Capítulo 48 – Saber Viver
Capítulo 48, Saber Viver
CENA 1. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – CASA DO ENZO/NOITE
Quarto de Rebeca…
O banheiro de Rebeca está cheio de sangue, seguindo as gotas de sangue, encontramos Rebeca, caída no chão com o pulso toda cortada. Ela está desmaiada.
TRÊS DIAS DEPOIS…
CENA 2. RIO DE JANEIRO/ TAQUARA – CASA DA DONA DITA/DIA
Társio toma café na casa da dona Dita.
DITA Você tem certeza que era a Cristina? – ela pergunta, ainda meio zonza com a notícia.
TÁRSIO Tenho certeza absoluta! Era a Cristina sim, ela estava tacando fogo no corpo de duas pessoas. E na maior crueldade, ela assistia tudo!
DITA Eu ainda não consigo acreditar que a Cristina tenha coragem de ter feito isso, e pelo o que você insinuou, ter matado a Telma? Ela fez um escândalo no dia.
TÁRSIO Ela fez um escândalo para tentar disfarçar, era a própria, eu vi tudo!
DITA Se a Cristina matou essas duas pessoas, ela matou a Telma. Ela é uma criminosa e tem que ser presa!
Társio “faz que sim” dando a última golada de café.
CENA 3. RIO DE JANEIRO/ CENTRO DO RIO – DELEGACIA – PÁTIO/DIA
ANDERSON Amanhã é véspera de natal, e eu aqui, preso! Primeiro natal que passo no xilindró.
PRESIDÁRIO Vai se acostumando amigo, pelo o que você aprontou, será assim durante muito tempo.
ANDERSON Eu achei que isso nunca fosse acontecer comigo. Eu já não aguento mais, eu vou armar um plano para fugir daqui.
PRESIDIÁRIO Vai se dar meu amigo, aquele delegado do capeta te acha até no quinto dos infernos. E parece que chegou um novo, um tal de Amaral, esse é pior ainda.
ANDERSON E ele consegue encontrar coisas assim, que são escondidas?
PRESIDÁRIO Uma vez ele achou um homem que fingia estar morto. Esse delegado é do cão.
ANDERSON Esse é bom! – ele sorri.
CENA 4. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – CASA DO ENZO/DIA
Cozinha/Copa
Todos tomam café, inclusive Rebeca que está com o braço enfaixado.
ALICE Amanhã é véspera de natal, estão animados? – ela não obtém resposta. – Pelo jeito não.
ENZO Eu estou indo para a empresa, você vai Alice?
ALICE Não, ficarei em casa descansando e cuidando da Rebeca, aliás o médico pediu que ela tomasse os medicamentos certinhos.
REBECA Não preciso de ninguém para cuidar de mim, muito menos de você, pode ir se quiser.
ALICE Rebeca, isso é modos de falar com a tua mãe?
ALINE Ai gente, não começa. Já não basta o vexame que vocês deram na minha festa. Já se passaram três dias mas eu ainda não esqueci isso!
REBECA Culpa essa daí. – diz, apontando para Alice. – Aliás, ela que acabou com a tua festa Aline.
ENZO Chega vocês! – ele limpa a boca. – E você, Aline vai para a empresa?
ALINE Pai, eu estou em uma gravidez de risco, a médica pediu repouso ABSOLUTO. Só volto a trabalhar depois que eu ganhar meus filhotes.
ENZO Davi, você pelo menos vai?
REBECA É claro que vai! Davi não falta trabalho, não é mesmo, Carol? – ela debocha.
CAROLINA Sim, sim. Meu marido é um trabalhador compromissado! E que por sinal, competente. Está realizando uma mega festa para a empresa, nunca vista antes.
REBECA Tem certeza que é ele? – Enzo não entende e questiona. – Nada pai, em breve você saberá. Tenho certeza que o Davi irá te contar! – ela debocha, se levantando.
DAVI Pai, eu vou sim. – ele se levanta. – Aliás, vamos?!
CENA 5. RIO DE JANEIRO/ TAQUARA – CASA DA CRISTINA/DIA
Cristina acorda e toma um banho. Em seguida ela desce e prepara o café.
