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Rua Treze

“Rua Treze13” Episódio 3×01 “Decifra-me, se puder…”

Roteiro de série/seriado    

 Episódio 1×03 “Decifra-me, se puder”.

Escrita por: Wesley Alcântara

 

 

Rua Treze13

Personagens deste episódio:

Beatriz

Bruna

Cássio

Elena

Heitor

Íris

Lavínia

Leonor

Marcelo

Matias

Plínio

Orestes

 

 

 

 

 

 

“A vida tem um valor maior quando ela se aproxima da morte.”

Bruce Killer.

 

Cena 01. Mansão Houston/ Sala de Estar/ Int./ Dia.

Continuação imediata do episódio anterior.

Bruna pega Leonor pelo colarinho e a pressiona contra a parede.

Bruna (raiva) – Se o seu problema é comigo, acho que chegou a hora da gente resolver.

Close no olhar de ódio de Bruna. Leonor tenta se desvencilhar, mas não consegue.

Leonor (séria) – Me solta, ou eu chamo os seguranças e acabo com a sua raça.

Bruna solta Leonor.

Leonor – Você tá ficando maluca em entrar na minha casa e tentar me agredir. Agora mesmo que essa expedição meia boca acabou. A-CA-BOU!

Bruna – Você pode até ter me detido, momentaneamente, mas saiba que eu vou enviar um pedido de ajuda ao FBI, e assim lhes explicar o porquê de a força-tarefa ter sido desfeita tão depressa e sem a conclusão do caso.

Leonor abaixa a cabeça, pensativa.

Bruna – Isso você não pode me impedir de fazer.

Leonor – Você tem provas concretas de que esse tal Serial Kiler exista mesmo?

Bruna – Todas loiras, todas mortas na Zona Sul e ao lado do corpo, um mesmo tipo de moeda.

Leonor – Isso é pouco para que o FBI deduza que se trata de um psicopata. Você faltou às aulas de criminologia?

Bruna – Pode ser pouco para se concluir sobre o universo psicótico, mas te garanto que deixará dúvidas, perante as ações do governo em combate ao crime. Não acha?

Leonor – Pode ser, mas para sair um laudo desses, levam-se pelo menos oito anos e já estarei bem longe do governo, ou seja, não será mais problema meu.

Bruna (preocupada) – Enquanto isso, você vai deixar esse maníaco assombrar a nossa população? Vai deixar que ele continue a solta acabando com a vida de mulheres do Rio? Onde está o seu lado humano?

Leonor – Pra isso existe polícia, existe delegada e existe cadeia. Um dia ele será preso.

Bruna – Você não me venceu.

Bruna vai se encaminhando para a saída.

Leonor – Bruna.

Bruna para e olha para Leonor.

Leonor – Eu sempre venci você e dessa vez não será diferente. Não vou descansar, até você ir embora do Brasil.

Bruna – Então você vai viver cansada.

Bruna sai da sala.

Corta para:

Cena 02. Bairro Leblon/ Mata/ Int./ Noite.

O corpo da loira continua amarrado à árvore e sua cabeça, ainda no chão é coberta por uma lona escura, enquanto uma extensa faixa cerca o local do assassinato. Pelo lado de fora, inúmeras pessoas, entre parentes chorosos, curiosos e jornalistas que são contidos pelos policiais militares. Do lado de dentro: um fotógrafo da polícia, um médico legista, Matias, Elena e Marcelo estão examinando o local, onde encontram resquícios do crime, retiram e substituem por faixas com números em ordem crescente, começando pelo 1.

Matias (analisando o corpo) – Não dá para saber com precisão, mas acho que a garota não foi violentada.

Elena (olhando a fogueira) – Venham cá!

Matias e Marcelo chegam próximos a fogueira.

Elena – Ele tentou queimar uma calça e uma camisa aqui, provavelmente, porque sujaram de sangue.

Com luvas, Elena retira um pedaço da blusa que não queimou.

Elena (lendo a etiqueta) – Gazela Verde.

Marcelo – Eu conheço, é uma grife exclusiva.

Elena – Então o nosso maníaco gosta de roupas caras?

Marcelo – A Gazela Verde só tem duas lojas no estado do Rio. Uma em Copacabana e outra em Volta Redonda.

Matias – Acha que o louco por loiras dsubiu a Serra das Araras até a Cidade do Aço?

