A Cor do Pecado – Capítulo 41 (Penúltimo Capítulo)
CENA 01. Vale do Sol. Fazenda de Cássio Mendes. Galpão. Interior. Noite.
Capangas colocam Samuel num galpão escuro.
Samuel: — SOCORRO! Socorro! Alguém me tire daqui, por favor.
Melissa acende a luz, e Samuel espantado diz: — Você?!
Melissa: — Achou que tinha se livrado de mim? Preparei esse jantar especial para nós dois com tudo que tem direito. Vamos? Sente- se.
Samuel: — Não quero jantar. Quero sair daqui. SOCORRO! Alguém me ajuda.
Melissa: — Coitado. Vai ficar sem voz. Não adianta meu amor. Agora somos só nós dois. E nossa filhinha que vai nascer.
Samuel percebendo que Melissa já está um pouco louca, fala: — Você é o amor da minha vida. Agora tire- me daqui. Libere- me um instantinho. Prometo que volto meu amor.
Melissa: — Nada disso! O que mais que você quer? Uma esposa dessas, você ainda quer mais?
Melissa pega faca, aponta para Samuel e diz: — Você não me ama?
Samuel: — A… Amo sim. Mas agora deixe- me sair. Prometo que volto.
Melissa irritada com a situação fala: — Já falei que não. Se sair é pior, morre eu e você. E aí? Vai sair?
Samuel: — Não.
Melissa: — Um não muito aguado. Fale: não meu amor.
Samuel gaguejando fala: — Nã… Não meu… Não meu amor.
CENA 02. Vale do Sol. Hotel. Quarto de Andreia. Interior. Noite.
Andreia fala da situação de Dona Quitéria para Orlando.
Andreia: — Eu estou tão preocupada.
Orlando: — Mas com o quê meu amor?
Andreia: — Com a dona Quitéria.
Orlando: — Preocupada com aquela velha? Como assim?
Andreia: — O estado de saúde dela. Ela não está bem. Isso não é normal.
Orlando: — Deixe- a. Depois de tudo que ela aprontou com você, ainda está com pena dela? Poupe- me Andreia.
Andreia: — Ela não está bem. Juro! Eu não sou mal agradecida. Sei que ela fez muita coisa errada comigo durante esse tempo. Mas ainda fez mais coisas boas. Vamos fazer algo por ela? Por favor.
Orlando: — Tá bom, tá bom.
Orlando vai até o telefone, e quando volta diz: — Pronto. Falei com um amigo meu que é médico e ele vem amanhã mesmo.
Andreia: — Ai amor. Não sei como te agradecer.
Os dois se beijam.
CENA 03. Vale do Sol. Fazenda de Cássio Mendes. Quarto de Laura. Interior. Noite.
As dores de Laura aumentam.
Laura: — AIIIIIII!
Empregada corre e diz: — O que foi dona Laura? Aconteceu algo?
Laura: — Sim. Senti de novo aquelas dores. Dessa vez um pouco maior.
Empregada: — Calma dona Laura. Respira fundo.
Laura respira e empregada diz: — Isso. Muito bem. Já tá um pouco melhor.
Laura: — Ufa! Passou, mas ainda continua um pouco. Nada grave.
Empregada: — Vou ligar para o médico para vir aqui amanhã cedo.
Laura: — Não. Médico não, por favor.
Empregada: — Tudo pela sua saúde, dona Laura.
Laura: — Volta aqui. Sabe a Elza e o João Castro?
Empregada: — Sim.
Laura: — Ligue pra eles e peçam que venham até aqui o mais rápido possível.
Empregada: — Mas dona Laura, a senhora…
Laura: — É uma ordem minha. Ligue.
Empregada: — Ok!
CENA 04. Vale do Sol. Casa de Carlos. Sala. Interior. Noite.
Cecília desespera- se cada vez mais nas mãos de Carlos.
Cecília: — Não faz nada com a Beatriz, por favor.
Carlos irritado com a situação fala: — Tá bom! CHEGA! Você já falou tanto que não é pra fazer nada com a garota que eu vou acabar fazendo.
Cecília chorando diz: — NÃO! Por favor, não.