CRISTINA Ai, como é bom ter essa casa toda para mim. Aliás, tenho que ir lá visitar o Vítor, tenho que ver como aquele mané está, fazer aquele teatro.
Ela não termina de tomar o café. Ela pega uma bolsa e sai, mas esquece de trancar a porta. Dita e Társio invadem a casa de Cristina.
DITA Társio, aqui não tem nada para procurar. E se ela chega e nos encontra aqui, nos faz de vítima!
TÁRSIO Dita! – ele a chama, mostrando um taco que estava jogando pelo canto da casa. – Está com marca de sangue!
DITA Então foi ela mesmo que matou as duas pessoas. – em seguida encontra a borracha. – Um pedaço de borracha! Ela usou essas duas coisas para matar ambos.
TÁRSIO Eu tenho certeza que você encontrar mais coisas por aqui, vai para o banheiro ver a roupa, talvez a roupa que ela usou ontem esteja com cheiro de fumaça e o principal: com sangue.
Alguns minutos depois…
Ambos chegam perplexos a sala. Társio com uma faca, cheia de sangue, e Dita com uma blusa cheia de sangue.
DITA Então foi ela, Társio! Ela que é a assassina.
TÁRSIO Dita, precisamos levar isso o mais rápido possível para a delegacia. Se foi ela realmente que matou as duas pessoas, ela vai pagar por isso.
DITA Mas como conseguiremos provar que o sangue é de uma das vítimas, ela tacou fogo!
TÁRSIO Isso a polícia resolve com perícia, o importante é denunciar essa víbora, colocar ela na cadeia. Ela matou três pessoas, quem será a próxima vítima?!
CENA 6. RIO DE JANEIRO/ BARRA DA TIJUCA – QUIOSQUE DO MARCÃO/DIA
Edu e Hugo terminam de correr, eles se sentam no quiosque.
MARCÃO Já vou levar o de sempre para você Edu, é mesmo para o rapaz.
EDU Pode ser sim, Marcão. – ele olha para Hugo. – Mas o problema é como eu vou provar que a Rebeca é minha filha.
HUGO Mas se ela está negando, você tem que acreditar. Por qual fato ela esconderia isso?
EDU Porque ela tem ódio. Não sei! O fato é que eu tenho certeza que a Rebeca é minha filha.
HUGO Edu, você já tem um filho com ela o Lukas, para quê outro?
EDU A questão não é querer outro filho, o fato é que ela mentiu, escondeu. E se a Rebeca é minha filha, eu mereço estar perto dela.
HUGO A menina jamais iria te aceitar como pai, ela foi criada pelo Enzo, na maior mordomia.
EDU Pode ser. – Marcão coloca as coisas na mesa e ele agradece. – Mas eu acho que essa história é muito mal contada. – eles ficam em silêncio. – Eu te levo na delegacia, tenho que conversar com o Diego.
HUGO Alguma denúncia? – ele desconfia.
EDU Sim, eu te conto no meio do caminho.
Algumas horas depois…
CENA 7. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – APT. DO GABRIEL/TARDE
Rafaela e Gabriel terminam de almoçar.
RAFAELA Ainda estou meio surpresa com aquela atitude da Valentina, não esperava aquilo.
GABRIEL Achas que foi sinceridade da parte dela ou falsidade?
RAFAELA Eu acho que foi sinceridade dela. Você viu, ela chegou a chorar e tudo. E disse que não podia morrer sem antes receber o meu perdão. Será que ela vai se matar?
GABRIEL Acredito que não. Mas ela sabe que vai ser presa, e por tudo o que fez, capaz de passar o resto da vida na cadeia, até morrer lá.
RAFAELA Espero. Não quero me sentir culpada por ter tirado a vida de uma pessoa.
GABRIEL Ela tirou teus sonhos, e destruiu tua vida. Você só retribuiu!
RAFAELA Assim espero. – ela sorri.
CENA 8. RIO DE JANEIRO/ ILHA DO GOVERNADOR – AEROPORTO GALEÃO/TARDE
Lukas e Madalena estão esperando o embarque.
