Corujas Sem Asas 2×05 – Imperdoável
“Corujas Sem Asas”
uma web-série de Pedro Paulo Gondim
2ª temporada || Episódio 05
“Imperdoável”
Casa de Pedra. 3º andar/”Apartamento” de Naklada. [Começo da tarde].
Naklada: [abraçando-o] Como é bom te ver, filho!
Comansavá: [sorri] Há quanto tempo não me chamava assim? [ele ri] Vamos entrar, tenho algumas coisas a lhe falar.
Naklada: [eles entram; ela fecha a porta] Está muito bonito com esse traje futurista preto todo brilhante, além de suas lindas botas prateadas. Mas… por que esse “milagre” todo?
Comansavá: [senta-se numa poltrona] Eu quero te pedir ajuda, mãe. [entristecido] Quero voltar a ser um vilão digno, coisa que não tenho conseguido. Desde que “àquelas” pessoa acabou com a magia e a maioria dos recursos minerais… Isso é chamado de sobreviver.
Naklada: [sorri; lhe segura as mãos] Olhe… Mesmo eu não sendo sua mãe, o que você sabe, sinto um enorme carinho por ti. Savabian nem faz ideia de que Juréhmia existiu, e assim me sinto culpada, e derrotada, e destruída, e carente… Mas isso é efeito do que um mundo sem magia pode causar. Vamos vencer essa guerra!
De volta há muitíssimos anos atrás…
Grande lago da porção central [Tarde].
Juréhmia: [levantando-se] O que aconteceu, mamãe?
Emínua: [abraça-a forte] Ai filha! Que susto você me deu.
Naklada: [dá-lhe um beijo na bochecha] Pensei que tinha te perdido. [limpando as lágrimas] Nunca mais faça isso, tudo bem? Nunca mais!
Müllino: [gritando] Meninos, venham aqui! [eles aproximam-se] O que vocês acham de levá-las para o palácio real?
Pokoh: [sendo frio] Acho um pleno desperdício.
Guikoltra: [empurra seu irmão] Ah, Pokoh! [feliz] Seria uma honra tê-las como irmãs. A senhora poderia ser nossa “tia”. Só tem um problema.
Müllino: E eu sei qual. É sua mãe! [aperta-lhe os ombros] Com jeitinho iremos convencê-la.
Logo após avisar à Juréhmia, Naklada e Emínua, Müllino pega uma encomenda com seu irmão e visita a casa de algumas pessoas. Depois de dois cansativos dias, todos chegam ao antigo e lindo palácio real. À tarde, num dos quartos do 2º andar, Naklada está penteando suas madeixas, quando se assusta.
Naklada: [vira-se] Oi Pokoh. Nossa, você me deu um susto daqueles! Mas, diz aí… o que faz por aqui?
Pokoh: [acaricia uma bochecha dela] Eu já disse que você é linda?
Naklada: Acha mesmo? [sorri] Está sendo modesto!
Pokoh: [aproximando-se] Não sou. É que… eu sou meio novo nesse “negócio” de paixão.
Naklada: [ri maleficamente] Está me paquerando?
Pokoh: [olha-a de cima a baixo] Completamente!
Naklada o agarra de brincadeira, mas Pokoh, pensando ser verdade, lhe dá um selinho um pouco demorado.
Antigo Palácio Real. Grande salão [Noite].
Guikoltra: [ansioso] E o que a mamãe disse?
Mülliano: [olha para “Jú”] Ela deixou você, sua irmã e sua mãe ficarem . Planeja adotar mais quatro meninas no próximo ano e mais quatro meninos. Aliás, [olha feliz para o filho] seu irmãozinho irá nascer dentro de poucos dias. Esteja preparado!
Juréhmia: [abraça-o] Obrigado, Sr. Müllino! E a você “Gui”!
Guikoltra: De nada, pequena. Conte comigo para tudo. [sorri]
Porção leste. Caverna “Frozent”. [Anoitecer]
Ybanô: [andando em círculo] Será que ela… Ai, eu temo que a menina não sobreviveu! [desespera] Eu vou morrer!
Futuro: [despertando] Pra que todo esse desespero? Juréhmia está ótima de saúde, claro, graças a você. O que quero que você faça agora, será a segunda etapa, que…
Ybanô: [para e fica com uma expressão de espanto] Queria que você me esclarecesse algo antes. Juréhmia estava morta mesmo?
Futuro: Obviamente que não, pois a magia não tem poder para isso. A única coisa que você fez, Ybanô, foi ressuscitá-la de um sonho extremamente profundo. Tudo isso, foi porque ela estava segurando uma flor cinza com uma mão e, uma pedra colorida, com a outra. Não sei exatamente o porquê, mas saiba que foi um choque e tanto para Juréhmia.
