Três Jogadas – PENÚLTIMO CAPÍTULO

Três Jogadas.

PENÚLTIMO CAPÍTULO

“De tanto tentar colocar um ponto final, eles acabam se tornando reticências…”

Tati Bernardi

Cena 1. Rio de Janeiro / Noite

Sem diálogos as cenas vão se passando.

– Kiara sai do banheiro do quarto e retorna para a cama.

– Adriana coloca o copo lentamente na pia da cozinha e retorna ao quarto, onde dorme Fernanda.

– Eliane desliga a TV e retorna para o quarto.

– Paloma, Júlia e Luíza tomam água na cozinha. As três riem de alguma coisa.

– Clarice sai da suíte e deita-se ao lado de Leandro.

– Luigi termina de beber água e retorna ao quarto.

– Uma sombra vem em direção à delegacia. É possível ouvir somente o salto alto.

Dentro da delegacia…

A pessoa que forma a sombra anterior entra na delegacia e se posiciona atrás do assassino. Subindo lentamente podemos identificar o assassino.

Gelado sorri: Sérgio… Quem diria.

O homem sorri, sem remorso algum.

Cena 2. Estados Unidos – New York / Apt. da Melissa / Noite

Melissa abre a porta de sua casa.

Melissa sorri: Que bom veio. – ela cumprimenta Renato. – Tudo bom?

Renato a cumprimenta: Tudo ótimo. Foi difícil achar o apartamento, mas consegui. Ainda estou meio perdido aqui. – ele ri.

Melissa abre a porta: Entra. – o homem entra e ela fecha a porta. – Não conseguiu achar o endereço certo?

Renato: Consegui. Mas acabei antes numa outra rua. É complicado andar por aqui. – ele olha rapidamente o apartamento. – Parabéns pelo apartamento. É lindo!

Melissa: Obrigada! – ela sorri. – Vou pegar um vinho! Já retorno.

Melissa pega uma garrafa de vinho e duas taças. Ela abre a garrafa e enche as taças.

Melissa entrega uma taça para Renato: Aqui! – os dois brindam e logo bebem o vinho. – Acertei?

Renato ri: Em cheio! Um ótimo vinho e bem intenso, do jeito que eu adoro. – ele olha para uma vidraça no apartamento. – Tem uma bela paisagem ali. Dá pra vê tudo?

Melissa sorri: Quase tudo. Vem cá. Vou te levar até ali.

Melissa sai na frente e Renato vai logo em seguida.

Renato admirando a paisagem: Ual! Que paisagem linda. – ele a olha. – Igual você.

Melissa sem graça: Conquistar barato é?! Obrigada!

Renato ri: Desculpa, não resisti.

Melissa convencida: E quem resiste?

Renato rindo: Ah é?! Deu pra ser convencida agora?

Melissa sorri: Imagina. Vamos voltar a admirar a paisagem. Está uma noite linda.

Renato volta admirar a paisagem: Linda mesmo. Aliás, quanto tempo eu não via a Lua com um brilho tão intenso.

Melissa admirando também: Costumam dizer que quem sonha com Lua Cheia tem êxito no amor. Uma pena isso aqui não ser um sonho.

Renato a olha: E quem disse que não é?

Melissa disfarça: Renato… Acho que a gente já está indo longe demais. Eu não quero te iludir. Nunca passou isso pela minha cabeça. Eu não sei se quero engatar em um relacionamento tão rápido.

Renato: Eu me encantei quando te reencontrei. Comecei a te conhecer e estou me apaixonando. Me dá uma chance de te mostrar que eu sou uma pessoa boa.

Melissa se afasta: Eu sei que você é uma pessoa boa. Eu já tirei aquela má impressão de você. O problema não é você! Sou eu! Eu que tenho medo de enfrentar um relacionamento tão depressa assim. Fiquei tanto tempo presa ao Ferraz e agora eu tenho medo. É normal.

Renato vai se aproximando aos poucos: Normal é. Mas não quer dizer que você precisa se impedir de conhecer pessoas novas e principalmente de se apaixonar novamente.

Melissa vira-se e o olha: Você não vai conseguir entender.