LUKAS Ai, ir para a casa da Tia Jô foi a melhor coisa que pensamos. Teremos dias de descanso lá.
MADALENA Sim, estávamos precisando desse descanso mesmo. É tanto problema que vem acontecendo.
LUKAS É. Pena que voltaremos logo depois. Vê se não fica assanhada quando ver o Samuel.
MADALENA Tentarei me controlar, juro! – eles riem. – Eu sou filha de Deus, não sou feita de ferro, e o Samuel é um GOSTOSO.
LUKAS Toma jeito! – eles riem e se abraçam.
CENA 9. RIO DE JANEIRO/ CENTRO DO RIO – CENTRO DE REABILITAÇÃO/TARDE
Cristina conversa com Vítor, que já apresenta uma melhora.
VÍTOR Eu fiquei tão mal esses dias. O natal jamais será o mesmo com a Telma longe.
CRISTINA Não pense que está sendo fácil. A Telma sempre organizou tudo, sempre nos ajudou muito. E agora, o que faremos sem ela? – ela força o choro.
VÍTOR O médico disse que eu já estou apto a sair daqui, eles viram alguma irregularidade, mas querem me manter aqui. Cris, você sabe que eu só usei drogas duas vezes, e não mais que isso.
CRISTINA Você contou isso para eles? – ela pergunta, assustada.
VÍTOR Não, no dia que eu conversei com a psicóloga ela disse que isso era loucura minha.
CRISTINA Entendi. Você vai sair dessa meu irmão, você vai sair. E Olívia onde está, gosto tanto dela.
VÍTOR Parece que a Olívia morreu, foi encontrada morta lá perto de casa.
CRISTINA Sério?! Não fiquei sabendo de nada disso. – eles param de conversar. – Vítor, eu preciso ir. Até mais!
Ela sai com nojo de Vítor, se limpando.
CENA 10. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – EMPRESA DAN QUADROS/TARDE
Alessandra e Laís conversam.
ALESSANDRA Animada para a festa da empresa? Já está chegando.
LAÍS Nem um pouco animada. Aliás, nem sei o porquê do Davi querer fazer essa festa.
Davi chega na hora e escuta tudo.
DAVI Porque eu estava afim! Aliás, vocês não passam de duas recepcionistas, ninguém aqui merece ouvir a opinião de vocês.
ALESSANDRA Desculpa, Dr. Davi, é que/ – ele não deixa ela terminar.
DAVI Cala a boca, Alessandra. Tem dias que eu não estou afim de ouvir voz de empregada, principalmente a usa, NOJENTA!
Ambas abaixam a cabeça e Davi vai embora.
LAÍS Aposto que isso é falta de mulher, é verdade. Meu sonho é que uma pessoa assuma isso aqui, tome rixa dele, e o demita. Meu sonho! Não suporto esse idiota.
ALESSANDRA Continua falando, daqui a pouco a demitida aqui é você.
LAÍS Enzo jamais me demitiria, sou da confiança dele de muitos anos. E esse Davi não manda em nada, também não passa de um EMPREGADO!
Elas dão gargalhada e continuam a trabalhar.
Sala de reuniões…
Davi entra na sala e Enzo está vendo as fotos dos candidatos à presidência. Ele guarda as fotos na hora.
DAVI Vendo fotos dos concorrentes, pai?! – ele debocha.
ENZO Sim! Aliás, eu já marquei o dia em que direi quem irá me substituir na empresa. Inclusive quero falar exatamente com você sobre a data da festa.
DAVI O que tem a data da festa pai? Dia 09 de janeiro, não está bom?
ENZO Péssimo, eu quero que essa festa seja adiantada. Eu tenho uns problemas para resolver, e preciso resolvê-los o quanto antes.
DAVI Pai, você não está com problemas com a fiscalização, né? Além do que o tempo em que era vendidos quadros falsos já passou.
ENZO Claro que não, Davi. Os quadros fabricados aqui são intensamente verdadeiros. E por isso vamos adiantar a festa.
DAVI Quanto aos convites? Vamos ter que mandar fazer outros.
