A Cor do Pecado – Capítulo 24
CENA 01. Vale do Sol. A Cor do Pecado. Salão principal. Interior. Dia.
Cecília informa para as meninas sobre o fechamento do A Cor do Pecado.
Cecília: — Já estão todas aqui?
Todas: — Sim, dona Cecília.
Cecília: — Vamos direto ao ponto. Essa será a nossa última noite aqui no A Cor do Pecado.
Viviane: — Mas como assim dona Cecília?
Rita: — Como?
Cecília: — É isso mesmo que vocês acabaram de escutar: o bordel não funcionará mais. É ordem! Quem eu sou pra desobedecer?
Iara: — E agora? Para onde iremos?
Cecília fala meio triste e angustiada: — Não se preocupem. Vocês ficarão lá na fazenda do Samuel: já está tudo organizado. Boa sorte e tomem cuidado.
Natália: — E a senhora?
Cecília: — O que é que tem eu minha querida?
Natália: — Vai pra onde?
Cecília: — Ainda estou decidindo entre a fazenda do Samuel e a casa da mamãe, tenho que ver o que é melhor pra mim.
As meninas saem entristecidas do bordel com as malas na mão.
CENA 02. Vale do Sol. A Cor do Pecado. Centro da cidade. Dia.
George vê Viviane saindo do bordel e a convida para passar um tempo em sua casa.
George vai em direção à Viviane, pega suas malas e fala: — Pra onde vai uma moça tão bela carregando malas tão pesadas?
Viviane: — É por causa do fechamento do A Cor do Pecado, agora estamos carregando nossas malas para o automóvel do Samuel.
George: — E onde você vai morar?
Viviane: — Vamos uns tempos lá na fazenda dele até arranjar alguma coisa.
George: — E a senhorita não aceitaria vir pra minha residência?
Viviane: — Muita bondade sua e incômodo meu.
George: — Imagina! Quem vai ficar grato em tê- la lá sou eu. Vamos! Afinal, você já é de casa, se é que me entende.
George fala para as outras meninas: — Essa daqui vai comigo, tá?
Viviane: — Não! Não posso.
George: — Você vai sim. Vamos.
George carrega as malas de Viviane até sua casa, que é próxima dali.
As meninas comentam entre si.
Natália: — A Viviane deu sorte com o chamego dela, hein?
Iara: — Ô se deu. Quem me dera um homem também viesse me buscar.
Rita: — Já que nenhum veio, é melhor irmos e seguirmos. É o que tem pra hoje.
CENA 03. Vale do Sol. Casa de D. Quitéria. Sala. Interior. Dia.
Dona Quitéria observa as meninas se mudando do bordel.
- Quitéria: — Olha lá Andreia. As quengas já vão se mudando daqui. Justiça! Finalmente tivemos justiça nessa cidade.
Andreia: — Mas a senhora não podia ter feito isso Dona Quitéria.
- Quitéria: — Até você Andreia?
Andreia: — Não, calma. A senhora entendeu mal.
- Quitéria: — Se também tiver incomodada é só se mudar com elas e virar uma delas.
PASSAM- SE ALGUNS DIAS
Chegou o tão esperado dia das eleições de Vale do Sol
Todos estão muito ansiosos pra ver os resultados
Após um dia muito cansativo, Cássio Mendes é eleito o novo prefeito da cidade.
CENA 04. Vale do Sol. Fazenda de Samuel. Escritório. Interior. Noite.
Samuel e Marcos estão indignados com o resultado.
Marcos: — Não pode ser Samuel. Não pode ser.
Marcos indignado e irritado continua falando: — Parecia que o povo nos queria ali. Sentia tudo isso, a emoção, a certeza.
Samuel: — Mas nem tudo é o que pensamos. Quem sabe eles estavam ali a mandato do próprio Cássio Mendes pra nos enganar.
Samuel: — Vá relaxar amigo: Tomar um banho, e descansar: pelo menos você deitará no travesseiro com a consciência tranquila. Vá!
Marcos: — Verdade! Você tem razão. Tenho que descansar. Até logo.
Samuel: — Até logo.
CENA 05. Vale do Sol. Fazenda de Cássio Mendes. Escritório. Interior. Noite.
Coronéis comemoram vitória.
Teodoro Fonseca: — Falei pra você compadre que essa eleição já era tua.
Cássio Mendes: — Claro meu compadre. E sempre acreditei no que você falou.
Rubem Mendonça: — Agora vamos brindar a nossa vitória.
Os coronéis brindam e comemoram.
Teodoro Fonseca: — Vocês me dão licença, tenho que ir. Causa urgente. Vocês entendem né?
Cássio Mendes: — Ô se entendo.
E um dos maiores galpões da fazenda de Samuel está servindo como bordel.
CENA 06. Vale do Sol. Fazenda de Samuel. Galpão. Interior. Noite.
Natália: — Mas cadê a Viviane hein? Avisei a ela que o A Cor do Pecado agora passaria a funcionar aqui. Já faz horas que estamos por aqui e nada dela.
Rita: — Até parece que o George vai querer ela. Vai brincar com o coração dela, assim como brincou com a irmã da dona Cecília.
Menina: — Concordo com você, Rita.
Iara: — Minha gente dá pra parar?
Menina 2: — Tá irritadinha é?
Iara: — Estou sim. Parem de olhar para a vida dos outros. Quem sabe não pode ser amor de verdade. Vão trabalhar para ganhar dinheiro. Fofocar não vai levar a nada.
Iara sai e Natália fala: — Nossa! Brava desse jeito até achei que está tendo um caso com o George.
Todas riem.
CENA 07. Vale do Sol. Casa de Janaína. Quarto de Janaína. Interior. Noite.
Janaína prepara- se para dormir, quando Teodoro Fonseca aparece no quarto.
Janaína: — Mas o que você está fazendo aqui? Já mandei você ir embora.
Teodoro Fonseca: — Mandou, porém, eu não vou.
Janaína: — Eu exijo que você saia daqui imediatamente.
Teodoro Fonseca faz sinal para ela ficar calada e taca- lhe um grande beijo.
E ali mesmo, os dois têm uma tórrida e quente noite de amor.