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Três Jogadas

Três Jogadas – Capítulo 33

Três Jogadas.

Capítulo 33

“Quando vemos um gigante, temos primeiro de examinar a posição do sol e observar para termos certeza de que não é a sombra de um pigmeu.”

Friedrich Novalis

Cena 1. Rio de Janeiro – Local não identificado / Rua deserta / Noite

Continuação imediata da cena anterior.

Uma pessoa misteriosa, vestida totalmente de preto, completamente encapuzado, impossível de reconhecer, sobe a escada de uma casa abandonada e vai parar na laje. Do retrovisor do carro, Barros vê a pessoa se posicionando e manda o alerta. Simone recebe e se levanta do banco onde sentou, ela está trêmula, com medo, mas tenta não demonstrar. A pessoa se agacha e mira em Simone.

POV DO CANO DA ARMA.

O som abafa. Respiração ofegante do/a assassino/a. O tiro é disparado e só é possível ver a bala saindo do cano da arma. CAM lenta. Simone vira-se no exato momento. Barros olha do retrovisor e vê o tiro disparado. A câmera retorna ao normal e a bala pega a velocidade. Inesperado, a bala ultrapassa o vidro, que ambos acharam ser a prova de balas. O vidro quebrado. Barros olha para o lado, desesperado.

O tiro pega de raspão na calça da delegada. Ela se desespera e corre em direção ao carro. Barros já abre a porta de imediato e Simone entra. O carro arranca.

Dentro do carro…

Simone furiosa: Bem que o William avisou que isso era alguma armadilha. Mas no fundo eu já sabia. Agora eu estou na mira desse assassino, Barros. A pessoa que matou o Petrônio não vai parar de me perseguir.

Barros dirigindo loucamente: Você quer que eu te leve ao hospital?

Simone olhando o raspão: Não precisa. O tiro pegou de raspão. Nem sangue está saindo. Só esta ardendo bastante. Eu não vou sossegar enquanto não descobrir quem é essa pessoa misteriosa.

Barros vai se acalmando aos poucos: Essa história ainda vai acabar com você. Desiste disso! Encerra esse assunto.

Simone o olha: JAMAIS! Agora é uma questão de honra. Eu não vou parar de investigar até encontrar. E você me conhece: eu vou encontrar. Ou eu não me chamo Simone!

Barros continua dirigindo.

https://www.youtube.com/watch?v=gNpYiM8Ckfc

No dia seguinte…

Cena 2. Rio de Janeiro – Laranjeiras / Hospital Santo André / Dia

Gustavo chega apressado. Ele vai direto a recepção para se identificar. O Doutor Mateus vem logo em seguida.

Mateus cumprimenta Gustavo: Como vai?!

Gustavo o cumprimenta: Levando como posso. Eu vim assim que me ligou. Aconteceu alguma coisa? Que pedido de emergência foi esse? É o estado do Stênio?! Ele piorou?! – ele faz a série de perguntas, preocupado.

Mateus senta Gustavo: Calma! O que eu vou-te falar será o necessário, acredito eu, para responder todas essas perguntas.

Gustavo tenso: Eu estou ficando preocupado doutor. Fala logo.

Mateus se agacha: Eu sinto muito Gustavo… Mas o Stênio não conseguiu suportar e faleceu.

Gustavo entristecido: Meu Deus! – ele se levanta. – Eu não consegui nem me despedir do meu irmão.

Mateus se levanta: Ele morreu de madrugada. O estranho é que não fomos avisados sobre nenhum tipo de emergência com ele. Aliás, ninguém veio passar a noite com ele. Mas enfim. Quando chegamos, já era tarde demais.

Gustavo vira-se: Como assim ninguém veio passar a noite com ele?

Os dois se encaram.

Corte descontínuo.

Em casa…

Gustavo abre a porta furioso. Sheyla toma café.

Gustavo joga o café todo no chão: VAGABUNDA! FOI VOCÊ!

Sheyla se levanta assustada: QUE ISSO?! VOCÊ TÁ MALUCO?!

Gustavo a segura pelo pescoço: POR QUE VOCÊ FEZ ISSO?! VOCÊ MATOU O MEU IRMÃO!

Sheyla dá um empurrão em Gustavo: Eu não vou deixar você me machucar de novo. Quer saber mesmo?! Fui eu mesmo! Matei! Fui lá e desliguei os aparelhos daquele velho.