ENZO Mande. Faça do mesmo modelo, retoque apenas à data. – ele se levanta. – Continue trabalhando, eu preciso ir, até mais!
CENA 11. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – CASA DO ENZO/TARDE
Alice está sentada no sofá. Odete chega.
ALICE Odete, me faz um favor? Depois preencha a banheira com aquelas espumas. E se possível coloque aquela essência de rosa, quero tomar um banho relaxante hoje.
ODETE Sim senhora. Mas, algum motivo especial?
ALICE Claro que não! Estou muito cansada. – ela vê o corte em sua coxa. – E preciso me livrar das bactérias que ainda se encontra em mim.
ODETE Essa marca ainda não cicatrizou, né?!
ALICE Senta aqui, “Dete” – ela bate no sofá e Odete se senta. – Essa marca é a prova de que um dia eu sofri. Mas parece que eu não aprendi a lição.
ODETE Está se referindo a dona Rebeca? O que você fez com ela na festa?
ALICE Sim! Eu machuquei a minha filha com aquelas minhas atitudes. Eu gosto tanto dos meus filhos, Odete. Eu sempre criei uma rixa com eles, eu quase morri no parte, mas eu amo eles.
ODETE Já pensou em pedir desculpas a dona Rebeca? Ela vai te perdoar, a Rebeca te ama! – ela se levanta. – Dá licença, preciso ir. – ela sai.
ALICE Mesmo com as palavras que ela me disse.
FLASHBACK – 2014 – PETRÓPOLIS
REBECA Xinga, critica, humilha! – ela chora. – Aliás, já estou acostumada com isso. Acostumada desde bebê. Lembra?! LEMBRA DE TODAS ÀS VEZES QUE EU FAZIA CARTÃO DE AMOR, EM DIA DAS MÃES, NATAL. Consegue puxar na lembrança? – ela limpa as lágrimas. – E EU NUNCA, NUNCA, RECEBI UM CARINHO, UM ABRAÇO, UM BEIJO, UM “EU TE AMO”! – ela chora mais ainda. – E VOCÊ VEM FALAR DAS MINHAS ATITUDES? QUERER REVENDICAR O AMOR? POUPE-ME DA SUA HIPOCRESIA, DA SUA FALSIDADE.
ALICE Rebeca fica quieta, não me faça perder a cabeça, cala essa boca!
REBECA Ouvir a verdade às vezes dói, né? Mas você é a culpada de hoje eu ter me tornado essa mulher fraca, nojenta e ignorante. O único sentimento que eu tinha por você, ANTES, HÁ MUITO TEMPO ATRÁS, era amor. HOJE EU TENHO NOJO, NOJO! – ela chora. – Eu cansei de ser humilhada, de todas às vezes que você me largava na escola, me tratava feito um lixo. E nem quando você falou que preferia ter me jogado fora a ter me criado, eu deixei de te amar. MAS EU CAN-SEI, CAN-SEI! Eu aprendi que preciso me amar primeiro. ENTÃO, FORA DAQUI, FORA DAQUI! VÁ BANCA DE FALSA, HIPÓCRITA NO RAIO QUE O PARTA. FORA-A-A-A-A! – ela grita, chorando.
VOLTA A CENA
ALICE Essas palavras me doeram muito mais que esse corte, muito mais. – ela diz, chorando.
O telefone dela apita. Ela abre a mensagem e lê.
Na mensagem diz “Alice! Meu dinheiro está acabando, não vou ficar de bico fechado por muito tempo. Vamos nos encontrar na Cafeteria Americana. Te encontro lá, hoje às 16:30. Abraços!”
ALICE Era só isso que me faltava. Mais um pepino para segurar. – ela diz, limpando as lágrimas.
CENA 12. RIO DE JANEIRO/ CENTRO DO RIO – DELEGACIA /TARDE
Edu entra na sala de Amaral. Na sala estão reunidos, Amaral, Diego e Heitor.
HUGO Amaral, dá licença. – ele mostra Edu. – Esse daqui é meu amigo, Edu. Ele tem uma denúncia a fazer.
