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Menina Flor

Capítulo 51 – Menina Flor (Últimos Capítulos)

Capítulo 51

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Miguel: Tanta coisa vem acontecendo ao mesmo tempo, boas e ruins. Eu e você começamos a namorar, recebo a notícia que vou ser pai, perco meu pai, ganho um irmão, descubro que não vou ter um filho, nós ficamos juntos de novo e de repente a menina com quem namorei por tanto tempo morre do nada.
Malu: Você ficou abalado ao saber da falsa gravidez, né?
Miguel: Depois que perdi meu pai, o que me consolava era o fato de que eu também ia ser pai um dia.
Malu, olhando nos olhos de Miguel: Eu prometo, que mesmo ainda sendo muito cedo, nós dois ainda vamos ter o nosso filho.
Miguel: Você promete?
Malu dá um beijo em Miguel: Eu prometo!
Miguel encosta a cabeça no ombro de Malu e começa a chorar. Malu beija a testa de Miguel, o abraça e faz carinho em sua cabeça, passando a mão em seu cabelo.

Horas mais tarde. Hospital. Recepção.
Marina: Doutor, por que nos chamou?
Médico: Muito bem, eu quero te dar uma notícia sobre a paciente Amanda Perez.
Marina, nervosa: A minha m… A Amanda?
Filipe: É notícia boa ou ruim?
Médico: Bem, ela andou melhorando bastante desde o acidente e eu diria que ela está quase totalmente melhor.
Marina, aliviada: Ah, que bom saber disso.
Médico: E eu diria que ela já pode receber alta.
Marina, alegre: Jura?
Médico: Sim! Mas ela vai ter que repousar constantemente e eu vou visitá-la uma vez por semana para examiná-la.
Filipe: Puxa, mas ela está bem mesmo?
Médico: Por enquanto é melhor que ela não faça muita força, ela vai voltar numa cadeira de rodas.
Marina: Como assim? Ela não vai mais andar?
Médico: Eu não garanto nada, mas por enquanto é bom que ela não se esforce muito.

No mesmo hospital, Malu, Miguel e Carlos estão acompanhando Lurdes em exames com o Dr. Francisco.
Francisco: Muito bem Lurdes, ao que parece, você tem um caso de pressão alta.
Lurdes: Pressão alta?
Francisco: É, ao que parece você anda muito tensa e quando você fica muito nervosa a sua pressão sobe e isso pode ser perigoso.
Malu: Mas o senhor vai receitar remédios pra ela tomar.
Francisco: Claro, eu vou passar uns remédios pra senhora tomar todos os dias na mesma hora e assim você poderá controlar a sua pressão.
Lurdes: Obrigada!

Lar Coração de Mãe. Sala de Guilhermina.
Guilhermina: Onde será que está a vassoura?
Guilhermina procura em todo o quarto, mas nada da vassoura.
Guilhermina: Hum, deve estar na cozinha.
Guilhermina vai até a cozinha.
Guilhermina: Carlos, Carlos você viu a minha vassoura?
A cozinha está vazia.
Guilhermina: Ele também deve ter ido ao hospital com a Lurdes, e pelo jeito a minha vassoura também não está aqui. Talvez esteja no porão.
Guilhermina vai até o porão. Ela abre a porta e vê a escada que leva até o porão sujo e escuro.
Guilhermina, nervosa: Bem, deve estar ali.
Guilhermina desce os primeiros degraus, meio assustada.
Guilhermina, com nojo: Que lugar mais imundo.
De repente, um vento entra pela janela e acaba fechando a porta do porão, com Guilhermina lá dentro.
Guilhermina, assustada: O quê? Oh meu Deus!
Guilhermina tenta abrir a porta, mas ela está trancada e a chave ficou do outro lado na fechadura.
Guilhermina, batendo na porta, gritando em pânico: Alguém abre essa porta! Alguém me tira daqui! Socorro! Tem alguém me ouvindo?

Hospital. Recepção. Marina empurra Amanda na cadeira de rodas.
Marina: Sente-se bem mamãe?
Amanda olha para Marina, mas não diz nada.
Médico: Ela talvez não possa falar por um tempo.
Filipe: Então, como vamos levá-la?
Médico: Na ambulância, venham comigo.
Marina, Filipe e Amanda vão com o médico e saem do Hospital. Assim que eles saem, Malu, Miguel, Lurdes e Carlos saem do quarto onde estavam com o Dr. Francisco.
Miguel: Viu tia Lurdes? Eu disse que a senhora tinha que se consultar!
Lurdes: Certo, certo, vocês tinham razão.
Malu: A senhora precisa cuidar melhor da sua saúde tia Lurdes.
Carlos: Vamos logo até a farmácia?
Lurdes: Vamos, vamos logo.

