Ser Humano- Capítulo 51.

Ser Humano.

Capítulo 51.

Cena 01- Programa Opinião Formada/ Camarim/ Noite.

https://youtu.be/x3JpfHY7XVU

Bruno se afasta do rapaz: Mas o que é isso? Abaixa essa arma, camarada!

Homem: Não, não!- Ele treme- Você merece morrer, como todos os aidéticos! Foi pra isso que eu vim até esse lixo de programa, pra te matar!

Bruno, tenso: Abaixa a arma que vamos poder conversar melhor, quem sabe eu possa até te ajudar…

Homem: Ajudar? Ninguém pode me ajudar! Os aidéticos são uma raça nojenta! Principalmente ela…A Pâmela…Ela pagou o preço…

Bruno, sem entender: O quê?

O homem pisca: A minha namorada, Pâmela, ela contraiu o vírus da AIDS e eu também, por culpa dela! Aquela mulher arruinou minha vida…Mas ela já pagou por ter feito isso comigo…Matei a infeliz. E desde aquele dia jurei que ia matar todos os aidéticos existentes, eles são o mal do mundo, é por culpa deles que eu tô assim, por culpa deles e da Pâmela! Prepare-se pra morrer!

Bruno: Calma rapaz, seu raciocínio está equivocado. Nós não temos culpa se…

Ele ergue a arma: TEM SIM, VOCÊ E TODOS OS OUTROS- Ele se prepara pra atirar.

Bruno tenta pegar sua arma: Não faça iss…- O rapaz aperta o gatilho, mas o tiro vai no espelho, causando grande estrondo- PARA COM ISSO, HOMEM!

Vittória entra na hora e vê a cena, ela fecha a porta rapidamente e sai correndo.

Bruno consegue pegar o revolver: Basta! Você foi longe demais, não pode culpar a todos por conta de um acidente com sua namorada, que morreu, sendo inocente, coitada!

Rapaz: Coitada? Ela era uma infeliz, isso sim! ELA E VOCÊ TAMBÉM- Ele retira um canivete- Eu sempre venho prevenido, com mais de um instrumento!- Ele avança pra cima de Bruno e rasga sua blusa.

Os seguranças chegam na hora, junto com Vittória e Bete.

O rapaz é levado por eles: NÃO! ISSO NÃO PODE FICAR ASSIM! EU TENHO QUE ELIMINAR TODOS, TODOS!

Bruno, assustado: Meu Deus, ele era um louco, obcecado, vítima de si próprio… É cada uma que a gente vê.

Vittória, aliviada: Mas ainda bem que eu vi isso a tempo, agora já tá tudo bem?

Bruno respira fundo: Sim…Mas eu vou ter que colocar uma jaqueta, não posso ir cumprimentar todos com a blusa rasgada.

Bete, feliz: Apesar desse homenzinho louco e das vaias, foi tudo muito bom! O publico até compreendeu suas palavras, foi um debate bem rentável!

Bruno: Esse era meu objetivo. Que bom que ele está cumprido, em parte. Espero que os telespectadores também tenham gostado… Agora vamos, tenho várias pessoas pra cumprimentar. Até a Lilian Lacerda veio…

Cena 02- Casa de Leblônio/ Noite.

Olive toca a campainha da casa de Leblônio e o homem vai atender.

Olive, sorrindo: Leblônio. – Ela o cumprimenta e entra. – Eu fiquei sabendo que a Úrsula foi expulsa da mansão e aqui seria o único lugar que ela estaria. Cadê ela?

Na sala…

Úrsula, sorrindo: É a Olive! – Ela se levanta e corre. – Olive! Caipora!

As duas se abraçam emocionadas.

Olive, colando-se a ela: Que saudade, patroa!

Úrsula, emocionada: Sim, mas dá pra me soltar, lacraia ambulante? – Olive se afasta. – Eu também estava com saudades, caipora. Vem cá, senta aqui.

As duas vão até a sala e se sentam.

Olive: Eu fui lá na mansão procurar por você. Eu não sabia do que tinha acontecido. Eu tanto te avisei sobre aquela velha do submundo.

Úrsula: Eu deveria ter te ouvido, Olive. E eu achando que aquela idosa tinha boas intenções comigo. – Ela se levanta. – Mas eu não vou deixar isso barato. Darei a volta por cima. Sic erunt novissimi primi.

