Eu e Ana – Capítulo 63 (Ana reencontra Adélia)
Padre José Maria: Sabe, Ricky, sem querer vocês me deram uma grande ideia. É que… a Casa Paroquial está precisando de umas reformas, sabe. A creche também e o orfanato. E estamos com um projeto de construir um Centro de Apoio aos Desamparados. E eu queria muito a ajuda de vocês, os jovens…
Ricky: Ajudar em quê?
Padre José Maria: Sabia que você tem um dom? E, eu quero propor a você usá-lo para o bem.
Ricky: Que dom é esse?
Padre José Maria: A pintura no grafite. O que acharia se eu pagasse você pra grafitar algo sacro nas paredes da Paroquial, creche e orfanato. E futuramente o Centro de Apoio?
Ricky: Sério, padre? Finalmente sair do desemprego? Tá de onda não, né?
Padre José Maria: Falo sério.
Ricky: Quando eu começo?
Padre José Maria: Quando quiser.
(Os dois apertam a mão. Dias depois, chega o momento do parto de Tayana. No Hospital, os médicos fazem a cesariana. A criança nasce)
Médico: Nasceu! É uma menina!
Tayana (chorando): Minha filha! Minha querida filha! É perfeita e eu a amo! Se chamará ANASTÁCIA!
(Enquanto isso, no shopping, Ana entra numa perfumaria. Ela está experimentando alguns perfumes. ADELIA entra na mesma loja e vai até a mesma prateleira em que está a rival. As duas passam longos momentos experimentando os produtos, sem se dar conta uma da outra. É quando, Ana vira bruscamente e esbarra em Adelia.)
Ana: Me desculpe… (se dá conta de Adélia)
Adelia: Olha por onde… (se dá conta de Ana)… Não pode ser… Ana Fernandes?
Ana: Sim, Adelia Villard! Sou eu. Ana Fernandes! Aquela infeliz costureira que você tanto prejudicou há 20 anos. Finalmente frente a frente. E temos muito o que conversar.
Adelia: Não tenho nada a falar com você. Porque lembre-se eu sou uma mulher que tem dignidade enquanto você…
Ana: Você confunde dignidade com dinheiro. Mas agora que eu sou mais rica que você posso dizer que tenho mais dignidade.
Adelia: Não se iluda, queridinha. Continua a mesma costureira imunda de sempre, só que disfarçada; mesmo que a porcaria se traje de ouro, continua porcaria.
Ana: Pode ser mas pelo menos eu não aparento o que eu não sou.
Adelia: Está me chamando de hipócrita?
Ana: Foi você mesma que disse.
Adelia: Não tenho tempo a perder escutando suas grosserias. Até nunca mais, Ana Fernandes.
Ana: Pelo visto continua sendo a mesma ridícula e insuportável de sempre. Só quero que me diga uma coisa: onde está a criança que você me roubou há 20 anos?
Adelia: Essa dúvida você vai ter o prazer de levar para o túmulo. Porque eu nunca te direi. Nunca.
(Adelia sai do shopping e pega um táxi. Ana pega outro e diz)
Ana: Segue aquele carro!
(Adelia chega de táxi a sua casa. Ela entra em casa. Ana, que a seguia, pensa:)
Ana: “Então é aqui onde esta maldita se esconde…”
(Ana vai até a porta e bate. Dimitri atende. Ela fica emocionada e sem poder falar ao ver o filho diante dela.)