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Saber Viver

Capítulo 8 – Saber Viver

Capítulo 8|| SABER VIVER

ESCRITO POR: THALITA GUEDES

 

CENA 1. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – EMPRESA DAN QUADROS/TARDE

HEITOR                   VOCÊ TEM DIREITO, VOCÊ É FILHA! – se exalta.
ALINE                      Fala baixo. Eu sei que sou filha, mas minha mãe não está nem aí para isso. – sussurra.
HEITOR                   Aline você vai à luta por essa herança e eu vou te ajudar.
ALINE                      Eu não ficar desafiando meu pai feito uma garotinha mimada. Eu vou fazer de tudo para ter essa herança, mas não é assim que a banda toca.
HEITOR                   Aline, você tem 25 anos, você já está bem grandinha.
ALINE                      Heitor eu não vou desafiar meu pai, eu sei do que ele é capaz, eu sei.
HEITOR                   Você que sabe! – fala.
Aline “faz que sim” com a cabeça.
HEITOR                   Estou indo, até mais! – fala, se despedindo com um beijo.
Heitor sai e Aline fica bufando.

CENA 2. RIO DE JANEIRO/ TAQUARA – CASA DA CRISTINA/TARDE

Telma chega em casa desesperada.
TELMA                    Vítor, meu amor, como você está? – pergunta, aflita.
VÍTOR                      Estou bem, só estou sentindo um pouco de dor, mas fora isso tudo certo. Por quê? – fala.
TELMA                    Ué, a Cristina falou que você estava todo machucado.
VÍTOR                      Cristina aumenta tudo.
TELMA                    E cadê ela? – pergunta.
VÍTOR                      Está na cozinha. – fala, apontando para a direção.
Telma vai até à cozinha e encontra Cristina lavando a louça
TELMA                     Poxa Cristina, você disse que o Vítor estava todo machucado.
CRISTINA               Boa tarde para você também! – fala, virando para ficar frente a frente com Telma.
TELMA                    Não estou de gracinha, me deixou nervosa, poxa.
CRISTINA               Quem sabe assim você não aparecia, sumiu desde manhã.
TELMA                    Fui resolver problemas.
CRISTINA                Em Petrópolis?  – pergunta, debochada.
TELMA                    Isso não é da sua conta.
Cristina faz cara de nojo e volta a lavar a louça. Telma sai da cozinha.

Algumas horas depois…

A lua chega e toma conta de todo o céu, que está completamente estrelado. O vento está bem forte e está frio. 

CENA 3. RIO DE JANEIRO/ JACARÉPAGUÁ – CASA DA MADALENA/NOITE

Madalena leva o Lukas no quarto e fica com ele.

LUKAS                     Obrigado por me fazer companhia, você sabe que eu era muito agarrado com a mamãe. – fala baixinho.

MADALENA                       É por isso que estou aqui. Ei, Lukas, você tem 29 anos, não é mais uma criancinha poxa.

LUKAS                     Por que você foi tão fria quando soube que a mamãe morreu? – pergunta, triste.

MADALENA                       Lukas, eu tinha que estar preparada. Tenho 33 anos, sou a mais velha. A mamãe deixou essa missão para eu cuidar de você.

LUKAS                     Mas eu não quero que a mãe se vá. Por que Deus teve que escolher logo ela? Com tanto bandido, com tanta gente ruim.

MADALENA                       Lukas, a mãe já fez muita coisa nessa terra, sofreu demais. Só eu sei o que ela passou quando… – ela percebe a presença de Lukas e para de falar.

LUKAS                     Quando? Completa. – fala.

MADALENA                       Lukas já está tarde. E amanhã iremos acordar cedo para o enterro. Fica com Deus! – ela dá um beijo na testa dele de despedida.

Madalena sai, apaga a luz e Lukas dorme. 

No dia seguinte…

O sol nasce radiante, está um dia lindo e de bastante calor.

 

CENA 4. RIO DE JANEIRO/ TAQUARA – CASA DA CRISTINA/DIA

Cristina desce a escada apressada. 

TELMA                    Nossa, aonde vai com tanta pressa? – pergunta, ainda zonza de sono.

CRISTINA               Vou resolver meus problemas. Não foi isso que me respondeu ontem?

TELMA                    Ih, ignorância. Apenas perguntei.

CRISTINA               E eu apenas respondi! Até mais. – fala, saindo.