Renato tira a taça de vinho dela: Você que não consegue entender. Eu gostei tanto de te reencontrar. Eu vou chegando perto de você e meu coração dispara. Sente! – ele pega a mão da mulher e coloca no peito dele. – Eu não vou esconder o quanto eu gosto de você. Esses dois dias já foram suficiente para eu mesmo me provar isso.

Ele coloca as duas taças em cima da mesinha, ao lado do sofá. Renato aos poucos se aproxima e beija Melissa. O clima começa a esquentar e Melissa se entrega de uma vez por todas.

Corte descontínuo.

Melissa e Renato namoram calmamente e carinhosamente. Eles namoram com o fulgor da lua iluminando eles. Melissa sorri se entregando aos beijos. Tempo neles se amando.

Cena 3. Rio de Janeiro – Delegacia / Noite

Simone sai de trás de Sérgio e senta-se em sua cadeira. O homem entra e senta em seu lugar.

Simone surpresa: Então quer dizer que foi você quem matou a Alice?! Confesso que estou surpresa. Pra quem amava a mulher.

Sérgio sorri: Amor mata. A morte foi pouco pra ela.

Simone ri: Ah claro. A morte é pouco pra todo mundo. Acho que a gente merece saber como é que você matou sua amada.

Sérgio: Eu dei um sumiço justamente para despistar a Alice. Eu comecei a planejar matá-la quando a Gioconda disse pra mim que ela iria me eliminar.

Gelado anotando: Quem é Gioconda?

Sérgio o olha: Ela também era empregada da Alice.

Simone: Prossiga.

Sérgio continua: Foi ali que eu comecei a planejar isso. Eu estava tomado de ódio e só queria me vingar por ela ter me iludido e não ter correspondido meu amor. Quando eu apareci aqui, eu liguei para a Gioconda e ela foi até meu encontro, onde contou que a Alice havia fugido e que estava acontecendo à missa de sétimo dia do Jordan. Então eu resolvi ir até lá.

Simone estranha: Mas ninguém sabia que a Alice iria aparecer por lá. Você já foi intencionado a matar alguém ou também foi uma surpresa pra você?

Sérgio: Foi uma surpresa. Mas a Gioconda já tinha me entregado uma arma que eu pedi pra ela pegar no apartamento da Alice. E eu só vi ela quando ela esbarrou em você. Eu fiquei do lado de fora, não entrei pra missa.

Simone: Agora explica tudo. Nesse momento ela estava indo ao banheiro. Você foi até lá?

Sérgio: Ela ainda parou para conversar com uma pessoa. E eu aproveitei para ir ao banheiro masculino, usar e já ficar à espera dela. Eu olhei pela porta e vi quando ela vinha, já entrando no banheiro. Foi à hora que eu decidi sair, mas tive uma surpresa.

Simone estranha: Que surpresa?

Sérgio: A Luíza estava vindo em direção ao banheiro feminino e provavelmente seguindo a Alice.

 FLASHBACK

Sérgio sai do banheiro masculino. Ele vê Alice vindo de longe e se esconde atrás da porta. O homem toca na arma, que está em seu bolso. No momento que ele vai sair, Luíza surge apressada, olhando para trás toda hora. Ela acaba pisando em falso e deixa uma marca de sapato no chão.

Luíza tropeça: Droga! Inferno!

Ela entra no banheiro feminino. Sérgio sai do banheiro masculino e começa a ouvir umas gritarias vindo lá de dentro.

Voz de Luíza: ASSASSINA! VOCÊ MATOU MINHA MÃE!

Voz de Alice: MATEI MESMO E FARIA TUDO DE NOVO! VOCÊ NÃO OUSE ME DESAFIAR! ME DEIXA EM PAZ! SAI DAQUI E ME DEIXA EM PAZ!

Voz de Luíza: MINHA VONTADE AGORA É ACABAR COM VOCÊ! TE MATAR!

Voz de Alice: ENTÃO MATA! APROVEITA QUE NÃO TEM AQUI COM A GENTE E MATA! Depois você desaparece e age como se nada tivesse acontecido! É assim que todo mundo faz. Mata e ainda se compadece.

