Três Jogadas – Capítulo 44
Três Jogadas.
Capítulo 44
“Coragem é manter a classe sob pressão.”
John Kennedy
Cena 1. Rio de Janeiro – Ipanema / Apt. da Alice / Tarde
Leandro vê a carta: Não acredito que ela foi e ainda teve a cara de pau de deixar um bilhete.
Voz de Start, off: Querido, Leandro. Sei que mal nos conhecemos e fiquei muito feliz pelo presente. Adorei nossa transa e confesso que nunca senti tanto tesão por alguém. Agradeço pelo dia maravilhoso e em especial o presente. Coragem sua me transferir todos os bens seus assinando esse documento ao lado, claro que é a cópia. Não sou tola assim. Esse apartamento não é meu e nem faço ideia de quem seja, sai apressado, antes que o dono chegue. Beijos e que um dia podemos nos encontrar de novo.
O homem fica horrorizado com a carta, furioso ele amassa e coloca de novo na cômoda. Ele pega o documento e vê as cláusulas, que passa os seus bens para o nome de Start.
Leandro desesperado e furioso: Vagabunda! Não acredito que você fez isso comigo. Eu vou acabar com você. – ele larga o documento. – DESGRAÇADAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!
Leandro larga o bilhete e o documento para trás, se arruma apressado e sai do apartamento. O homem pega o elevador furioso e apressado, impaciente.
Na rua…
Start, ao telefone, sorri: Calma! Deu tudo certo. Eu vou procurar a advogada, a mesma da revista e pedir que ela bloqueie os bens do Leandro.
Alice, ao telefone, radiante: Ótimo! Agora sim eu comecei minha vingança e só sossego quando eu vê a Alice na sarjeta. Do jeito que ela me deixou.
Start, ao telefone, ri: Nesse momento o patinho do Leandro deve estar feito um louco atrás de mim e me xingando de tudo quanto é nome.
Alice, ao telefone, ri: Dava tudo pra ser uma mosca agora, só pra ter o prazer de olhar a cara de desespero dele. “Meu Deus! Como é que eu vou contar pra minha mulher que a traí e que a minha amante me roubou?! Oh Meu Deus” – as duas riem. – Eu preciso desligar agora. Essa notícia me deixou feliz, mas tem outra que me deixa preocupada.
Start, ao telefone, preocupada: Aconteceu alguma coisa?
Alice, ao telefone: O idiota do Neto foi preso. Agora eu preciso ajudá-lo a sair dessa que ele se meteu. Mandei a Luíza ir entregar a arma ao idiota. Vamos vê o que ele vai aprontar daqui a pouco.
Start, ao telefone, gargalha: Esse é o homem que você um dia amou.
Alice, ao telefone, ri: Graças a Deus me livrei dessa peste. Só que ele sabe de muita coisa e se eu resolver abandoná-lo, ele conta tudo que sabe. Não vou deixar ele me entregar assim tão fácil. E já estou achando que ele abriu a boca. Chegou uma intimação pra mim! Mas a gente conversa melhor aqui em casa. Tenho até medo de o meu telefone estar grampeado.
Start, ao telefone: Tudo bem. Daqui a pouco chego aí no apartamento. E ah, comprei uma arma maravilhosa. Acho que minha amiguinha será muito útil.
Alice, ao telefone, ri: É mesmo?!
Start, ao telefone: Quem sabe um dia. Mas eu não quero ficar com ela. Vou deixar com você, pra você guardar.
Alice, ao telefone: Em casa a gente conversa. Deixa eu terminar de resolver os problemas. Até.
Start, ao telefone: Até.
Start desliga o telefone e continua caminhando.
Cena 2. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. da Alice / Tarde
Alice desliga o telefone e Luíza entra pela porta. Gisele desce a escada.
Gisele apressada: E então minha filha, como é que foi lá na delegacia?!
Luíza faz careta: Um nojo! Se arrependimento matasse já estaria esticada aqui no chão da sala.
Alice a olha: E por que trouxe as sacolas de volta? Eu pedi que deixasse lá com o Neto. A arma está aí dentro.
