Capítulo 44 – Menina Flor
Capítulo 44
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Volta ao presente.
Miguel, com os olhos cheios de água e olhando pra foto: Você foi o melhor pai que eu poderia ter tido!
Alguns dias depois.
Cartório da cidade. Miguel, Melissa, Fernanda e Malu estão no juntos no cartório, é o dia da leitura do testamento de Rafael.
Melissa: Eu até agora ainda não entendi porque essa imunda está presente na leitura do testamento do meu marido.
Malu: Eu não sou a única intrusa aqui dona Melissa, a Fernanda também é.
Fernanda: Eu estou apenas acompanhando meu futuro marido e mina sogra.
Malu: Eu preferia não ter que vir até aqui e vestir essas roupas ridículas que estou usando, mas não sei por que fui chamada.
Juiz, alto e claro: Por favor, silêncio! Vamos dar início a leitura do testamento do falecido senhor Rafael Aguiar Cordeiro.
Melissa: Claro senhor, pode dar início!
Juiz: Muito bem. “Para minha querida e amada esposa Melissa Aguiar Cordeiro com quem estou casado há quase 20 anos, minha mulher a quem amei incondicionalmente, deixo a minha casa, a fazenda e ela tem direito a 60% de todo o dinheiro que for gerado a partir das vendas das flores de minhas plantações, além 1 terço de todas as minhas terras”.
Melissa, nervosa: 60%? Mas como assim?
Miguel: Isso mesmo Melissa, não interrompa o juiz.
Melissa: Ótimo, pelo menos aquela casa é minha.
Juiz, alto e claro: Silêncio! “Para meu filho, Miguel Aguiar Cordeiro, com quem sempre fiz de tudo para manter uma relação de harmonia embora não tenhamos sido pai e filho de sangue, deixo 2 terços de todas as minhas terras e minhas plantações, ele ficará encarregado de cuidar delas e deve estar a par de tudo, das importações das flores para floriculturas do Rio de Janeiro e São Paulo e terá direito a 30% do lucro arrecadado com as vendas”.
Miguel, sussurrando e olhando para o além: Pode deixar papai, eu vou me encarregar de tudo e cuidar dos seus negócios, quero ser igual ao senhor.
Melissa: Espera aí, se ele deixou 60% pra mim e 30% pro Miguel, e pra quem ele deixou o restante?
Juiz: Posso concluir?! “E finalmente, deixo para alguém muito especial, a jovem Maria Luísa da Silva, amiga de meu filho, a floricultura Botão de Rosa! A partir de agora ela será dona da loja e acompanhará meu filho nas plantações receberá 10% de todo o dinheiro que for arrecadado com a venda das flores, em agradecimento pela ajuda dela em ter com meu filho uma relação mais completa”.
Melissa bate na mesa e se levanta irritada: O quê?
Malu: Espera aí, como assim?
Juiz: isso mesmo!
Melissa: Mas isso é um absurdo, essa menina nem é da família.
Juiz: Sinto muito senhora Aguiar Cordeiro, foi a decisão do seu marido e agora teremos que respeitá-la.
Malu, contente: Isso quer dizer que a floricultura Botão de Rosa agora é minha? Eu vou ser a chefe?
Miguel, alegre: Isso mesmo Malu, nós vamos ser sócios.
Os dois se cumprimentam com um aperto de mão, se abraçam e riem muito. Melissa e Fernanda não disfarçam a insatisfação com o que veem.
Horas depois. Fazenda Aguiar Cordeiro.
Melissa: Isso é um absurdo, um absurdo! Deve haver alguma maneira de mudar isso, talvez ele tenha deixado outro testamento, ou algo escrito…
Miguel: Aceite Melissa, aceite! Você querendo ou não o meu pai quis deixar parte da fortuna dele para Malu, o que é nada mais do que justo depois de tudo que ela fez por nós.
Melissa: O que essa menina fez foi nos trazer problemas.
Miguel: O que ela fez foi resolver boa parte dos nossos problemas.
Melissa: Isso só pode ter alguma sabotagem no meio.
Malu: Do que a senhora está falando?
Melissa: Você mudou o testamento, não foi menina?
Malu: O que?
Melissa: Isso mesmo, ou então foi você Miguel. Descobriram o testamento do Rafael e talvez vendo que ele ia deixar tudo pra mim, se aproveitaram e falsificaram esse testamento que foi lido.
Miguel: Mas que ideia mais maluca essa sua.
Melissa: Deve ter sido isso que aconteceu, vocês dois são uma dupla de golpistas aproveitadores.
Malu: Você deve estar com saudade da minha mão estalando na sua cara!
Melissa: Você entrou nessa casa como o mau que veio do inferno.
Malu, irritada: CHEGA! Eu não sou obrigada a ouvir isso e nem faço questão desses 10%, eu vou renunciar a minha parte da herança do Rafael.
Miguel: Ah não vai não, não vai porque eu não vou deixar.
Melissa: Claro, vocês são cúmplices nisso. Dois falsos, hipócritas, ladrões…
Malu dá uma bofetada em Melissa: Cala a boca!
Melissa, furiosa: Como se atreve a me bater dentro da minha própria casa?
Miguel: Essa casa nunca foi sua, sempre foi do meu pai.
Melissa: Mas ele deixou ela pra mim. A partir de agora eu mando aqui, e minha primeira ordem é que a entrada dessa menina aqui é proibida.
