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Corujas sem Asas - Temporada 2

Corujas Sem Asas 2×08 – Efeito Bipolar

Cartaz 02- Corujas Sem Asas - 2ª Temporada

“Corujas Sem Asas”

uma web-série de Pedro Paulo Gondim

2ª temporada || Episódio 08

https://youtu.be/S9V9u8RuRG8

“Efeito Bipolar”

NESTA QUINTA SERÃO POSTADOS OS EPISÓDIOS 9 E 10 DESTA TEMPORADA! NÃO ESQUEÇA: Episódios “Asas e Nuilloppahs” e “A Verdadeira Razão” NESTA QUINTA, ÀS 8H DA NOITE!

Centro da porção sul. Cidade Corujiah [Manhã]

Savabian está sentado. Ao passar uma das mãos pela testa, sua eminente aparência abatida deixa os guardiões preocupados.

Heitor: [sentado; inclina-se um pouco para frente] Está tudo bem?

Savabian: [levantando sua cabeça] Ah, sim, um pouco, talvez.

Sophia: [ajeitando seu cabelo para trás] Por que não descansa um pouco? Fará bem à você. [sorri] Tem sido muito prestativo todos esses dias. [olha-o com ternura] O futuro rei de Hanisined tem muitas batalhas ainda pela frente. Acho que o tempo pode esperar mais um pouco.

Aceitando sem especulações, Laura se oferece para ajudá-lo. Vinícius, enciumado, fala que também os acompanhará. Laura faz cara de deboche. Savabian, percebendo a “briguinha”, chama Arthur e Rodrigo para lhe ajudar e pede para que os jovens fiquem. Desapontados, eles retornam junto aos outros guardiões.

Vinícius diz a todos que, para passarem um tempo, poderiam recordar a vez em que se conheceram. Todos balançam as cabeças concordando. Ele olha para Sophia e pergunta se ela pode começar. Assentindo, ela se levanta sorri.

Sophia: [falando e olhando para todos] Bem, não me lembro bem qual foi o primeiro, mas tentarei começar por…

Flashback – Sophia e Arthur: 2014 (ano atual na web). Redação de Jornalismo. [Manhã].

A jornalista estava caminhando pelo corredor do 2º andar de seu local de trabalho. Ao avistar dois homens, ela os cumprimenta.

Sophia: [sorrindo] Nunca lhes vi por aqui. Quem são vocês?

Homem: Eu sou Arthur. Este [o outro a cumprimenta] é Bernardo. [este, sorri].

Flashback – Sophia e Heitor: 2014. Mansão Barny. Entrada [Manhã]

Sophia desce de seu pálio 2008 vermelho. Ao tocar a campainha, escuta o barulho do destrancar do portão. Ela se espanta e ri. Heitor, com uma toalha azul, cobrindo de seu abdômen para baixo, e seu cabelo bagunçado e molhado abre a porta, levando um pequeno susto com a reação dela.

Sophia: [estendendo a mão] Prazer, sou a jornalista Sophia Ruiz. Queria fazer uma entrevista com Heitor Barny.

Heitor: [cumprimenta-a] Sou eu. [sorri; volta a segurar a toalha] Se quiser pode entrar.

Flashback – Sophia e Laura: 2014. Casa de Gilda/Cozinha [Noite].

Sophia acabara de chegar à casa de sua avó, quando, depois de cumprimentá-la, chega à cozinha. Lá, seu primo Vinícius a abraça. Ele, meio sem graça, mostra-lhe, em um movimento com a mão, sua “amiga”.

Vinícius: [sorrindo forçadamente] Prima, esta aqui é Laura!

Laura: [levanta-se e cumprimenta-a] Muito prazer!

Flashback – Sophia e Mariana: 2012. Ruas de Campo Grande [Tarde].

Sophia, com seu lindo traje de jornalista, está tentando fazer uma ligação. A pessoa não atende. Nervosa, ela anda apressada e se esbarra numa moça, sendo que esta, também estava com passos rápidos.

Mariana: [afastando-se] Oh, me desculpe!

Sophia: [sorri] Sem problemas.

Flashback – Sophia e Rodrigo: 2013. Padaria/Lanchonete [Manhã].

Sophia, sentada num banco alto, com algumas grades de encosto, de frente para o balcão. Ao seu lado, está Rodrigo. Ele, sem querer, acaba deixando um pouco de leite cair na calça dela.

Rodrigo: [pegando guardanapos] Oh, nossa! Me perdoe. [ele começa a limpar]

Sophia: Ainda bem que eu sou uma pessoa pacífica. Acho que se fosse nervosa, você não sairia daqui vivo!

Sophia e Vinícius: Sophia diz que o conheceu nos primeiros dias de vida dele.

De volta ao presente… Sophia: [entristecida] E a restante, Ana, não cheguei a conhecer por incrível que pareça. Acho que somente Heitor e Arthur a conheceram “fora daqui”.