Ybanô: E a segunda missão? Tem algo mais fácil a se fazer?
Futuro: Talvez… Não tenho certeza se será fácil. Mas, de qualquer modo, já lhe digo que sua segunda missão, será a de ir até a irmã dela e lhe dar um livro de feitiços, juntamente com um “porta-varinha” lilás. Lá, terá uma linda varinha mágica.
Ybanô: [desconfiado] E, por um acaso… ela será uma boa feiticeira? [sorri]
Futuro: Veremos, Ybanô, veremos! Agora vá! Quanto mais cedo melhor.
Anos mais tarde…
Continuação do 2×03. Galpão Abandonado [Manhã].
Naklada: [abraçada a ele] Pois é, Pokoh. Nossa história é tão quente quanto seus beijos.
Pokoh: [sussurrando] Você sabe que eu não sou nada romântico! [sorri]
Naklada: Deixe de besteiras e me ajude. [enquanto Pokoh se vira, ela sussurra] Algum dia, ainda irei encontrar o mago que me deu esse dom maravilhoso.
Ao sorrir, Naklada pega uma grande faca e molha-a com um líquido esverdeado, dizendo “Não vai doer, irmã. Não doerá”. Pokoh entrega-a um pergaminho de tamanho curto com letras esquisitas, provavelmente escritas na língua “Avaktalok”, principal em Hanisined.
O escuro galpão fica em tonalidades verdes diferentes, dando um “ótimo” aspecto ao local. Em movimentos giratórios em alta velocidade, tudo começa a brilhar e Naklada então pronuncia as palavras do pergaminho. Com uma grande fumaça azul que vem do ar. Naklada faz gestos incríveis com todo corpo, parecendo uma dança totalmente ensaiada. Pokoh estende o braço e Naklada corta-lhe o pulso. Pingando três gotas à barriga de Juréhmia, que está morta, numa maca improvisada, toda aquela fumaça azul e a iluminação verde parecem ficar famintas, e começam a atacar a irmã de Naklada.
Pokoh: [preocupado] E aí? [enfaixando o pulso] Já acabou?
Naklada: [sorrindo] Não. Ainda tem mais um detalhe. Me dê a faca!
Ao entregá-la, Naklada abre a barriga de Juréhmia até a região uterina. Ela retira um bebê de lá, o qual está limpo, sem sangue e, magicamente, com vida (ele estava quase morto).
Pokoh: [impressionado] Então esse era seu plano? Genial!
Naklada: [olhando o bebê com ternura] É um lindo garoto, mas ainda falta algo.
Ela pega um livro grande. De capa azul e verso amarelo, na lateral vermelha está escrito “Avanh Nsg Ikolh”, ou “Magia Ultra Avançada”. Naklada folheia algumas páginas e sorri. Ao escutar um barulho, esconde rapidamente, mandando Pokoh verificar do que se trata. Ele se surpreende ao virar-se e encontrar…
Guikoltra: [incrédulo; feliz] Pokoh!
Pokoh: [abraçando-o] O que faz aqui, meu irmão?
Guikoltra: Eu sabia! [sorri] No momento em que encontrei seu pingente, meu coração bateu mais forte e então pude encontrá-lo. [alegre] Lembra-se de quando você iria fazer o seu próprio palácio aqui?
Pokoh: [sorrindo falsamente] Eu era uma criança. Ainda mais que eu até tentei construir, mas não deu muito certo.
Guikoltra: Eu te conheço muito bem Pokoh. E sei que, mesmo me odiando por ter dito ao meu pai que matasse Naklada, você ainda me considera digno de seu amor.
Pokoh: [passa a mão pelos cabelos] Eu não sei. É… Isso é muito complicado.
Guikoltra: [coça a barba] Não se você fizer o enorme favor de parar de ser besta.
Pokoh: [sendo frio] Agora me diga, por que você matou Juréhmia?
Guikoltra: [olha para os lados] Eu o quê?! [assustado] Não, eu não…
Pokoh: [sorrindo maleficamente] Eu te conheço muito bem, Guikoltra. E sei que mesmo Naklada tentado te trucidar por você abusar de Juréhmia, eu ter matado nosso pai por assassinar a mãe dela e eu ter te trancado por dois anos no frio e profundo calabouço do palácio… você ainda me considera digno de seu amor.