Gustavo lhe dá um tapa: SUA DESGRAÇADA! VOCÊ FINGIU ESSE TEMPO TODO SER BOAZINHA E AGORA ESTÁ MOSTRANDO SUAS ASINHAS.

Sheyla furiosa: Sempre mostrei quem eu fui. Vocês dois que foram idiotas e nunca perceberam. Nada ia me impedir de fazer o que eu estava planejando. Agora isso aqui tudo É MEU. ME PERTENCE! Você agora vai ser meu serviçal. E JÁ COMEÇA LIMPANDO ESSA SUJEITA TODA!

A mulher vai saindo e Gustavo lhe puxa pelo cabelo.

Gustavo segurando a mulher pelo cabelo, com ódio: Eu não vou deixar você desgraçar a minha vida! – ele a joga longe. – Eu vou te colocar atrás das grades. Seu fim vai ser lá! Presa! Pagado por todos os seus pecados.

Sheyla se levanta: Pecado por ser ambiciosa? Fiz e faria tudo de novo se fosse preciso. Eu só esperei a praga do testamento ficar pronto para conseguir matar o nojento do Stênio. Agora que consegui você ME OBEDECE. Você ME SERVE. Você faz O QUE EU mandar.

Gustavo furiosa: ISSO NÃO VAI FICAR ASSIM! VAI TER VOLTA! EU VOU VINGAR A MORTE DO MEU IRMÃO! NÃO VOU DEIXAR! NÃO VOU!

Gustavo sai furioso. Sheyla arruma sua roupa e sorri, sem nenhum arrependimento do que fizera.

Cena 3. Rio de Janeiro – Centro do Rio / Fórum / Dia

Melissa assina o documento do divórcio. Ferraz lhe observa assinando, até que chega sua vez. Ele pega a caneta e olha para Melissa, como se estivesse arrependido de estar assinando. O homem é apressado e assina, olhando para a ex-mulher.

Na saída…

Melissa sorri: Agora acabou Ferraz. Sinta-se feliz. Agora você vive sua vida e eu vivo a minha. – ela estica a mão para lhe cumprimentar. – Boa sorte nessa sua nova jornada.

Ferraz lhe ignora e vai embora. Eliane percebe de longe e se aproxima.

Eliane sorrindo: Acho que alguém se arrependeu de ter assinado o divórcio.

Melissa ri: Minha cara de preocupação para ele. – as duas riem. – Graças a Deus me livrei desse carma. E por causa disso: um almoço de comemoração. Topa?!

Corte descontínuo.

No restaurante…

As duas gargalham, enquanto almoçam.

Melissa sorrindo: Minha vida é mesmo muito sofrida. Quanto tempo eu fiquei apanhando para aprender a bater? E dessa vez chega. Não quero mais saber de homem na minha vida. Sou jovem, nova. Tenho muito que viver ainda. Eu vou curtir minha vida independente. Ganho muito mais.

Eliane bebendo o vinho: Concordo. Está certíssima. Ficar se iludindo com homem pra quê?! Eu agora vou atrás da minha felicidade. E acho que estou encontrando ela. Jordan!

Melissa ri: Não acredito. Barco furado. Foge enquanto há tempo. Vai por mim: ficar sozinha é a melhor opção.

Eliane ri: E foi que disse que eu quero compromisso? Até por que tenho novos rumos para tomar. Jordan foi só uma troca de olhares. Não quero nada sério. Mas vou confessar que gostei de me sentir mulher novamente.

Melissa sorri: E qual a mulher que não gosta de se sentir mulher? – ela dá a última golada no vinho. – Mas sobre esses novos rumos. Quais são?

Eliane: Eu vou aceitar a proposta de representar a revista no exterior. E também ouvi seus conselhos. Consegui falar com a Jaqueline. Ela chega em breve.

Melissa aplaude: Agora sim! Você merece ser feliz. Vai mesmo. Curte bastante essa nova vida. Gente nova, vida nova, país novo. HOMENS NOVOS!

Eliane gargalha: Não quero pensar nisso tão cedo. – ela bebe vinho. – Ah, esqueci-me de te falar. Eu aceitei a proposta com uma condição.

Melissa ri: Já começou mal. Qual condição que você exigiu deles?

Eliane séria: Que eles contratassem uma amiga minha. Uma mulher guerreira, que me ajudou no pior momento da minha vida. Me ajudou a levantar e me reerguer e entender que o futuro reserva coisas boas para mim.

Melissa se entristece cabisbaixa: E posso saber que amiga é essa? – ela ergue a cabeça. – Deve ser uma pessoa muito especial.

