HOMICÍDIOS – Episódio 1- “As luzes se apagam…”
Barragens, interior do estado do Rio de Janeiro. Uma vila simpática fundada em 1975. Com apenas 103 moradores, Barragens vive de um mercado, duas quitandas, uma farmácia, uma banca, duas escolas, uma praça, um posto de saúde, prefeitura e um pequeno posto de polícia, além de cerca de trinta casas.
DIA 19 DE JANEIRO DE 2016 – TERÇA-FEIRA:
Cena 1 – Praça Ulisses Gurgel – coreto; interior/ noite:
A multidão grita e vai correndo até o coreto. O sangue se espalhava pelo chão do coreto quando uma mulher chegou.
Margareth: Não! Meu amor!
Ulisses Gurgel estava morto.
HORAS ANTES
Cena 2 – Casa da Família Gurgel – sala de estar; interior/manhã:
Ulisses tomava café com leite enquanto lia o jornal da semana. Margareth, sua esposa, entra na sala e se senta em uma das cadeiras ao lado do marido.
Margareth: Bom dia meu amor! Como está? Preparado para o discurso?
Ulisses: Sempre estou preparado! Para tudo!
Margareth ri e faz cara de deboche. Nesse momento Lívia, a filha do casal chega se sentando em frente à mãe.
Lívia: Bom dia! Ansioso pai?
Ulisses: Não mi…
Margareth o interrompe.
Margareth: Claro que não filhinha! Seu pai nasceu preparado, para tudo!
As duas riem.
Lívia: E meu casamento? Alguém precisa me sustentar! Não vou trabalhar na companhia de luz pra sempre!
Ulisses se levanta da cadeira.
Ulisses: Não vou falar disso hoje! Tchau!
Lívia faz cara de nervosa e a mãe ri.
Margareth (pensando): Ai Ulisses! Se você soubesse!
Cena 3 – Mercado Erthal – açougue; interior/manhã:
Ulisses chega ao local e se encontra com Judith e Leonardo, este último o dono do mercado.
Leonardo: Bom dia senhor “prefeito”! Preparado para a festa de 40 anos da vila?
Ulisses: Já me perguntaram isso duas vezes e a resposta é sim!
Leonardo: Nossa! Que mau humor?
Ulisses: Aah vá à merda!
Leonardo quase perde a cabeça e sai do açougue esbarrando em Judith, que entra. Ela fala quando dá de cara com Ulisses:
Judith: Aah meu Deus! Na hora que eu resolvo vir no açougue o boi ainda está vivo!
Ulisses: Idiota!
Ulisses sai do local e não leva a carne que pedira.
Cena 4 – Praça Ulisses Gurgel – banquinhos e chafariz; exterior/tarde:
A festa começa e todos os habitantes da vila comparecem para presenciar as comemorações de 40 anos de Barragens, fundada por Ulisses Gurgel, o mesmo que dava nome à praça e o mesmo que passava a pé na frente de Olívia, sua secretária e Dona Miranda, a habitante mais velha da vila.
Olívia: Idiota! Após o desfile e as apresentações, ele vai discursar em bem da nação!
Ela coloca o dedo na boca e finge vomitar.
Miranda: Pois é! Desgraçado! Pilantra! Mal sabem todos dessa vila, o que ele já fez e o que a mulher dele já fez!
Olívia: O que?
Miranda: Lívia não é filha dele! A Margareth o traiu! Com o Túlio!
Olívia se espanta.
Olívia: Com o principal rival dele? Meu Deus!
Miranda: E mudando de assunto, qual será nosso primeiro passo na vingança contra Ulisses Gurgel?
Olívia: Você sabe!
As duas riem…
Cena 5 – Praça Ulisses Gurgel – barraquinhas e bancos; exterior/tarde:
Ulisses bebe rapidamente uma garrafa de 51 e Marcelo, o delegado da vila, o vê. Ele vai até lá.
Marcelo: Senhor Ulisses! Que negócio é esse! Hoje é o aniversário de sua vila e você aí se embebedando! Tem um discurso pra fazer!
Ulisses: Danem-se todos! Você nem ninguém nesse buraco me mandam! Seu filho da…
Ulisses é interrompido por um soco que leva de Marcelo. O homem cai no chão e um dos moradores arruaceiros joga água em Ulisses. Marcelo cheio de raiva sai do local!
Marcelo: Idiota!
Cena 6 – Casa de Túlio – quarto de Túlio; interior/ noite:
Margareth coloca o casaco e dá um último beijo em Túlio.
Margareth: Meu amor, eu preciso ir, aquele meu marido vai discursar agora! E eu como boa esposa que sou preciso estar lá!
Túlio tosse de mentira e dá um beijo em Margareth que sai do quarto correndo.
Cena 7 – Rua principal da vila – calçada esquerda; exterior/ noite:
Túlio vai andando calmamente em direção a praça, enquanto fala sozinho.
Túlio: Aquele filho da mãe! Tomara que morra logo! Margareth será minha!
Ele continua andando e chega à praça. No coreto, ele avista Ulisses subindo.
Cena 8- Praça Ulisses Gurgel – coreto; interior/noite:
Ulisses sobe no coreto e acena para as pessoas, poucos o aplaudem e muito poucos lhe retribuem o sorriso.
Ulisses: Boa Noite!
Moradores: Boa Noite.
Cena 9: Praça Ulisses Gurgel – Coreto; exterior/noite:
Em lugares diferentes podem-se ver sete rostos de ódio olhando para Ulisses.
Margareth, Olívia, Túlio, Miranda, Leonardo, Judith e Marcelo: Estúpido!
Cena 10 – Praça Ulisses Gurgel – Coreto; Interior/noite:
Ulisses: Bom. O dia de hoje é muito importante! Já que há 40 anos…
Ulisses para de falar quando a luz acaba toda a vila fica no escuro e o microfone não funciona. Um barulho se ouve e as luzes se acendem. Todos olham para Ulisses que tem uma bala fincada no coração.
A multidão grita e vai correndo até o coreto. O sangue se espalhava pelo chão do coreto quando Margareth chegou, ela fingia tristeza:
Margareth: Não! Meu amor!
Ulisses Gurgel estava morto. Ulisses Gurgel foi assassinado!
NO PRÓXIMO EPISÓDIO…
– Novas emoções
– Os principais suspeitos
– E mais um crime!
Um capítulo todo trabalhado no primeiro assassinato, reforçando o ódio que cada personagem sente por Ulisses. A faca no coração doeu aqui, rs. Gostei. Mas são tantos personagens e apenas alguns são creditados na abertura. Não entendi o veto aos outros.
Obrigado pelo acompanhamento Augusto! Pois é! Foram pedidos diversos nomes mas o realizador da abertura disse que não seria possível. Fiquei tão desapontado quanto você! Abraço, e continue acompanhando!