Luíza entrega a bolsa: Ele não quis.
Alice furiosa: Como não?! Eu mando a arma para idiota e ele não aceita. Ele quer o quê?! Que eu faça uma visitinha íntima? Era só o que me faltava.
Luíza: Ele pegou a bolsa, deu uma olhada, eu disse o que era claro, em baixo tom e ele se recusou a ficar. Ele pediu mais armas.
Alice com raiva: Mais armas?! Eu vou tirar tanta arma assim de onde? Ou melhor? Ele tem quantos braços? 500? Esse Neto surtou. Só pode.
Luíza: Eu não sei de nada. Estou passando o recado que ele mandou. Já estou livre? Preciso tirar esse cheiro de prisão de mim. Cheiro de derrota.
Alice nervosa: Vai. Mas olha só: eu vou precisar de você para esse favor. Você tem uma dívida comigo!
Luíza sorri falsa e sai.
Gisele a olha: Alice. Posso te pedir uma coisa?
Alice sem paciência: “Deixa minha filha fora dessa. Não machuca minha filha. Não faz isso com minha filha e blá blá blá.” Poupe-se do trabalho de gastar saliva: minha resposta é não! Você não quer que eu perdoe a traição dessa garota mimada? Pois então. Esse é o meu preço do perdão.
Gioconda escuta tudo assustada e sai.
Na cozinha…
Gioconda, ao telefone: Atende Sérgio. Atende!
Sérgio, ao telefone: Vai me importunar até distante, lêmure maldito?
Gioconda, ao telefone: Se for pra me tratar na ignorância eu nem falo do assunto. É de sua importância. Você não quer destruir a Alice? Então.
Sérgio, ao telefone, interessado: Espera! Fala o motivo da ligação.
Gioconda, ao telefone, olhando para trás toda hora: Eu descobri uma bomba aqui, agorinha pouco. Eu preciso me encontrar com você. Onde é tua casa?!
Sérgio, ao telefone, sem graça: No momento na praia. Achei um sobrado caindo aos pedaços e é onde eu vou ficar por um tempo. Nem trabalho eu tempo.
Gioconda, ao telefone: Qual praia?! Eu arrumo um jeito de sair daqui e vou até você. O assunto é sério!
No quarto de Luigi…
Luigi termina de trocar de roupa.
Luíza bate na porta: Posso entrar?!
Luigi passando perfume: Entra. – Luíza entra. – Aconteceu alguma coisa?
Luíza sorri: Fico feliz que você já esteja melhor sobre o que aconteceu. É um bom progresso.
Luigi senta-se na cama: Ficar feliz é um pouco diferente de superar e se conformar. Ainda me dói muito. Não tive tempo de aproveitar minha mãe biológica. Eu estou destruído por dentro e por fora tento ser forte. Só que as piores dores são das feridas internas.
Luíza senta-se na cama: Você vai ficar bem. Eu vou te ajudar a colocar a Alice na cadeia. Conta comigo. Você vai sair?
Luigi: Não! É que a Júlia ficou de vir aqui em casa e eu resolvi pelo menos ficar apresentável. Não quero parecer um morto-vivo. Eu te procurei no teu quarto, mas você não estava. Saiu?
Luíza: É sobre isso que eu vim falar com você. – ela se levanta, abre a porta e confere que não tem ninguém. – A Alice me pediu para eu fazer um favor pra ela. Um tal de Neto, amigo dela, foi preso e ela mandou eu levar uma arma pra ele conseguir fugir.
Luigi perplexo: E você fez isso? Eu não acredito!
Luíza desconfiada: Fiz! Ela me ameaçou. Só que ele não aceitou a arma e é a chance de a gente entrar em ação. Ele não aceitou UMA arma, pediu várias e a Alice vai atender ao pedido. E quem vai ter que ir fazer o serviço sujo de novo? Eu! Por isso eu quero tua ajuda.
Luigi sem entender: Como é que eu vou te ajudar nisso?
Luíza senta-se de novo: Simples. Enquanto eu estiver entregando as armas, você avisa à delegada. – O telefone de Luigi apita, com a chegada de uma mensagem. – É a Júlia?
