Capítulo 4 – Três Jogadas

Três Jogadas.

Capítulo 04.

“Procuro suportar todos os dias minha própria personalidade renovada, despencando dentro de mim tudo que é velho e morto.”

Cora Coralina

Cena 1. Rio de Janeiro – Copacabana / Copacabana Palace / Tarde

Continuação imediata da cena anterior.

Célia e Petrônio almoçam. Alice entra no restaurante.

Alice: Estou esperando um homem. – ela pega um papel. – Eriberto Gonçalves.

A recepcionista vai guiando Alice até a mesa.

Petrônio em choque: Alice!

Célia olha apavorada. Foca em nos dois, desesperados.

Célia, apavorada: Meu Deus, o que essa mulher está fazendo aqui?! Petrônio a gente precisa sair daqui.

Petrônio e Célia largam a comida, mas ao sair, Petrônio acaba esbarrando na mesa que faz barulho. Alice olha desconfiada e estranha os dois saindo apressados.

Alice se senta ainda desconfiada: Eriberto?! – ela sorri. – Prazer, Alice! – ela estende a mão.

Eles se cumprimentam.

Eriberto: Prazer! Trouxe os documentos em nome do Tiago?

Alice sorri: Claro! Podemos começar a negociação?

Dentro do quarto…

Célia e Petrônio entram desesperados, apressados.

Petrônio bufando: Essa foi por pouco. O que será que a Alice estava fazendo aqui?

Célia tentando buscar fôlego: Você sabe que aqui é ponto de negociação. Esses empresários famosos vêm negociar aqui. No mínimo ela veio representando a revista. Não dá mais pra gente esperar, Pet.

Petrônio bebendo uísque: Eu não vou deixar ela destruir meus planos. Hoje começa a nossa guerra contra a Alice. Chegou a hora da vingança!

Foca no olhar dos dois, com sede de vingança.

Cena 2. Rio de Janeiro – Gávea / Revista Luz / Tarde

Tiago e Vanessa se beijam e se agarram no sofá do escritório.

Tiago tirando a blusa: Que saudades eu estava de você. Quanto tempo à gente não fazia isso. – ele diz a beijando.

Vanessa o ajudando: Eu já estava morrendo de saudades. Não suporto ficar sem você.

Na recepção…

Eliane chega.

Eliane sorrindo: Waleska, o Tiago está aí?

Waleska: Sim senhora. Está em sua sala.

Eliane sorri: Obrigada!

Eliane pega o elevador e salta no andar da sala de Tiago. Ela bate na porta.

Dentro da sala…

Tiago furioso: Ai meu saco! – ele sussurra. – Quem é?! – grita.

Eliane: Sou eu Tiago, Eliane.

Tiago e Vanessa se entreolham. Pouco depois, Tiago abre a porta.

Eliane entra: Que demora para abrir uma porta. – ela coloca a bolsa na mesa. – Eu vim aqui para termos uma conversa.

Dentro do armário, Vanessa se ajeita e escuta a conversa.

Tiago se senta: E a gente não podia ter essa conversa em casa?

Eliane é direta: Eu quero o divórcio!

Tiago se levanta: Como é? – ele se espanta.

Cena 3. Rio de Janeiro – Leblon / Apt. Da Melissa / Tarde

Ferraz vê Melissa caída no chão.

Ferraz a sacode: Melissa! Melissa fala comigo.

Ela resmunga e abre um olho, mas ainda está zonza.

Melissa zonza: O que aconteceu?

Ferraz sorri: Que bom que está bem. Vá pro quarto. Você passou mal e acabou caindo aqui. Mas eu cuidei de você. – ele finge.

Melissa se levanta: Nossa, estou zonza. – ela se olha no espelho da sala. – Ferraz que marca é essa no meu rosto? Está inchado! Você me agrediu?

Ferraz sonso: Está maluca? Claro que não! E eu lá sou homem disso. Eu já disse você passou mal e não está lembrando. Eu vou tomar meu banho.

Ele sai e Melissa continua se olhando no espelho, chocada.

Cena 4. Rio de Janeiro – Laranjeiras / Clínica Santo André / Tarde

Stacy tensa: E então, vó. Conta quais são as minhas origens.

Marta tosse: É muito difícil. – ela tosse novamente. – Eu vou falar sobre isso. O que eu fiz no passado não vai ser superado nunca. Mas eu juro que tudo o que fiz foi pro seu bem, minha neta.

Stacy chorando: Do que você está falando, vó? Por favor, me fala.

Marta: Eu vou contar. Stacy a sua mãe biológica não morreu no parto, como eu tinha dito. Ela ta viva, minha neta. Viva!

Stacy chocada: Do que você está falando?!

O enfermeiro entra.

Enfermeiro, sorrindo: Hora de tomar os medicamentos dona Marta. Jovem, eu vou pedir que você se retirasse.

Stacy pega a bolsa: Eu quero saber do resto desse detalhe. Essa história não acabou.

Ela sai apressada. Do lado de fora, Stacy se senta chorando.

Cena 5. Dentro do Avião / Tarde

Jordan está sentado. Leandro chega.

Leandro rindo: Quase que perco o voo. – ele se senta. – Você e seus livros. Atrapalho?

Jordan fecha o livro: Claro que não. – ele sorri. Ele percebe a aliança de Leandro – Eu não sabia que você era casado.

Leandro olha a aliança: Sou casado sim. Com uma mulher maravilhosa. Você é casado?

Jordan ri: Não. Estou muito velho pra isso. Eu já fui noivo, mas isso tem 30 anos. Depois disso eu só me envolvi com algumas mulheres, mas nada de compromisso. Seu casamento é forte?

Leandro: Bastante. Eu tenho uma ótima relação com minha esposa. Clarice o nome dela.