AMARAL Entra, Edu. Entra.
HUGO E o vídeo da Carla já chegou. Depois eu trago para vocês verem.
DIEGO Hugo, alguma pista sobre o caso do Marcone, quero resolver esse caso o quanto antes.
HUGO Foi encontrado um relógio, de um homem! Mas vamos averiguar melhor sobre esse relógio.
HEITOR Não tocaram no relógio, né? A digital do dono do relógio é fundamental.
HUGO Não! O dono escondeu direitinho, parece que ele queria que a gente encontrasse. Tenho certeza que ninguém tocou no relógio.
Hugo sai e Edu se senta.
AMARAL Então, meu caro, a denúncia é sobre quem?
EDU Cristina Gouveia! – Amaral gela na hora. – E eu tenho provas contra ela.
Amaral engole seco e gela. Foca em Amaral, assustado.
CENA 13. RIO DE JANEIRO/ CENTRO DO RIO – CENTRO DE REABILITAÇÃO/TARDE
Efésios vai até o quarto de Vítor.
EFÉSIOS Vítor, será que podemos conversar?!
VÍTOR Entra, entra. – ainda meio triste com a conversa de mais cedo.
EFÉSIOS Eu fiquei sabendo do falecimento da sua irmã. Eu sinto muito. – ele abraça Vítor e em seguida se afasta. – Mas eu vim aqui para te dar uma excelente notícia.
VÍTOR Encontram a Olívia? Ela está desaparecida!
EFÉSIOS Infelizmente ainda não. Mas a notícia é outra: você está liberto!
VÍTOR Sério?! – ele se emociona. – Quando a Telma me colocou aqui, ela disse que sairíamos daqui juntos, isso não vai acontecer… – ele abaixa a cabeça.
EFÉSIOS Vítor, sua irmã está em um lugar bem melhor que nós. Tenho certeza! Não adianta se culpar pelo ocorrido, ela está te vigiando, te protegendo e está ao seu lado. – ele dá uma pausa. – E já que estamos falando de irmã. Deixa eu te perguntar: você confia totalmente na Cristina?
VÍTOR Sim! Mas por que a pergunta? – ele desconfia.
EFÉSIOS Vítor, eu preciso conversar com você. E o assunto é sério!
Vítor o encara, assustado.
CENA 14. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – CAFETERIA AMERICANA/TARDE
Alice chega para falar com uma mulher. Está mulher é Sandra.
ALICE O quê que foi dessa vez, Sandra? Será que todo o dinheiro que eu te dei não foi o suficiente? Você quer mais, é isso?!
SANDRA E por que não?! Você me deu pouquíssimo dinheiro. Aliás, eu sou sua amiga, não sou? – ela ironiza.
ALICE Bem que eu desconfiei que toda aquela amizade no passado ia me custar caro no futuro. Quando a esmola é grande o santo desconfia. Eu fui burra em ter caído na sua!
SANDRA Alice, Alice, não renega teu passado. Você sabe que não era só uma filha mimada da mãe, você também era…/ – ela é interrompida por Alice, que tapa a boca de Sandra.
ALICE Cala a boca! Ninguém precisa ficar sabendo disso, nem minha família. Eu te dou o dinheiro que você quer. Fala, fala logo quanto você quer!
CENA 15. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – PARQUE GUANABARA/TARDE
Valentina está no topo do morro que pertence ao Parque Ecológico Guanabara.
VALENTINA É, parece que você destruiu a vida de muita gente. Até a sua ser destruída. – ela tira a peruca e alisa a cabeça, sentindo falta do cabelo, ela cai no choro. – Chegou a hora de sair desse mundo, Valentina.
Ela tira a roupa e fica completamente nu em cima do morro.
VALENTINA Hora de se despedir do mundo! – ela abre os braços. – Foi bom estar com todos vocês! – ela sorri em seguida se joga.
A imagem mostra Valentina, batendo nos galhos das árvores e rolando o morro por meio de espinhos, folhas e troncos.
Foca em Valentina, que cai no meio das árvores morta.
FIM DO 48° CAPÍTULO!