Olive se levanta em seguida: Ela disse que a vingança dela não acabou. Prometeu afundar seu nome, colocá-lo na lama.

Úrsula furiosa: Eu não vou deixar isso acontecer. Acabarei com Elisalixo. E eu não vou poupar caso tenha que sujar minhas mãos! Nem que seja com sangue velho, se é que me entende…

No dia seguinte…

Cena 03- Apartamento de Vasco/ Manhã.

Onofre, chorando: Ela terminou tudo comigo, e agora vou ter que voltar a morar contigo nesse apartamentinho…É tudo culpa da pressão que o Téo e o Leblônio fizeram. O Fausto também tem culpa, ele sempre atormentando a Natália. Já devia ter matado aquele homem!

Vasco o ajuda: Não fala isso. E estou feliz que esteja voltando pra cá, e a Natália mora no andar de cima, para com drama, vocês ainda podem ser amigos. Inclusive, sempre deviam ter sido apenas amigos, casamento a força não ia dar certo mesmo, eu sempre avisei. E ela ainda nem descobriu da sua fals…

Onofre tapa os ouvidos: PARA! NÃO FALA ESSA PALAVRA OU EU TE MATO, VASCO! CANSEI! CANSEI DA MINHA VIDA!

Vasco: Ainda dá tempo de recomeçar! Conta a verdade pra Natália. Faça igual o antigo Onofre, seja honesto!

Onofre bebe café: O velho Onofre morreu! Está sepultado, tadinho. Eu vou dar um jeito de reconquistar a Natália, Vasco, sem precisar envolver essa doença…Pode anotar!

Vasco: Você tá querendo se afundar mais e mais? É isso?

Onofre suspira: Eu só quero ser feliz. Custe o que custar.

Cena 04- Apartamento dos Segata/ Manhã.

Irene liga a televisão, depois pega a chave da porta: Será que deixaram meu jornal aqui?

Lilian chega: Mãe! – Ela vai até sala. – Acordou cedo.

Irene pega o jornal e tranca a porta: Eu que vou fazer o café. Deixei a Geórgia dormindo até mais tarde. Depois vou pedir pra ela levar seu papai pra passear, espero que ele não tente fugir…

Geórgia chega: Como se eu conseguisse ficar dormindo até mais tarde. O café já está pronto. – Ela sorri.

Irene rindo: Poxa Geórgia, achei que eu teria o gostinho de fazer o café. Mas eu sei que você faz por amor. – Ela vê uma foto de Maísa no jornal. – Lilian, saiu uma matéria no jornal sobre a Maísa! Olha a manchete: Modelo fracassada descobre AIDS e uma gravidez indesejada.

Lilian pega o jornal: Que absurdo! Olha isso, falando que ela vai gerar mais aidéticos e que daqui a pouco o mundo estará repleto deles. Mãe, que jornal louco. Como alguém tem coragem de publicar uma coisa dessas?

Irene: Esse mundo está cada vez pior. Eu espero que daqui alguns anos isso seja mais aceito minha filha. Pessoas que carregam esse vírus são gente também. Que absurdo!

Maísa aparece: Do que vocês estão falando?

Lilian fica tensa.

Maísa olha pra elas: O que tá acontecendo aqui?

Lilian lhe mostra o jornal.

Maísa, boquiaberta: Não pode ser…

Cena 05- Hospital Madame Úrsula/ Dia.

Elisafran sobe em um banquinho: Eu mandei reunir todos aqui do hospital para informar sobre suas novas condições. Acontece que eu comprei esse hospital de Úrsula- Todos ficham chocados- Vocês provavelmente não me conhecem, meu nome é Elisa Francisca, mas podem me chamar de dona proprietária senhora respeitável Elisa Francisca…Estou apenas brincando, poucos entendem meu humor ácido, acontece que eu comprei o hospital e agora sou dona e acionista majoritária dele. Darei as ordens, farei reformas e claro, vou mudar o nome dessa espelunca aqui. Estou pensando em nomes, mas acho que Madame Fran é um bom, o que acha, Imo?

Imo faz anotações: Pra mim tanto faz, o que importa é que o hospital agora é nosso. Vamos tomar conta disso, do nosso jeito!

Úrsula aparece em meio aos empregados, com Leblônio: Senhores, eu vim aqui relatar que fui vítima de um golpe por parte dessa idosa pervertida! Ela roubou o meu hospital, se fingindo de minha amiga! Mas isso- Ela olha pra Fran- Não vai ficar assim por muito tempo, queridos, tomarei o hospital de volta, se eu fosse vocês, me demitiria!

