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Corujas sem Asas - Temporada 2

Corujas Sem Asas 2×06 – Irmãos Mercyi

Cartaz 02- Corujas Sem Asas - 2ª Temporada

“Corujas Sem Asas”

uma web-série de Pedro Paulo Gondim

2ª temporada || Episódio 06

https://youtu.be/S9V9u8RuRG8

“Irmãos Mercyi”

Há muitos anos atrás em Hanisined…

Antigo Palácio Real. Escadaria. Piso 01 [Manhã].

Naklada, disfarçada de Juréhmia, já está para dar a luz. Subindo os degraus, se lembra de Pokoh e quer saber quando terá sua magia de volta. Guikoltra, trazendo uma mensagem em uma carta, animadoramente diz que seus irmãos e suas irmãs regressarão.

Guikoltra: A viajem deles pela região norte acabou. [sorri]

Naklada: Ah, credo! Odeio seus irmãos adotivos. [nervosa] Você sabe disso e ainda me conta com toda a alegria hanisinediensse existente. [cruza os braços]

Guikoltra: [abraça-a] Oh, não fique triste assim, amor. [passa a mão na barriga dela] Seremos uma brilhante família. Eu sei bem que Comansavá ainda está naquele papo de querer aprender magia, mas o convencerei de que isso não é certo.

Naklada: [feliz] Pelo contrário, devíamos deixá-lo aprender magia. É algo tão… mágico!

Guikoltra: É por essa parte “mágica” que ele nem chegará perto de um feiticeiro em sua vida. [aflito] Algo que lhe digo por completo, Juréhmia, é que Comansavá jamais será uma pessoa boa, além disso, nunca será um feiticeiro.

Naklada: [nervosa] Quer dizer então que minha irmã Naklada sempre lhe trouxe medo?

Guikoltra: [confuso] Como assim, Juréhmia. Sabe que Naklada é um nome que pensei para se, no caso, tivéssemos uma filha. Aliás, você é filha única.

Naklada estava muito nervosa. Seu sangue pulsava ardentemente, buscando soltar um feitiço no inimigo à frente. Com toda essa agonia, ela tropeça em seu pé ao tentar subir a escadaria. Depois de rolar à baixo, ela desmaia.

Guikoltra: [desesperado; as mãos à cabeça] O que foi que eu fiz? O quê?!

Anos mais tarde…

Antigo Palácio Real. Jardins frontais [Tarde]

Comansavá: (com 16 anos; aparência de 12) [sentado; choroso] Vai embora!

Naklada: [ajoelha-se à sua frente] O que houve, “filho”? Guikoltra outra vez?

Comansavá: [cabisbaixo] Sim, como de costume. [olha-a entristecidamente] Eu sempre quis ser feiticeiro, mas meu pai…

Naklada: [abraça-o] Não chore, acalme-se. Ficará tudo bem! Aliás, como você sabe que magia existe?

Comansavá: Não me lembro, mas… acho que foi num dia em que vi minha mãe e meu pai conversando. [Naklada se desespera; o menino lhe segura às mãos] Não fique assim. Guardei seu segredo por anos. Aliás… [sorri] sempre achei que Juréhmia não seria uma boa mãe.

Naklada: Mas… como você soube?

Comansavá: [sorri maleficamente] Eu disse que meu pai não quer me deixar praticar magia, mas quem disse que eu não poderia aprender sozinho?

Naklada: [alegre] Saiba que você ainda assim continuará sendo meu filho. Agora que você disse… por acaso tentou algum feitiço…

Comansavá: [levanta-se; ajuda ela a levantar] Sim, tentei fazer um feitiço “à favor de minha mãe”, o Kögbhs. Foi então que eu tentei outros feitiços sobre “mãe” e nada! Foi no mesmo dia do meu aniversário de 12 anos. Eu achei um livro sobre minha cama, junto à um pó rosado e uma varinha.