Voz de Luíza: Igual você fez com o Jordan, né? Matou o homem e ainda veio na missa dele.

Voz de Alice: Igual fiz com todo mundo! E queria fazer com mais gente. Você, o BABACA DO SÉRGIO, A VADIA DA JÚLIA, A VAGABUNDA DA CLARICE… QUER MAIS NOME?!

Sérgio com olhar fulminante.

FIM

Simone: E quando a Luíza saiu de lá?

Sérgio sorri: Aí foi a minha hora de acertar as contas… De um modo diferente, claro.

FLASHBACK

Sérgio narrando: Quando eu entrei no banheiro feminino ele estava vazio, não tinha ninguém. Eu estranhei, mas dei um tempo ali fora. Até que ouvi o barulho do trinco quando ela abriu a porta do sanitário.

Alice sai do banheiro e vai a pia do banheiro, lavar as mãos. A mulher está tensa e nervosa. Ela aproveita para lavar o rosto e abaixa a cabeça. Ela ergue a cabeça.

Sérgio entra no banheiro e fica atrás da mulher, enquanto está bom a cabeça baixa. Ele tira a arma do bolso e mira em Alice.

Sérgio narrando: Foi quando eu entrei e fiquei atrás dela, enquanto ela estava cabisbaixa. Quando ela ergueu a cabeça me viu pelo reflexo do espelho e eu já estava com a arma apontada e preparada para atirar. Foi quando ela virou rápida, com medo.

Alice desesperada: Abaixa essa arma! Ela pode matar. Você não será capaz de tamanha maldade. Não brinca com o quê mata! Abaixa essa arma.

Sérgio furioso: Eu vou acabar com a tua vida! Você me iludiu e me fez acreditar que eu teria a oportunidade de ter alguma coisa com você. VAGABUNDA!

Alice tensa: Eu faço o que você quiser, mas abaixa essa arma. Ela mata!

Sérgio sorri trêmulo: Quem vai te matar sou eu! Agora você vai pagar por todos os seus crimes e principalmente por ter feito tanto mal para alguém.

Alice tremendo: Sérgio… Não!

Sérgio dispara três tiros e Alice cai no chão, morta, ensanguentada.

Sérgio narrando: Tinha uma porta de emergência que saía na rua de trás da Igreja. Eu entrei nela e fugi, levando a arma comigo, claro.

FIM

Sérgio sorri: E foi assim que eu acabei com a vida dela.

Simone olha para Gelado: Pode levar. – ela olha para Sérgio. – Você já devia imaginar que vai ficar preso. Sua confissão só vai te ajudar um pouco, mas não vai te tirar a obrigação de pagar pelo o que você fez. Você vai pagar!

Gelado algema Sérgio e o leva.

Na cela…

Gelado joga Sérgio dentro de uma cela toda escura, apenas com um buraco com uma grade na parte de cima. Conforme Gelado fecha a porta, tudo fica escuro.

02 DIAS DEPOIS…

Cena 4. Rio de Janeiro – Urca / Apt. da Eliane / Dia

Na portaria…

Eliane desce com Jaqueline e Stacy. O taxi já está à espera das duas.

Eliane entristecida: Eu não quero que você se vá. – ela abraça Jaqueline. – Eu vou sentir tanto sua falta.

Jaqueline triste: Ainda dá tempo de você vir com a gente.

Stacy sorri: Pensa bem.

Eliane: Eu não vou voltar atrás da minha decisão… Deixa eu sofrer sozinha! Posso?

Jaqueline ri: Claro que pode. Queria tanto aproveitar com você lá fora. Mas você sempre com seu prazer de estragar as coisas. Mas se é isso é que você quer.

Eliane sorri: Eu vou ser muito feliz aqui. Tenha certeza disso. Eu ainda tenho umas economias e dá pra eu sobreviver até que arrumar algum emprego ou então reerguer a revista.

Jaqueline surpresa: Reerguer a revista? Que ideia louca é essa?

Eliane ri: Só uma ideia. – ela olha para Stacy. – Foi um prazer te conhecer esses três dias. Você é um amor de pessoa e tenho certeza que vocês duas vão se divertir muito lá fora.