Luigi guarda o celular: É sim. Ela desmarcou a visita para amanhã. Mas depois eu resolvo isso. Continua falando sobre.
Luíza: A ideia é essa. Eu vou entregar as armas e você entrega o esquema. Mas claro, deixando bem claro que eu não tenho nada a ver com tudo isso e que te ajudei denunciando. Só contar que eu fui ameaçada.
Luigi sorri: Essa é a nossa chance de colocar essa desgraçada atrás das grades. Antes que eu acabe com a vida dela.
Os dois se encaram, suspeitos. Clima pesado.
Cena 3. Rio de Janeiro – Leme / Apt. da Clarice / Tarde
Clarice, Kiara e Júlia estão na sala. Paloma desce a escadaria da casa ao lado de Jordan. Logo atrás vem Igor, carregando a mala da jovem.
Kiara se levanta: Minha filha, você ainda pode desistir dessa ideia maluca de sair de casa. Aqui é o seu lugar. Fica por favor.
Paloma: Eu já tomei minha decisão e eu vou morar com o meu pai e outra coisa: enfia de uma vez por todas nessa sua cabeça que eu não sou tua filha. Sou tua sobrinha e isso com muito desgosto.
Clarice a olha: Paloma… A Kiara está certa. Esse aqui é o teu lugar. Não vai embora.
Paloma ri: Engraçado você me chamando de Paloma e a Kiara me chamando de filha. Inverteram as coisas, né? – ela fica séria. – Eu estou farta desse ninho de cobras que vocês duas criaram. Eu preciso esfriar um pouco a mente, até digerir tudo isso que aconteceu.
Júlia sorri: Eu vou sentir sua falta. Mas prometo que vou te visitar sempre.
As duas se abraçam.
Paloma olha para Clarice: O dia que você estiver disposta a conversar, me procura. Eu vou morar aqui perto.
Clarice série: Você é irredutível, não gosta de conversas.
Paloma: Agora eu sei que você conhece sua filha muito bem. – ela sorri irônica. – Mamãe!
Igor se aproxima da garota: Eu vou sentir sua falta. Mas eu prometo que nunca vou deixar de ir te visitar. Vou ficar sempre do seu lado.
Igor dá um beijo na garota no canto da boca.
Jordan pega a mala de Paloma: Vamos, Paloma. Já está escurecendo.
Paloma sorri: Tchau pra vocês! Mande um beijo para o tio Leandro. Tchau, Júlia.
Igor leva Paloma até a porta.
Kiara senta no sofá: Que inferno de vida! Será que um dia a Paloma vai me perdoar por tudo isso?
Clarice: Ela está de cabeça quente. Só isso. É normal também ter que digerir tanta coisa nova e tudo de uma vez só.
As duas se entreolham e sorriem.
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Cena 5. Rio de Janeiro – Ipanema / Rua / Tarde
Leandro sai do apartamento furioso e começa a procurar Start. A garota está um pouco distante dali. Ele corre apressado, passando pelas ruas, nervoso, com olhar fulminante.
Perto dali…
Dentro do carro de Jordan.
Paloma sorri: Que loucura isso tudo. Parece que foi ontem que eu estava vivendo os melhores dias da minha vida dentro daquela casa.
Jordan a olha: Não é hora de falar disso. Esquece isso tudo e foca na vida nova.
Paloma ri: Vou tentar. – ela olha ao redor. – Não conheço esse lugar. Você disse que morava no Leme. Pra onde está indo?
Jordan dirigindo: Um restaurante maravilhoso que tem aqui em Ipanema. Calma que você já vai descobrir.
Nas ruas de Ipanema…
Leandro furioso: Eu vou te achar desgraçada. Muito longe você não deve ter ido.
Ele entra numa rua e vê Start no ponto do táxi. O homem acelera os passos e cada vez mais buscando ar, bufando de ódio.
No ponto de táxi…
Start abre a bolsa e guarda o documento: Esses táxis cada vez mais demorados. Ainda bem que está calor. Não sou manteiga pra derreter nesse calor.