Imo chama os seguranças: Acontece que você não é nenhum deles- Ela se vira para os empregados- Se alguém aqui quiser se demitir, faça isso, nós temos milhões de cidadãos querendo emprego, milhares de enfermeiras desempregadas. SE ALGUÉM QUISER IR, PODE IR, APROVEITEM E EMPURREM ESSA INFELIZ DA ÚRSULA JUNTO!

Leblônio, tenso: É melhor irmos embora daqui, Úrsula…- Eles vão saindo.

Elisafran porém os interrompe: Espera, Úrsula. Você não vai contar pro seu público o que fez pra que eu te roubasse o hospital?

Úrsula, rangendo os dentes: Nada justifica, você quem está se auto destruindo!

Elisafran ri: Ao contrário, querida, eu estou me auto construindo novamente- Ela se senta- Bem, eu contarei a todos o que Úrsula me fez. Essa mulher, quando ainda era uma jovem, roubou todo o meu dinheiro depois que seu pai morreu e lhe deixou na falência, sem nem ao menos um teto pra morrer. Eu a acolhi, e ela me roubou, fugiu com a grana, construiu todo o patrimônio que tem, e agora consegui me aproximar dela pra tomar tudo o que era meu, e também me vingar pelo que ela fez! Ela quase me destruiu! QUASE! Não acham isso mais do que justo?

Imo surge: Aqui estão os porta-retratos e os pertences da Úrsula- Ela joga no chão- Pode pegar, aqui temos tudo o que lhe pertence, o resto agora é nosso. Pega e sai, por favor.

Úrsula, furiosa: Isso não vai ficar assim!

Elisafran se levanta e vai até os pertences da madame: É o que todos dizem!- Ela pega os porta-retratos- Tão lindos! Fotos do passado. Você, seu esposo, Bernardo…

Úrsula: Não pense em…

Elisafran os joga no chão: OPS!- Ela pega outros- OPA! FOI SEM QUERER, QUERIDA, NOSSA, MINHA MÃO ESTÁ RUIM HOJE- E quebra todos.

Úrsula corre até ela: EU TE ODEIO- Ela pega o saco com seus pertences- ELISAFRAN, VOCÊ DEVIA TER MEDO DE MIM!

Elisafran lhe dá um tapa: Isso representa meu medo!- Ela chama os seguranças- Por favor, levem essa indivídua daqui, pro bem geral.

Úrsula se afasta dos seguranças: Não encostem um dedo em mim, até ontem eu era a patroa de todos aqui, e vou voltar a ser- Ela pega na mão de Leblônio- Vou voltar a ser!

Cena 06- Ipanema/ Dia.

Rubem e Geórgia passeiam por uma praça. De longe, Acácia observa e se aproxima aos poucos.

Acácia: Eu preciso me aproximar dele. Meu pai! – Ela diz, emocionada.

Geórgia coloca Rubem sentado no banquinho.

Geórgia: Eu já volto, Seu Rubem. Vou comprar água pra gente. Você não pode ficar desidratado. Não saia daqui. Ah, e preciso comprar uma revista pra saber o que vai acontecer na novela…

Geórgia sai.

Acácia se aproxima: Pai! – Ela lhe dá um beijo.

Rubem o encara: Quem és tu?

Acácia: Sua filha, oras. Acácia!

Rubem: Pois saiba que só tenho um filho, e é varão! Não me recordo de ele se chamar Acácia, isso é nome feminino! Tu és esposa de Ezequiel?

Ela vê que Geórgia pega a água e coloca um bilhete dentro do bolso da blusa de Rubem.

Acácia, saindo: Se cuida, papai!

Ela sai apressada. Geórgia volta até ele.

Geórgia: Aqui sua água. Beba para ficar bem- Ela folheia a revista- Nossa, o segredo do Pardal vai ser descoberto nos capítulos da semana que vem!- Ela observa Rubem- É melhor eu ler apenas quando chegar em casa, vamos, que no lar dos Segata está uma confusão por conta dessa matéria que saiu sobre a dona Maísa, coitada.

Minutos depois…

Cena 07- Apartamento dos Segata/ Dia.

Todos ainda estão muito impressionados com a notícia sobre Maísa no jornal.

