YAKUZA – 3º Capítulo
Yankee o encarava. Era um homem alto, forte, de boa aparência.
Posso te chamar de Yankee? –Tetsu apertou a mão do mesmo-
Pode. –Yankee respirou fundo-
Então, o que sua família faz? –Tetsu perguntou se sentando no enorme sofá bege claro que tinha na sala-
Yankee não sabia muito bem aonde sentar nem muito bem o que responder.
Jackie se jogou em uma poltrona:- Mano, senta ai fique a vontade.
Yankee se sentou:- Minha mãe é dentista, ela trabalha em uma clínica no centro, e eu e meu irmão estudamos na mesma escola de Jackie.
Tetsu:- São só vocês três?
Yankee:- Sim, meu pai morreu já faz algum tempo.
Tetsu:- Você deve estar achando estranha essa conversa, mas eu gosto de conhecer as pessoas com quem meus filhos estão andando.
Ele é sempre assim. –disse Jackie-
Yankee:- Entendo o senhor.
Realmente Yankee estava confuso, Tetsu Rayako não parecia ser como Hayori descreveu na sala de aula, parecia ser inteligente, esperto e muito poderoso, ele tinha um porte um ar de poder, isso era evidente, mas era algo bom e não ruim.
Com licença. –Seon Wa os interrompeu- Desistimos de esperar a Hayori, vamos servir o Jantar sem ela.
Os homens da casa se levantaram caminhando para a mesa.
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Hayori descia do carro, enrolava um pouco pegando a chave de casa e ajeitando a bolsa, a sacola das compras que havia feito, afinal, mesmo não sabendo quem é Song ela tinha que causar na festa dessa garota.
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Eu pretendo fazer medicina. –Yankee falava enquanto comia- Quero poder salvar vidas.
Tetsu:- Querer nem é sempre poder. – o olhou- Mas acho bonito essa atitude. Devia me ajudar a colocar um pouco de juízo na cabeça do meu filho, pergunte para ele o que ele quer estudar.
Yankee olhou para Jackie.
Jackie riu:- Quero andar descalço e vender minha arte na praia.
Todos caíram na risada.
Jackie:- É só uma brincadeira. Pretendo herdar o negócio da família.
E qual é o negócio da família? –Yankee perguntou-
Tetsu engoliu em seco.
Arquitetura. –disse- Estou investindo no mercado coreano.
Boa noite família. –Hayori falava enquanto trancava a porta- Estou morrendo de fom… –parou de falar ao ver Yankee sentado a mesa conversando e rindo com seus pais e seu irmão-
O que ele está fazendo aqui? –Hayori perguntou caminhando-se até eles-
Seon Wa:- Isso são modos Hayori?
Hayori sentia seu sangue ferver, seu coração parecia que sair pela boca.
Ninguém me respondeu ainda! –jogou suas coisas em cima do sofá- O que esse indivíduo está fazendo aqui?
Calmamente Tetsu colocou seus talheres em cima do prato:- Parece que vocês já se conhecem.
Infelizmente. –Hayori respondeu-
Filha?! –Seon Wa a repreendeu-
Hayori pegava seu prato se servindo:- Me respondam, o que ele está fazendo aqui?
Yankee apenas observava.
Ninguém vai me responder? –Hayori os encarou-
Somos amigos. –Jackie logo soltou- Não sei se você sabe.
Hayori:- Faz quanto tempo isso?
Jackie:-Já faz algum tempo, é com ele e o irmão dele que eu jogo basquete. Como estou de castigo, meu pai deixou que ele viesse jantar e dormir aqui em casa hoje.
Hayori bufou, revirou os olhos e o olhou com desprezo.
Não sei como tem coragem de vir até a minha casa. –Hayori o encarava-
Tetsu:- Hayori?
Depois de tudo o que aconteceu durante essas semanas. –Hayori continuava- Acho que você não entendeu o quanto é perigoso estar aqui.
Hayori? –Tetsu insistia em chamar sua filha-
Hayori:- Eu me recuso a sentar na mesma mesa que você. –saiu andando-
Eu quero que você faça sua refeição na mesa com todos. –disse Tetsu friamente-
Hayori parou de caminhar.
Eu não te eduquei assim. –Tetsu concluiu-
Hayori sorriu e se virou encarando seu pai:- Quer que eu fale mesmo como o senhor nos educou?
Tetsu:- Cala essa sua boca!
Yankee estava realmente indignado.
Nervosa, envergonhada e com muita raiva, Hayori foi subir as escadas para ir ao seu quarto e acabou tropeçando nos degraus deixando seu prato cair.
Aish. –resmungou para si se ajoelhando-
Sem perceber Yankee havia levantando e estava ao lado de Hayori.
Está tudo bem? –perguntou-
Hayori o olhou se levantando:- Se toca garoto, não dirija a palavra a mim. –continuava subindo-
Você não vai limpar essa sujeira? –Tetsu aumentou seu tom de voz-
Hayori:- Temos empregada pra que? –parou no meio da escada-
Tetsu se levantou, subiu as escadas, segurou fortemente nos cabelos ondulados de Hayori e arrastou a força escada a baixo.