A mulher olha pra trás e vê Leandro vindo, apressado. O táxi aparece. Ela dá sinal e o motorista passa direto.
Start furiosa: Desgraçado.
Ela sai do local e aperta os passos. Start percebe que Leandro está cada vez mais perto e corre, ela olha para trás e vê o homem correndo também.
Leandro furioso: EU VOU TE PEGAR MALDITA. VOU FAZER VOCÊ SE ARREPENDER DE TER ME ROUBADO.
Start correndo: NÃO TENHO CULPA SE VOCÊ DEITOU COM A PRIMEIRA QUE VIU.
A mulher corre e passa por um cruzamento. Um ônibus passa e ela consegue se esconder atrás de uma árvore. Leandro percebe que perdeu a mulher e para, tentando respirar. Start percebe que vem um carro de longe e sai de trás da árvore. Leandro a olha e ela sorri, o chamando. O homem corre.
Dentro do carro de Jordan…
Paloma olha para trás: É a mala que está batendo no vidro. Melhor eu tirá-la dali antes que o quebre.
Jordan vira para trás: Deixa que eu te ajudo.
No instante, Paloma olha para frente e vê um homem atravessando.
Paloma desesperada: CUIDADO!
Jordan larga a mala e olha para frente. O homem se desespera e freia bruscamente, mesmo assim Leandro é atingindo na lateral. Start se esconde novamente.
Jordan desce do carro: Oh meu Senhor. Você saiu entrando na frente do carro. Isso aqui tem sinal! – Leandro ergue a cabeça. – Leandro! – ele diz surpreso.
Leandro com dor: Me tira daqui, Jordan! Eu fui roubado por uma vagabunda. Me ajuda.
Jordan ajuda Leandro a levantar e o coloca dentro do carro.
Dentro do carro…
Leandro surpreso: Paloma?!
Paloma ri: Não precisa ficar surpreso, tio. Eu vou morar com o Jordan por um tempo. Eu que estou surpresa em te ver por aqui. Sumiu o dia todo.
Jordan olha pelo retrovisor: Vou te levar pra casa. Talvez a Clarice consiga colocar um gelo ou algum remédio nos machucados. Se é que tem.
Leandro apavorado: Não! Jordan eu sei que estamos afastados, brigamos, mas em nome da nossa velha amizade: deixa-me dormir na tua casa hoje? Eu não posso voltar pra casa!
Paloma e Jordan se entreolham, sem entender.
Mais tarde…
Cena 6. Rio de Janeiro – Praia / Noite
Gioconda chega à praia. Sérgio está sentado no banco da praia.
Gioconda apressada: Consegui arrumar um tempo pra vir falar com você. Demorei, mas cheguei.
Sérgio a olha: Já estava entrando num casulo com sua demora. Tínhamos combinado mais cedo.
Gioconda se senta: Até parece que a vaca da Alice me liberaria cedo. Tive que ficar de escrava fazendo comida pra a Luíza levar para o Neto.
Sérgio se levanta: Vamos ali pra areia. Tem muita gente aqui atrás e não é bom que ninguém escute nossa conversa.
Os dois saem.
Na areia…
Sérgio se senta: Conta então o que de tão grave você tem pra me contar.
Gioconda senta em seguida: A Luíza está ajudando a Alice no plano dela para tirar um tal de Neto da delegacia.
Sérgio abismado: Neto! Esse nome não me estranho vindo da Alice.
Voz da Alice, em off: Neto! – começa ecoar. – Ele é meu marido! E é com ele que estou. Ninguém mandou você se encantar por mim e eu só lamento. – ela sorri maleficamente. – BURRO FOI VOCÊ DE TER ME AJUDADO! EU NÃO VOU FAZER ISSO QUE VOCÊ ESTÁ ME PEDINDO.
Sérgio se levanta perplexo: Eu sabia! Esse era o nome do marido da Alice. O homem com quem ela se juntou para matar o Enrico em busca da herança dele. Então quer dizer que o homem está no Rio e pior: foi preso?