Stacy sorri: Do que depender de mim… Eu tenho certeza da minha escolha e nada mais me prende aqui. Não vou me arrepender.

Jaqueline ri: E nem pode. Passagem é só de ida. Te amarro na cama e não deixo você sair de lá.

Stacy ri: Olha que eu sou tinhosa hein. Não desisto fácil assim por qualquer coisa.

O táxi buzina apressando as duas.

Jaqueline triste: Já tenho que ir. Ai que dor no coração! Eu não quero me separar de você.

Eliane abraça Jaqueline: Você está indo para Nova Iorque, tá?! Não vai para outro planeta não! Quem sabe eu apareço lá qualquer dia para visitar vocês.

Jaqueline sorrindo: Vou ficar esperando!

Stacy abraça Eliane: Eu também vou ficar esperando. Toda sorte e amor do mundo pra você! Adorei te conhecer.

Eliane sorri: Pra você também!

O motorista desce do carro e abre o porta-malas. Eliane ajuda a levar as malas e coloca no carro. Por fim, o motorista fecha o porta-malas e entra no carro. Jaqueline abre a porta.

Jaqueline chorando: Foi um prazer passar esse tempo com você, irmã. Lembra sempre que te amo! Fica com Deus.

As duas se abraçam e Jaqueline entra. Stacy abraça Eliane e entra também no carro. Eliane fecha a porta e o táxi parte. Ela ainda acena para elas, emocionada.

https://www.youtube.com/watch?v=DX8FKO3aRUU

Cena 5. Rio de Janeiro – Delegacia / Dia

Simone surpresa: E a pessoa que eu menos esperava foi a que matou a Alice. – ela senta na cadeira. – Nem acredito que esse inferno finalmente acabou.

Gelado ri: Agora é só curtir. Essas duas deram foi trabalho.

Simone rindo: E que trabalho! Valeu por todos esses anos que eu comecei a trabalhar aqui.

Gelado senta na cadeira: Por falar nelas duas… E a Clarice?

Simone não entende: O quê que tem?

Gelado: Acho que você deve um pedido de desculpas a ela. Você saiu acusando a mulher…

Simone: Mas ela também me acusou. Se for pensar por esse lado.

Gelado: É só o que eu acho. Eu no seu lugar pediria desculpas a ela.

Simone pensativa: Será que devo? Estou confusa.

Os dois se encaram.

No pátio…

Sheyla e Jandira tomam banho de sol. Sérgio caminha desolado pelo pátio.

Sheyla olhando para Sérgio: Eu conheço esse cara. – ela olha bem. – É o Sérgio! Eu vou até lá.

Jandira não entende: Vai até onde mulher? Sheyla espera! Sheyla! Não vai arrumar briga de novo!

No Sérgio…

Sheyla se aproxima: Sérgio!

Sérgio vira-se assustado: Sheyla! O que tu tá fazendo aqui?

Sheyla sorri: E vai interessar?

Sérgio sem interesse: Não. Só perguntei por educação.

Sheyla senta-se: Sabia. Sempre perguntam. Aliás, isso deve ser mania de preso, né?! Se eu estou aqui é porque algum crime eu fiz.

Sérgio ri: Sempre te vi como incapaz de matar uma mosca.

Sheyla gargalha: As aparências enganam meu caro. Mas não vamos falar disso, né?

Sérgio: E pretende falar de quê?

Sheyla sorri: Vai ter uma rebelião logo mais. Se quiser participar, será bem vindo.

Sérgio se interessa: Gostei! Continua contando.

Sheyla continua contando…

Cena 6. Rio de Janeiro – Catete / Apt. da Adriana / Dia

Gustavo ao telefone.

Adriana: Tá chamando?

Gustavo “faz que sim”: Está. Que demora para atender.

Amanda senta-se: Ela deve estar longe do telefone. Calma!

Gustavo, ao telefone: Alô! – ele sorri aliviado. – Oi Eliane. Tudo bom?

Eliane, ao telefone, estranha: Oi. Tudo bom sim. Quem é que tá falando?

Gustavo, ao telefone: Sou eu, Gustavo. Irmão do Stênio. Quem me passou seu número foi à advogada Adriana.