Enfurecido, Guikoltra esbofeteia o irmão. Naklada conjura algumas palavras em voz baixa, e um raio de choque vai formando-se em sua mão. Na última palavra, ela grita para Pokoh abaixar-se. A feiticeira acaba acertando o pingente dourado. Ele começa a sugar as coisas com uma força avassaladora. Guikoltra empurra o irmão e Pokoh entra no objeto. A ventania passa. O clima pesa.
Naklada: [chorando; sussurrando] Seu idiota de merda. Você merece muito mais do que a morte. [engrossa a voz] Você vai me pagar! Vou cortar esse seu pau inútil fora, enfiar nesse teu rabo frouxo e fazer você vomitar ele!
Avançando nele, os dois caem no chão e começam a se estapear. Guikoltra lhe derruba e pega o grande livro. Ele começa a rasgar páginas. Ao chegar em uma específica, nota que um dos feitiços pode ser conjurado por qualquer pessoa mesmo! Aproveitando-se, ele diz rapidamente uma grande frase. De repente, tudo se acalma ainda mais.
Guikoltra: O feitiço seria sobre o quê?
Naklada: [arrastando; aos prantos] Para o meu ilustre desespero, minha magia estará no meu corpo, mas eu não poderei usá-la até passar para outro corpo.
Guikoltra: [sorrindo] O doce gosto da vitória!
Naklada: [olhar perverso] Isso é o que você pensa!
Ao puxar-lhe a perna, Guikoltra cai e desmaia com a forte pancada. Na penúltima página, há o segundo maior feitiço. Ao conjurar, ela sorri vitoriosa.
Naklada: Bem, agora, Guikoltra, o bebê será criado como meu filho, todos pensarão que eu sou a rainha de Hanisined há vários anos. Além disso, você se esquecerá de Juréhmia e de mim como somos e fomos, nem chegamos a nos conhecer. Em relação à Pokoh, você pensará que ele… foi assassinado por você. Essa será a minha maior vingança: ter a desgraça ajoelhada aos meus pés, pisando em cima de toda a família real! E Comansavá, coitado. Já… [balança a mão] dei um jeito. Ele pensará que eu sempre fui a mãe dele e que estávamos na maternidade tendo o… “Kolômböh” ! E para completar ainda mais, minha aparência será a de minha irmã até o dia em que eu passar minha magia a outro corpo. E… [sorri] Agora finalmente poderei ter um filhinho tão sonhado, já que Pokoh era estéril. Acho que um nome exótico tipo o de meu avô, Savabian, cairia muito bem. Que assim seja!
Então, uma nuvem colorida sai pela boca de Naklada, mas voltando ao corpo no mesmo instante, pelos olhos. Parecendo que está tendo um exorcismo, ela ri com uma voz extremamente demoníaca e sorri, com seus impressionantes olhos negros.
Naklada: O mal continuará reinando para sempre!
Nos dias hanisinedianos atuais… (passou-se 03 dias).
Deserto “Joahd”. Norte da porção sul. [Tarde].
Heitor: [andando ao lado dela] Sophia, você ainda gosta do Arthur?
Sophia: [cansada] Acho que sim, mas… Não podemos ficar juntos. Isso, justamente…
Heitor: … Pelo fato de ser um guardião. [balança a cabeça] é complicado aceitar. Você já sabe que tive uma filha com Mariana! [entristecido] Mas é uma vagaba imunda!
Sophia: Não tenho tantos argumentos para te ajudar, Heitor, mas você está é apenas sofrendo um efeito colateral de ser pai.
Heitor: [coça a cabeça] Você deve ter razão. Hoje em dia há órfãos de todo o tipo. Isso me motiva à não deixar minha filha nas mãos daquela piranha!
Porção Leste. Palácio Real. 2º piso/Quarto 07 [Tarde].
Mariana: [incrédula] Sério? Por que o senhor não gosta de animais?
Guikoltra: [sentado na velha cama] Bem, como dizia meu irmão: cada um tem seu gosto assim como seu próprio cu. Aliás… [levanta-se] Guarde o segredo que lhe contei muito bem. Se algum dos seis ou Savabian souber, diga adeus a sua preciosa filha.
Mariana: Pode deixar! [ela se levanta; agarrando-o por trás] E… o senhor não desejaria algo mais além de guardar seu segredo?
Guikoltra: [vira-se] Está tentando me seduzir, guardiã?
Mariana: [fingindo] Ah, não. Nunca me atreveria a isso! [alegre] Só estou em busca de uma montanha-russa para eu “subir e descer”.
Guikoltra: [encarando-a] Oiggt Runntr. Você não deve fazer isso. Não desça à esse nível!
Mariana: [abraça-o; acaricia teu rosto] Pois eu quero é cair nesse nível, meu bem!
