A Cor do Pecado – Capítulo 2
CENA 01. Vale do Sol. Comércio. Dia.
Ângelo está no comércio da cidade procurando alguns acordos, e é lá que ele encontra Cléo.
Ângelo: — Olá. Minha senhora!
Cléo: — Olá! Se não for de minha conta, o que você faz com esse tanto de gente aqui no comércio?
Ângelo: — É justamente disso que quero falar pra senhora. Acabei de ser dispensado injustamente de uma fazenda, e estou procurando alguém com uma fazenda pra fazer um acordo, pra eu morar com minha família e ter alimento já está de bom tamanho. Sabe? Em troca: darei trabalho.
Cléo: — Mas que pena! Lamento! Sou uma cafetina, meu caro. A única coisa que posso fazer é levar essa mocinha comigo para o meu bordel lá em Salvador.
Ângelo: — Nunca. Minha filha nessa vida. Jamais!
Cléo: — Desculpe- me. Era minha única oferta. Obrigada pela atenção. E espero que encontre algum acordo.
Cléo está indo embora e Ângelo grita: — Senhoraaaa!
Cléo volta rapidamente e diz: — O que foi?
Ângelo: — Mudei de ideia. Leve minha filha mais velha convosco.
Cecília fica desesperada.
Cléo: — Já que é assim, irei levá- la comigo. Pode deixar, sua filha será bem tratada lá e darei tudo do bom e do melhor para ela. E a ensinarei tudo que for preciso.
Janaína: — Não. Você pirou de vez Ângelo?
Ângelo: — É a nossa única opção mulher.
Cléo: — Em troca, vocês receberão: um porão de inicial, e mandarei dinheiro todos os meses para as despesas gerais.
Cléo e Cecília vão embora, e Janaína fica aos prantos.
CENA 02. Salvador. Estação de Trem. Dia.
Cléo e Cecília chegam a Salvador.
Cléo: — É isso garotinha. Chegamos.
Cecília: — Por favor, senhora. Por favor. Não me deixe viver essa vida. Nunca tive nenhum tipo de relação com homem algum.
Cléo: — Ô meu anjo. Não dá mais para voltar atrás. Sei que não foi uma decisão sua, mas isso foi para o bem de seus irmãozinhos mais novos e de seu pai e sua mãe.
Cecília: — A senhora promete que me ajuda.
Cléo: — Primeira coisa: não me chame de senhora. Senhora é pras que não são íntimas. Pode me chamar de você. Segundo: estarei com você pro que der e vier.
CENA 03. Vale do Sol. Porão. Interior. Noite.
Janaína fala com lágrimas nos olhos: — Como será que nossa filhinha está Ângelo?
Ângelo fala angustiado: — Ai nem me fale disso. Foi a pior coisa que fiz em minha vida, foi ter enviado ela a esse bordel. Que arrependimento!
Janaína: — Tá vendo? Mas agora é tarde. Nossa filha deve estar a essa hora com nojo de sei deitar com um homem.
CENA 04. Salvador. A Cor do Pecado. Interior. Noite.
Cléo aconselha Cecília sobre sua primeira vez.
Cléo: — Fique tranquila. Não se empolgue. Fique calma. Seja destemida e tente ao menos disfarçar seu nojo e sua tristeza.
Cecília: — Certo. Será um pouco difícil, mas tentarei.
Cléo logo anuncia no microfone do cabaré: — Olha gente. Temos aqui uma garota virgem. Não me venham com merrecas, pois não serão aceitas. É bonita, tem um belo corpo e vale a pena. E que comece as ofertas.
Todos gritam e brindam.
Após muitos valores, as ofertas estão encerradas e Cecília arranja seu primeiro cliente.
CENA 05. Salvador. A Cor do Pecado. Quarto. Interior. Noite.
Cecília e o homem têm a relação, mas não chega a ser concluída, pois ela cospe na cara dele e fala: — Que nojo! Que nojo! Eu não sinto nada por você, além disso. Velho. Vai cuidar da tua casa e da tua família. Nojento!
O cliente vai reclamar para Cléo, e a mesma fala: — Avisei a você. Era a primeira vez da garota e você tem que aguentar qualquer chilique que desse nela.
Cliente: — Mas quero meu dinheiro de volta.
Cléo: — Isso é piada mesmo né?
Cliente: — Não, não é não. Pode acreditar. Quero meu dinheiro.
Cléo: — Eu lhe aconselho a ir embora, pois armo um escândalo aqui dentro e falo que você quer me bater. E aí? Todos esses homens em você, hein? Deixariam em sua face um belo estrago.
Cléo intimidou o cliente, e o mesmo vai embora.
Legal, só faltou acrescentar mais detalhes e uma melhor supervisão d texto