Eliane, ao telefone: Ah sim. Tudo bom? Aconteceu alguma coisa?

Gustavo, ao telefone: Tudo ótimo. É que eu queria muito falar com a Stacy. E eu estou tentando ligar pra ela e nada dela atender. Já mandei mensagens e nada. Ela está?

Eliane, ao telefone: Ué você não está sabendo não?!

Gustavo, ao telefone, estranha: Sabendo de quê?

Eliane, ao telefone: Ela foi embora com a mãe para o exterior. Ela saiu agora pouco. Era algo importante?

Gustavo, ao telefone, nervoso: Muito importante! Mesmo assim obrigado!

Eliane, ao telefone: Nada!

Gustavo, ao telefone: Abraços. Tchau!

Eliane, ao telefone: Tchau!

Gustavo desliga o telefone frustrado.

Amanda se levanta preocupada: Que cara é essa? O que aconteceu?

Gustavo devolve o telefone: A Stacy já foi embora. A Eliane disse que ela saiu de lá agora pouco com a mãe.

Adriana: Se isso é importante pra vocês eu recomendo vocês irem atrás dela. O aeroporto é aqui do lado e quem sabe vocês ainda consegue encontrá-la.

Gustavo e Amanda se entreolham.

Amanda sorri: Vamos?!

Gustavo pega a chave do carro e sai apressado, puxando Amanda. Adriana ri dos dois.

Cena 7. Rio de Janeiro – Leme / Apt. da Clarice / Dia

Parte da família reunida na sala. Eric e Kiara diante deles.

Kiara sorrindo: Aproveitar que estão quase todos reunidos vou fazer um comunicado.

Clarice ri: Quando surge um comunicado assim… Lá vem bomba.

Kiara ri: Não estou grávida querida irmã. O assunto é outro. – ela olha para Eric. – Conta eu ou você?

Eric sorri: Tanto faz. Conta você.

Kiara rindo: Primeiro é tanto faz e depois quem conta sou eu. Onde é que eu fui me enfiar. MAS ENFIM. Eu e o Eric decidimos que iremos viajar. Viajar pelo mundo.

Paloma surpresa: Viajar?! Que ideia louca é essa?

Kiara: Não é uma ideia louca e muito menos absurda. A gente quer ser feliz assim: conhecendo o mundo.

Luíza sorri: Gostei da ideia. Quem sabe um dia me dê vontade de fazer isso também.

Kiara sorri: Júlia, Paloma e Luíza vocês três estão convidadas a ir conosco.

Eric não entende: Estão?

Todo mundo ri.

Júlia rindo: Obrigada, tia. Mas acho que prefiro ficar por aqui mesmo. Esse instinto de louca eu não puxei da senhora.

Paloma sorri: Eu também prefiro ficar por aqui… Até por que isso é uma viagem a dois e vocês merecem curtir sozinhos.

Luíza sem graça: Bom, se nenhuma das três vai… Eu não tenho nem motivos pra ir. Mesmo assim, agradeço o convite.

Kiara ri: Então somos só nós dois Eric.

O telefone de Clarice toca.

Clarice pega o telefone: Eu vou atender, com licença.

No canto…

Clarice se afasta da conversa.

Clarice atende ao telefone: Alô?!

Gelado, ao telefone: Eu falo com a Clarice?

Clarice, ao telefone, estranha: Com ela mesmo. Quem deseja?

Gelado, ao telefone: Clarice aqui quem fala é o Gelado, da delegacia. Sou assistente da Simone.

Clarice, ao telefone, sem paciência: Qual foi a dessa vez?

Gelado, ao telefone: Não tem nada. É que a doutora Simone quer conversar contigo. Ela se arrependeu das acusações que fez e quer te pedir desculpas. O assassino da Alice já se entregou. Mas isso a gente fala pessoalmente. Posso ficar te esperando?

Clarice, ao telefone: Tudo bem. Eu vou até aí.

Leandro entra no momento. O homem está radiante. Clarice encerra a conversa.

Clarice sorrindo: Oi amor. – eles dão um beijo. – E o Igor como está?

Leandro radiante: Nosso filho teve alta! Os médicos se surpreenderam com o tratamento dele e deu alta para nosso filho. Nosso menino vai voltar!

