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A Cor do Pecado

A Cor do Pecado – Capítulo 20

Continuação da cena do capítulo anterior.

CENA 01. Vale do Sol. Fazenda de Samuel. Sala. Interior. Dia.

Sérgio e George vão embora, e Samuel e Marcos continuam conversando.

Samuel: — Pelo visto, temos que caminhar assim. Só desse jeito ganharemos essas eleições de uma vez por todas. Sinto que o povo gosta da gente, mas não cantemos vitória antes da hora.

Marcos: — Mas mudando um pouco de assunto. Você não pensa em se casar com outra mulher?

Samuel: — Não, quer dizer, ainda não sei, por enquanto agora não. A Cecília mexeu muito comigo. Espero que com o tempo consiga ter a metade do amor que tinha por ela por outra mulher.

Samuel suspira e continua falando: — Mas sabe Marcos? Eu ainda tenho uma esperança dentro de mim, algo bem lá no fundo me diz que a Cecília não morreu.

Marcos se espanta e fala: — Mas isso não tem como Samuel. Eu mesmo fui presenciar o galpão de perto. Não tinha condições dela sair viva e de ninguém salvar ela.

Samuel: — Mas já te falei: algo me diz que ela não está morta, não é minha culpa, isso vem bem lá do meu interior mesmo.

Marcos: — Sei não viu !

 

CENA 02. Vale do Sol. Margens de um rio. Dia.

Carlos chega a Vale do Sol.

Pescador: — Chegamos!

Carlos: — Ótimo! Obrigado.

O pescador vai embora e Carlos fala: — Aquela desgraçada me paga. Ela vai voltar pra vila por bem ou por mal. Vamos lá! Vamos lá!

 

CENA 03. Vale do Sol. Casa de D. Quitéria. Sala. Interior. Dia.

  1. Quitéria prepara carta para enviar ao governador.

Na carta diz o seguinte: — Querido governador, como representante da moral e dos bons costumes de Vale do Sol, quero uma licença para possibilitar o fechamento do bordel aqui da cidade. É uma afronta a todas as famílias daqui, e à noite é uma barulheira sem fim. Havia pedido ao prefeito, mas ele disse que impossível. Sei que como defensor dos: bons costumes, lerás essa carta com muito carinho e tomarás uma boa decisão.

 

  1. Quitéria

CENA 04. Vale do Sol. Fazenda de Cássio Mendes. Quarto de Melissa. Interior. Dia.

Enquanto Cássio Mendes e Laura estão ausentes, Carlos aproveita para falar com Melissa.

Melissa: — O que você quer comigo? Você não deveria estar trabalhando para sustentar aquela vaca.

Carlos: — Devia, mas não estou justamente por causa dela.

Melissa: — E o que houve?

Carlos: — Ela conseguiu fugir lá da vila. Não sei como, mas foi mais esperta do que eu.

Melissa: — Cada dia aquela desgraçada me surpreende mais. Mas aguarde- me é questão de tempo para saber sobre esse tal paradeiro dela.

Carlos: — Assim espero.

 

CENA 05. Vale do Sol. Casa de Teodoro Fonseca. Portão. Exterior. Dia.

Sérgio vai até a casa de Lorena falar com ela.

Sérgio grita: — LORENA.

Lorena sai e fala: — O que você quer comigo Sérgio?

Sérgio: — Você, Lorena. Você sabe muito bem disso, melhor do que ninguém.

Lorena: — Não se finja de bobo. Vai embora daqui Sérgio, nós não temos mais nada um com o outro.

Sérgio: — Como assim não temos mais nada?

Lorena: — Eu vi você com aquela outra do cabaré. Poupe- me.

Sérgio: — Que outra?

Lorena: — Você sabe muito bem. A Iara. Agora sai da minha daqui ou serei obrigada a chamar o papai.

Lorena vai embora deixando Sérgio confuso e triste.

 

CENA 06. Vale do Sol. A Cor do Pecado. Quarto de Cecília. Interior. Dia.

Cecília fica sabendo sobre a chegada de Carlos à cidade.

Iara: — Trouxe a informação que a senhora queria saber.

Cecília: — E aí? Descobriu o quê?

Iara: — Esse tal de Carlos que você morava com ele lá na vila dos pescadores, está de volta à cidade, e com um único objetivo.

Cecília se desespera e fala: — Não pode ser. Eu já vivo escondida, e agora tenho que viver trancada aqui a sete chaves.

Iara: — Esse objetivo é encontrar a senhora, dona Cecília.

Cecília chama Júlio e fala: — Filho você agora não vai mais poder sair daqui, combinado?

Júlio: — Mas por que mamãe?

Cecília: — O Carlos, aquele homem mau lá da vila está de volta à cidade a nossa procura. E para isso temos que nos preservar.

Júlio: — Nem brincar mais?

Cecília: — Ô meu amor. Por enquanto não, mas logo, logo você estará correndo por todos os cantos da cidade. Você só poderá brincar aqui dentro com seus carrinhos de madeira. E aí? Combinado não é?

Júlio fala meio triste e para baixo: — Ok, mamãe.

 

CENA 07. Vale do Sol. Casa de Janaína. Quarto de Janaína. Interior. Dia.

Janaína lembra de: Ângelo e Cecília, e chora: — Meu Deus, minha vida está um caos. Primeiro: perdi minha querida filha, agora: o meu marido. Por que tudo isso está acontecendo comigo? Por quê? Logo comigo, acho que estou pagando todos os meus pecados agora nessa fase da vida. Filha, onde você estiver saiba que eu te amo.

Depois disso Janaína se dispara no choro mais ainda.

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