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Três Jogadas

Três Jogadas – Capítulo 35

Três Jogadas.

Capítulo 35

“O mal que fazemos não suscita tanto a perseguição e o ódio como as nossas boas qualidades.”

François La Rochefoucauld

Cena 1. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. Da Alice / Noite

Luigi chega em casa. Um silêncio tremendo.

Luigi sorri: Meu Deus, não acredito. Estamos em paz. Gisele! Luíza!

No porão…

Luíza desperta ao ouvir seu nome: É o Luigi! Preciso de ajuda! – ela começa a bater na porta. – LUIGI! LUIGI!

Na sala…

Luigi sem paciência: Era só o que me faltava. Achei que teria paz. Quem é que me grita. – os gritos continuam. – Vem da cozinha. E está meio abafado.

O jovem corre.

Na cozinha…

Luíza gritando: LUIGI ME AJUDA! ME TIRA DAQUI!

Luigi sem entender: Luíza?! Como é que você foi parar aí?

Luíza desesperada: É UMA LONGA HISTÓRIA. O SÉRGIO LEVOU A CHAVE. ARROMBA ESSA PORTA, MAS ME AJUDA, ME TIRA DAQUI!

Luigi se afasta da porta: SE AFASTA DA PORTA!

Dentro do porão…

Luíza se afasta.

Na cozinha…

Luigi corre e dá um chute na porta. Que cai. Luíza sai desesperada do porão.

Luíza trêmula: Meu Deus que pesadelo!

Luigi segura a menina: Calma. Se acalma e fala como você foi parar ali.

Luíza nervosa: Sua mãe! Ela mandou o mordomo me prender aqui. Sua mãe não. A Alice! A desgraçada da Alice.

Luigi sem entender: Mas por que ela fez isso? Com qual intuito?

Luíza: Eu descobri tudo da Alice, Luigi. Ela mentiu e te enganou ainda mais. O seu pai estava vivo. E ela terminou o matou, só que dessa vez com conclusão. E sua mãe biológica. Ela está viva! Eu ouvi sua mãe contando tudo para um cara e não para por aí.

Luigi boquiaberto: E tem mais?!

Luíza se solta: A sua mãe encomendou a morte da delegada.

Luigi perplexo: Quê?!

Cena 2. Rio de Janeiro – Leme / Apt. Da Clarice / Noite

Kiara está sentada sozinha na sala. A campainha toca.

Kiara se levanta: Quem será essa hora?! Só falta o Leandro ter perdido a chave de casa.

A mulher abre a porta. É Gisele!

Gisele sorrindo: Que bom que você abriu a porta. – ela sai entrando. – Só assim poupa meu tempo de ter que ficar olhando pra sua cara.

Kiara fecha a porta: Que liberdade você tem pra sair entrando assim na minha casa?

Gisele a olha: Como não sou de rodeios eu vou chegar logo ao ponto que eu quero. Evitar conversas. – ela coloca a bolsa no sofá e parte para cima de Kiara. Gisele dá um tapa em Kiara. – Assassina! Eu vou fazer você se arrepender de ter matado meu filho!

Kiara se ergue do tapa: Eu não estou acreditando que você fez isso. Qual seu problema?!

Gisele furiosa: Meu problema é você! Que destruiu a vida do meu filho. Você pensa que eu não sei?! Que você se envolveu com ele!

Kiara: Você tá é muito louca. Sai da minha casa agora ou eu chamo a polícia. Já chega à minha casa, me agredindo e me acusando! Você tem provas de nada disso.

Gisele sorri: Você que pensa! Tenho duas cartas que te comprometem. Uma carta de amor que você enviou pra ele! E a outra que ele te enviou, antes de se matar.

Kiara ri: Teu filho era louco! Se você não o conhecia muito bem para saber disso, não me culpe. Eu nunca sujei minhas mãos o matando. Ele se matou porque quis!