TELMA                    Quê que essa mulher vai aprontar? – sussurra, tensa.

 

CENA 5. RIO DE JANEIRO/ JACARÉPAGUÁ – CASA DA MADALENA/DIA

Cristina chega até a casa mas não tem certeza se é a mesma.
CRISTINA               Será que é essa casa mesmo? Se for, não mudou nada.
Madalena e Lukas saem pela porta e desconfiam da presença de Cristina.
MADALENA                       Esperando por alguém, Senhora? – pergunta, desconfiada.
CRISTINA               Aqui que mora a Dona Maria? – pergunta.
MADALENA                       Morava. Ela morreu ontem, estou indo para o enterro. E você quem é? – pergunta, ficando mais desconfiada.
CRISTINA               Morreu?! – pergunta, assustada.
Madalena “faz que sim” com a cabeça. 
LUKAS                     Vamos logo Madá, iremos se atrasar. – fala, puxando ela.
MADALENA                       Espera Lukas, a conversa não acabou. Você ainda não me disse quem é você.
CRISTINA               Sou Cristina, uma amiga de infância da sua mãe. Meus pêsames. Poderia me informar onde vai ser o enterro? Eu apareço por lá.
MADALENA                       Desculpa, mas não vou te informar isso. Vamos Lukas. – ela dá as costas e deixa Cristina sozinha.
CRISTINA               Espere! – fala alto.
Madalena para e olha para trás.
MADALENA                       O que foi dessa vez? – pergunta, ficando irritada.
CRISTINA               Meus pêsames! – fala.
Madalena balança a cabeça em forma de afirmação e agradece.
MADALENA                       Agradecida! – fala, dando as costas.
CRISTINA               Deve ter morrido de desgosto, pobre coitada. – ela ri, maleficamente.

 

CENA 6. RIO DE JANEIRO/ SANTO CRISTO – CEMITÉRIO SÃO LUCAS/DIA

Madalena e Lukas chegam para velar o corpo de Maria.

LUKAS                     Guerreira! Você faz falta. – ele se aproxima do caixão e chora.

O coveiro se aproxima de Madalena.

COVEIRO                Dona Madalena, infelizmente o corpo terá que ser enterrado antes da hora.

MADALENA                       Mas por quê? – pergunta.

COVEIRO                Infelizmente está chegando um temporal e aqui em Santo Cristo enche tudo, fica parecendo um rio.

MADALENA                       Vai ser até bom que o Lukas não fica chorando tanto. Que horas vai enterrar?

COVEIRO                É o tempo de eu ir lá em cima e buscar o carrinho que leva o caixão.

MADALENA                       Tudo bem, vai lá.

O coveiro sobe para buscar o carrinho. Carolina se aproxima de Madalena.

CAROLINA             Amiga! Meus pêsames. – fala, abraçando Madalena.

MADALENA                       Ai amiga, obrigada.

CAROLINA             Imagino como foi difícil. E o Lukas, como reagiu?

MADALENA                       Foi muito difícil amiga. O Lukas chorou mais que tudo, hoje de manhã que ele melhorou um pouco. – fala. – Eu quase soltei para ele aquela bomba. – sussurra.

CAROLINA             Nossa amiga, que barra. Jura?! Cuidado amiga, o que não se pode fazer agora é machucar mais o Lukas.

O coveiro volta a se aproximar de Madalena.

COVEIRO                Posso pegar o caixão? – pergunta.

Madalena “faz que sim” com a cabeça.

MADALENA             Pode sim.

O coveiro fecha o caixão e o coloca no carrinho. Todos sobem junto ao coveiro.

LUKAS                     Minha eterna mãe! – fala, chorando.

O coveiro começa a colocar o caixão na cova e Lukas interrompe gritando.

LUKAS                     NÃ-A-A-A-A-AO! NÃ-A-A-A-A-AO! NÃ-A-A-A-A-AO! – grita, chorando.

O coveiro para de colocar o caixão na cova e se assusta. Foca no Lukas.

 

FIM DO 8° CAPÍTULO!

Gabriel Adams

O que é necessário para Ser Humano? Quais são as atitudes que devemos tomar em situações difíceis sem que possamos ferir ou machucar alguém? Será que Ser Humano é ser cruel? Ou é errar, acertar, errar tentando acertar...Afinal, o que é ser humano? Dia 23 de fevereiro, às 20hrs, estréia a web-novela SER HUMANO.

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