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A Cor do Pecado

A Cor do Pecado – Capítulo 10

PASSAM- SE ALGUNS DIAS

 

CENA 01. Vale do Sol. Praça pública. Dia.

Marcos e Samuel fazem discurso em praça pública para explicar a nova política.

Marcos: — Meus caros habitantes da Vale do Sol. Quero informar pra vocês que eu estarei me elegendo para prefeito da Vale do Sol. Vamos acabar com essa política suja que existe em nossa cidade. Esses coronéis que só fazem enganar vocês, e já estão no poder há anos. Eles só querem dinheiro e nada mais. Só pensam e ganhar, e não lembram nem de vocês. Exceto quando chega: as eleições, que eles lembram, de todos e, subornam a todos. Abram o olho meu povo. Abram o olho. Se vocês não se tomarem conta disso, vão acabar se prejudicando. E sempre será assim: o povo deixando isso passar despercebido.

Todos aplaudem e os coronéis observam de longe e ficam furiosos.

Cássio: — Mas se ele está achando que vai ganhar as eleições ele está muito engando? Muito enganado. Ele que me aguarde.

 

CENA 02. Vale do Sol. Casa de George. Sala. Interior. Dia.

George e Sérgio discutem jeito para George se encontrar com Olívia.

George: — Eu preciso arrumar um jeito de encontrar- me com a Olívia. Mas ainda estou pensando como.

Sérgio: — Já pensou em enviar uma carta combinando tudo?

George: — Já pensei sim. Mas como essa carta entrará lá? Se eu não posso entrar lá.

Sérgio: — Eu.

George: — Como assim?

Sérgio: — Eu que levarei as cartas para a Olívia. E à noite até poderemos tirá- la de lá.

George: — Bem pensado.

 

CENA 03. Vale do Sol. Casa de Quitéria. Sala. Interior. Dia.

Mais uma vez, as beatas e conservadoras discutem sobre as prostitutas da cidade.

  1. Quitéria: — Chega só de enrolação. Agora é pra valer. Vamos combater essas quengas.

Laura: — Isso mesmo. Apoiada, Dona Quitéria.

  1. Quitéria: — A primeira coisa é falar com os coronéis fazer uma licença que a impeçam de circularem pela cidade.

Todas: — É isso aí.

 

CENA 04. Vale do Sol. Convento. Interior. Dia.

Sérgio leva a carta de George para Olívia.

Sérgio abraça Olívia, e fala: — Que saudade! Minha querida irmã.

Olívia: — Digo o mesmo irmão. E aí? Alguma novidade do George?

Sérgio: — Sim, sim! Essa carta ele mandou pra você. E quer que você dê uma escapadinha do convento hoje de madrugada pra vocês se encontrarem.

Olívia: — Certo! Diga a ele que de onze horas esteja a minha espera.

 

CENA 05. Vale do Sol. Casa de Dona Quitéria. Sala. Interior. Dia.

Dona Quitéria e Coronel Cássio Mendes conversam sobre as prostitutas da cidade.

Cássio Mendes: — A que devo a honra, Dona Quitéria?

  1. Quitéria: — É um assunto de muita urgência.

Cássio Mendes: — Diga qual.

  1. Quitéria: — Como a representante do Conselho das Cidadãs Conservadoras, quero que você crie uma licença que impeça as quengas do: A Cor do Pecado de circularem pela cidade.

Cássio Mendes: — Mas isso é impossível, Dona Quitéria. Elas têm que circular pela cidade, elas precisam.

  1. Quitéria: — Lembre- se da falecida sua mãe. Ela era uma das maiores representantes e defensoras do conservadorismo e dos bons costumes. Você acha que ela aceitaria uma afronta dessas na cidade?

Cássio Mendes: — Você tem toda razão Dona Quitéria. Criarei essa licença o mais rápido possível.

 

 

CENA 06. Vale do Sol. A Cor do Pecado. Salão Principal. Interior. Noite.

Cecília resolve deixar o orgulho de lado e resolve corresponder Samuel.

Samuel: — E você senhorita? Como vive sem ninguém? Sem um amor?

Cecília: — Vivo de meu jeito, oras. Se estou viva é porque consegui sobreviver a isso tudo.

Samuel: — Deixa de ser arrogante e tenta me conhecer. Garanto que não se arrependerás.

Cecília: — Tudo bem!

E ali os dois conversam a noite toda

Esquecendo- se de tudo e todos.

‘’O tempo só passa depressa quando estamos envolvidos com algo que nos faça prestar mais atenção no momento que no ponteiro do relógio’’.

 

 

CENA 07. Vale do Sol. Convento. Quarto de Olívia. Interior. Noite.

Olívia sai de seu quarto e conta com a ajuda de Mônica.

Olívia: — Chegou a hora amiga.

Mônica: — Vai lá. Vai dar tudo certo. Confie em Deus.

Olívia: — Assim seja.

Olívia desce as escadas e sai pela porta dos fundos. Quando chega até o local marcado, George está a esperando- a de automóvel.

George: — Finalmente! Pensei que já tinha desistido.

Olívia: — Desistir jamais. Só deu um pouco de trabalho por causa das irmãs.

Os dois vão até uma praia ali perto, se amam, e nem percebem a hora passar.

Quando Olívia já percebe no relógio é hora de voltar pra casa.

Ela chega pela porta dos fundos, e na cozinha derrama um vidro sem querer, que acaba acordando uma das madres.

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