Eu e Ana – Capítulo 52
Joaquim: Já que está casada com Danilo, eu vou ter que ajudá-lo. Isto é, dar a ele um apoio que um pai daria a um filho.
Danilo: Como assim?
Joaquim: Serei bem claro. Lembra-se, Diana, que eu lhe daria um cargo na empresa? Pois bem, decidi dá-lo a Danilo. Eu vou capacitá-lo para ser meu DIRETOR EXECUTIVO.
Danilo: Não, senhor. Eu não posso. Eu estou cego. Não posso exercer um cargo desse.
Joaquim: Engano seu, meu jovem. Vou te dar muitas razões para isso: a capacidade está além dos olhos, ouvidos ou demais sentidos, e eu percebo que você é uma pessoa comunicativa e carismática. Até porque, não é bom que fique aqui sem fazer nada. Precisa se distrair. Lembre-se que mentes vazias são alvo das depressões.
Danilo: Se o senhor diz… Que custa experimentar?
Alicia: Mas porque ele? Danilo não passa de um agregado. Não tem direito algum.
Diana: Não, Alicia. Enquanto estiver casado comigo, Danilo tem direito a tudo. Porque não é um agregado, e sim meu marido. Aliás, quem pediu sua opinião?
(Alicia se levanta.)
Alicia: Eu perdi o apetite. Vamos, Boris.
Boris: Ainda não acabei de jantar.
Alicia: Levanta daí, imbecil!
(Boris levanta e os dois vão para o quarto. Enquanto isso, no Hospital…)
Tayana: Edmundo… Edmundo…
Edmundo: Estou aqui.
Tayana: Você soube que o Paco e a Madrinha Rosa Mística morreram?
Edmundo: Então foi por isso… que você desmaiou.
Tayana: Estou muito triste… Como eu vim parar aqui? O que aconteceu?
Edmundo (chorando): Tay… é que o médico… o médico disse que… ai, meu Deus… o nosso filho…
Tayana: O que aconteceu? Fala!
Edmundo: Fizeram exames e descobriram que… ele é ANENCÉFALO!!!
(Enquanto isso, na Mansão Coral, Alicia dá voltas e voltas no quarto.)
Boris: O que você tem, Alicia?
Alicia: E ainda pergunta, seu incompetente! Além de ter perdido Diana para aquele imbecil varredor de chão de bodegas… agora, o cargo mais importante da empresa será dele. Este garoto não me engana… Se faz de sonso para ganhar a confiança de todos mas está esperando o momento certo para dar o bote.
Boris: Acha?
Alicia: Claro. Mas seremos mais espertos. E vou precisar da sua ajuda.
Boris: Pra variar.
Alicia: Aproxime-se dele. Tornem-se “amigos”. Descubra suas estratégias e antecipe-se a elas. Faça isso por mamãe.
Boris: Pode deixar.
(Em casa, Edmundo e Tayana…)
Edmundo: Tayana, precisamos conversar. A gravidez é de risco, e esta criança não terá grandes chances de sobreviver… É melhor você abortar.
Tayana: Edmundo… você é o pai! Está mandando que eu dê fim no nosso próprio filho?