Lar Coração de Mãe. Sala. Pedrinho está deitado no sofá assistindo TV.
Pedro: Ah, que dia mais chato.
Pedro ouve a voz de Guilhermina.
Guilhermina, gritos ao longe: Socorro!
Pedro, curioso: É a voz da diretora Guilhermina?!
Pedro desliga a televisão e se levanta. Pedro começa a seguir a voz dos gritos. Ele anda pelo lar e vai até um quarto onde são guardadas as coisas velhas.
Guilhermina, gritos mais perto: Alguém, socorro!
Pedro: Dona Guilhermina?
Guilhermina: Pedro, Pedro me tire daqui!
Pedro segue a voz e encontra a porta fechada. Ele abre a porta e encontra Guilhermina sentada em frente a ela, na escada.
Pedro, abrindo a porta: Dona Guilhermina?
Guilhermina abraça Pedro, aliviada: Ah Pedro, ah Pedro, obrigada.

Um tempo depois. Malu, Miguel, Carlos e Lurdes chegam ao lar. Os quatro vão até a cozinha.
Miguel: É pra tomar você direitinho esses remédios, tia Lurdes.
Lurdes: Só me faltava essa, meus meninos me dando ordens.
Os quatro se deparam com Guilhermina sentada numa mesa tomando uma xicara de chá e Pedro ao lado.
Lurdes: Olá Guilhermina, Pedrinho, acabamos de chegar do hospital.
Carlos: Como vocês estão?
Guilhermina, nervosa: Estive mal, fiquei trancada.
Miguel: Como assim trancada?
Guilhermina: Eu fui até o porão procurar a minha vassoura e a porta se fechou.
Malu: Puxa!
Guilhermina: A chave ficou do lado de fora aí eu não conseguia sair.
Pedro: Eu ouvi a voz dela gritando e aí eu fui lá e abri a porta pra ela.
Miguel, Malu e Carlos puxam cada um uma cadeira e se se sentam à mesa junto de Guilhermina e Pedro.
Malu: Você salvou a Guilhermina?
Pedro: mais ou menos isso, eu abri a porta pra ela.
Miguel pega Pedro e o senta em seu colo: Aí, nosso herói!
Guilhermina: Eu vou dizer uma coisa, aquele porão é horrível! Húmido, frio, escuro e sujo, nossa eu fiquei aterrorizada!
Malu: E a senhora me trancava lá quando eu era criança, lembra?

FLASHBACK.
Ano de 1997. Porão. Guilhermina leva Malu até o porão do lar e a joga no chão.
Guilhermina: Você vai ficar aqui um tempo pra pensar no que andou aprontando hoje e não vai sair até aprender a se comportar.
Guilhermina sai do porão e tranca a porta.
Malu, gritando desesperada: Por favor, não me deixa aqui, me desculpa, socorro.

Meia hora depois. Malu continua no porão encolhida no canto da parede, chorando. De repente a porta do porão se abre, é a tirana diretora Guilhermina.
Guilhermina: O castigo acabou Maria Luísa. Foi suficiente ou precisa passar mais uma meia hora trancada pra aprender a se comportar?
Malu, chorando: Não dona diretora, não precisa.
Guilhermina: Ótimo, pode ir e sem choro.
Malu sai correndo do porão.

Volta ao presente.
Malu: Você se lembra diretora Guilhermina?
Guilhermina: Sim, claro que lembro.
Lurdes: Eu nunca concordei com isso Guilhermina, sempre achei que era muito desumano aplicar esse tipo de castigo a uma criança.
Miguel: A Malu só tinha 8 anos.
Malu: Eu lembro que quando eu ficava naquele porão, eu ficava desesperada, assustada, quando você abria a porta pra que eu saísse era como se eu visse a luz da salvação, aquele lugar era horrível.
Guilhermina: Só agora eu vejo como eu fui injusta ao fazer isso com você Malu. E você Pedro, que eu sempre rejeitei e nunca gostei da ideia de você ficar aqui, e você me tirou de lá, eu não tiraria.
Pedro: tudo bem dona Guilhermina.
Guilhermina: Malu, Pedro, vocês podem me perdoar?

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