Os dois se abraçam radiantes.

Paloma vira-se rindo: Que felicidade toda é essa a de vocês? Compartilha com a gente!

Leandro sorri: Eu compartilho até com o mundo essa felicidade. Nosso menino vai ter alta. O Igor levou alta!

Paloma radiante: Graças a Deus! Que dia que ele vai poder sair de lá?

Leandro feliz: Hoje mesmo. Eu estou indo buscar ele agora. Alguém quer ir comigo?

Paloma se levanta: Eu vou! Quero ficar ao lado dele nesse momento tão importante.

Clarice sorri: Eu vou lá quando eu sair da delegacia. É caminho.

Leandro estranha: Delegacia? Vai fazer o quê lá?

Clarice: A Simone me chamou para conversar. Disse que quer me pedir desculpas.

Leandro a olha: Então faz o seguinte: eu vou lá buscar o Igor e depois eu passo na delegacia para te buscar.

Clarice sorri: Combinado então. Não vou nem com meu carro, vou de táxi.

Leandro a beija: Pode ser.

Clarice pega sua bolsa: Tchau família! Até logo.

Clarice sai.

Leandro pega a chave do carro: Agora é a gente. Vamos Paloma?

Luíza sorri: Será que eu posso ir junto?

Leandro: Claro!

Paloma puxa Luíza: Então vamos. Estou ansiosa.

Os três saem.

Eric sorri: Vamos lá pro quarto?

Kiara o bate: Safado!

Eric dá um tapa na bunda de Kiara: Sempre!

Kiara rindo: Ai! Para! Tem gente olhando.

Os dois saem rindo.

Luigi e Júlia ficam sozinhos na sala.

Júlia rindo: Essa minha família… Vou te contar.

Luigi a olha: Júlia… Eu queria conversar com você.

Júlia preocupada: Algum problema?

Luigi sorri: Não sei bem se saudade é um problema. Eu não aguento mais ficar longe de você.

Júlia se levanta: Ah é sobre isso.

Luigi se levanta em seguida: Sobre isso não! Sobre a gente. Acho que já deu de ficarmos separados. Pra que sofrer?

Júlia: É o sofrimento que nos fortalece.

Luigi ri: Com tudo que eu já sofri até hoje então… Estou mais do que fortalecido. Eu só quero que você me dê um motivo para continuarmos separados. Vamos reatar nosso namoro. Voltar de onde paramos.

Júlia sorri: E você está disposto a enfrentar tudo de novo? E principalmente me aturar.

Luigi sorri: Como você por perto tudo fica fácil. Eu te amo tanto!

Júlia sorrindo: Eu também te amo muito, muito, muito!

Os dois se beijam apaixonados.

Cena 8. Rio de Janeiro – Ilha do Governador / Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro / Dia

Stacy e Jaqueline entram na fila do check-in. As duas conversam numa sintonia e parecem se divertir bastante. Ambas felizes.

Na entrada do Aeroporto…

Gustavo estaciona o carro e desce apressado, juntamente com Amanda. Os dois correm atrás de Stacy.

Amanda olhando tudo: Será que ainda dá tempo?

Gustavo olha no telão: Voo para Estados Unidos. – ele olha no relógio. – Daqui a 10 minutos. A gente só tem isso para procurar!

Amanda andando apressada: Então anda! A gente não tem muito tempo.

Os dois continuam procurando incansavelmente.

Na parte de cima…

Stacy e Jaqueline entram na fila de embarque. O portão abre e as pessoas começam a andar.

Amanda e Gustavo continuam procurando as duas. Os dois sobem de escada rolante.

Chega à vez de Jaqueline e Stacy. Jaqueline dá o primeiro passo com a perna direita e olha para Stacy, sorrindo.

Gustavo cansado: STAAAAAAAAAAAAAAACY!

Todo mundo olha assustado. Stacy vira-se rapidamente e Jaqueline faz o mesmo. Os dois correm até lá.

Stacy rindo: Gustavo, seu louco! O que você está fazendo aqui? Como é que você me descobriu aqui? Eu desliguei meu telefone.