Naklada: E para descobrir que não sou sua verdadeira mãe?

Comansavá: Eu preparei pra você a Hrea Ogre, a poção da verdade, bem no dia do seu aniversário. Quando bebeu, você me contou algumas coisas, dentre elas, o óbvio!

Naklada: [brincando] Você merecia levar umas palmadas, mas estou feliz por isso. Então… por que estava chorando realmente?

Comansavá: [andando; ela o acompanha] É que eu queria ser um vilão. Com magia branca… não sou nada!

Naklada: [entristecida] Eu lhe entendo. E dentro dessas verdades, posso assegurar que lhe contei sobre como eu era com magia.

Comansavá: [feliz] Claro! E foi superemocionante. Um máximo! Era uma vilã de primeira, que torturava pessoas, animais, amigos, inimigos… Eu gosto de você!

Naklada: Eu também!

Eles se abraçam. Então, ela lhe conta sobre a troca que deve ocorrer com ela, quando seu rosto começa a despedaçar-se. Desesperada, Naklada corre em direção ao banheiro e tranca a porta. De frente a porta, Comansavá espera ansiosamente. Ao sair, o jovem se espanta com tamanha beleza da ex-feiticeira, que, olhando-se num espelho, vê que a figura de Juréhmia não está mais em si. Assim, ela conclui.

Naklada: Estou meio que livre agora! E meu nome, é Naklada, prazer.

Comansavá: [estranhando] Isso quer dizer que sua magia já foi transferida?

Naklada: [preocupada] Sim, e tenho suspeitas de que foi há anos atrás. Isso, bem antes de você nascer. Estou dizendo que o que tinha em mim era uma magia falsa! E sim, isso existe, por meio de um feitiço que só uma pessoa pode conjurar: o grande mago!

Voltando aos dias hanisinedianos atuais…

Centro da porção sul. Cidade “Corujiah” [Noite].

A criatura, se você se lembra das características, é o sanguinário Nuilloppah. Numa grandessíssima jaula, no meio da antiga densa floresta, estão várias corujas sem asas. O bicho, também com inteligência desenvolvida, quer algo delas, as quais não sabem do que se trata.

Macho 01: [nervoso] Poderia, por favor, nos dizer o porquê de nos ter prendido aqui?

Nuilloppah: (com sua voz grossa e árdua) Quero saber onde estão Djuly e Jerlo.

Fêmea: [confusa] Mas o que nossos tetravôs têm haver com isso?

Nuilloppah: [agarrando a jaula] Eles são os culpados da sua existência, além de serem cúmplices de um crime da família real.

Macho 02: Por um acaso seria um crime tipo da história do bebê Pillow? [surpreso] Se for, o autor do livro deve ser lendário!

Nuilloppah: [se afastando] E nunca desconfiaram de quem seria o autor do livro “O Castelo de Pillow”, feito “especialmente” para corujas? [revoltado] Sim, seu tetravô Jerlo! E a história se baseia na vida do atual príncipe hanisinediensse: Savabian Mercyi. E eu quero saber onde seus tetravôs estão… [mostra suas garras e suas lâminas afiadas] Ou então vocês irão implorar por misericórdia.

De volta há muitos anos atrás…

Antigo Palácio Real. Calabouço [Manhã].

Uma pequena janela com quatro divisórias iluminava o ambiente. A escada de concreto, suja de folhas e poeira, levava a um chão de pedras rachadas e quebradas, com símbolos estranhos desenhados nas paredes de ouro escurecido, com esqueletos esparramados em alguns lugares.

Jerlo está ali, de olhos fechados, respirando profundamente. Ao abrir os olhos, encara Djuly à sua frente. Eles estão com uma expressão fria. Como são corujas nativas da própria fauna, possuem asas, as quais estão erguidas e dando visibilidade a aflição delas.

Jerlo: [aflito] A culpa não é minha!