Jordan gargalha: Que destino! Eu também fui noivo de uma Clarice. – Leandro estranha. – Mas ela morreu atropelada. Um fim trágico.

Leandro cabisbaixo: Nossa! – ele ergue a cabeça. – Eu lamento muito.

Cena 6. Rio de Janeiro – Leme / Apt. Da Clarice / Tarde

Quarto da Paloma…

Paloma: AQUI! – ela abre uma foto de Luigi. – Esse é o garoto lá da festa.

Igor procura algumas fotos: Essa daqui deve ser a mãe dele. Não?

Paloma se assusta: Não pode ser.

FLASHBACK / DIA DA FESTA

Júlia, recusando: Eu não gosto de bebida. Não tem suco ou refrigerante?

Alice, rindo: E isso não seria bebida? – Júlia fica sem graça. – Não, não, eu entendi. Vai me dizer que você não gosta de DRY MARTINI. Bebe eu aposto que você vai adorar.

Júlia, aceita: Bom, se insiste tanto. – ela olha pra Paloma. – Não vai pegar nada?

VOLTA A CENA

Paloma assustada: Agora tudo faz sentido. – Igor não entende.

FLASHBACK / DIA DA FESTA

Júlia, suando: Eu não estou me sentindo bem. Eu preciso ir pra casa.

Alice, embargando a voz: Eu fiz um esforço enorme para te colocar dentro dessa festa. E você vai embora assim?

Júlia se levanta: Eu vou lá ao banheiro passar uma água no rosto. Eu estou suando frio, não estou me sentindo bem, talvez eu melhore.

Paloma se levanta também: Quer que eu vá com você, Ju?!

Júlia: Não. Fica com ela, Alice?

Alice, sorrindo: Claro que fico. Eu adorei a companhia da Paloma

VOLTA A CENA

Paloma se levanta: Eu lembro exatamente do rosto dessa mulher. Foi ela que deu a bebida que fez a Júlia passar mal e ela que incentivou a Júlia a ficar na festa. Logo em seguida a Júlia foi ao banheiro e encontrou esse Luigi. Tudo faz sentido, Igor. Essa mulher queria que os dois se conhecessem, de alguma maneira.

Igor: Eu vou descobrir o que essa mulher e esse Luigi querem com a Júlia e eu não vou sossegar enquanto eu não achar.

Cena 7. Rio de Janeiro – Gávea / Revista Luz / Tarde

Tiago se levanta: Isso não pode estar acontecendo, Eliane. Você não está falando sério. Para com essa brincadeira.

Eliane prendendo as lágrimas: Eu não estou brincando Tiago. Eu estou cansada de sofrer tantas humilhações. Eu estou cansada de me humilhar pra você e só receber patadas. Eu preciso viver!

Tiago se ajoelha: Pelo amor de Deus, Eliane. Não faz isso comigo. Eu não sou nada sem você.

Eliane o empurra: Levanta Tiago! Sem drama. Eu estou cansada de ficar me humilhando pra você. Sabe o que eu me sinto? Uma mulher fraca, inútil, incapaz de conseguir viver livre e construir uma própria família. E de pensar que quando eu me casei com você eu acreditei nas suas palavras. Chega! Eu não aguento mais viver de falsas promessas, eu quero viver em paz comigo mesma. – ela pega a bolsa. – Em casa a gente conversa.

Tiago se levanta: Eliane! – ela para. – Eu juro que vou tentar ser um homem melhor. Me perdoa!

Os dois se encaram. Leandro se faz de coitado. Eliane sai e não responde. Vanessa sai do armário rindo.

Vanessa gargalha: Você nasceu trouxa assim ou fez curso?

Vanessa debocha e Tiago não gosta.

Na sala de Alice…

Luíza consegue entrar disfarçada no prédio da revista. Ela vai até à sala de Alice.

Luíza fecha a porta: Eu preciso achar alguma coisa que vale a pena. O que será que essa babaca esconde.

Ela começa a revirar as gavetas e pega alguns pertences de Alice, incluindo joias.

Luíza rindo: Isso vai me render bons dinheiros.

Ela se senta ao ouvir um barulho. Alice chega.

Alice estranha: Quê isso?! O que você está fazendo aqui?

Luíza sorri: Saudades de mim, patroa?

Alice se senta: Patroa? Como você conseguiu entrar aqui, garota?

Luíza: A garota da recepção me mandou esperar aqui. Eu vim. Mas se for incomodar eu volto outra hora.

Alice é direta: Quanto você quer?

Luíza não entende: Oi?

Alice: Qual o seu preço. Fala logo. Quanto você quer para parar de me perseguir?

Luíza sorri: Quero trabalhar pra você. Eu só preciso de uma chance. Esse é o meu preço.

Alice furiosa: Sai daqui. Sai daqui A-G-O-R-A. Eu conheço bem esse seu tipinho. Eu não vou cair nesse seu papinho mole. Vaza!

Luíza entrega um papel: Me encontra nesse local. Por favor. Eu preciso de uma chance.

Alice pega o papel e Luíza vai embora. Alice fica pensativa.

Cena 9. Rio de Janeiro – Copacabana / Copacabana Palace / Tarde

Quarto 301…

Célia chega com duas identidades. Petrônio está assistindo televisão.

Célia sorri: Chegou à hora de dá o fim no nosso passado e fazer um novo recomeço. E recomeço de vingança.

Petrônio se levanta: O que é isso?

Célia: Uma preciosidade. Nossas verdadeiras identidades. – ela pega mais duas identidades. – Chegou a hora de Aurora e Enrico morrerem. Agora nasce Célia e Petrônio! – Foca na imagem de Célia, sorrindo.

Fim do Capítulo 4!