Elena – Meu sexto sentido diz que ele foi até Copacabana e comprou lá.

Marcelo – Isso é o de menos, não dá pra saber quem comprou.

Elena – Tem razão.

Elena continua procurando provas na fogueira, enquanto Matias se dedica a analisar o corpo da loira e Marcelo vasculha a região.

Corta para:

Cena 03. Apto. Heitor/ Quarto de Heitor/ Int./ dia.

Heitor está sentado na cama, pensativo. Quando Miranda vem da suíte, enrolada apenas em um penhoar preto transparente e com os cabelos molhados.

Heitor (levantando-se) – Miranda, a gente precisa conversar de verdade.

Miranda (abrindo o guarda-roupa) – Conversar sobre os seus sumiços repentinos?

Heitor – Nós precisamos falar sobre a nossa relação.

Miranda olha para Heitor, com ar cético, em seguida volta seu olhar para o guarda-roupa, pega um hidratante e começa a passar em suas pernas.

Heitor – Eu sei que sumo assim, mas esses sumiços são para me dar energia pra escrever, além do mais, são esses sumiços, que pagam nossas contas, que nos deixam ter uma vida confortável.

Miranda para de passar o hidrante e olha fixamente nos olhos de Heitor.

Miranda (séria) – Uma vez, nas aulas de biologia do ensino médio, a professora nos levou para conhecer uma escola agrícola e no final do passeio, eu saí frustrada.

Heitor – O que isso tem haver com a nossa conversa?

Miranda – Lá eu vi as vacas, bois, cavalos, cobras e outros bichos. Mas sabe Heitor, o que mais me fascinou, mesmo que negativamente, foram os porcos. Eles recebem a comida, já que não a produzem ou não procuram e se sujeitam a tudo o que seu dono exige.

Heitor – E?

Miranda – A questão é que estou me sentindo como uma porca. Porque você paga as contas dessa casa, me alimenta, me veste e acha que por isso, eu tenho que me sujeitar a viver conforme você manda. Mas não é assim que as coisas funcionam num casamento, Heitor. Você às vezes diz palavras que magoam, tem atitudes que te fazem parecer com uma pessoa fria, sem sentimentos.

Heitor – Eu peço perdão, é que você foi a minha primeira mulher em tudo. Eu não tenho referências de amor sabe?

Miranda fica pensativa, em seguida dá um abraço muito forte em Heitor e os dois começam a se beijar.

(Música “Céu Azul” – Charlie Brown Jr.).

Corta para:

Cena 04. Delegacia/ Sala de Reuniões/ Int./ Dia.

(Fad out trilha “Céu Azul” – Charlie Brown Jr.). Matias, Elena e Marcelo estão sentados à mesa, analisando algumas fotografias.

Elena (horrorizada) – Esse assassino se superou dessa vez. Olha só, quanta crueldade.

Marcelo – Assassinos matam, pelo simples prazer de estarem dominando. Eles gostam desse poder de dominação, de superarem suas presas.

Matias – Ele varreu o local, essas marcas são de alguma vassoura de piaçava. Com certeza ele ajeitou o terreno, para que encontrássemos exatamente aquilo que ele quer que a gente encontre.

Elena – Mas a gente vai pegar ele por um único deslize que ele anda deixando.

Matias – E qual será?

Elena – As moedas. Estão na análise, mas com certeza aquelas moedas são de fabricação exclusiva. Elas são feitas, com o mesmo material que as moedas de um real. Tem peso e são muito cuidadosas. Penso eu, que se minhas teorias não falharem, elas custam bem caro.

Marcelo – O assassino quer mostrar pra todos quais sãos as vítimas dele. É uma espécie de identificação, como se ele estivesse dizendo: “Eu dei cabo nessas pessoas aqui”.

Matias – Eu vou até o laboratório pra saber se mais alguma coisa foi concluída. Precisamos desses laudos.

Matias se levanta e sai.

Elena – Se ele tiver feito sexo com ela, espero muito que tenha sido sem proteção.

Marcelo – O sexo é secundário nesses momentos. Ele talvez tenha até tido relações com a vítima, mas seu objetivo era aterrorizar e ter o poder de acabar com ela.

Elena – Esse papo todo me deu uma fome danada. Aceita almoçar comigo Marcelo?

Marcelo – Melhor eu ficar, vai que a Bruna chegue da reunião e queira notícias. Alguém precisa estar aqui.