Gisele nervosa: Você lava essa tua boca suja para falar do meu filho! Era um anjo, até te conhecer. Você foi o mal que desgraçou a vida do meu filho. Você arruinou a vida dele e o tirou todos os sonhos. Só que isso não vai ficar assim! NÃO VAI!

Kiara debochada: Aé?! E você vai fazer o quê?! A carta de suicídio que ele deixou só é a prova de quão louco ele era. Eu não tenho culpa se ele caiu nos meus encantos. Eu não obriguei ninguém a se apaixonar por mim.

Gisele lhe estapeando: SUA DESGRAÇADA! VOCÊ AINDA TEM CORAGEM DE ME FALAR ISSO!

Kiara a joga longe: Desencosta de mim! Você está dentro da minha casa e ainda quer me agredir? Ou você sai ou eu chamo a polícia. Falo que uma louca invadiu meu apartamento. Você sai daqui algemada.

Gisele se levanta: Vai ter volta. Eu vou vingar a morte do meu filho e você vai pagar caro por isso. Eu ainda vou te ver na sarjeta. Você vai morrer engasgada com o próprio veneno!

Kiara sorri: Eu vou pagar pra ver. Duvido que você seja mais esperta do que eu.

As duas se encaram.

Cena 3. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. Da Alice / Noite

Luíza: Você precisa acreditar em mim! Eu ouvi toda a conversa. Essa mulher é uma assassina, Luigi. Ela mentiu pra você falando que teu pai biológico estava morto. Mentira! Ela matou e pelo o que entendi não tem muito tempo.

Luigi horrorizado: Quando eu penso que essa história não pode piorar. Eu nunca vi uma pessoa tão suja quanto a Alice. Como ela foi capaz de fazer isso?! Eu tenho o direito de saber onde minha mãe está! E tinha o direito de conhecer meu pai.

Luíza pega água na geladeira: Ela não vai querer falar e você sabe disso. Capaz de ela fazer a mesma coisa que fez comigo. Jogar-te para escanteio e te trancar dentro de algum lugar.

Luigi perplexo: Eu não vou deixar. Só que eu preciso encontrar uma maneira de atacar sem que ela revide. Ela é esperta e parece que sente quando o perigo se aproxima. Por falar nisso, cadê o monstro?

Luíza coloca o copo na pia: Não faço ideia. Estava trancada aqui dentro e não vi nada. Se não fosse você estaria aqui até agora. E pelo visto minha mãe saiu e até agora não voltou. Mas foca no assunto. Você precisa dá um jeito de conhecer sua mãe.

Luigi o olha: Agora eu tenho que pensar como. Eu não vou contar para ela, pois sei que ela vai fazer de tudo para impossibilitar esse encontro. Vou agir calado. Aí quero ver essa esperteza toda dela falar mais alto.

Luíza pensativa: Mas eu sei quem pode te ajudar. Dizem que dinheiro compra tudo: até as pessoas. Pois então. – ela sorri e estica as mãos, para cumprimentar Luigi. – Eu não vou deixar essa mulher acaba com a pouca dignidade que ainda resta na minha mãe. Fui criada cercada de ódio. Chegou a hora de combatê-lo. Unidos?!

Luigi cumprimenta Luíza: Unidos! Agora me conte a pessoa que você vai comprar.

Luíza: Logo você saberá. E vai ser mais fácil do que eu imaginava.

Cena 4. Rio de Janeiro – Leme / Apt. do Stênio Apt do Gustavo / Noite

Sheyla taca um vaso na televisão: EU VOU ACABAR COM SUA VIDA!

Gustavo rindo: Isso! Quebra! Eu não vou nem levar em consideração. VOCÊ É LOUCA! SURTADA!

Sheyla para: VOCÊ AINDA NÃO VIU LOUCA E AGORA VOCÊ VAI CONHECER A LOUCA! EU VOU TE MOSTRAR O QUE É O INFERNO!