Eliane sorri: É sim. Muito especial. E essa pessoa está aqui na minha frente! – Melissa fica radiante. – Aceita, por favor. É um pedido meu, do coração.

As duas se encaram sorrindo. Melissa radiante.

Alguns dias depois…

Cena 4. Rio de Janeiro – Leme / Apt. Da Clarice / Fim de Tarde

Leandro está sentado no sofá lendo umas revistas. Igor pula o sofá, senta-se e puxa a revista do pai.

Igor o olha: Pensou no que eu te falei?

Leandro cansado: Posso ser sincero?

Igor ri: Nem precisa. Já sei da sua resposta. Eu que não vou ficar insistindo. Eu já te falei o que penso e não vou ficar repetindo. Só vou reforçar: você está pegando pesado demais. Todo mundo merece uma segunda chance.

Leandro: E se essa não for à segunda chance? O problema não é perdoar e dá uma segunda chance. O problema é saber que da mesma facilidade que ela mentiu, ou omitiu como você diz, a primeira vez, mentir mais uma vez não vai ser nenhum problema. E depois? Será que todo mundo também merece uma terceira chance?

Igor: E por que não? Pai as pessoas erram. Somos humanos, com a capacidade de errar e acertar. Tudo depende das nossas escolhas.

Leandro: Então. Sua mãe fez as escolhas dela e eu fiz as minha.

Igor ri: Uma escolha precipitada. Pai. Pelo amor de Deus. Para de fazer um pré-julgamento de tudo o que aconteceu? Eu sei que nada justifica o que a mamãe fez, mas não dizem que pelo amor vale tudo? Até matar!

Leandro o encarando: Digamos que eu esteja indo por esse lado de raciocínio. O que eu ganho perdoando sua mãe?

Igor: Alívio! Você vai sentir um alívio. A sensação de você tirar um fardo das costas.

Leandro se levanta: Vou fazer o que você está me pedindo. Vou ir conversar com a Clarice. Satisfeito?

Igor ri: Eu gosto assim. Acho que a minha moral ainda está em dia.

Leandro pega sua carteira, chave do carro e sai.

 Cena 5. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. Da Alice / Fim de Tarde

Gisele entra no quarto e pega a caixa que era de seu filho. Ela pega as duas cartas, uma de Kiara e outra de Aurora/Célia.

https://www.youtube.com/watch?v=pl65Vp7RZjs

Gisele, lendo: “Querido, Hernani. Sei que passamos por problemas difíceis e que essa nossa relação escondida ainda pode nos causar um grande problema. Estou aqui há pouco tempo, mas já foi o suficiente para saber que você é a melhor pessoa com quem me relacionei. Já te adoro e pretendo te levar para o resto da minha vida. Beijos, de sua Kiara.” – ela guarda a carta, chorando. – Vagabunda. Eu ainda acabo com você.

Ela abre a corta de Aurora/Célia.

Gisele, lendo: “Ricardo, meu amor. Confesso que fico com receio do que estamos fazendo. É errado. Sou casada e estou grávida do meu primeiro filho. Tenho medo que você seja o pai. Você é tão jovem, só tem 17 anos. Não quero errar nas minhas decisões. Sua tia me detesta e daqui uns dias será meu desfile. Não quero que nada me prejudique. Gosto muito de você. Mas é melhor nos afastarmos por um tempo. Beijos, Aurora.”.

Gisele se levanta pensativa.

Gisele rodeando o quarto: Essas cartas não são o suficiente para descobrir o que eu preciso. Eu vou descobrir alguma coisa. Ah vou.

Ela começa a mexer nas coisas do filho e encontra outra carta. Dessa vez, uma carta escrita por Hernani.

Gisele abre a carta: “Não consigo mais viver sem você. Está doendo demais. Está um inferno viver aqui sem você. Não fique triste, eu vou, mas deixarei para sempre lembranças. Kiara, com você eu passei os melhores momentos da minha vida. Obrigado por tudo. Eu vou te amar pra sempre. Até algum dia. Beijos, Ricardo Hernani.” – Gisele se levanta furiosa. – Desgraçada. Eu sabia! Agora você me paga!

Gisele sai apressada.

No quarto de Alice…

Alice, ao telefone: Isso! Quero essa encomenda o mais rápido possível. E tomem cuidado! Nada pode dar errado.

Do lado de fora…

 Luíza passa pelo corredor e escuta a voz da mulher. Ela para trás da porta.