Todos olhavam assustados.
Seon Wa e Jackie estavam acostumados com tal comportamento. Na Yakuza o chefe tinha que mostrar quem é que mandava e não importava se o membro era de sua família ou não. Yankee estava mais uma vez confuso, não entendia como um pai tratava uma filha daquele jeito, mesmo ela merecendo, e olha que Hayori idolatrava seu pai.
Você sujou você limpa. –disse Tetsu a jogando no chão- Vamos continuar o jantar? –sorriu para os outros enquanto se sentava em seu lugar- Bom, voltando ao assunto, você Yankee, meu filho, está estudando para entrar na faculdade de medicina?
E-e-estou. –Yankee respondeu sem nenhuma certeza-
E ali ficaram conversando e comendo, Yankee tentava se concentrar no assunto, mas de vez em quando olhava para Hayori que ainda limpava o chão.
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Era por volta das 21:30, Hayori estava deitada em sua cama, seus olhos estavam cheios de lágrimas, mas ela não deixou nenhuma lágrima cair. Fitava seu abajur pensando nas coisas que seu pai havia falado, nas coisas que ela vinha falando para Yankee, se virou olhando para o teto.
Mais uma vez fugindo. –pensava- Quando isso irá acabar? –virou-se olhando o céu pela janela- Eu só quero poder falar quem eu sou verdadeiramente. –pegou seu celular- Alô? –pausa- Aqui é Hayori Rayako eu gostaria de falar com a Xenghua? –pausa- Ela saiu com os amigos? –pausa- Tudo bem, obrigada, boa noite. –desligou fechando seus olhos-
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Não acha que foi muito rude com a Hayori no jantar? –Seon Wa perguntava a Tetsu enquanto secava seus cabelos molhados-
Tetsu:- Ela e esse amigo do Jackie têm que entender quem eu realmente sou.
Seon Wa:- Digo por ela ser sua filha. A Hayori é uma menina ainda, tem muito a aprender, não acha que toda essa história nossa com a Yakuza mexe com a cabeça dela?
Tetsu:- Um dia ela se casará com o membro da Yakuza que eu escolher e o Jackie herdará o negócio da família é bom que saibam como as coisas funcionam desde cedo. –guardou o livro que estava lendo puxando a coberta se deitando-
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Mano, podíamos até jogar vídeo game, mas estou de castigo e se meu pai descobre ele me mata e te mata junto. –Jackie falava enquanto folheava uma revista.
Yankee:- Teu pai é sempre assim? –deitou na cama-
Jackie:- Assim como?
Yankee:- Assustador, ele foi assustador na hora do jantar.
Jackie:- É ele é sempre assim. –riu- Eu já me acostumei e você vai se acostumar, mas me fala ai, você ta pegando a Rânia?
Yankee:- É mais ou menos… –ria-
Jackie:- E como ela é?
Yankee:- Podemos continuar esse assunto depois que eu tomar um copo de água? –se levantou- Estou morrendo de cede.
Jackie:- Vai lá mano, você sabe onde é a cozinha não?
Yankee abria a porta:- É o primeiro cômodo que checo nas casas alheias. –riu-
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Hayori havia cochilado por 20 minutos, sempre fazia isso quando estava cansada ou irritada e impressionante ela acordava outra pessoa. Como não havia jantado resolveu descer para pegar algo para comer. Assim que entrou na cozinha percebeu que alguém estava lá, pois a luz da geladeira estava clareando metade do local. Parou na porta ao ver Yankee sem camisa tomando um copo de água.
Yankee se virou a olhando:- Hayori, você está bem? –perguntou-
Hayori caminhou até a geladeira:- Pra que você quer saber? –procurava algo para comer- Você é a causa disso tudo. –deixou algumas coisas como queijo e salame caírem no chão, se abaixou para pegá-las-
To vendo que você não é boa na cozinha. –disse Yankee se abaixando- Em nada praticamente-
Os dois se olhavam, eram olhares confusos.
Eu sou boa em muita coisa. –disse Hayori se levantando-
Yankee sorriu bebendo sua água:- A é? Me dê um exemplo então.
Implicar com a sua vida. –disse Hayori- Eu faço isso muito bem. –sorriu-
Yankee caminhava para o balcão:- É realmente, você é ótima nisso. –deu um sorriso-
Hayori foi até o balcão cortando o queijo e o salame.
Yankee a olhava, estava realmente sexy de pijama, e olha que ela dormia com um camisetão escrito Chicago 1973. Parecia que depois do ocorrido no jantar Yankee estava vendo Hayori com outros olhos.