Carlos: — Cala essa boca e fica quieta.
Cecília e a filha choram muito.
Carlos: — Acabou a palhaçada.
Ele amarra Cecília e deixa sua filha fora de seu alcance.
Cecília desespera- se ainda mais.
CENA 05. Vale do Sol. Casa de George. Quarto de George. Interior. Noite.
Olívia decide ir atrás de George.
Olívia grita: — GEORGE!
George: — O que você está fazendo aqui Olívia? Como entrou?
Olívia: — Como eu entrei não importa agora. Que malas são essas?
George: — Vou viajar amanhã de volta a capital. Voltarei a morar com meus pais lá.
Olívia emocionada diz: — Não vai não, por favor. Por favor.
George: — Por quê?
Olívia: — Porque eu quero que você fique. Não vai. Não vai.
George: — Quer que eu fique em Vale do Sol para você me humilhar é isso? Pra me xingar, dizer que eu não presto. Tô fora. Já conversamos o que tínhamos que conversar. Adeus. Foi bom enquanto durou.
Olívia: — Não. Por favor. Eu te amo George.
George: — Para com isso. Já falei: vai embora.
Olívia tasca um beijo no rapaz e o convence de ficar em Vale do Sol.
CENA 06. Vale do Sol. Fazenda de Cássio Mendes. Sala. Interior. Noite.
Elza e João Castro chegam até a fazenda de Cássio Mendes.
Eles apertam na campainha e a empregada vai atender.
Elza e João: — Olá!
Empregada: — Olá!
Elza: — O que a Laura queria falar com a gente?
Empregada: — Não sei. Ela está lá em cima. Acompanhem-me.
Eles vão até o quarto de Laura.
Elza abraça Laura e diz: — Quanto tempo querida!
Laura: — Pois é. Quanto tempo!
João Castro: — Olá, Laura!
Laura: — Olá, João!
Empregada: — Com licença, aceitam tomar algo?
Elza: — Não, obrigada.
João Castro: — Aceito uma água.
Laura: — Vou ser franca e vou direto ao ponto com vocês.
Empregada traz a água de João Castro e sai.
Laura: — Eu sei quem é a filha de vocês.
Elza: — Sabe?
João Castro: — Mas como assim?
Laura: — Antes de morrer, o Cássio deixou uma agenda que continha vários segredos. E justamente numa página envolvia vocês.
Elza: — Fala, pode falar.
Laura: — A dona Quitéria tinha muita raiva da união de vocês, recheada de felicidade, amor e carinho. Assim que a criança nasceu ela entregou-a para uma mulher desconhecida, de origem humilde, mas muito amorosa. Ela criou essa filha como se fosse dela. Vocês acharão a filha de vocês no A Cor do Pecado.
João Castro bebe um pouco da água e diz: — Como lá?
Laura: — É a Iara. Vão lá. Podem ter certeza.
Elza abraça João e diz: — Achamos nossa filha João. Vamos correndo buscá-la.
João Castro: — Vamos.
Elza: — Serei eternamente grata a você Laura. Obrigada.
Laura: — Que nada! Só fiz o que devia.
Elza e João Castro saem feliz da vida.
CENA 07. Vale do Sol. Fazenda de Cássio Mendes. Galpão. Interior. Noite.
Melissa envenena suco de Samuel.
Melissa: — Vou ali dentro pegar nossos sucos.
Samuel observa Melissa e vê que ela colocou algo em um dos sucos.
Melissa: — Ótimo! Era o que faltava.
Samuel: — Amor!
Melissa: — Oi.
Samuel: — Faltou o guardanapo. Vai lá pegar.
Melissa: — Não precisa.
Samuel: — Precisa sim. Vai lá.
Enquanto Melissa pega o guardanapo, Samuel troca os sucos.
Melissa chega e diz: — Tudo ok agora né?
Samuel: — Sim! Vamos brindar. Brindar por nossa felicidade.
Melissa: — Vamos amor.
Melissa em seu pensamento fala: — É agora. Se você não foi meu, não será de mais ninguém. Adeus meu amor. Meu eterno Samuel.
Os dois bebem os sucos.