A Cor do Pecado – Capítulo 22
PASSAM- SE ALGUNS DIAS
CENA 01. Vale do Sol. Casa de D. Quitéria. Sala. Interior. Dia.
Dona Quitéria comemora a licença de fechamento do A Cor do Pecado.
Ela pega a carta e diz: — Sabia! É agora o fim das quengas. Ou o coronel Cássio Mendes: aceita, ou não aceita. Eu sempre vitoriosa!
CENA 02. Vale do Sol. Fazenda de Cássio Mendes. Escritório de Cássio Mendes. Interior. Dia.
Coronéis discutem sobre as eleições.
Cássio Mendes: — Então coronéis. Esse é o nosso tal plano B.
João Castro: — Será que vai funcionar mesmo? É o melhor?
Teodoro Fonseca: — Claro que é.
Rubem Mendonça: — Não só melhor pra nós, como pra toda a população.
Os coronéis riem e brindam com uísque.
Cecília e Samuel estão fazendo amor em seu quarto no A Cor do Pecado.
CENA 03. Vale do Sol. A Cor do Pecado. Quarto de Cecília. Interior. Dia.
Após buscas às escondidas pelo bordel inteiro, Carlos e Melissa invadem o quarto de Cecília.
Melissa: — A casa caiu pra vocês.
Cecília e Samuel cobrem- se rapidamente, e Cecília fala: — O que você tá fazendo aqui sua demônia?
Melissa: — Pra te desmascarar e mostrar pra cidade toda que está viva.
Carlos entra no quarto e diz: — Saudades de mim, amor?
Cecília: — Desgraçado! Eu tenho nojo de você. Vagabundo. Ordinário.
Samuel: — Eu ordeno que vocês saiam daqui agora.
Carlos: — Você é bobo demais não é? A Cecília vai voltar pra vila agora comigo.
Melissa: — E você casara- se comigo Samuel.
Após muita discussão Samuel levanta- se e tem uma forte briga com Carlos.
Cecília leva Melissa até o salão principal.
CENA 04. Vale do Sol. A Cor do Pecado. Salão principal. Interior. Dia.
Cecília arrasta Melissa pelos cabelos e a joga no chão do salão.
Melissa: — Desgraçada. Você não tem o direito de fazer isso comigo.
Melissa tenta reagir levantando do chão, mas é surpreendida com um grande empurrão de Cecília que diz: — Não só tenho o direito, como tenho o dever. Você é uma ameaça pra sociedade.
Cecília dá um tapa na cara de Melissa e diz: — Chegou a hora de nosso acerto de contas.
A mesma senta em cima da vilã e começa a lhe esbofetear dizendo: — Sabia que essa hora ia chegar.
Cecília: — Vagabunda! Vadia! Ordinária. Para com isso! Tá ficando feio. Ele não te quer, patricinha mimada, vagabunda. Toma vagabunda. Toma.
Cecília levanta- se e dá vários chutes em Melissa, ainda falando: — Tá pouco não tá cachorra? Eu sei que você quer mais. Desgraçada. Isso é pra você aprender a nunca mais mexer com a pessoa errada. Quer mais quer?
Melissa fica ensanguentada, numa situação complicada, e Cecília esfrega sua cara no chão, ainda dizendo: — Tá bom tá? É bom provar do próprio veneno?
Cecília finaliza dizendo: — Fala que você é uma cachorra, e pede por favor pra sua patroinha pra parar de bater em você.
Melissa fala bastante baixo: — Desculpa patroa. Eu sou uma vaga…
Cecília a interrompe com um chute em sua barriga dizendo: — Fala mais alto. Ainda não estou escutando. Vai fala!
Melissa em um tom mais alto, fala: — Desculpa patroa. Eu sou uma vagabunda, ordinária, cachorra. Tudo isso foi minha culpa.
Cecília: — Agora sim!
CENA 05. Vale do Sol. Convento. Quarto de Olívia e Mônica. Interior. Dia.
Mônica entrega carta para Olívia.
Mônica chega no quarto e diz: — Olha amiga que achei em uma árvore lá no jardim. É do George.
Olívia: — É uma carta dele Mônica. Sinal que não esqueceu de mim.
Mônica: — Vamos lê- la?
Olívia começa a ler a carta que diz um seguinte: — Amor. Não esqueci de você, estava muito ocupado, desculpe- me. Você é o amor de minha vida, não esqueceria tão fácil de você. Espero- lhe hoje à noite às 00h00. Um beijo de seu grande amor, George.
Olívia: — Ele não me esqueceu Mônica.
Mônica: — Não mesmo. Falei pra você amiga.
CENA 06. Vale do Sol. Casa de Janaína. Cozinha. Interior. Dia.
Janaína está na cozinha quando é surpreendida por um abraço de Teodoro Fonseca.
Janaína: — Por favor, solte- me coronel.
Janaína se ‘’desprende’’ do coronel e fala: — Não quero nada com você.Teodoro Fonseca: — Você agora é mulher livre pra ficar com quem quiser.
Janaína: — Não sou não. Já falei para o senhor ir embora e não me procurar mais. Não tenho medo de fazer nada com a sua pessoa.
Teodoro Fonseca: — Aquele canalha morreu! Você ainda lembra dele? Achei a morte mais merecida dessa cidade.
Janaína furiosa fala: — Sai daqui!
Teodoro Fonseca: — Mas…
Janaína: — Nem mais nem menos. Sai daqui agora. Antes que eu perca minha paciência.
Janaína: — Só um aviso: da próxima vez que você aparecer por aqui pode ser bem pior. Garanto- lhe. Agora vá embora de minha casa.
CENA 07. Vale do Sol. A Cor do Pecado. Salão principal. Interior. Dia.
Carlos e Samuel chegam ao salão e veem a cena de Melissa ensanguentada no chão.
Carlos: — Você pirou de vez? O que você fez com ela?
Samuel: — O que aconteceu aqui Cecília?
Cecília: — Já, já ela retorna. Infelizmente, está só desmaiada. Eu só dei um pequeno castigozinho a ela, estava cansada de avisar, sabe? Já ouviu falar naquele ditado: quem avisa amigo é? Ele encaixa- se perfeitamente nessa situação.
Carlos: — Mas você não podia ter feito isso.
Cecília: — Não só podia como eu fiz. E é melhor você sair daqui junto com esse lixo, pois pode acontecer a mesma coisa com você, meu querido. Não penses que temo a homem nenhum.
Carlos leva Melissa para o automóvel e a leva para casa.