A Cor do Pecado – Capítulo 32
Continuação da cena anterior.
CENA 01. Vale do Sol. Fazenda de Samuel. Noite.
Cássio Mendes: — Chegou a sua hora. Dê adeus a tudo e todos.
Cássio Mendes atira.
Porém, Samuel consegue desviar junto com seu cavalo.
Após desviar, ele toma a arma de Cássio Mendes e coloca em seu pescoço.
Samuel: — Quem foi mesmo que perdeu?
Cássio Mendes: — Solte- me seu desgraçado. Coronelzinho de merda.
Samuel: — É mesmo? Eu sou um coronelzinho de merda?
Cássio vê a mão de Samuel no gatilho e pede: — Não atire, por favor! Não atire!
Samuel: — Você vai repetir comigo agora. Vamos lá! Diga: eu.
Cássio Mendes: — Eu.
Samuel: — Nunca mais irei perturbar o Samuel.
Cássio Mendes: — Nun… Nunca mais irei perturbar o Samuel.
Samuel: — Agora sairei de mansinho, pois sou perdedor.
Cássio Mendes: — Agor…
Samuel: — Para de gaguejar seu merda e fala como homem de verdade.
Cássio Mendes: — Agora, sai… Sairei de mansinho, pois sou perdedor.
Samuel tira a arma e diz: — Agora vaza daqui. E nada de fazer mais isso. Se eu sonhar que você estiver atrapalhando meu caminho, ai de você Cássio, ai de você.
Samuel: — Agora, como eu mesmo falei, saia de mansinho junto com seus homens.
Cássio sai dali muito irritado.
CENA 02. Vale do Sol. Casa de Lorena. Parte exterior da casa. Noite.
Sérgio vai até a casa de Lorena.
Sérgio bate na porta dizendo: — LORENAAAA!
Lorena reconhece a voz, porém, diz para si mesma: — Não abre Lorena! Não abre!
Sérgio: — Eu sei que você está me escutando. Lorenaaa, por favor, abre a porta.
Após muita insistência de Sérgio, Lorena vai até o portão, logo perguntando: — Você é louco?
Sérgio: — Louco por você.
Após isso ele tasca- lhe um beijão.
Mas Lorena o estapeia, dizendo: — Você tá ficando completamente maluco? Eu tenho um marido.
Sérgio: — Mas sei que ele não liga pra você. Sei que ele vai curtir a noite e deixa você sozinha, trancada.
Lorena: — Como você sabe?
Sérgio: — Ia passando pela rua e vi.
Lorena: — Mas isso não te interessa. Passar bem.
Ele fecha o portão, leva a moça para dentro de casa e ali os dois têm uma grande noite de amor.
CENA 03. Vale do Sol. Fazenda de Cássio Mendes. Sala. Interior. Noite.
Cássio Mendes chega furioso em casa.
Ao ver seu marido com nariz sangrado, Laura logo corre para socorrê- lo, perguntando: — O que houve com você meu amor? Está com muita dor.
Cássio: — Deixa de besteira Laura. Foi só uma pequena coisinha, mas logo, logo vai passar. E outra: homem não sente dor.
Laura: — Como? Vocês são humanos, sentem sim. Por favor, né?
Cássio: — Não quero discutir com você. Aliás, isso já é hora de você estar na cama. Por que ainda não está?
Laura: — Porque estava esperando você.
Cássio: — Vá, vá, vá. Quando eu chegar lá, a gente conversa.
CENA 04. Vale do Sol. Casa de D. Quitéria. Quarto de D. Quitéria. Interior. Noite.
Dona Quitéria pensa em fazer algo contra Andreia.
- Quitéria: — Ingrata! Mal agradecida. Agora estou eu aqui dessa idade com preocupação na cabeça. Tudo por culpa daquela desmiolada da Andreia.
- Quitéria: — Mas isso não vai ficar assim não Andreia. Sei que você destruiu meu Conselho das Conservadoras e agora me abandonou. Estou só esperando a hora certa para agir. Aguarde- me.
CENA 05. Vale do Sol. Fazenda de Samuel. Quarto de Cecília. Interior. Noite.
Samuel chega em casa.
Cecília: — Amor!
Ela logo corre para abraçá- lo.
Samuel: — Ufa! Estou muito exausto.
Samuel: — Fiquei cara a cara com o traste do Cássio.
Cecília: — E aí?
Samuel: — Ele ia atirar em mim, mas consegui desviar da bala e tomar a arma dele. Depois que o ameacei, ele foi embora com o rabinho entre as pernas.
Júlio chega de supetão e corre para a cama dizendo: — Meu pai é um herói. Meu pai é um herói.
Cecília: — Júlio, você ainda está acordado essa hora? Não acredito que você viu e ouviu tudo o que aconteceu.
Júlio: — Estava sem sono, ué.
CENA 06. Vale do Sol. A Cor do Pecado. Quarto. Interior. Noite.
Renato conversa com Viviane.
Renato: — Encantei- me por você desde a primeira vez que a vi.
Viviane, envergonhada, fala: — Que isso, seu governador!
Renato: — Você não iria morar comigo na capital?
Viviane: — Não posso. Tenho que trabalhar.
Renato: — Mas eu garanto te dar de tudo.
Viviane: — Minha vida é isso. Cresci nisso aqui. Desculpe- me, mas eu não posso aceitar sua proposta.
CENA 07. Vale do Sol. Convento. Quarto de Mônica e Olívia. Interior. Noite.
Olívia e Mônica fogem do convento.
Mônica olha para os lados no corredor e diz: — Tá tudo tranquilo por aqui. Pega as nossas coisas.
Olívia: — Pronto! Já está tudo aqui.
Elas descem, e quando já estão no portão, Mônica diz: — Eu não irei amiga.
Olívia: — Mas por que Mônica?
Mônica: — Isso não vai dar certo. Vá, pode ir. Quando alguém aqui me perguntar algo sobre você, se te vi, falo que não. Eu te ajudo. Mas não posso ir.
Olívia: — Fica tranquila. Relaxa. Minha mãe nos ajuda. Eu te garanto. Vem comigo.
Mônica, com receio, foge com Olívia para a casa de Janaína.