Gioconda: Foi preso e parece que está cobrando da Alice uma ajuda para sair da cadeia. E ela parece que vai ajudar.
Sérgio a olha: Obviamente que sim. Você acha que Alice deixaria um cúmplice na mão? Claro que ela tem que ajudar ele ou ele acaba com ela. Sabe demais. Mas me conta como é que eles vão conseguir fazer isso.
Gioconda: Pelo o que eu entendi, a Luíza está no meio disso tudo, mas está forçada. A garota vai levar armas dentro dos potes de comida que eu fiz. O Neto vai distribuir na penitenciária e vai fazer uma rebelião, para conseguir fugir de lá. O circo está fechando e a Alice está tirando para todos os lados. Eu tenho até medo desses nossos encontros. Cuidado! Pra ela te eliminar pouco custa e você está em primeiro na lista negra dela.
Sérgio com medo: Ela te disse alguma coisa?
O telefone de Gioconda toca.
Gioconda, pega o telefone: Obviamente que não. Mas quem foi à última pessoa que discutiu e sabe do passado inteiro dela? Você! Vou atender ao telefone, dá licença.
Gioconda se afasta.
Sérgio, maldoso: Eu não deixar você me matar, Alice. – ele sorri. – Antes chora a tua mãe primeiro do que a minha. – ele olha para o mar. – Eu ainda vou te surpreender, Alice. Ah vou.
Bem próximo dali…
Gioconda, ao telefone: Tudo bem. Eu compro sim. – tempo. – Até. Beijos, tchau.
Gioconda olha para trás e não vê mais Sérgio.
Gioconda correndo: SÉRGIO! SÉRGIO! CADÊ VOCÊ?! – ela olha ao redor. – Onde é que esse homem se meteu?!
Gioconda olha para o chão e vê a roupa que Sérgio usava. A mulher se desespera. Ela olha para o mar, que está bravio e bem agitado. Tensão.
No dia seguinte…
Cena 7. Rio de Janeiro – Leme / Apt. do Jordan / Dia
Jordan e Paloma tomam café. Leandro chega.
Leandro sonolento e confuso: Bom dia!
Jordan sem o olhar: Bom dia! – ele o olha. – Pode sentar à mesa. Não vamos te morder.
Leandro: Eu não quero abusar. Eu vou tomar café em casa. Acho que já posso voltar.
Jordan o encara: Leandro eu te ajudei de uma “vagabunda” como você disse. Te trouxe pra casa. Te deixei dormir aqui e eu me sinto no direito de querer saber o que foi que aconteceu. Ou melhor: o que está acontecendo?
Leandro senta à mesa: Eu fui enganado por uma mulher. Você vai me achar um canalha, eu sei, mas eu traí a Clarice. Eu juro que eu não queria, mas aconteceu.
Paloma cospe o suco: Tio! Ainda que eu esteja brigada com a Clarice, eu sei que nenhuma mulher merece isso.
Leandro confuso: Eu sei disso. Eu não queria. Mas acabou acontecendo. Eu caí aos encantos de uma loira, sedutora, bonita e fui roubado. A desgraçada fez um documento, não sei de que maneira, para roubar todos os meus bens. Eu perdi tudo. Tudo! É só o tempo de ela bloquear meus bens até tudo ser transferido.
Jordan perplexo: Eu não sou advogado, nem nada, não entendo disso. Mas isso existe? E outra: que validação é essa? Você tem que assinar o documento.
Leandro: Eu assinei! Mas ela me deu algum calmante, um boa noite cinderela, sei lá o que foi. Eu lembro vagamente do que aconteceu e dela me xingando e me fazendo assinar. E eu não sei com que cara eu vou chegar agora para Clarice e dizer: amor eu te traí e ainda de quebra perdi todo o nosso dinheiro.
Paloma perplexa: Você sabe que a tia Clarice é capaz de surtar, né? Mas até onde eu sei esse documento só é válido se tiver registrado em cartório e se a pessoa, para quem for se transferir os bens, entrar na justiça e conseguir.