Gustavo a segura pelos cabelos: Quem vai te mostrar o inferno sou eu! Fora daqui imediatamente. VOCÊ NÃO MORA MAIS NESSA CASA!

Sheyla o chuta: VOCÊ ME SOLTA! Eu vou acabar com você. Vou destruir sua vida. Você não imagina o inferno que se aproxima.

Gustavo o encara: Você não é mulher suficiente para isso! Você só tira essas garras para tentar engrandecer. Mas você é fraca!

Sheyla debochada: FRACA E MATEI TEU IRMÃO! O PRÓXIMO SERÁ VOCÊ!

Gustavo dá um tapa na mulher: VAGABUNDA! – Sheyla vai parar longe. – Eu vou te entregar para a polícia. Vou unir provas contra você e fazer você pagar pelos seus crimes. Você não sabe ser inteligente?! Eu também sei!

Sheyla furiosa: Eu vou fazer você se arrepender desse tapa. – ela se levanta – Essa história não acabou por aqui! Eu vou retirar minhas coisas. Mas com uma certeza: eu volto!

Gustavo correndo a puxa: Eu falei que você ia sair daqui sem nada!

O garoto entra no quarto de Sheyla.

Gustavo abre o guarda roupa: VOCÊ NÃO QUER SUAS ROUPAS?! VOCÊ VAI TER!

Ele começa a jogar as roupas da mulher pela janela.

Sheyla desesperada: PARA! PARA! SEU DESGRAÇADO! MALDITO!

A megera começa estapear Gustavo, que lhe segura pelos braços.

Gustavo sacudindo a mulher: EU NÃO VOU FALAR DE NOVO! SAI DESSA CASA! A-G-O-R-A!

Os dois se encaram furiosos. Sheyla com sangue nos olhos e Gustavo com sede de vingança.

Hotel Meia-Vida…

Sheyla completamente humilhada aparece na frente do hotel. Esse por sua vez é velho e com aparência bem destruída.

Diná: Isso aqui não é ponto de vadia não. Acho melhor sair daqui!

Sheyla a olha: Eu não sou vadia não! Velha ignorante.

Diná sorri: Olha como você fala comigo garota. Você é muito jovem. Tem muito que aprender ainda. Não sou qualquer uma que você conheceu por aí! Trate de me respeitar.

Sheyla entra no estabelecimento: Eu quero um quarto. Será que nessa espelunca tem?

Diná: Você só está piorando as coisas. Primeiro me xinga, depois humilha meu estabelecimento? Fora! Rua!

Sheyla sem paciência: Desculpa! Será que nesse lindo hotel tem um quarto para que eu possa fazer de moradia? Vai ser pouco tempo. Não quero passar nada mais que uma noite.

Diná pega a chave: Foi expulsa de casa é?! Conheço bem seu tipo. Vem comigo. Vou te levar até seu quarto.

No quarto…

Sheyla entra e sente nojo. O quarto é fedorento, sujo, a cama completamente velha e acabada. O cochão rasgado, as paredes descascando e a presença de moscas é notável. Sheyla se depara com um rato morto no canto da parede.

Sheyla com nojo: Aquilo dali é um rato?!

Diná entrega a chave, sem paciência: Faça bom aproveito do quarto. Suíte máster! – ironiza. – Depois só pagar a conta. Diária é 50, noturna 75.

Sheyla indignada: 75 reais para ficar uma noite nesse quarto acabado?!

Diná na porta: Fica tranquila. Nossos clientes pagam muito mais que o valor da noite. Ainda sobra grana! – ela manda beijos e sai.

Sheyla furiosa: EU NÃO VOU FAZER PROGRAMA NÃO! OH VELHA BABACA!

Foca em Sheyla, humilhada.

Cena 5. Rio de Janeiro – Leme / Ristorante Lagoa Azul / Noite

Amanda chega ao ristorante. Stacy já está a sua espera.

Amanda senta-se: Desculpa a demora. Eu tive um problema com ônibus e tive que passar na faculdade primeiro para resolver uns problemas.