Elena – É ante cavalheirismo deixar uma moça solteira comer sozinha. Vamos lá, é num restaurante aqui no Leblon mesmo, bem pertinho.

Marcelo – Tá bem.

Elena (se levantando) – Então vamos.

Elena sai da sala. Marcelo, com cara de poucos amigos, bufa e sai da sala apressadamente.

Corta para:

Cena 05. Apto de Heitor/ Quarto do casal/ Int./ Dia.

Heitor está por cima de Miranda, em movimentos sexuais. Uma leve manta cobre seus corpos desnudos. Pouco depois, Heitor dá um gemido de prazer, beija a esposa e cai para o lado, exausto e suado.

Miranda (feliz) – Fazia muito tempo que não transávamos assim.

Heitor (cansado) – O almoço tá pronto?

Miranda – Você não vai dizer nada?

Heitor – Tô com fome.

Miranda (frustrada) – O almoço tá pronto.

Heitor se levanta, pelado, coloca um short, em seguida sai do quarto.

Miranda (triste/ pra si) – Se ele tiver outra, eu acabo com a vida dele.

Corta para:

Cena 06. Bairro Leblon/ Restaurante/ Int./ Dia.

Planos gerais do local, que é amplo, todo decorado em estilo Havaiano. As mesas são em formas de pranchas de surf. Música suave, clima elegante embora moderno, garçons servindo os clientes.

Marcelo e Elena chegam, e se sentam em uma mesa, que tem vista para o mar.

Elena (satisfeita) – Adoro esse lugar.

Marcelo olha pra seu relógio, em seguida olha para Elena.

Elena – Desencana Marcelo, vamos aproveitar.

Marcelo – Não estamos em período para aproveitar. Estamos a trabalho, Elena. Eu preciso muito, de verdade, que essa força-tarefa dê certo, caso contrário, não farei nome no FBI.

Elena – Você quer fazer nome no FBI, ou na cama da Bruna?

Marcelo olha sério para Elena, o garçom chega.

Garçom – O que vão querer pra comer?

Elena (ao garçom) – Eu quero uma salada de atum, com frango grelhado e soja.

Garçom (a Marcelo) – E o senhor?

Marcelo (emburrado) – Vitamina de maçã com banana.

Garçom – Ok, com licença.

O garçom se afasta, Marcelo continua emburrado.

Elena – Vai ficar assim pelo que eu disse?

Marcelo (sério) – Eu não costumo misturar vida pessoal com assuntos profissionais. Entende?

Elena – Tá bem, não está mais aqui quem falou. Eu só acho que você merecia alguém melhor que a delegada… Todos sabem que ela ainda morre de amores pelo ex-marido, que vive tentando suprir isso com acúmulo de trabalho.

Marcelo – Você paga as minhas contas?

Elena – Não, por quê?

Marcelo – Tá se metendo tanto na minha vida, querendo saber com quem eu devo ficar. Achei que eu fosse a Princesa Isabel, pra ficar te dando essa liberdade.

Elena – Eu só fiz um breve comentário.

Marcelo (se levantando) – Então, quando for fazer comentários, faça sobre trabalho. TRA-BA-LHO!

Marcelo sai.

Elena (gritando) – Volta aqui Marcelo!

Elena olha para os lados e vê que todos a olham assustados e curiosos. Ela se recolhe na cadeira, envergonhada.

Corta para:

Cena 07. Delegacia/ Gabinete da Delegada/ Int./ Dia.

A sala está vazia, Bruna entra bufando, seguida por Orestes, que está curioso. Os dois se sentam frente a frente.

Orestes – Pela sua cara, a coisa não foi boa né?

Bruna começa a dar leves tapas em seu próprio rosto.

Orestes – Passar por cima da Princesa…/

Bruna (corta) – Ela não é princesa, é uma pi…/

Orestes (corta) – Ela é princesa sim. Aliás, princesa e governadora. Eu sabia que ela não iria te ouvir.

Bruna – Só te digo uma coisa: Eu, Bruna Sampaio, não vou desistir desse caso não. Ela pode levar a minha equipe embora, mas eu continuarei.

Nesse instante alguém bate a porta.

Orestes (tom alto) – Entra!

Matias entra na sala.

Bruna (a Matias) – Novidades sobre a moça do matagal?

Matias – O safado não deixou uma impressão digital na garota. Mas deixou a bendita moeda.