Logo após, Heitor levanta a mão e pede para ser o próximo. Em alguns flashes rápidos, ele “conhece” todos os guardiões atuais. Depois, Vinícius e Laura dizem que, como são os mais novos nisso, não conheceram os outros além de Arthur e Sophia. Laura sorri lembrando-se da vez em que conheceu Vinícius. Eles trocam olhares apaixonados, mas não comentam nada.

Mais tarde, Heitor está cabisbaixo, sentado num pedaço de tronco um pouco afastado da região onde estavam “acampando”. Laura percebe.

Laura: [com a cabeça meio “caída”] Ei, o que há com ele?

Sophia: [preocupada] Não sei. Vou perguntar. [sorrindo] Faça companhia a meu primo, ele parece estar meio tristonho também.

Laura: [com os olhos semiabertos] Está insinuando algo?

Sophia: [andando] Imagina, fofa! [ela ri]

A guardiã olha para Heitor com olhos carentes. Sua inquietação com ele não era nada normal. Parecia um sentimento… amoroso. Com seu coração batendo um pouco mais rápido, seu nervosismo assemelhava ao de um aluno durante uma difícil prova escolar à cada passo dado. Chegando ao destino, ele a olha com aflição. Sua respiração intensa revela uma constante ansiedade para saber sobre algo. Sophia sorri. Ele, com sua testa suando, acolhe as mãos dela em seus peitos, chorando em teus braços. Sophia, sem nada entender, ergue-lhe a cabeça pelo queixo.

Heitor: [nervoso] Me deixa quieto! Me deixa!

Sophia: [assustada] O que está acontecendo com você?

Heitor: [caindo no chão] Eu quero morrer, Sophia. É só isso, eu quero morrer!

Sophia: [se afastando] Eu acho que vou buscar ajuda. Fique aí, por favor.

Heitor: [se debatendo] Eu não tenho vontade de ficar aqui. Por que você não poderia simplesmente me jogar no fundo daquele penhasco ali? [ela sai correndo, enquanto ele se arrasta no solo] Eu vou morrer de qualquer jeito! [chora] Eu quero morrer!

Laura chega alegre e ansiosa, tentando animar Vinícius, o qual ainda está sentado no grande tronco na região do “acampamento”.

Vinícius: [sorrindo] Isso deve ser muito legal!

Laura: [estranhando] Mas eu não disse nada. O que é “legal”?

Vinícius: [ele ri maleficamente; olha-a com malícia] A sua morte. Ela deveria ser incrível, acho que com uma espada atravessando teu corpo.

Laura: [sacudindo-o] Acorde! Vamos! O que você tem?

Vinícius: [raivoso] Nem pense em me tocar sua puta idiota!

Ele lhe dá um tapa. Pulando de alegria, ele sai nervoso batendo nas árvores. Com uma mão ao rosto, a pobre garota começa a lacrimejar. Sophia esbarra-se levemente na jovem, a qual levanta-se rapidamente levando um susto.

Sophia: [abraçando-a] Calma, está tudo bem.

Laura: [olhando-a chorosamente] O que… O que está acontecendo?

Sophia: [afasta-se; colocando uma mão à cabeça] Não sei, há algum tipo de efeito bipolar por aqui. O que Vinícius… [percebendo a marca dos dedos no rosto da garota] Ele lhe deu uma bofetada?

Laura: [alarmada] Sim, por isso concordo com você. Será que esse efeito é magia?

Sophia: [caminhando] Não, isso não. Se lembra do que Savabian nos disse enquanto estávamos vindo para cá?

Laura: [olha para cima] Sobre os nuilloppahs?

Sophia: [vira-se para ela] Não, a respeito da hani-gravidade.

Laura: [levando a mão ao queixo] Ah, me lembrei! É a teoria de que, como não existem magia nem vegetação onde estávamos (no palácio real), a magia pode existir aqui junto com toda a floresta.

Sophia: Mas acho que pode ser até alguma outra ameaça. Você está sentido?

Laura: Sim. É como se fosse uma energia negativa. O estranho é que somente atingiu os dois.

Oeste/Cidade Pannakah. Casa de Pedra. 3º andar/ “Apê” 215. [Manhã].

Comansavá pensa em como ainda quer conquistar alguém, se quer sentir somente ódio, pois se precisa de amor para isso acontecer. Além do mais, a magia negra que ele quer não lhe parece ser mais interessante.

Comansavá: [entristecido] Isso chega a ser incrível. Por que eu tento ser um vilão? Minha vingança contra Savabian é até justa, mas ainda há amor dentro de mim. Muito!

Levando um pequeno espanto, ele levanta-se rapidamente e sorri ao ver Naklada entrar. Ela, também sorridente, lhe mostra o livro.

Comansavá: [confuso] O que é isso, mãe?

Naklada: [feliz] Nossa passagem de ida para a Terra!

Sul/Cidade de Corujiah. Centro. Floresta [Começo da Tarde]

Sophia, suando de tão cansada, para e apoia-se numa árvore. Laura faz o mesmo numa árvore próxima.

Sophia: [respirando ofegantemente] Por que nós estávamos correndo mesmo?

Laura: [suando] Não se lembra que Heitor veio atrás de nós com muita fúria? E Vinícius também.