Leandro a olha: Não foi um testamento. Pelo menos eu acho. Mesmo que fosse, ele só iria valer quando eu morresse. E teria que ser feito por um advogado meu.
Paloma: Então esse documento só vai valer se ela entrar na justiça. Pra isso, ela vai ter que procurar uma advogada. E claro, estar viva até lá.
Leandro abaixa a cabeça: Meu Deus o que é que eu vou fazer da minha vida agora.
Clima tenso.
Cena 8. Rio de Janeiro – Leme / Apt. da Clarice / Dia
Clarice toma café, ao lado de Kiara.
Clarice quieta: Estou preocupada. Leandro está sumido desde ontem. Será que aconteceu alguma coisa? Não dormiu em casa e ele nunca foi disso.
Kiara ri: Cuidado que ele pode aderir o: chifre trocado não dói.
Clarice furiosa: Cala a boca! Você não sabe nem o que diz. Não dá nem pra conversar com você que você já vem bancando a brincalhona. Pode ter acontecido alguma coisa séria com ele.
Kiara: O que, por exemplo?
Clarice a olha: Ter morrido, sofrido algum acidente. Não sei! Nessas horas a gente pensa em tanta coisa ruim e não vem uma coisa boa em nossa mente.
Kiara pensativa: Depende do ponto de vista. Talvez que ela tenha feito ontem foi ruim pra ti e bom pra ele.
Clarice taca um pão em Kiara: Para, Kiara! Diferente de você, o Leandro não sai pegando qualquer uma que vê na rua.
Kiara: Credo. Não pode nem mais brincar com a pessoa que ela já vem com sete pedras na mão pra atirar.
Clarice sem paciência: Não é sete, é cinco! Burra! Ai Kiara, se não for pra atrapalhar, não ajuda.
Kiara ri: Depois eu que sou a burra, né? O correto é: se não for pra ajudar, não atrapalha.
Clarice se levanta nervosa: Eu estou nervosa. Estou histérica. Com medo de ter acontecido alguma coisa séria.
Júlia chega apressada.
Júlia olha o clima estranho: Vocês já brigaram?
Kiara se levanta: Sua mãe que está aqui toda louca por que teu pai dormiu fora de casa. Está desaparecido.
Júlia estranha: Que estranho. Papai nunca foi de fazer isso. – ela pega um pouco de suco e um pão, mas não senta.
Clarice olha para Kiara: Eu disse. Leandro é um homem de confiança. Será que aconteceu alguma coisa, Júlia? É melhor a gente ligar pro hospital, pra delegacia, pro CTI, pro UTI, para aquele lugar que libera cadáver, qual nome mesmo?
Kiara pega sua bolsa: IML. Aproveita e liga para o cemitério. Outra família pode ter enterrado ele.
Kiara sai rindo.
Clarice furiosa: IDIOTA!
Kiara da sala: Também te amo irmãzinha. Vou dá uma saída rápida para encontrar com uma pessoa. Daqui a pouco estou de volta. Fica bem e supera. Depois cê arruma outro.
Júlia bebe o suco rápido: Você ainda dá ideia pro que a titia fala mãe? Só a senhora, mesmo.
Clarice estranha: Está apressada e toda arrumada assim por quê?
Júlia coloca o copo na mesa: Vou me encontrar com o Luigi. Beijos e não precisa reclamar. Eu não vou desistir de ir na casa dele.
Júlia sai sem dá ideia.
Clarice perplexa: Na casa dele?! Naquele ninho de cobra?! JÚLIA ESPERA!
Clarice tenta ir atrás, mas Júlia sai sem dá ideia.
Cena 9. Rio de Janeiro – Catete / Apt. da Adriana / Dia
Adriana chega em casa com Stacy. A mulher ajuda a colocar a jovem no sofá e coloca sua bolsa na instante. Ela fecha a porta e senta na poltrona.
Adriana sorri: Eu vou preparar daqui a pouco a sopa pra você tomar. O médico pediu pra você comer comida leve.
Stacy cabisbaixa: Eu queria te pedir perdão pelo o que eu disse. – ela ergue a cabeça. – Eu fiquei muito magoado com a descoberta e acabei te dizendo coisas horríveis.