Dentro do quarto…

Alice, ao telefone, perambulando pelo quarto: Não interessa. Faz o serviço direito! Eu não pago vocês em vão. Pega a vadia e coloca-a no lugar que ela tem que ficar: no cemitério. – tempo. – Deixa que com a mãe do Luigi eu me resolvo depois. Eu não posso ficar falando muito! Alguém pode passar e escutar.

Alice pega um papel e faz algumas anotações.

Alice, ao telefone, guarda o papel: Anotei o endereço. Depois eu me resolvo com ela. Agora faz o que estou mandando: pega a maldita da delegada e mata. Elimina. Se ela descobre que EU MATEI o Petrônio a minha vida acaba. E a de vocês também!

Alice sorri ao telefone. Com olhar fatal.

Do lado de fora…

Luíza perplexa. Ela escuta aquilo tudo boquiaberta e sai apressada. Antes que alguém lhe veja ali.

No quarto de Luigi…

O jovem está deitado. Ele passa algumas fotos ao lado de Júlia pelo celular e chora. Tempo na tristeza do jovem.

Cena 6. Rio de Janeiro – Laranjeiras / Clínica / Fim de Tarde

Fernanda passa por um psiquiátrica. Ela é submetida a exames e exercícios físicas e mentais. Ela parece bastante empolgada.

Mais tarde…

Fernanda chega em casa juntamente com Adriana.

Adriana coloca a chave na mesa: Stacy?! – ela não obtém resposta. – Parece que não tem ninguém em casa.

Fernanda se senta: Adriana, eu sei que você nunca gostou de falar sobre esse assunto. Eu sei que não tenho a ver com essa história. Mas/ – ela é interrompida.

Adriana coloca a bolsa no sofá: Mas você quer saber a outra parte do segredo que eu tanto escondo. Acertei?

Fernanda sorri: Pelo menos eu evitei de gastar minha saliva. E sim, é isso sim. Isso já faz tanto tempo, prima. Por que ficar escondendo esse segredo? O que ele tem de tão grave assim?

Adriana tensa: Não é problema de esconder e sim de ter que reviver toda essa história maluca. Esse meu segredo envolve mais de uma pessoa. E eu não tenho o direito de trazer isso à tona por mero capricho.

Fernanda: Mero capricho? Adriana você está falando de vidas. Pelo visto essa história toda é séria. E vai além de você e da Stacy. Sempre fomos confidentes na vida. Sempre confiei em você. Por favor, confia em mim. Talvez eu possa te ajudar de alguma maneira.

Adriana senta-se: Tá bom, você me convenceu. O que eu vou te contar aqui agora ninguém pode ficar sabendo.

Fernanda ri: Até parece que alguma vez já contei nossos segredos. Fala.

Adriana olha para trás: A Stacy… Ela não é minha filha biológica.

Fernanda perplexa: Quê?! Que história é essa?

Adriana: É uma história longa. Mas eu vou te contar. Começou assim… – ela continua a contar o segredo.

A imagem vai desfocando nas duas conversando e abre no aeroporto… Avião pousando.

Cena 7. Rio de Janeiro – Ilha do Governador / Aeroporto / Noite

O avião faz seu pouso.

Dentro do saguão…

Uma mulher chique sai do portão de desembarque. Completamente deslumbrante a mulher chama atenção por onde passa. Ao seu lado um homem, também chique. Os dois caminham em direção a saída.

Na entrada do aeroporto…

Os dois entram no táxi e partem. Dentro do táxi a mulher olha para o homem e os dois sorriem.

Cena 8. Rio de Janeiro – Urca / Apt. da Eliane / Noite

Eliane abre a porta e se depara com Jaqueline e Neto.

Eliane radiante: Irmã! – elas se abraçam. – Meu Deus quanto tempo.

Os dois entram e Eliane fecha a porta.

Jaqueline tira o óculos: Viagem cansativa! Não sabia que demorava tanto uma viagem da capital do mundo para cá. Que saudade desse calor do Brasil.

Eliane olha para Neto: E esse quem é?!

Jaqueline coloca a bolsa no sofá: Ai que gafe minha. Nem apresentei vocês dois. Bom, Eliane, Neto. Neto, Eliane.

Os dois se cumprimentam.

Neto sorri: É um prazer te conhecer. A Jaqueline fala muito de você.

Jaqueline ri: Falo?!

Neto sorri: Clichê de sempre. – ele tira a mochila das costas. – Posso colocá-la no sofá? – Eliane faz que sim. – Viagem cansativa. Estou exausto.