Yankee caminhou ficando atrás de Hayori:- Tem outra coisa que você é boa também. –disse praticamente em seus ouvidos-
Hayori respirou fundo, sentia seu corpo todo arrepiado:- E você pode me falar o que é? –se virou ficando de frente para Yankee-
Yankee levou uma das mãos ao rosto de Hayori:- Mas para isso você precisa de mim. –deu um sorriso de canto se aproximando de Hayori-
Posso saber o que é isso na minha cozinha? –disse Tetsu acendendo a luz-
Assustado, Yankee foi se distanciar de Hayori e acabou derrubando seu copo no chão. Hayori rapidamente se virou pra o balcão cortando seu queijo.
Seu convidado pai! –disse irritada- Está me falando coisas.
Tetsu caminhou até que Yankee que estava no chão pegando os cacos de vidro.
Yankee meu filho, -Tetsu começou- Você é muito bem vindo em minha casa, mas não quero saber desse tipo de aproximação, principalmente aqui na minha mansão.
Yankee olhava Tetsu.
Ele adora falar mansão. –Hayori resmungou- Afinal de contas, o que o senhor está fazendo acordado? E com o note na mão?
Tetsu:- Perdi o sono, então irei ver algumas planilhas. Vão dormir os dois, separados, é claro.
Yankee subia as interminável escada que tinha no meio da sala que levava aos quartos e Hayori vinha logo atrás.
Você é muito esperta hem? –Yankee parou a olhando- Ia falar para o seu pai que eu estava te falando coisas sendo que você estava doidinha para que algo acontecesse.
Hayori continuou subindo parando em sua frente:- Acha mesmo que vou querer alguma coisa com você? –falava cortando o presunto violentamente-
Yankee deu um sorriso de canto:- Eu acho.
Hayori caminhava para o seu quarto:- E para de rir assim na minha frente.
Adorei seu pijama amor. –disse Yankee-
Idiota. –Hayori bateu a porta-
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Tetsu olhava atentamente para a tela de seu notebook, quando seu celular tocou.
Pronto. –atendeu- Á que devo a honra de sua ligação Kataiama? –pausa- Estou tomando todo o cuidado e estou protegendo minha família, mas se algo acontecer você já sabe o que fazer não sabe? –pausa- Confio em você. –desligou-
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Chovia muito naquela noite interminável para Hayori. Ela observava qualquer coisa pela janela, tentava esquecer o jantar, a visão de Yankee sem camisa e principalmente o gosto de beijo de Yankee, mas seus pensamentos foram interrompidos pelo seu celular que não parava de tocar.
Alô? –atendeu- Xenghua? Eu te liguei sim. –sorriu- Preciso te contar o que aconteceu hoje-
Não! –Xenghua a interrompeu- Eu quem preciso te contar o que aconteceu. –riu- Sabe aquele garoto americano do terceiro ano o Chad?
Hayori:- Aquele loiro de olhos verdes?
Xenghua:- Esse mesmo Hayori! Então, ele me disse que quer ir á festa da Song com você.
Hayori:- Faça mil favores! –se irritou- Vou casar com alguém que meu pai escolher da Ya.. enfim. –desligou-
Que isso? –Xengha indgnou-se- Mas quem falou em casamento?
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A manhã de quarta-feira tinha amanhecido assim, com as ruas toda molhadas e o enorme sol erguido no céu, nem parecia que tinha chovido tanto na noite anterior.
Não acredito que ele dormiu na sua casa! –Xenghua falava com Hayori enquanto guardava suas coisas no armário-
É dormiu. –disse Hayori encostanda no armário- Eu te liguei para te contar isso, mas você não estava e depois nem deixou eu falar.
Desculpa amiga. –Xenghua se aproximou- É que o Chad é o sonho de consumo de todas as garotas, inclusive da Song.
Hayori:- Eu nem sei se vou á essa festa entendeu?
E ai galera! –Cheng chegou até Rânia e Yankee- Peguei os ingressos para a festa da Song no sábado. –mostrava os mesmos-
Rânia pegando:- Você vai comigo Yankee? –sorriu-
Yankee a puxou pela cintura:- Mas é claro. –deu-lhe um beijo no canto da boca.
Hayori observava de longe, estava um pouco irritada, foi ai que viu Chad passando pelo corredor.
Oi Chad! –se jogou em sua frente praticamente gritando- Fiquei sabendo que você quer ir a festa da Song comigo?! –jogou os cabelos-
Xenghua olhava desentendida.
O que essa garota ta fazendo? –Yankee falou-
Cheng:- Você se importa?
Rânia:- É você se importa?
Chad sorriu:- Que horas eu posso te pegar?
Hayori:- As 20:00. –saiu andando-
Yankee:- Menina interesseira, só vai com ele porque ele tem carro.
Xenghua:- Você disse que não iria a festa com o Chad, não estou te entendendo. –caminhava ao lado de Hayori para a piscina-
Hayori:- Tenho os meus motivos, vou esfregar na cara do Yankee…
Xenghua:- Ta com ciúmes do Yankee? –se sentava tirando sua blusa para a aula de natação-
Hayori se sentava:- Claro que não.
Professor:- Meninas. –colocou as mãos na cintura- Estão prontas para a aula de natação hoje?
Natação? –Hayori se desesperou- Eu não posso, eu estou muito resfriada.