Adriana sorrindo: Eu te entendo. Foi duro ouvir, mas não é nada menos do que eu esperava. E com razão. Eu não te tiro esse direito de se sentir traída, enganada. Eu que tenho que te pedir perdão.
Stacy sorri: Não precisa. Você sempre tentou me ajudar da melhor maneira possível. Só quero que você me responda por que mentiu? Por que você não foi sincera e me contou toda a verdade? Eu acho que teria sido menos doloroso para as duas.
Adriana se levanta: No fundo eu sentia que você não era a minha filha. Mas eu tive medo. Medo de estar enganada e de acabar te perdendo mais uma vez.
Stacy ri: Você está mentindo mais uma vez. Para de mentir pra mim, por favor. Eu quero manter uma relação de mãe e filha, mas essas suas mentiras só me afasta cada vez mais de você e impede qualquer tipo de conversa, relacionamento entre nós. Será que o perdão vai ter que sempre a ponte para nos religar quando estivermos brigadas?
Adriana sorri: Você já me conhece, né?
Stacy sorri: O suficiente.
Adriana: Eu já sabia que você não era minha filha. Mas eu vi todo o seu cuidado, carinho e desespero pela minha mãe, que te criou achando que era tua avó e eu me comovi com aquilo. Achei que você tivesse o direito de ter alguém que te amparasse. No fundo eu sabia e foi tão doloroso aquele reencontro. Eu te abraçava, mas no fundo sabia que toda essa mentira um dia te causaria dor.
Stacy confusa: Aquela história do Durval também era mentira? De que ele te agredia? Que você o conheceu no exterior?
Adriana: Não. Mas a história da Jaqueline não passa muito longe disso.
Stacy sorri: Então aquela mulher mesmo é a minha mãe biológica? Que confusão! Mas se essa história não é mentira, quer dizer que você tem outra filha. Estou certa?
Adriana: Eu tive outra filha depois quando voltei para o exterior sozinha. E foi com esse homem, o Durval. A mesma história que eu te contei, eu contei pra minha mãe a primeira vez que te deixei com ela. É uma história bem confusa e um dia eu te conto cada detalhe e você vai entender. Eu tive outra filha e eu tenho desconfiança de quem seja.
FLASHBACK
Amanda dá as costas. Stacy se enfurece e puxa Amanda pela blusa. No instante, a blusa rasga um pedaço. Stacy percebe uma mancha de nascença em Amanda.
Amanda irritada: Olha o que você fez com a minha blusa! Você é doente garota. Vai se tratar.
Amanda sai apressada e Stacy continua ali, atormentada.
FIM
FLASHBACK
Adriana desesperada: FERNANDA O QUE FOI ISSO?!
Fernanda tremendo: A voz! A voz! Ela me chamou de assassina. A voz!
Adriana vê o corte e tira sua blusa para ajudar Fernanda. Stacy vê uma mancha em Adriana, no mesmo lugar de Amanda.
Stacy perplexa: Não pode ser!
FIM DO FLASHBACK
Stacy fica abismada com toda história. As duas se encaram.
Cena 10. Rio de Janeiro – Delegacia / Dia
William, Barros e Simone trabalham.
William se levanta: Eu agora vou me retirar. Tenho uma tarefa para resolver no banco e logo assim eu retorno.
Simone ri: Banco ou vai se encontrar com uma vagabunda qualquer?
William sorri: Minha namorada perguntava a mesma coisa quando eu ia me encontrar com você.
Simone furiosa: Você me chamou de vagabunda?!
William ri: Isso é você quem está dizendo. – ele manda beijos. – Te adoro!
William sai.
Barros ri: Eu não sei como é que eu acho graça de vocês dois ainda. Juro! Se você não tivesse terminado com ele, eu diria que essa relação de rato e gato ia terminar em casamento.
Simone bate na madeira: Nem brinca com uma coisa dessas. Desse aí eu não quero mais nada a não ser trabalho.
Gelado entra: Doutora. A Alice está aqui na porta.