Gustavo cansado: Isso é o que menos importa. Eu e Amanda tem um convite para te fazer.

Jaqueline estranha: Um convite? A gente já está mais do que atrasadas. Nosso voo é daqui a pouco.

Amanda direta: A gente quer que você seja nossa madrinha de casamento. E pra isso você vai precisar desistir de viajar.

Cena 9. Rio de Janeiro – Leme / Clínica de Reabilitação / Dia

No quarto de Igor…

Leandro sorri: Fico feliz pela sua recuperação meu filho. E mais feliz ainda em saber que você vai voltar pra casa.

Igor arrumando as malas: Eu também estou muito feliz. Não aguentava mais ficar aqui. Me comportei direitinho para sair logo.

Paloma arrumando as malas: Garoto esperto. – ela ri. – Luíza, pega essas roupas na bancada pra mim, por favor.

Luíza vai pegar as roupas e na hora de puxar, deixa uma carta cair.

Luíza pega a carta do chão: Caiu uma carta aqui, Igor. É sua?

Igor pega a carta: É sim! Eu escrevi essa carta para uma pessoa muito especial.

Paloma o olha: Ah é? E posso saber quem é essa pessoa sortuda?

Igor entrega a carta: Você! Dizem que nossa boca fala daquilo que o coração está cheio. Eu não consegui te falar uma palavra sequer que está aí, mas é de tudo o que o meu coração está cheio.

Paloma chorando: Ah Igor… Não precisava. Mesmo assim agradeço.

Os dois se abraçam.

Leandro curioso: Não vai ler?

Paloma ri: Até ele está mais curioso do que eu. Vamos lá então. – ela abre a carta.

“O amor sempre suporta tudo. Ele é fiel e não decepciona. Sim, o verdadeiro amor não decepciona! Sempre fomos muitos próximos e eu talvez demorei a perceber o quanto eu te amava. Talvez não… Eu demorei. Mas quando percebi ainda estava em tempo de mostrar todo o meu sentimento e tentar provar que você verdadeiramente é a pessoa que eu escolhi pra viver. Eu te escolhi. Você me escolheu e é só isso que realmente importa. Nossa relação vai além de qualquer coisa e está sempre a frente de tudo. Talvez nossa relação choque muita gente, mas teremos a consciência daquilo que escolhemos. Não só a consciência, como também a confirmação de que nascemos um para o outro. Você é tudo que eu sempre quis e sempre desejei… EU TE AMO.”

Paloma chorando: Que lindo Igor! Obrigada mesmo! Eu não sei nem como te agradecer por tudo isso.

Igor se ajoelha: Mas eu sei… Casa comigo?

Luíza sorrindo: Que bonitinho gente!

Paloma sem graça: Igor! O que é isso agora?

Igor sorrindo: É um pedido de casamento! Você aceita?

Luíza cantarolando: ACEITA! ACEITA! ACEITA! – Leandro a cutuca. – Não?! Então não. Desculpa.

Paloma o puxa: É claro que eu aceito!

Os dois se abraçam e se beijam.

Leandro sorrindo: Acho que eu também quero um abraço desses.

Igor chorando: É só vim pai! – ele olha pra Luíza. – Vem você também!

Os quatro se abraçam felizes.

https://www.youtube.com/watch?v=IUM4upJvjJk

Cena 10. Rio de Janeiro – Ilha do Governador / Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro / Dia

Continuação da cena 8.

Stacy surpresa: Desistir de viajar?! Assim? Em cima da hora?

Amanda: A gente teve essa ideia esses dias e tentamos nos comunicar, mas nada. E a gente também não imaginava que fosse viajar tão depressa.

Jaqueline apressada: Filha a gente não tem tempo. Nosso voo já está quase saindo.

Gustavo: E então, Stacy… Você aceita ser nossa madrinha de casamento?

Stacy olha para Jaqueline: Eu não quero mais viajar… Me desculpa. – ela chora.

Jaqueline sorri: Não precisa se desculpar! Você tem uma vida toda aqui ainda e eu que me precipitei demais te chamando logo de cara para vir morar comigo.

Stacy enxuga as lágrimas: Você não vai ficar chateada?