Jaqueline já se sente em casa e senta-se no sofá: Tiago onde está?

Eliane sem graça: Eu me separei do Tiago.

Jaqueline perplexa: Meu Deus! – ela gargalha. – Sempre soube que esse casamento não ia muito longe. Mas melhor eu ficar quieta. “Abafe the case!”

Eliane se senta: Continua com esse seu bordão de quinta? – ela olha para Neto. – Senta. Ficar em pé não vai te crescer mais.

Jaqueline rindo: Bordão de quinta? Pois saiba que fiz sucesso em New York. Mas vamos ao que interessa: por que me chamou?

Eliane: Como eu te disse, eu me separei do Tiago. Descobri que o canalha tinha um caso com a secretária. Enfim. A Adriana, a sua amiga que você colocou no seu lugar quando saiu aqui, contou para a Melissa que estamos prestes a falir. Eu sei que você administra aquela revista muito melhor que eu. Por isso que eu te chamei. Então, você vai ajudar a revista?

Jaqueline sorri: E por que não?! – ela sorri

As irmãs se abraçam. Neto sorri, com ar interesseiro.

Cena 9. Rio de Janeiro – Urca / Casa da Vanessa / Noite

Vanessa abre as malas e coloca em cima da cama. Ela começa as jogar as roupas dentro da mala. Tiago chega.

Tiago tentando impedir: Surtou?! Está maluca?! Eu acabei de trazer essas roupas da casa da Eliane, arrumei tudo aqui e você faz o favor de tirar? Surtou de vez, é isso?

Vanessa se solta e joga as roupas na mala: Eu te dei um tempo, acabou o tempo, prolonguei o prazo e você não cumpriu com sua palavra. Não vou ficar abrigando mendigo!

Tiago tirando as roupas da mala: Mendigo? Quando te interessava eu não era mendigo. Era cheiroso. Gostoso. Fogoso.

Vanessa o empurra: Eu já não estou te aguentando mais. Eu já falei que nosso relacionamento foi um erro. Eu magoei a Eliane, uma pessoa de bem e que não merecia isso. Demorei, mas caí em si e percebi que ter e não ter você na minha vida não faria diferença. Já tracei outros planos e você não se encaixa em nenhum deles!

Tiago segura Vanessa pelos braços: Você tá surtada. Já deve ter esquecido como eu sou. Que só eu faço loucuras na cama por você.

Tiago a joga na cama e pula em cima.

Vanessa o empurra: SAI DE CIMA DE MIM SEU MACHISTA! – ela se levanta. – Eu criei um nojo grande de você e eu quero você longe de mim. Sai dessa casa ou eu ligo para a polícia.

Tiago se levanta furioso: ENTÃO LIGA! VAI LIGA! VOCÊ NÃO É MULHER SUFICIENTE PARA ISSO. EU NÃO VOU SAIR DESSA CASA! E EU QUERO VER QUEM É QUE VAI TER CORAGEM PARA ME TIRAR!

Os dois se encaram. Vanessa com medo, mas tenta não transparecer.

Cena 10. Rio de Janeiro – Vidigal / Sobrado da Gisele Sobrado de Clarice/ Noite

Clarice janta um macarrão grudento. Ela não aguenta comer tudo e taca o prato longe.

Clarice furiosa: INFERNO! INFERNO!

A mulher se levanta e vai para o banheiro, escovar os dentes. Alguém bate na porta e a mulher vai atender.

Clarice abre a porta: Leandro! – ela diz surpresa, mas ao mesmo tempo radiante ao vê o homem.

Leandro sério: Será que eu posso entrar?

Clarice radiante: Não! Quer dizer. Eu não quero que você me veja nessa situação. É melhor a gente ir para outro lugar.

Leandro: Você sabe que isso nunca foi um problema pra mim. Vai me deixar entrar ou eu vou ter que ficar plantado na porta?

Clarice abre a porta: Entre. – Leandro entra. – Eu não sei o motivo que te trouxe aqui, mas estou muito feliz.

Leandro a olhando: Eu acho que depois de tudo o que aconteceu o mínimo que devemos fazer é ter uma conversa… Definitiva ou não.

Cena 11. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. Da Alice / Noite

Luigi desce a escadaria da casa. Alice está sentada lendo umas revistas.

Alice sorri: Pra quem não queria mais olhar para a cara da mamãe aqui, está ficando bastante tempo. Mudou de ideia?

Luigi sem paciência: É por pouco tempo. Não pretendo ficar aqui para sempre. Logo eu me livro de olhar a sua cara.