Sophia: Ah, é mesmo. Meu primo até nos encurralou naquela hora, mas finalmente conseguimos escapar.

Laura: [olhando-a preocupada] Temos que avisar à Savabian e aos outros guardiões para que tomem cuidado com esse efeito bipolar. É perigoso!

Sophia: [preparando-se] Vamos ter que correr outra vez?

Laura: [alegre] Será mais divertido!

Sophia sorri e elas voltam a percorrer uma trilha. A correria é cansativa.

Oeste/Novo Graclapecha. Piso 03/Corredor [Tarde]

Ximirica: [revoltado] Merda! Agora eu serei obrigado a usar minhas “armas”. Quem pegou o livro, já pode se considerar morto. É a minha passagem para a Terra!

Casa de Pedra. 3º andar/ “Apê” 215. [Tarde].

Naklada: [sorrindo] Entendeu nosso plano?

Comansavá: [olhando para o chão] Sim.

Naklada: [senta-se no “braço” da poltrona; abraça o “filho”] O que está incidindo? Sinto que está meio “distante”.

Comansavá: [sorri] É isso que eu não estou entendendo. É tipo uma bipolaridade mista, com alegria e depressão ao mesmo tempo.

Naklada: [abismada] Será que é…

Comansavá: [balança a cabeça negativamente] Não, acho que não poderia ser magia. Você mesma sabe o porquê de estarmos indo à Terra.

Naklada: [sorri alegremente] E será uma ótima viagem! Você verá como é um lugar maravilhoso, a não ser pelos problemas de poluição geral.

Comansavá: [levanta] Mas sabe, as vezes eu tenho algumas ideias malucas.

Naklada: [curiosa] Como o que por exemplo?

Comansavá: Como se as magias, tanto a “boa” quanto a “má”, estivessem presas a algum corpo, ou até num animal.

Naklada: [ela ri] Ah, filho. As únicas criaturas normais daqui seriam as corujas, as quais estão longe. E se fosse uma pessoa, Guikoltra não seria o rei ainda.

Comansavá: [abraça-a] É por isso que eu te amo!

Naklada: [sorrindo] Acho que somos vilões tão amorosos. Gostaria de voltar à época que me afastei de Juréhmia para espalhar o mal pelo planeta.

Comansavá: E por que não me conta um pouco sobre essa fase?

Naklada: [sacode os ombros; senta-se numa poltrona] Tudo bem, se assim deseja…

Há vários anos atrás…

Norte/Cidade Lubástica. Centro comerciário [Anoitecer].

Mesmo sem a presença do sol, as pessoas iam e vinham de todos os lugares até o centro de comércio de Lubástica. Naklada estava num beco.

Seu longo e preto vestido, cheio de detalhes e enfeites, dava uma impressão de luxo. Com um chapéu arroxeado e pontudo. Seus lábios, sorrindo de maneira perversa, apresentavam uma linda cor roxa. Um colar roxo, um brinco roxo… Vamos então dizer que Naklada gosta desta cor.

Naklada: [alegre] Eu sempre esperei por este momento! Essa é minha oportunidade de testar a verdadeira “teoria do caos”.

Segurando um livro, ela lê algumas palavras em língua hanisinedianensse e agita sua lustrosa e brilhante varinha para cima e para baixo em movimentos circulares. Uma onda de luz branca sai como um raio do objeto, chegando à camisa de um homem. Ele começa a pegar fogo e entra numa loja de tecidos.

O tal homem, encostando-se a alguns panos, faz com que os mesmos comecem a se queimar. Um desespero toma conta de alguns lojistas e clientes, os quais saem gritando e aterrorizando outros indivíduos. Achando fraco, ela passa mais algumas páginas. Ao dizer algumas palavras, sua varinha muda para uma coloração azulada, saindo dela um feixe de luz violeta.

Sorrindo, ela ri ao ver a terrível cena. Uma mulher pacífica pega uma faca em seu bolso. Com olhos malignos e uma voz endemoniada, a moça sai matando várias pessoas, chegando até matar uma idosa, decapitando-a. O homem em chamas a derruba no chão. O impacto entre os dois, pela força da magia causa mais danos.

Acontece então uma grande explosão, onde várias pessoas morrem queimadas. O lugar, empossado de sangue, começa a se espalhar pela cidade como um ácido corrosível. Uma trágica cena!

De volta ao presente…

Comansavá: [impressionado] Essa teoria é maluca! E você também!

Naklada: [sorrindo] Ah, obrigada querido. Foi bom me lembrar da época.

Comansavá: [confuso] E ser é bom?

Naklada: Se arrancar os olhos de alguém e fazê-lo engoli-los ainda é bom, seu conceito de mal está começando a melhorar. [eles sorriem maliciosamente].

NESTA QUINTA SERÃO POSTADOS OS EPISÓDIOS 9 E 10 DESTA TEMPORADA! NÃO ESQUEÇA: Episódios “Asas e Nuilloppahs” e “A Verdadeira Razão” NESTA QUINTA, ÀS 8H DA NOITE!

https://youtu.be/EwKWP3E-SLc

Pedro Paulo Gondim

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