Guikoltra fica sem reação, totalmente espantado com o que acontece agora. Mariana o beija ardentemente, como se precisasse muito disso. Os toques calmos de Guikoltra, quase não conseguem acompanhar os intensos de Mariana. Ela eleva a perna e ele à segura, dando uma longa continuidade ao “fogaréu” dessa cena. Ele, dando mordidinhas em seu pescoço, vai deixando-a exitada. Ela tira a camisa de Guikoltra, revelando que, mesmo velho, seu corpo ainda está como de um jovem adulto. Ele começa a massagear os seios de Mariana. Eles continuam a beijar. Mariana tira seu traje. A cena a mostra somente por trás. Ela pega “nas regiões baixas” dele, o qual sente muito prazer.
Deserto Joahd. Norte da porção sul. [Tarde].
Rodrigo: [exausto] Hoje o dia está muito quente. O que houve?
Savabian: [preocupado] Algo está acontecendo às corujas. [vira-se rapidamente] Dentro de algumas horas, estaremos no “Deserto Sepipe”. 1 km depois, estaremos em Corujiah!
Dois minutos depois, Arthur está cabisbaixo, sentindo-se só. Laura nota.
Laura: O que foi? [olha-o preocupadamente] Está machucado?
Arthur: Não… [ele ri] não estou ferido. Segredos escondem as pessoas muito bem. Minha mãe mesmo, é um péssimo exemplo para todas as outras.
Laura: Ah… eu sinto muita falta de minha mãe, de meu pai… Mas claro, eles tinham que ter acobertado um segredo. Eu me sinto fragilizada, como… uma “coruja sem asas”.
Arthur: Até que você parece ser uma boa menina. O que esconderam de ti?
Laura: Um dia antes de ela morrer, minha mãe, Fernanda, me contou sobre um irmão que eu tenho, tive, não sei. Parece que ele se chama “Douglas”.
Arthur: [impressionado] Acho que até nisso os guardiões estão ligados. Minha mãe me contou antes de morrer que tenho uma irmã. Ela se chama “Isabella”.
Laura: [sorri] Pois é, ao mesmo tempo em que sabemos de tudo… [entristece] Ainda sentimos carência de muitas coisas, principalmente afetiva.
Arthur: [sorri e lhe aperta a mão] Obrigado, baixinha!
Leste da porção sul. Cidade “Corujiah”. [Começo de noite].
A paisagem densa de árvores desnutridas e sem folhas, divide espaço com poucas árvores bonitas e vivas, com folhas e flores. A grama e os arbustos abaixo são negros e aterrorizantes, assim como céu está. O rio que cortava a cidade ao meio, agora totalmente seco. O solo, parecendo de um deserto misturado com um oásis, impressiona por essa quantidade vegetativa ainda viva e, juntamente, com a planta rara ainda cultivada: cogumelos marrons (ou Ly’Mcdocs). A cidade das corujas tem apenas um pequeno lago ainda com água, perto do centro e, por serem inteligentes, são vegetarianas, comendo uma flor originária da região: Castraju. Mas, pelo que a cena nos mostra, as corujas sem asas estão tentando fincar suas garras e uma empurrando outra, numa criatura de 2.95 de altura, tendo uns 05 olhos e mais de 200 dentes, além de orelhas pontuadamente acentuadas e onde passa deixa rastros esverdeados, como se fossem limões esmagados. Sua pele é meio azulada, mais para o tom amarelo e tem em sua mão um cajado. A iluminação por alguma luz mais forte acaba nos revelando algo. As vastas “sem asas” estão presas numa grandessíssima gaiola feita de aço e diamantes azuis de Hanisined. A criatura, não atingida, ri.
Criatura: Eu sabia que fugiriam de mim, mas agora não tem mais escapatória!
Na próxima Terça…
Naklada: Ah, credo! Odeio seus irmãos adotivos.
Guikoltra: Seremos uma brilhante família.
O REI É A CAUSA DE MAIS UM INCIDENTE.
Guikoltra: O que foi que eu fiz? O quê?!
NÃO DE UM… VÁRIOS!
Naklada: ele outra vez?
Comansavá: Sim, como de costume.
MAS A HISTÓRIA PRINCIPAL DESTE EPISÓDIO…
Comansavá: Mas quem disse que eu não poderia aprender sozinho?
É BASEADA NUM TERRÍVEL ACONTECIMENTO!
Macho: A culpa não é minha! Mas a escolha dela de roubar uma criança foi errada.
(…) Naklada: Olha meu amor. Esse é nosso filhinho. Esse é Savabian Mercyi!
Corujas Sem Asas – 2×06 “Irmãos Mercyi” – Terça – 20h – no SdW!