura bate na porta e diz: — Filha, por que você está tão triste?
Melissa fala em tom bravo: — O Samuel está doido pela cafetina e a senhora quer que eu fique como? Soltando fogos de artifício?
Laura: — Calma minha filha. Ele não trocará uma moça de bem por uma mulher da vida. Fique calma.
Melissa: — Assim espero mamãe. Ou não sei do que serei capaz de fazer.
CENA 03. Vale do Sol. Fazenda de João Castro. Sala. Interior. Dia.
Coronel João Castro e Elza, falam da filha desparecida.
Elza: — Ainda tenho esperanças de que um dia a minha pequena apareça com vida.
João Castro: — Também tenho mulher. Mas pelo tempo que já andamos procurando- a, não sei.
Elza: — A esperança é a última que morre. Falei pra você que eu vou descobrir sobre o desparecimento dela. Eu vou. Aguarde- me.
CENA 04. Vale do Sol. A Cor do Pecado. Salão Principal. Interior. Dia.
Viviane mostra os prejuízos da noite passada para Cecília.
Cecília: — O que é que você quer falar comigo Viviane? Outro desastre?
Viviane: — Não, quer dizer, é sim outro desastre.
Cecília: — Fala o que houve dessa vez.
Viviane: — Rasguei meu vestido sem querer.
Cecília: — Como sem querer, Viviane?
Viviane: — Acredite se quiser. Ele ficou preso em um arame e escafedeu- se.
Cecília: — Eu sempre lhe dando colher de chá. Da próxima não perdoo viu?
Viviane: — Certo, minha patroazinha linda.
CENA 05. Vale do Sol. Casa de Quitéria. Sala. Interior. Dia.
Na casa de Quitéria ocorre mais uma vez a reunião das beatas e conservadoras.
- Quitéria: — Dessa vez é mais sério do que nunca. Já tenho uma solução pra acabar com essas quengas de uma vez por todas.
Laura: — E qual seria essa solução Dona Quitéria?
- Quitéria: — A partir de hoje, nossa reunião e todas nós formaremos um conselho. Conselho das Conservadoras da Vale do Sol. Tentaremos impedir ao máximo a proibição de tudo pra elas na cidade.
Simone: — Mas vamos com calma. Já falei que elas são humanas como nós.
Elza: — Isso mesmo, Dona Quitéria. Não podemos fazer coisas tão absurdas.
Andreia: — Podemos sim. E se vocês estão contra é porque estão a favor delas.
Todas: — É verdade. É verdade.
Elza: — Não falei que estou a favor dela. E sim que elas merecem um tratamento melhor do que o que vocês pensam fazer e dar a elas.
TODAS AS MULHERES DISCUTEM E FICA UMA BARULHEIRA SÓ
CENA 06. Vale do Sol. A Cor do Pecado. Salão Principal. Interior. Dia.
Janaína vai visitar Cecília no bordel.
Cecília vai em direção de sua mãe a abraça: — Mãe.
Janaína: — Filha. Desculpe não ter vindo aqui ontem. Mas é porque não pude vir.
Cecília: — Sem problemas mãe.
Janaína fala angustiada para Cecília: — Sua irmã filha.
Cecília: — O que é que tem minha irmã?
Janaína: — Seu pai a internará no convento contra sua própria vontade.
Cecília: — Mas por quê? Ele está ficando louco?
Janaína: — Porque ela estava ficando com um rapaz, ele ia até pedí- la em casamento, mas seu pai viu antes, pensou bobagem e por isso vai mandá- la.
Cecília: — O que é isso no papai de fazer as coisas contra sua própria vontade? Sempre, sempre.
CENA 07. Vale do Sol. Casa de Samuel. Sala. Interior. Dia.
Marcos, Samuel, Sérgio e George discutem sobre a nova política da cidade.
Marcos: — Gostaram da ideia apresentada? Unidos para acabar com esses coronéis da Vale do Sol?
Todos: — Sim.
Enquanto isso, um capanga de Cássio Mendes escuta tudo.
Capanga: — Ha, ha. O patrãozinho vai adorar ficar sabendo disso tudo. A se vai.