Stacy sem entender: Eu não quero ser intrometido e acho que nem tenho esse direito. Mas aconteceu alguma coisa com a faculdade?

Amanda: São as minhas faltas. Tanta coisa aconteceu nesses últimos dias. Eu e o Gustavo nos afastamos um pouco da faculdade e pelo menos eu fui chamada, não sei ele.

Stacy corta o assunto: Não entendi o motivo de ter me chamado aqui. E creio que não foi para falar sobre sua vida na faculdade. Qual o motivo?

Amanda a encarando: Acho que o assunto é tão óbvio. Gustavo!

Stacy: Amanda eu não queria conversar com ninguém sobre esse assunto. Acho que tudo já ficou bem claro e resolvido.

Amanda: Não. Nada ficou resolvido. Você está grávida e até agora nada foi decidido.

Stacy ri indignada: Seria o cúmulo do absurdo você esperar alguma decisão do Gustavo. Vai querer o quê agora? Que ele decida com quem ele quer ficar?

Amanda séria: Eu não espero isso e nem pretendo esperar. Nunca esperei nada de ninguém mesmo.

Stacy se levanta: Se esse for o ritmo da conversa é melhor eu ir embora. Se você quiser cobrar alguma atitude, cobra do Gustavo. Eu já decidi a minha vida.

Amanda cabisbaixa: Eu não quero mais saber do Gustavo.

Stacy se senta assustada: Como é que é? Do que você está falando?

Amanda sorri: Eu estou tirando o meu time de campo. Não é isso que você sempre quis?

Stacy irritada: Eu não quero ninguém com piedade de ninguém. Existem milhões de mães sozinhas e independentes que conseguem conquistar a vida como pode.

Amanda: Só que eu descobri que o problema sou eu e eu resolvi tirar meu time do campo. Eu resolvi que não quero ser a outra da situação.

Stacy sem entender: A outra da situação? Até onde eu sei você está com ele e parcialmente à intrusa dessa história sou eu, que do nada apareceu com um filho.

Amanda a olhando: A história não é bem assim. Vocês agora terão um filho em comum. Isso vai ligar vocês para o resto da vida.

Stacy: Mas ligação não quer dizer aproximação. É claro que ficaremos mais próximos, mas eu respeito à decisão do Gustavo.

Amanda ri: Há poucos minutos atrás falamos que não devemos esperar uma decisão dele. Só que eu estou mal com toda essa situação. Eu sei que você gosta dele e como eu não quero mais me meter na relação de vocês dois. O caminho está livre para você. Eu vou tirar meu time de campo.

https://www.youtube.com/watch?v=DX8FKO3aRUU

Stacy sorri: Eu prefiro que a gente jogue limpo. – ela estica as mãos para cumprimentar a “rival”. – Eu não quero mais brigar com você. Sem trapaças! Que vença a melhor?

Amanda estica os braços e sorri: Eu já tirei meu time de campo. Mas: que vença a melhor!

As duas se encaram, sorrindo.

Cena 6. Rio de Janeiro – Lagoa / Ristorante Massa Italiana / Noite

Alice e Soninha jantam.

Alice sorri: Eu não sou louca, sou inteligente. Há diferenças.

Soninha: Qual intuito de explodir a revista? Essa empresa não faz diferença nenhuma na sua vida. Não te atrapalha e muito menos te ajuda.

Alice: Isso é só uma questão de tempo. Eu tenho planos para essa Revista, que por sinal, envolve ter que me livrar daquele lugar.

Soninha ri: Ingrata. Lugar esse que sempre te sustentou. Coitada da Eliane, sempre deu a vida por essa revista. Ela não te prejudica em nada!

Alice a corta: Pouco importa. Você vai me ajudar ou não? Eu sei muito bem explodir aquilo. Claro que com sua ajuda tudo ficaria mais fácil.

Soninha sem paciência: Tá eu ajudo. Mas não estou convencida dessa história.