Jaqueline chorando: Vou ficar triste, mas isso logo vai passar. A gente tem vários meios de se comunicar.

Stacy sorrindo: Esse tempo que eu passei com você, mesmo que tenha sido pouco, foi maravilhoso e eu não me arrependo de nada. Mas eu ainda tenho uma vida aqui. E eu não posso ir embora desse jeito. Me desculpa!

Jaqueline abraça a garota: Já disse que não precisa se desculpar. Eu também passei um ótimo momento com você e eu não vou te esquecer nunca. E nem quero! A gente vai se falar todos os dias. Eu não vou te obrigar a ir comigo. Se essa é sua escolha eu vou apoiar. Só que eu preciso seguir a minha vida. Promete pra mim que você vai se cuidar?

Stacy chorando: Prometo. – ela abraça Jaqueline. – Eu adorei te conhecer!

Jaqueline chorando: Eu também adorei. Mas agora eu realmente preciso ir. Estou mais do que atrasada. Fica com Deus e curte bastante sua vida por aqui! Você merece ser muito, muito feliz. Eu realmente preciso ir. Um beijo!

Jaqueline dá um beijo na testa de Stacy, se despede de Amanda e Gustavo e vai embora.

Stacy chorando: Até qualquer dia… MÃE!

Amanda e Gustavo apoiam Stacy.

Cena 11. Rio de Janeiro – Delegacia / Dia

No pátio…

Sheyla, Sérgio e Jandira conversam. Depois de um tempo, a primeira vai andando, com marra e um canivete na mão.

Sheyla esbarra sem querer em Jacira: Não sai do meio do caminho, não?!

Jacira furiosa: Você que não sabe andar. Com tanto espaço do lado vem querer mexer logo comigo? NÃO ME PROVOCA NÃO!

Sheyla se estressa: ABAIXA O TOM POR QUE EU TAMBÉM SEI GRITAR. NÃO VOU FICAR ABAIXANDO A CABEÇA PRA QUALQUER UMA NÃO!

Jacira empurra Sheyla: TU ME CHAMOU DE QUÊ?!

Sheyla rindo: Qualquer uma!

Jacira pega o canivete do bolso e dá um soco na cara de Sheyla, que acaba sendo cortada com o canivete.

Sheyla sagrando: DESGRAÇADA! EU VOU ACABAR COM VOCÊ!

As duas começam a rolar pelo chão e logo começa uma grande confusão. As demais presidiárias começam a arrumar briga também e os presidiários fazem o mesmo. Sérgio corre para separar Sheyla, que já está um pouco machucada.

Sérgio puxa Sheyla: PARA COM ISSO! CHEGA!

Jacira larga o canivete e foge dali.

Os presos começam a invadir a grade de proteção e passam por cima dos carcereiros, que começam a ser pisoteados. Sérgio e mais uns cinco presos conseguem escapar. Jandira também escapa. Um carcereiro fecha a grade e impede que os demais passam.

Sheyla percebe que ficou sozinha: DESGRAÇADOOOOOOOOOS!

Ela vê Elenão vindo em sua direção, brava e com marra. Sheyla teme.

Do lado de fora…

Os presos começam a fugir. Gelado invade a sala de Simone.

Simone leva um susto: AI QUE SUSTO GELADO! ISSO É JEITO DE ENTRAR?

Gelado nervoso: 5 presos conseguiram fugir. Está maior confusão no pátio. Os presos estão se matando entre si!

Simone se levanta furiosa: DE NOVO ESSA PALHAÇADA?!

Na rua…

Clarice desce do táxi. Sérgio surge do lado de fora da delegacia e olha para a mulher. Os dois se encaram. Os demais presos fogem. Paduan corre para pegar o homem e o segura. Sérgio consegue dá uma cotovelada no rosto de Paduan e dá um chute nele que vai parar longe. Sérgio puxa a arma do policial e mira em Clarice.

Clarice apavorada: Não faz isso! Abaixa essa arma!

Paduan vê ele com a arma apontada para Clarice e pula para pegá-lo, mas isso impulsiona o homem que no momento dispara o tiro certeiro no coração de Clarice.

Clarice cai no chão…

Fim do Penúltimo Capítulo!