Alice se levanta: Você devia ser menos ingrato. Sempre te dei tudo de bom e do melhor. E por conta de uma mentira você faz isso comigo.

Luigi: Não foi uma mentira. Foram várias. E não faz teatro não. Santa você não é. Agora me dá licença.

Luigi sai apressado. Alice sobe as escadas. Ferraz sai do quarto. O telefone dela começa a tocar

Alice atende ao telefone: Fez o que eu pedi?! – tempo. – Como assim ainda vai providenciar? Eu já falei que se alguém descobre que eu matei o Petrônio eu estou morta.

Ferraz sorri: É mesmo?!

Alice desliga o telefone rapidamente e vira-se assustada: Ferraz. Você escutou errado. Não é isso.

Ferraz ri: Que feio. Matando os outros? Esse seu lado eu realmente não conhecia. E graças a Deus. Que desgosto.

Alice furiosa: Cala a boca que você não é nada meu. Está aqui dentro de favor.

Ferraz: Estou aqui dentro porque A GISELE me convidou. Não preciso de você pra nada!

Alice ri: Então sai dessa casa. Agora!

Ferraz interesseiro: Com maior prazer. Mas antes me pague.

Alice sem entender: Pagar o quê?! Não te devo nada!

Ferraz sorri: Deve essa informação. Eu saio daqui com maior prazer, mas vou direto na polícia. Ou me dá um dinheiro, ou eu te entrego.

Alice sorri: Dinheiro não é o problema. No escritório tem o cofre. Vamos lá embaixo.

Ferraz vai na frente. Na hora de descer a escada, ele vira-se e percebe que Alice parou.

Ferraz estranha: Algum problema?! Eu não vou voltar atrás. Só saio daqui com o dinheiro.

Alice com olhar fatal: Vai para o quinto dos infernos. Desgraçado!

Alice o empurra e Ferraz rola escada a baixo. Na hora de cair, o homem cai e bate numa estátua, que fica na beira da escada. A estátua cai em cima dele e o corta inteiro. Alice sorri, sem remorso algum.

Fim do Capítulo 33!

Gabriel Adams

O que é necessário para Ser Humano? Quais são as atitudes que devemos tomar em situações difíceis sem que possamos ferir ou machucar alguém? Será que Ser Humano é ser cruel? Ou é errar, acertar, errar tentando acertar...Afinal, o que é ser humano? Dia 23 de fevereiro, às 20hrs, estréia a web-novela SER HUMANO.

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O que é necessário para Ser Humano? Quais são as atitudes que devemos tomar em situações difíceis sem que possamos ferir ou machucar alguém? Será que Ser Humano é ser cruel? Ou é errar, acertar, errar tentando acertar...Afinal, o que é ser humano? Dia 23 de fevereiro, às 20hrs, estréia a web-novela SER HUMANO.

Um comentário sobre “Três Jogadas – Capítulo 33

  • Simone ficou frente a frente com a morte, só sei que agora mais do que nunca ela vai querer encontrar a pessoa que matou o Petrônio, ou seja, a delegada não vai sossegar enquanto não pegar a Alice e colocá-la atrás das grades.
    Leandro resistiu, resistiu, resistiu, mas acabou cedendo aos conselhos de Igor. Espero que Clarice e ele se acertem, pois fiquei em dúvida no meio do caminho, mas agora estou do lado dela… definitivamente!!!
    Adriana e Stacy passaram por um turbilhão de coisas para no final descobrirmos que elas não são mãe e filha? Gente, me senti enganado… minhas emoções foram em vão. E o pior é que a Adriana revelou isto para a Fernanda, não para a Stacy.
    Sheyla pensou que ia sair ilesa das atrocidades que cometera? Ainda bem que o Gustavo juntou todas as peças e descobriu que a desgraçada é uma assassina.
    Melissa finalmente livre de Ferraz e agora partirá em rumo ao exterior com a Eliane!! Adooooooorei.
    Tiago e Vanessa estão num conflito que só por Deus, daqui a pouco isto acaba em morte.
    Gisele descobriu que o filho dela se envolvia com Kiara, e que possivelmente dele ter sido ela quem o matou (mesmo que indiretamente). Veremos nos próximos capítulos.
    Jaqueline e Neto já chegaram chegando!! Só quero ver os segredos deles também (tenho certeza que eles também devem ter um).
    Ferraz acabou se dando bem ao ir morar na casa de Alice, mas não tão bem assim… game over 😯

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