Alice sorri: A revista já está indo de mal a pior, logo vai falir de vez. Eu tenho interesse naquela revista.

Soninha ri: Interesse em explodir, né.

Alice sorrindo: Também. Eu só preciso pensar num plano para ter essa revista em minhas mãos.

Soninha: Compra! Você não disse que está falindo? A Eliane com certeza vai querer se livrar. Por qualquer preço, ela compra.

Alice radiante: Tem razão! Você me deu uma excelente ideia. Só que antes eu tenho prioridades.

Soninha não entende: Prioridades?

Alice sorri: Tenho uma vingança para concluir. Eu prometi pegar tudo de volta da Clarice, não prometi?! Eu avisei que ia tirar tudo dela. Eu vou conseguir.

Soninha: Esquece isso. Ela devolveu o dinheiro e você sabe disso.

Alice com raiva: Anos depois! Só de tocar no nome dessa desgraçada meu sangue ferve. Eu vou a fazer devolver, novamente, cada centavo que me roubou. – ela sorri. – Isso se não cobrar com juros.

 No Sobrado de Gisele Clarice…

Leandro e Clarice estão deitados na cama do quarto. A mulher, com a cabeça apoiada no peitoral do homem.

Leandro dá um beijo na testa de Clarice: A saudade já estava apertando demais. Foi um alívio ter vindo conversar com você!

Clarice sorri: Eu odeio ter que ficar brigada com você. E odeio pensar na possibilidade de ficar longe, de te perder. De te afastarem de mim.

Leandro sorri: Ninguém nunca vai conseguir fazer isso. Nosso amor vai ser pra sempre! – eles se beijam. – E por isso, eu quero lhe fazer um pedido.

Clarice senta-se na cama: Um pedido?! Pode falar.

Leandro rindo: Pedido não! Exigência! – ele fica sério. – Volta pra casa comigo. Lá é o seu lugar. Volta.

Os dois se encaram, sorrindo.

Cena 7. Rio de Janeiro – Urca / Apt. da Eliane / Noite

Neto mexe no celular e olha para trás, desconfiado que alguém apareça. Jaqueline aparece e percebe a desconfiança do homem. O homem envia um SMS e sai apressado. Jaqueline continua parada, desconfiada.

Eliane chega: Aconteceu algum problema? Está parada aqui feito uma estátua.

Jaqueline desconfiada: Eu vi o Neto mandando um SMS para alguém. Não identifiquei quem.

Eliane senta-se no sofá: E qual problema nisso? Ciúmes?

Jaqueline senta-se também: Não. É que o Neto não conhece ninguém aqui. Mas isso deve ser coisa da minha cabeça.

Eliane: Mente vazia, oficina do diabo.

Jaqueline sorri: Minha mente anda meio vazia mesmo. Preciso me ocupar com alguma coisa. Me sinto tão sozinha. Ainda bem que voltei pra cá.

Eliane pensativa: Quando eu me separei do Tiago também me senti sozinha dentro de casa. Tinha só a Melissa para conversar. Mas não é a mesma coisa. Às vezes desabafar de noite é ótimo. Alivia!

Jaqueline a olha: Você nunca pensou em ser mãe? É tão carinhosa. Acho que isso te ocuparia um tempo e você não iria dizer isso.

Eliane entristecida: Claro que penso. Eu passo nas ruas e vejo as mães brincando com seus filhos nos parques, pagando sorvete e isso me deixa tão mal. Eu tentei, sabe? De todas as formas. Mas o Tiago sempre foi contra isso. Detestava a ideia de ser pai. Mas e você? Esses mais de 20 anos longe você quase nunca fez contato. Eu não sei nem o que aconteceu com sua vida nesse período.

Jaqueline sorrindo: Deixei o Brasil tão jovem, né? Tanta coisa aconteceu. Passei por tantos momentos de apertos. Mas não me arrependo de nada. Nunca esqueci o que deixei aqui.

