A Cor do Pecado – Capítulo 5
CENA 01. Vale do Sol. Estação de Trem. Dia.
Samuel está de volta à cidade e Marcos vai buscá- lo de automóvel e os dois conversam sobre adotar a nova política na cidade.
Samuel: — Oi. Quanto tempo!
Marcos: — Quanto tempo! Enfim você está de volta. Pelo tempo que demorou, pensei que não viria mais.
Samuel: — Não podia deixar de vir.
Os dois entram no automóvel e seguem a conversa: — Tenho planos nessa cidade. É aqui que devo ficar. Tenho meu noivado com a Melissa e o novo plano político da cidade, diz Samuel.
Marcos: — Claro! Será um prazer fazermos essa grande mudança política na cidade. O povo tem que abrir o olho e parar de votar naqueles ‘’coronéisinhos’’ de merda.
Samuel: — Pois é. Vamos começar a nos planejar antecipadamente e vermos se conseguiremos destruir eles. Mas mudando de assunto: cheguei bastante cansado de viagem hoje na cidade, e queria me divertir um pouco. Você não conhece nenhuma diversão por aqui?
Marcos: — Tem um bordel novo na cidade. Que abre hoje.
Samuel: — Sério?
Marcos: — Sim. Mas olha lá hein? Não vai tentar pegar minha irmã que é a cafetina de lá.
Samuel: — Ah! Então é aquela sua famosa irmã que saiu da cidade e virou prostituta.
Marcos: — Isso mesmo! Acertou em cheio.
CENA 02. Vale do Sol. Praça da cidade. Dia.
Samuel chega e sua noiva já está à espera.
Samuel mal sai do carro, e Melissa já parte para cima dele, dizendo: — Amor, amor. Ainda bem que você chegou. Já não aguentava mais ficar todo esse tempo longe de você.
Samuel: — Digo o mesmo minha amada. Mas agora tenho que descansar.
Melissa: — Nossa como você foi grosso!
Samuel: — Desculpe- me. Só estou um pouco cansado de viagem.
Melissa e Samuel dão um beijo e ela vai embora.
Cecília está na janela de seu bordel e Samuel a observa.
Mas, Marcos chega e acaba com a diversão do amigo: — Vamos embora, vamos embora, Samuel. Que é melhor não se meter com a Cecília.
Marcos grita para a irmã dá tchau: — Cecíliaaa!
Marcos: — Vamos Samuel! Já está na hora.
CENA 03. Vale do Sol. Sorveteria. Dia.
Olívia e George tomam um sorvete e fazem planos.
George: — Quero me casar com você, ter filhos e formar uma linda família.
Olívia: — Fofo demais! Meu maior sonho: ser mãe.
George: — Pois eu o tornarei realidade.
Olívia: — Assim espero!
Enquanto os dois tomam o sorvete tranquilamente, Ângelo por um acaso os flagra e vai até lá.
Enfurecido fala para a filha: — Quem é esse sujeito filha?
Olívia: — Calma, calma, pai. É só meu amigo. Estávamos apenas conversando.
George: — Isso mesmo, senhor. Não estava tendo nenhuma intenção com sua filha.
Ângelo: — Espero que seja só isso mesmo. Vamos embora para casa, Olívia.
Olívia: — Mas pai deixa eu me despedir dele.
Ângelo: — Não vou mais repetir, outra vez, vamos embora.
ANOITECE,
CHEGA A ESPERADA HORA DA INAUGURAÇÃO DO A COR DO PECADO EM CIDADE DO OURO.
CENA 04. Vale do Sol. A Cor do Pecado. Salão Principal. Interior. Noite.
Todos comemoram a inauguração com as garotas de lá.
Iara apresenta- se fazendo strip- tiase.
CENA 05. Vale do Sol. A Cor do Pecado. Exterior. Entrada. Noite.
Marcos e Samuel vão entrar no cabaré.
Samuel: — Mas será que eu não tenho nenhuma chance com aquela sua irmã?
Marcos: — Nenhuma. Pode tirar essa ideia de sua cabeça. Ela é marrenta, e cafetina, não faz programa, ela que comanda tudo.
Os dois entram no bordel e Samuel logo troca olhares com Cecília.
Cecília avisa para Natália: — Fique de olho ali naquele loirinho. Procure saber o nome dele.
Natália: — Tá apaixonada hein patroinha?
Cecília responde em um tom bravo: — Jamais! Nunca me apaixonei, nem me apaixonarei por homem nenhum. E só queria saber o nome dele, porque conheço todos, menos ele. E vá trabalhar vá Natália. E procure fazer o que eu disse.
‘’A noite é uma criança, a madrugada é um brinquedo. Não sou eu quem dorme tarde, é o sol que nasce cedo’’.