Djuly: [eles abaixam as asas; olham-se tristes] Sabemos que nós poderíamos ter impedido isso com nossa mágica, até ter pedido ajuda a nossas filhas…

Jerlo: Isso é repugnante. Por que você me impediu de evitar uma catástrofe nesta família? Diga!

Djuly: Não sei… foi tudo muito rápido. Estávamos observando cada passo dela à mando de Comansavá. O que mais você quer? O menino tem o dom para o mal, só não sabe disso. Por isso que pedimos a Ybanô, o qual gentilmente nos expulsou de sua caverna, que não deixasse o príncipe ter contato com as trevas, somente com a luz.

Jerlo: Foi um erro. Aquele pobre homem deve estar desesperado agora! E a mãe do menino então… agora me sinto responsável por isso.

Djuly: Naklada quis adotar mais um filho, mas a escolha dela de roubar uma criança foi errada. Também, depois do trauma que passou quando estava grávida, era de se esperar que ela não quisesse gerar um filho de suas entranhas, mas essa escolha foi péssima. A minha vontade de contar isso a alguém é incrível, mas eu não posso estragar essa família. É por isso devemos contar isso de alguma forma ao mundo, especialmente para nossa espécie. E em relação á Comansavá… foi bom ele ter usado magia boa e sua graça para nos pedir esse “favor”, mas ele irá sofrer as consequências.

Nos dias hanisinedianos atuais…

Centro da porção sul. Cidade “Corujiah” [Manhã]

Depois de tantos dias de caminhada, os “guardiões” juntos à Savabian, chegam à cidade. Totalmente enfastiados, eles jogam-se ao chão como uma forma de grande alivio. Rodrigo estranha.

Rodrigo: [suando; sentado] Por que não vemos nenhuma coruja sem asas?

Heitor: [coçando a barba] Eu também pergunto a mesma coisa. [tosse; olha-o de volta] Savabian… tem alguma explicação?

Savabian: Infelizmente não. [passa a mão pelo cabelo] Acho que como chegamos ao nosso destino, vocês finalmente poderão descansar em paz.

Mas antes, há vários anos trás…

Antigo Palácio Real. Piso 02/Quarto das majestades. [Tarde]

Naklada: [segurando-lhe as mãos; voz em tom baixo] Quando você entrar no quarto, diga rapidamente olhando nos olhos de seu pai o feitiço que lhe ensinei.

Comansavá, aos 17 anos (uma incrível aparência de 14 e 2.10 de estatura), entra no cômodo. Com uma expressão feliz, o jovem diz ao pai que “passou no teste de filosofia do colégio”.

Guikoltra: [sorrindo alegremente] Não sabe o orgulho que sinto em ouvir isso, filho! Parece até que você criou juízo.

Comansavá: [ri falsamente] É! Foi uma ótima piada, papai. Mas é uma pena que eu me importo mais com a minha própria felicidade! [olhando-o seriamente] Ihas Reasd Abhsa!

Guikoltra começa a contorcer-se e cai ao chão, agonizantemente. Naklada entra aplaudindo o príncipe, que se curva à ela, dizendo que ela é digna de ser rainha.

Comansavá: [emocionado] Um dia, serei tão mau quanto você!

Naklada: [tocando dois dedos em sua região peitoral; sorri] Obrigada. Você sabe o porquê de estarmos aqui. Então… [olha para o rei com fúria] faça!

Comansavá: [com a mão erguida] O que nunca foi seu, agora será, juntos como família, pai e filho se tornarão, na ocasião em que, também, aceita o verdadeiro nome desta aqui presente como sua esposa contínua e, por enfim, a sortilégio não se tem cura a não ser a morte.

Assim, Guikoltra acorda uns minutos mais tarde, com um leve empurro de seu filho. Naklada está com um bebê aos seus braços, o qual está dormindo numa manta de cor amarelo-escura. O rei levanta meio assustado e olha-o com ternura.