Eliane: E filhos? Nunca pensou em ter? Eu já percebi do jeito que você olha para esse seu amigo. Neto o nome dele, né?! Pensa que eu não sei? Eu capto as coisas!

Jaqueline ri: Com o Neto é só tesão e prazer. Ele me ajudou muito. E sou eternamente grata. Mas nunca pensei em ter filhos. Não com ele. – ela se levanta. – Eu tenho uma coisa para te contar, mas eu não faço ideia de como começar a te contar.

Eliane se levanta: Estou começando a ficar preocupada? É tão sério assim?!

Jaqueline cabisbaixa: Eu tive uma filha, irmã. – ela ergue a cabeça. – Eu tive uma filha lá nos Estados Unidos.

Eliane perplexa: Teve uma filha?! Que história é essa Jaqueline? Do que você está falando?! Cadê essa garota?

Jaqueline chorando: Eu dei a minha menina. E eu me arrependo por isso até hoje. Que falta me faz!

Eliane ainda mais chocada: Você deu a sua filha?! Eu não consigo acreditar!

As duas se encaram. Jaqueline chorando e Eliane perplexa com o que acabara de descobrir.

Cena 8. Rio de Janeiro – Delegacia / Noite

Simone termina de arrumar suas coisas. Barros entra, ao lado de William.

Simone guardando uns papéis: Que bom que você apareceu. Estou precisando de um favor.

William senta-se: Pode falar.

Simone ergue a cabeça: Não falei com você. Imprestável. Aliás, está fazendo o que aqui?! Não tem os seus compromissos? – os três ficam em silêncio. – Aliás, essa história está muito mal contada. Estranho você sair, negar fechar a delegacia e eu sofrer o atentado no mesmo dia.

William se levanta indignado: Não estou acreditando. Você vai me acusar de ter tentado te matar?! Eu te ajudei falando que era perigoso você ir nesse encontro. É o cúmulo você querer me acusar disso.

Simone gargalha: Foi só um teste! Mesmo não devendo, confio em você. Pelo menos honesto sempre foi. – ela se aproxima do homem. – Quer dizer, sempre foi. Espero que continue.

William pega sua pasta: Não gostei desse tipo de brincadeira. Eu fiquei realmente chateado. – ele olha para Barros. – Passar bem vocês dois. Até amanhã.

Simone sentindo-se culpada: Acho que fiz besteira. – ela tenta correr. – William, espera. E a carona?! Eu te levo em casa.

William vira-se: Eu pego ônibus. Sei me virar sozinho. Obrigado. Fica com seu amiguinho. Só aprende uma coisa: quem tem vergonha não faz o outro passar. Eu fiquei realmente chateado por você ter duvidado de mim. Até amanha, Simone.

O homem sai, chateado. Simone volta para sua sala, triste.

Simone entra: Fiquei mal agora. Será que ele ficou chateado mesmo?

Barros termina de mexer nos papéis: Pegou pesado, né? Até que eu não vou muito com a cara dele não fazia essas insinuações.

Simone senta-se: Amanhã eu tento em redimir com ele. Pelo visto ele ficou triste mesmo, nem a carona quis aceitar.

Os dois ficam em silêncio.

Barros quebra o silêncio: Alguma novidade sobre a investigação do assassino? Quer dizer, da assassina.

Simone pensativa: Ainda nada. Mas eu vou descobrir. Falta pouco para eu unir esses traços e chegar numa conclusão. Eu só preciso tomar mais cuidado, agora estou na mira desses bandidos.

Barros surpreso: Você está pensando que isso pode ser alguma quadrilha?!

Simone se levanta: Não. Claro que não. É uma pessoa só que quer fazer isso. Mas tem seus informantes, claro. É o tipo de crime queima de arquivo. Esse Petrônio provavelmente sabia demais. A pessoa se livrou dele. Agora eles partem pra mim, pois sabe que estou chegando cada vez mais perto.