Bruna – Com o que ele cortou o pescoço da vítima?

Matias – Facão ou foice, mas pela precisão, eu te confirmo que foi facão.

Orestes se levanta.

Orestes (a Bruna) – Eu vou nessa!

Bruna – Senta aí Matias, tenho uma notícia ruim pra gente.

Orestes sai da sala. Matias se senta onde Orestes estava.

Bruna – A equipe acaba aqui. Não vai ter mais caça a assassino nenhum. A governadora decidiu extinguir a equipe.

Matias (surpreso) – O que?

CLOSE FINAL em Matias, surpreso e com cara de reprovação.

Corta para:

Cena 08. Apto. de Heitor/ Sala/ Int./ Dia.

Heitor está lendo um jornal, todo largado no sofá, quando Miranda passa do quarto para a cozinha, mas volta de ré.

Miranda (a Heitor) – Mataram uma moça num matagal no Leblon.

Heitor (olhando a reportagem) – É. Parece que dessa vez deceparam a cabeça da coitada.

Miranda – Um homem desses tem que castrar.

Heitor – E como você afirma, com tanta certeza, que é um homem?

Miranda – As evidências falam por si. Pra mim isso é tentativa de estupro.

Heitor – Pode ser, mas talvez, a mulher também estaria envolvida com drogas, gente barra pesada.

Miranda (fazendo o sinal da cruz) – Que Jesus me perdoe, mas morro de medo dessa cidade e de morrer assim. É tão triste.

Heitor – A tristeza de uns, é a alegria de outros.

Miranda – Cruz credo!

Miranda vai para a cozinha e Heitor fica pensativo.

Corta para:

Cena 09. Delegacia/ Entrada/ Ext./ Dia.

Imagens da fachada do local, com pequeno fluxo de pessoas passando por ali. Alguns policiais conversam em grupos, bem próximos a porta da entrada.

Bruna (off) – Não sou eu quem estou querendo, ou desejando o fim da equipe.

Elena (off) – Mas não durou nem 48 horas. Belo esquema. Isso é Brasil, minha gente. Os interesses políticos estão acima do bem-estar e das boas virtudes de qualquer cidadão.

Corta rápido para:

Cena 10. Delegacia/ Sala de Reuniões/ Ext./ Dia.

Bruna, Matias, Elena e Marcelo estão sentados diante da mesa. Marcelo e Bruna estão bem tristes. Ligar a continuação do diálogo da cena anterior com essa, como uma continuação.

Bruna – Me dói muito saber que acabou aqui, que a nossa força-tarefa foi destruída sem explicações fundadas.

Marcelo (revoltado) – Eu vou diretamente falar com essa mulherzinha, quem ela pensa que é?

Matias – Ela é a governadora do Rio de Janeiro.

Bruna – Querer enfrenta-la só pioraria a situação.

Elena – Mas parar uma investigação assim, sem mais nem menos, é contra o código de éticas. Ela não tem poder sobre isso, podemos recorrer no Ministério da Segurança Pública.

Marcelo (mais animado) – A Elena tá certa. Podemos recorrer e ganhar tempo com isso.

Bruna – E levaríamos quanto tempo até eles resolverem a situação?

Elena – No mínimo uns dois meses.

Bruna – Acho que dois meses é tempo suficiente pra gente mostrar serviço e termos provas concretas, né?

Marcelo – Mais que isso, até lá, a gente já vai ter decifrado a mente desse maníaco.

Bruna – Tá decidido então. A força-tarefa continua, mesmo contra a vontade da Princesa Irritante.

Todos riem e se olham felizes.

Corta para:

Cena 11. Rio de Janeiro/ Pontos Turísticos/ Ext./ Dia-Noite.

(Música “O canto da cidade” Daniela Mercury). Transposição do dia para a noite com imagens do Cristo Redentor, Pão-de-Açúcar, Maracanã, Praia de Copacabana.

Fad out trilha.

Corta para:

Cena 12. Apto. de Heitor/ Sala/ Int./ Noite.

Heitor está deitado no sofá assistindo TV, com as luzes apagadas e enrolado em um edredom.

Heitor (pra si) – E se eu colocasse a delegada pra pensar um pouquinho.

Heitor se levanta, vai até o corredor e olha para ver se vem alguém, como tudo está quieto, volta, retira um quadro de paisagem da parede, que revela um cofre, ele digita a senha e a porta se abre, ele retira um celular, liga-o e começa a digitar.

