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Notas de um Destino

Notas de Um Destino – Capítulo 21 (Sorte Grande)

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Baluarte: Vai perder a voz: ninguém ajuda mendigos. Se enxerga, garota! Você agora é um nada na sociedade. Não é mais a agricultora de Santa Quitéria que era protegida pelos seus irmãos.

Rosa Maria: Não me lembra disso!

Baluarte: Quando é que vai entender que aqui na rua é cada um por si e Deus por todos nós? Se tem alguém que pode te ajudar, esse alguém sou eu!

Rosa Maria: Mas eu não quero a sua ajuda… Não quero a ajuda de ninguém! Porque a última vez que me ofereceram ajuda, me tiraram de casa e me deixaram aqui, largada! Não quero a ajuda de ninguém! De ninguém!!!

(Rosa Maria sai correndo, ela passa de frente a uma padaria)

Rosa Maria: Tô com fome…

(Rosa entra e rouba um pão, ela sai correndo)

Dono da Padaria: Volta aqui, gatuna infeliz!

(Rosa vai pra baixo de um viaduto e começa e chorar)

Rosa Maria: Ai, meu Deus! Quanta fome… Eu devia ter aceitado a ajuda do Baluarte… Eu virei uma ladrona! Mas eu juro que nunca mais eu vou fazer isso, nunca mais!

(Um carro preto para, dele sai Demétrio Gomes)

Demétrio: Eu sabia que ia encontrá-la aqui.

Rosa Maria: Quem é o senhor?

Demétrio: Venha comigo…

Rosa Maria: Aonde?

Demétrio: Vem, e vai ver! Quitéria Garcia

Rosa Maria: Não, não sou Quitéria Garcia. Ela está morta. Meu nome é Rosa! Rosa Maria! Rosa Maria Parker-Smith!

Demétrio: É mesmo? Você jura?

Rosa Maria: Eu sei o que eu tô falando… Eu juro!

Demétrio: Não deveria jurar em vão.

Rosa Maria: Quem é o senhor? Não o conheço.

Demétrio: Me pediram para ajudar você e transformá-la numa pessoa educada.

Rosa Maria: Quem?

Demétrio: Um amigo… Bem, não há tempo a perder… Quitéria, entre no carro, prepare-se para sua vida de princesa.

(Quitéria entra no carro, que acelera. De longe Baluarte a observa.)

Baluarte: Vai nessa, Rosa. Você merece o melhor.

(Chegam Espoleto e Aguardente)

Espoleto: Cadê a tua amiguinha?

Baluarte: Tarde demais, Espoleto. A Rosa partiu dessa pra melhor!

Espoleto: Como assim?

Baluarte: Ela vai ter a vida que ela sempre mereceu.

(Rosa chega à Mansão de Demétrio)

Demétrio: O que você acha?

Rosa Maria: Eu não acredito, é Tão grande! A última casona grandona assim que eu vi foi o Convento das Freirinhas que eu morei lá no Sobral e eu acho que era menor.

Demétrio: Vou te mostrar o seu quarto. Por aqui…

(Demétrio abre a porta do quarto de Rosa)

Rosa Maria: Ah, minha Santa Quitéria! É do tamanho da minha casinha onde eu morava com os meus pais!

Demétrio: E tem um banheiro, olha!

Rosa Maria: Isso é um banheiro ou uma casa?

Demétrio: Ah! Ah! Bem que me avisaram que você tinha um grande senso de humor. Bem, você toma banho agora. Depois, eu vou providenciar pra você roupas e também uma professora particular.

Rosa Maria: Falô… Ei, seu moço! Quem era esse seu amigo que mandou me ajudar?

Demétrio: O José Carlos!

Rosa Maria: Não conheço.

Demétrio: Conhece sim… É o Baluarte!

Rosa Maria: O Baluarte?

(Demétrio telefona para Dona Resplendor)

Demétrio: Alô, boa tarde, dona Resplendor, aqui quem fala é Demétrio Gomes! Como vai? Tenho uma missão para a senhora… Uma garota que eu quero que seja educada.

Resplendor: Está bem, senhor Demétrio, verei o que posso fazer. Quando? Esta tarde? Sim senhor… Estarei aí.

(Baluarte vai até a mansão de Demétrio e encosta na grade. Ele pensa:)

Baluarte: “Será que a Rosa está bem? Poxa, eu queria tanto ver ela…”

(Ele pensa em tocar a campainha e chamá-la, mas:)

Baluarte: “Não… eu tenho que deixar ela livre. Agora ela vai ser rica. Não deve mais ficar com amizade comigo, um pobre mendigo.”

(Baluarte volta para as ruas cabisbaixo. Aguardente e Espoleto o abordam:)

Espoleto: Escuta aqui, onde está a Rosa Maria? Você vai ter que nos dizer!

Augusto Freire

Em uma palavra: Um sonhador. Aqueles que querem saber mais de mim, leiam minhas webs. Muito dos meus personagens é baseado em mim mesmo, em cada face que eu sei que tenho neste teatro que é a vida e que temos por missão de explorar e trabalhá-los pouco a pouco.

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