Malu: Tudo bem, já fui expulsa de lugares melhores!
Malu diz isso e sai da sala.
Quarto de Melissa.
Melissa: Isso é inaceitável.
Fernanda: Nem me fale.
Melissa Já é ruim pra mim ter que dividir a herança com esse bastardo do Miguel, agora vou ter que dividir com essa morta de fome da Maria Luísa.
Fernanda: É bom que o Miguel tenha recebido alguma coisa, pelo menos assim eu não vou criar meu filho na miséria.
Melissa: Não acredite na sua própria mentira garota, lembre-se que você não está grávida.
Fernanda: Fala baixo, alguém pode escutar.
Melissa: Eu vou te lembrar de uma coisinha, você tem que dar um jeito de engravidar de verdade, desde a noite que você e o Miguel supostamente fizeram esse bebê, logo a sua barriga vai ter que crescer.
Fernanda: Eu sei, eu sei, não precisa ficar me lembrando disso. Mas o Miguel ainda não está interessado em mim e agora que ele e a esfarrapada da Malu vão trabalhar juntos é que vai ficar difícil mesmo pra mim.
Melissa: Pois comece a apresentar mesmo eu você está grávida.
Fernanda: Como assim?
Melissa: Diz que você tá enjoada, que tá com desejo, coisa desse tipo.
Fernanda: Boa ideia.
Casa dos Silva.
Dolores: Mas que notícia mais maravilhosa querida.
Malu: Pois é, quem iria imaginar que o senhor Rafael iria deixar parte de sua fortuna pra mim?
Mauricio: Você deu a ele a grande alegria de ter a companhia do filho antes de morrer.
Malu: Ora, eles quase se mataram de tanto brigar por minha causa.
Dolores: Mas graças a você eles se tornaram pai e filhos de verdade.
Mauricio: É verdade querida Menina Flor.
Malu: Se vocês dizem. E por aqui, alguma novidade?
Dolores: Eu tenho uma ótima notícia, o Filipe está voltando!
Mauricio: Jura? Nosso Filipe está voltando?
Malu: Filipe? Que Filipe?
Dolores: Lembra que quando te adotamos nós dissemos que tínhamos um filho que estudava lá no Rio de Janeiro? É ele!
Malu, batendo palmas e dando pulos: Que legal, finalmente ou conhecer meu irmão.
Mauricio: Ele deve estar um garotão muito bonito.
Dolores: E mais, ele vai trazer a namorada!
Lar Coração de Mãe.
Lurdes: Bem, pelo menos você vai poder cuidar do patrimônio do seu pai.
Miguel: Eu sei, eu fico feliz por isso. Ah, como ele me faz falta.
Pedro: Eu sei como é, sinto muita falta dos meus pais. Olha, eu queria mostrar uma coisa pra vocês.
Pedro tira do bolso uma foto dele com os pais.
Pedro: Eu sempre guardei essa foto, foi alguns dias antes de tudo acontecer.
Na foto, Pedro e os pais estão tomando banho no rio. Miguel e Lurdes reparam na mancha na barriga do pai de Pedro.
Lurdes: Pedro, essa mancha na barriga do seu pai é idêntica a sua.
Pedro: Eu já disse, é de família.
Miguel: Pedrinho, me mostra essa mancha de novo.
Pedro levanta a camisa e mostra a mancha em sua barriga.
Miguel: Que estranho.
Miguel levanta sua camisa e mostra sua mancha.
Pedro: Você tem uma igualzinha?!
Miguel: No mesmo lugar.
Lurdes, olhando a foto: Espera, eu conheço essa mulher da foto.
Cidade do Rio de Janeiro. Em um apartamento dos inúmeros edifícios da grande metrópole, o jovem Filipe está arrumando suas malas para voltar para Roseiral e junto ele está sua namorada, que por coincidência é Marina, a irmã gêmea de Malu.
Filipe, dobrando suas roupas: E aí, animada para finalmente chegar a Roseiral?
Marina: Mais ou menos, tenho muitas coisas para fazer lá e estou meio nervosa.
Filipe: É, imagino que esteja preocupada com a sua mãe.
Marina: De fato sim, os médicos me ligaram e disseram que ela está reagindo bem ao tratamento, mas que ainda é cedo para dizer se ela vai melhorar logo.
Filipe: Imagino como deve estar sendo difícil pra você. Mas e aí, ela te disse onde a sua irmã mora?
Marina: Não, só me disse que ela mora com dois velhos muito humildes que trabalhavam para o meu falecido pai e que se chama Maria Luísa.
Filipe: Maria Luísa? Eu acho que já ouvi esse nome.
Marina: Mas é claro que vou ter que ser meio discreta e talvez me disfarçar para poder andar pelas ruas, talvez as pessoas me confundam com a minha irmã.
Filipe: Você tem certeza que quer fazer isso?
Marina: Tenho sim! Depois do atropelamento os médicos me ligaram pra me avisar que ela conseguiu falar e pediu pra que eu não aparecesse lá tão cedo, no mesmo dia que isso aconteceu ela havia me dito mais cedo que ia contar toda verdade pro meu pai.
Filipe: E por que ela não quer mais que você vá?
Marina: Talvez ela pense que ela não foi atropelada por acidente e sim propositalmente, mas eu estou cansada de obedecê-la e não poder fazer nada! Eu vou pra Roseiral ela querendo ou não.
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