Corta para:

Cena 13. Praia de Copacabana/ Calçadão/ Noite.

Imagens de quiosques com grupos de amigos felizes e tomando cerveja, pessoas passando pelo calçadão, outras correndo. Bruna está sentada em um banco, olhando o mar. Ela está pensativa e com semblante triste, até que uma mão começa a massagear seu ombro direito. Ela olha assustada, mas em seguida suaviza seus traços.

Bruna (doce) – Cássio!

CAM sobe e revela a face de Cássio, sorridente.

Cássio – Posso sentar um minutinho?

Bruna – Por favor, sente!

Cássio se senta.

Bruna – O que faz aqui?

Cássio – Vim atrás de você.

Bruna – Como soube que eu estaria aqui?

Cássio – É simples, a Leonor me disse que vocês discutiram e que ela decidiu acabar com a sua força-tarefa. Imaginei que você estaria chateada e resolvi te procurar onde você sempre gosta de compartilhar suas angústias.

Bruna – O mar de Copacabana.

Cássio – Aqui você relaxa, pensa na vida…

Bruna – Não existe terapia que dê jeito, a minha cabeça, a minha vida, vai ser sempre cheia de confusão mesmo.

Cássio – E quem não vive de problemas?

Bruna – Tem razão.

Cássio e Bruna param de falar e se olham. O barulho do mar e as ondas ficam ao fundo, compondo a beleza entre os dois. De repente o celular de Bruna toca.

Bruna (assustada) – Parece que eu adormeci. Bem, meu celular deve estar avisando que tá na hora de ir embora.

Bruna se levanta e Cássio se levanta rapidamente.

Cássio – Posso te oferecer uma carona?

Bruna – Não, obrigada! Fica com Deus.

Bruna sai caminhando pelo calçadão e Cássio se senta no banco e começa a admirar o mar.

Corta para:

Cena 14. Boate Rua Treze/ Entrada/ Ext./ Noite.

Música pop abafada, demonstrando que o som está bem alto no interior da boate. Luzes, em sua maioria vermelhas, iluminam a fachada. Vários carros luxuosos e importados, chegam ao local, donde descem homens, com idades que varias dos 35 aos 70 anos. Todos muito bem alinhados em ternos escuros e discretos. Manobristas levam os carros para um estacionamento.

Corta para:

Cena 15. Boate Rua Treze/ Salão Principal/ Int./ Noite.

(Música “Sem querer” – Mc Ludmila). Planos gerais do salão. Local bem agitado, muito cheio, várias mulheres seminuas dançam no palco, exceto Beatriz e Iris. Garçons passam pelo local servindo champanhe e Uísque.

De longe, vemos Plínio trazendo Beatriz pelo braço, com brutalidade. Ele a joga no chão.

Beatriz – Eu estava me arrumando.

Plínio (sério) – O tempo para a princesinha se embonecar, já acabou.

Beatriz se levanta do chão.

Plínio – Agora sobe no palco e vai dar isso que o médico te fez diferenciar de um homem. Quanto mais você usa essa coisinha gostosa, mais eu ganho dinheiro.

Beatriz – Eu tenho nojo de você Plínio.

Plínio dá um tapão no rosto de Beatriz e sai do local. Beatriz começa a chorar e íris aparece e abraça a amiga.

Corta para:

Cena 16. Apto. de Bruna/ Suíte/ Int./ Noite.

Quarto imenso, com closet e uma enorme cama redonda com lençóis em seda branca. As paredes são todas rosas, dando tom angelical ao ambiente. Um enorme ar condicionado e ao lado, na parede, uma enorme foto de Bruna, como em book fotográfico. Bruna vem saindo do banheiro, com cabelos molhados e envolta em um roupão vermelho. Ela se senta na cama e fica pensativa.

Bruna (lembrando) – Alguém me mandou uma mensagem, isso mesmo, tenho que ver.

Bruna vai até sua bolsa e pega seu celular. Ela começa a ler a mensagem, mas vai fazendo cara de espanto, em seguida, digita apressadamente alguns números e coloca o celular no ouvido.

Bruna (cel.) – Alô Marcelo? Vem aqui em casa agora, é urgente. O serial kiler já sabe da minha existência.

Bruna desliga o celular e olha para os lados, assustada.