Simone olha para Barros e sorri, ela desvia o olhar para Gelado: Manda entrar.
Alice entra. Simone sorri.
Alice senta-se: Não precisa dar as boas vindas e nem dizer para eu sentar. Já vim tanto aqui que já me sinto de casa.
Simone ri: Quem sabe você tenha que voltar pra cá. Como dizem: bom filho a casa torna.
Alice sorri: Isso foi uma ameaça, doutora?
Simone: Um aviso. – ela procura o gravador. – Eu tenho uma coisa para te mostrar. Vê se você reconhece.
A delegada pega o gravador e aperta o play.
Diálogo de Alice e Sérgio, em off:
Sérgio se aproxima: Por que não?! Não está disposta a matar a Célia agora?!
Alice sorri: Eu estou disposta a qualquer momento, querido. E que isso sirva de aviso! Sai da minha frente.
Sérgio pega suas malas: Você ainda vai pagar caro pelo assassinato da Célia. Uma hora a justiça chega. E não só pela morte dela. Tem a morte do Enrico também.
Alice estranha: Eu não sei do que você está falando. Agora sai. Anda.
Sérgio venenoso: Ah não sabe? Eu posso te refrescar a memória de quando você matou o Enrico. Matou, adulterou a placa do carro e ainda colocou a culpa para cima da Clarice. Isso é só mais um dos seus podres. Sem contar a morte do Ferraz.
Alice nervosa: Eu não sei aonde você quer chegar jogando isso na minha cara. Da mesma forma que eu matei o Enrico, o Ferraz e a Célia, eu acabo com você. Não se mete no meu caminho. Ou eu te reduzo a pó!
Sérgio sorri: Eu vou ter total cuidado. Fica em paz.
Fim do áudio
Alice não entende: Desgraçado. Eu vou acabar com ele.
Simone guarda o gravador: Quem vai acabar com quem aqui sou eu. Eu tenho uma arma, sei atirar e não preciso da ordem de ninguém para fazer isso.
Alice: Você está me ameaçando de novo? O segundo da noite! – ela se levanta furiosa. – Mais um do dia. O próximo eu saio dessa sala e te denuncio pro maior dessa delegacia.
Simone furiosa dá um soco na mesa: CONFESSA QUE FOI VOCÊ QUE MATOU O FERRAZ, A CÉLIA E O ENRICO E AINDA TENTOU ME MATAR POR DUAS VEZES SEGUIDAS! – as duas se encaram furiosas. – CONFESSA!
Fim do Capítulo 43!
Leandro acabou se lascando legaaaaaal, quero só ver como ele vai contar para Clarice o que aconteceu. E o pior é que ele ficou bem perto de pegar a safada da Start, mas foi capaz de deixá-la escapar.
Luigi e Luíza formam uma dupla imbatível e bonita de se ver. Quero que o plano deles dê mega certo.
Pelo visto a Paloma está imbatível, já foi de maia e cuia para a casa do Jordan. Tomara que ela se arrependa logo, senão serei obrigado a dar três tapas na cara dela.
Stacy não está mais acreditando em nada que Adriana diz kkk agora a menina só que a verdade… também né, depois de várias mentiras que lhe contaram kkk até eu teria essa reação.
Clarice toda preocupadinha com o Leandro… mal sabe que ele estava traindo ela 🙂
Gioconda e Sérgio juntos para acabar com Alice, tô gostando!! Mas será que o mordomo morreu? 😯
Alice está ferradérrima nas mão de Simone, ou ela fala agora ou ela fala agora kkkk
Leandro perdeu mesmo tudo, imagine quando a Clarice tomar conhecimento disso? So quero ver…
Paloma foi mesmo morar com o pai Jordan? Veremos no que isso tudo vai dar. E depois do acidente Stacy e Adriana ainda estão unidas que as verdades as unem ainda mais, ou não, será? Amada entrando entre as duas…
Alice aparecendo na delegacia e a delegada colocando os pratos a mesa, agora a vilã mor da web ja sabe que seu ex-mordomo a traiu, será que esse é o fim dela, ou o dele? No aguardo desde já….