Barros: O que me deixa surpreso é que o assassinato desse homem foi à luz do dia. Será que não tinha ninguém que não percebeu isso?

Simone: Essas pessoas pensam nos mínimos detalhes. São experientes. Não dão ponto sem nó. Só que eu também sou esperta e eu vou descobrir. Preciso dá um jeito de combater o golpe dele ou dela e atacar. Assim consigo. Com medo, mas vou conseguir.

Barros sorri: Você fica linda com medo.

Simone séria: Eu falando de coisa séria e você vem com esse papo? – ela pega sua bolsa. – Você já foi melhor. – os dois se encaram sorrindo. – Já está ficando tarde. Preciso ir. Até amanhã, meu querido amigo.

Na hora de sair, Barros e levanta e segura Simone pelos braços. Ele a puxa e os dois ficam próximos. Eles trocam olhares e sorrisos. Na hora que Barros vai lhe beijar, Simone se afasta.

Barros cabisbaixo, sorrindo: Me desculpa. Eu me precipitei.

Simone sorrindo: Eu percebi. Barros, eu acabei de sair de um relacionamento, eu não quero te magoar. Vamos com calma. Não se envolve demais não. Eu odeio a sensação de saber que alguém está se machucando por causa de mim.

Barros ergue a cabeça: Eu vou com calma. Um passo de cada vez. Então deixa eu dá o primeiro. – Simone não entende. – Sai comigo. Amanhã. É sábado, depois do expediente.

Simone jogando charme: Eu vou pensar! – ela sorri e sai. A delegada para na porta. – Vou pensar!

Simone vai embora.

Cena 9. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. Da Alice / Noite

No quarto de Luigi…

Luigi perambula pelo quarto, ao telefone.

Luigi, ao telefone: Atende Júlia. Atende!

O garoto não obtém resposta da ligação e continua insistindo. Já não aguentando mais, resolve mandar uma mensagem.

Luigi, digitando: Preciso falar…

Cena 10. Rio de Janeiro – Leme / Apt. Da Clarice / Noite

No quarto de Júlia…

Júlia sentada na cama. Igor e Paloma ao lado da jovem.

Júlia lendo a mensagem: …com você. Me contra o mais rápido possível! É sério! – ela guarda o celular. – Eu pedi um tempo e ele continua insistindo.

Igor: Ele te ligou várias vezes e agora te manda uma mensagem falando que é coisa sério. Se eu fosse você ia se encontrar com ele.

Júlia: Não sei se devo. Ele com certeza deve falar para repensar no nosso namoro e todas essas coisas. E já conversamos sobre isso.

Paloma se levanta: Se eu você fosse iria se encontrar com ele. O Igor tem razão. Ele te ligou várias vezes. Essa insistência não é normal.

Júlia pensativa: Será que devo?

Cena 11. Rio de Janeiro – Delegacia / Noite

Simone sai da delegacia e aperta o alarme do carro. Na esquina da rua, um carro com vidro fumê escuro parado. A delegada entra no seu carro, liga e sai. Segundos depois, o carro lhe segue.

Dentro do carro da delegada…

A delegada liga o som e dirige. Tempo chuvoso, ela dirige atentamente. Ela olha pelo retrovisor e percebe que um carro segue na mesma pista que ela, um pouco distante.

A mulher começa a ficar desconfiada e acelera o carro. Os bandidos aceleram também, o que faz a delegada ter certeza que está sendo perseguida. Os bandidos vão para a pista ao lado e coloca o carro paralelo ao da delegada, que olha para o lado, assustada. Desesperada, ela pega a arma no porta-luvas e deixa no banco do carona. Os bandidos batem o carro na lateral do carro da delegada, que se assusta. Os bandidos continuam as laterais dos carros. A delegada abre o vidro, saca a arma e dispara um tiro na janela. Eles abrem a janela do carro e começam a trocar tiros com a delegada. Simone fecha o vidro e acelera o carro, que dá um arrancada. Os bandidos disparam um tiro que pega no vidro traseiro do carro. A mulher se abaixa, pega a arma, vira-se para trás, segurando o volante apenas com uma mão e começa a disparar vários tiros pelo vidro traseiro.