Corta para:

Cena 17. Delegacia/ Gabinete da delegada/ Int./ Noite.

Bruna e Marcelo estão sentados. Bruna muito assustada.

Marcelo – Eu não entendi muito bem, como você sabe que pode ser ele?

Bruna – Me mandou mensagem no celular.

Marcelo – E essa mensagem dizia o que?

Bruna – Um código, uma xarada, um anagrama, sei lá, mas era algo do tipo. Vou ler para você.

Bruna pega o celular e abre na mensagem.

Bruna (lendo) – Boa noite amada delegada, aí vai mais uma pista do meu próximo crime. Já que você custa a me pegar, eu te dou a dica. Monta sua equipe de merda e corra atrás do rato. “Antes de torna-se independente os Estados Unidos possuía quantas colônias?” “Água oxigenada, misturada com amônia, resulta em qual cor para cabelos?” “Local onde os carros passam” “Mulher que vende o corpo, vive lá”. Fique em paz, Corra contra o tempo. É hoje!

Marcelo – Não é tão difícil decifrar, o problema maior vai ser montar isso tudo.

Bruna – Vamos por parte: Quantas colônias tinham os EUA, antes da independência?

Marcelo – Essa é moleza, eram treze.

Bruna – A segunda pergunta que cor dá ao misturar água oxigenada com amônia.

Marcelo – Branco.

Bruna – Nos cabelos, ficam loiros.

Marcelo – Qual a próxima?

Corta para:

Cena 18. Apto. de Heitor/ Quarto/ Int./ Noite.

Miranda está dormindo, e Heitor está ao seu lado, mas acordado. Ele olha o relógio de pulso, e aos poucos vai saindo da cama, para que Miranda não perceba. Ele sai da cama, pega sua mochila rocha em cima do guarda-roupa e sai do quarto.

Corta para:

Cena 19. Apto. de Heitor/ Garagem/ Ext./ Noite.

O porão da garagem se abre e o carro de Heitor sai a toda velocidade.

Corta para:

Cena 20. Delegacia/ Gabinete da Delegada/ Int./ Noite.

Bruna e Marcelo estão olhando as respostas, que estão escritas em um quadro branco que está atrás da porta. No quadro está: 1- 13, 2- amarelo/loira, 3 – rua, 4 – Bordel.

Marcelo – E aí, chegou a alguma conclusão?

Bruna – Nada ainda!

Marcelo (pensando) – Vou tentar de trás pra frente: bordel na rua com loura número treze.

Bruna – Bordel? Bordel? Bordel?

Marcelo – Você sabe algum nome de Bordel?

Bruna – Não me recordo, mas vou pesquisar aqui na internet.

Corta para:

Cena 21. Boate Rua Treze/ Rua/ Ext./ Noite.

Rua mal iluminada e vazia. Heitor para seu carro debaixo de uma árvore, pega a mochila e retira um terno.

Heitor – Chegou a hora da onça beber água.

Corta para:

Cena 22. Delegacia/ Gabinete da delegada/ Int./ Noite.

Bruna está pesquisando na internet, enquanto Marcelo está olhando para o quadro e tentando decifrar.

Marcelo – Ele pode ter dado pistas falsas. O que o serial kiler quer é ser notado e não preso.

Bruna – Olha o que achei.

Marcelo – Manda os nomes.

Bruna (lendo) – Cacete do sul. Prazer. Madame Júlia, Rua Treze e…/

Marcelo (corta) – Matamos a charada.

Bruna – Mas é claro. Boate Rua Treze. Meu Deus, ele está indo para lá. Temos que correr.

Marcelo – Vai chamar reforço?

Bruna – Não, isso pode alertar o maníaco. Além do mais, se for chamada falsa, a gente não fica numa situação ruim.

Marcelo – Chega de perder tempo. Olha o endereço da Boate e vamos para lá!

Bruna anota o endereço da Boate.

Bruna (convicta) – Chegou a hora dos gatos caçarem o rato!

Corta para:

Cena 23. Boate Rua Treze/ Rua/ Ext./ Noite.

(Música “The Crutch” – Sepultura).CAM lenta vai mostrando Heitor, já trajado de terno e gravata, andando pela rua em direção a boate. Ele joga uma moeda para o alto. A moeda cai no chão.

CLOSE na moeda, com o símbolo da caveira estampado.

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Fim

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