Naklada: Olha meu amor. Esse é nosso filhinho. Esse é Savabian Mecyi! [sorri]

Nos dias hanisinedianos atuais…

Centro da porção sul. Cidade “Corujiah” [Manhã]

Em um tronco meio desgastado, Savabian senta-se ao lado de quatro “guardiões”, sendo que os outros se sentam num tronco à frente, sendo este um pouco mais combalido.

Arthur: [junta suas mãos] Savabian, onde começou tudo isso?

Savabian: [olhando-o tristemente] Meu pai nunca me contou. Desculpem-me, mas menti a vocês a respeito de saber algo.

De repente, as asas dos “guardiões” começam a engrandecer, como se estivessem se preparando para um acometimento. Laura, a mais assustada, abraça Vinícius, o qual ri e se afasta dela, sentindo dor em sua coluna.

Heitor: [com uma mão às costas] Isso é normal? [alarmado] Bem, a culpa não é minha se estamos vivenciando esta catástrofe!

Arthur: [abatido] Acho que está na hora de contar mais verdades. [coça o nariz] Seria o mais apropriado, a não ser que queira uma guerra hanisinediensse!

Savabian: [levantando a mão] Está bem, acalmem-se! [eles param] Ótimo! Agora… sentem-se. [eles abancam] Não é uma história de vida, nem uma engraçada. Será mais para o lado sério, pois vocês que as carregam.

Novo Graclapecha. Piso 09/Sala de reuniões [Manhã]

Um senhor negro de aparência tenebrosa, com um altissonante olhar frio, passa seus dedos pelo seu bigode branco, descendo até sua barba branca, lisa e medial. Sua calvície centralizada deixa seus cabelos alvejados como certa “proteção lateral”. Suas marcas de idade, junto com seu peso médio-alto e seus 2.44 de altura, fazem seu glamoroso terno preto resplandecer diante de tantos jalecos brancos dos cientistas. Um deles o chama. Seus olhos castanho-escuros o olham fixamente.

Cientista 01: [levanta a mão] Senhor Ximirica, por que está tão ansioso?

Ximirica: [com sua voz grave e pesada] Minhas “queridinhas” estão fazendo algo para mim. Espero por isso há muitos anos!

Cientista 02: Isso tem haver com aquela fumaça preta no piso 10 outro dia?

Ximirica: [com um sorriso estranho] Foi um acidente de minha parte, mas isso já está concertado. Era uma… “praga no meio da minha plantação”.

Cientista 01: E para onde essa “praga” foi?

Ximirica: [olha-o cruelmente] Há esta hora, já deve ter virado pó!

A cena mostra o Nuilloppah Bobbah chefe com seu cajado. Na ponta deste, uma coruja sem asas, de penugem negra, está embocada na ponta, com seus olhos e bico abertos e vermelhos.

 

NESTA QUINTA…

Comansavá: Vai ao Graclapecha?

Naklada: Sim. Não vou demorar muito.

A FEITICEIRA NEM IMAGINA…

Ximirica: Será mais fácil do que eu pensei!

QUE O DESTINO ESTÁ DO SEU LADO.

Naklada: Procurei-o por anos e ele cai em cima de mim!

E NA HISTÓRIA DAS CORUJAS…

Guikoltra: É algum tipo de doença?

Naklada: Isso é magia!

UMA LEMBRANÇA…

Guikoltra: Chame as “sem asas”!

E UM ACORDO…

Cientista: Então nos diga o que quer!

SE UNIRAM NO PASSADO…

Cientista: Isso pode demorar anos para ser fabricado!

PARA ATORMENTÁ-LA NO FUTURO.

Naklada: Então… por isso são “sem… asas”.

Corujas Sem Asas – 2×07 “O Pacto” – Quinta – 20h – no SdW

https://youtu.be/EwKWP3E-SLc

Pedro Paulo Gondim

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