Simone desesperada: Meu Deus. O que eu vou fazer?!

Ela pega o telefone e consegue discar para barros.

Simone, ao telefone, desesperada: Atende Barros. ATENDE!

Barros, ao telefone, sorrindo: Já sentiu saudades?!

Simone, ao telefone: BARROS ME AJUDA! TEM UM CARRO ME PERSEGUINDO E DISPARANDO TIROS CONTRA MIM! EU PRECISO DE AJUDA!

No desespero, a delegada deixa o telefone cair para debaixo do banco do motorista.

Simone, apavorada: DROGA!

Barros continua gritando ao telefone o nome da delegada, mas ela não consegue responder. A mulher ergue a cabeça e continua disparando os tiros. O carro cada vez mais perto. Tentando manter a atenção, a delegada dispara os tiros, olhando para frente, enquanto dirige apreensiva. O tempo que olha para trás, é o necessário para ela invadir um canteiro de obra. O carro dos bandidos desvia do canteiro e dispara um tiro no pneu de Simone. A delegada se apavora e sai levando tudo o que vê pela frente, em alta velocidade. Ela vê uma rampa em sua frente e tenta desviar, mas metade do carro passa e o carro voa longe. O carro capota muito e é arrastado por metros. O carro completamente destruído e Simone ao volante, apagada, com o rosto todo cortado.

Fim do Capítulo 35!

Gabriel Adams

O que é necessário para Ser Humano? Quais são as atitudes que devemos tomar em situações difíceis sem que possamos ferir ou machucar alguém? Será que Ser Humano é ser cruel? Ou é errar, acertar, errar tentando acertar...Afinal, o que é ser humano? Dia 23 de fevereiro, às 20hrs, estréia a web-novela SER HUMANO.

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O que é necessário para Ser Humano? Quais são as atitudes que devemos tomar em situações difíceis sem que possamos ferir ou machucar alguém? Será que Ser Humano é ser cruel? Ou é errar, acertar, errar tentando acertar...Afinal, o que é ser humano? Dia 23 de fevereiro, às 20hrs, estréia a web-novela SER HUMANO.

Um comentário sobre “Três Jogadas – Capítulo 35

  • Luigi e Luíza juntos contra Alice, acho que agora a megera vai acabar caindo do salto… ou será que eliminará ambos de seu caminho? Dela eu não duvido nada.
    Kiara mandou logo a real para Gisele, mas creio que a mulher não deixará essa história assim. E que comece o duelo!!
    Acho que consegui resolver esse quebra-cabeça que envolve a Jaqueline, até cogito quem seja a filha dela. Porém, não irei arriscar, pois tudo nesta web aparenta ser uma coisa, e no fim acaba sendo outra kkk
    Sheyla se lascou legal. Adorei ver o Gustavo expulsando ela de casa, e gostei mais ainda quando ela foi parar naquela espelunca!!
    Alice e Sênia estão bastante unidas e isso é preocupante demais, logo aprontarão alguma coisa contra a revista.
    Fico com dó da Eliane, mas creio que logo ela conseguirá um homem que realize esse sonho dela de ter um filho.
    Neto é um rapaz bem misterioso 😯 … o que será que ele está aprontando?
    Willian ou Barros? Qual dos dois Simone irá preferir? Ambos vivem em guerra por causa da moça.
    Vai logo Júlia, para de frescura!! O Luigi precisa conversar com você sobre algo sério.
    Finalmente Clarice e Leandro se acertaram, gostei de ver.
    Amanda tirou o time de campo e o caminho está livre para Stacy, não cai nessa não garota… deixa o Gustavo para lá!! O amor que vocês viveram no passado já não existe mais.
    Gente do céu!! Espero que Simone saia dessa… sã e salva. 🙂

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