Irene, encostada na janela: Eu jamais poderia imaginar que tempos tão difíceis fossem chegar no nosso lar.

Lilian consola Maísa: Calma, filha, vamos fazer algo a respeito, chorar não adianta agora!

Maísa, furiosa: Mas é impossível não chorar! Esse era meu maior medo! Ficar doente e cheia de dores ainda era suportável mediante a ser exposta pela mídia, publicamente! Agora todos sabem quem eu sou, o que tenho. Vou ter o mesmo fim do Bruno, da Vittória…A rejeição, as vaias!

Geórgia, triste: Meu Deus, mas como essa tal Eliane descobriu da sua doença?

Maísa e Lilian se entreolham: Úrsula.

Lilian se levanta: Só pode ter sido ela! Aquela mulher quer nos prejudicar…

Maísa, chorando: E tá conseguindo! TÁ CONSEGUINDO!

Lilian anda de um lado pro outro: Nós temos que pensar em um jeito de…

A campainha toca.

Geórgia abre e Vittória entra com Bruno.

Vittória tira os óculos: Vamos procurar um advogado e pedir que retirem esse jornal de circulação!

Maísa, cabisbaixa: Não adianta mais, todo mundo já sabe!

Vittória: Mas você prefere que o jornal continue circulando? Temos que pedir a retirada do jornal e também processar a Eliane por calúnia e difamação!

Raquel aumenta o voluma da TV: Maísa, é você!- Ela parece feliz- Vai passar uma matéria sua daqui a pouco no jornal!

Maísa se vira: O QUÊ?- Todos concentram a atenção para a televisão.

Cena 08- Em frente ao lar dos Segata/ Dia.

Bernardo desce do carro: Eu não acredito que difamaram a Maísa…

Ele vai entrar na portaria e percebe que Téo se aproxima, também com um jornal em mãos.

Bernardo volta e puxa o compositor: Vem aqui! – Téo se assusta – A gente está precisando ter uma conversa.

Téo, cínico: Eu não tenho nada para conversar com você. Me solta.

Bernardo: Ah não? Não seja tão sonso. Você acha que eu não vi você seguindo o meu carro aquele dia?

Téo ri: Quer falar sobre isso? Com que certeza você diz que era o meu carro?

Bernardo o solta: A Lilian reconheceu. E depois eu vi as marcas que deixou nela!

Téo: Então você estava com ela?

Bernardo, furioso: NÃO SE FAÇA DE IDIOTA. – Ele empurra Téo. – Você sabia que a Lilian estava comigo, tanto que nos seguiu.

Téo: Eu não vou perder meu tempo discutindo com você. Olhe pra si próprio, um inútil que fica se envolvendo com mãe e filha, e roubando a namorada alheia.

Bernardo, debochado: Eu não sabia que a Lilian era sua namorada.

Téo, furioso: Ela vai ser! Você já tem a Maísa, para de ficar entrando onde você não é chamado!

Bernardo: Se situa, homem. Eu não vou abaixar a cabeça pra você. Só para de ficar me seguindo, eu não gosto de ninguém na minha cola. E para de bater na Lilian, ontem você quase agrediu o Rubem! Chega, já tá passando dos limites! Covarde!- Ele entra no prédio.

De trás uma árvore, Yara observa tudo.

Cena 09- Apartamento dos Segata/ Sala/ Dia.

Raquel aumenta o volume, a matéria sobre Maísa começa. Na sala estão ambas já citadas, bem como Lilian, Geórgia, Rubem, Bernardo, Téo, Vittória e Bruno.

Jornalista: Mais uma vítima da AIDS. Dessa vez a aspirante a modelo Maísa Segata, filha da premiada médica Lilian Segata, é a vítima da vez. Segundo o jornal Brasil Justo, a modelo tinha relações homossexuais, mas escondia isso de todos. Além de tudo, está grávida e pode passar a doença pro filho. O jornal ainda diz que ela representa uma ameaça pra nação. Será?

Os olhos de Lilian enchem-se de água: Não…- Ela cai desmaiada no sofá.

Irene, preocupada: LILIAN, LILIAN!- Ela tenta acordá-la- Geórgia, pega uma água por favor!

Rubem se aproxima: Afastem-se todos para que a intitulada Lilian possa respirar! Sou médico, sei o que digo!

Irene abana a filha: Rubem, sai daqui!

Maísa chora: Mãe, fala comigo…

Raquel rói as unhas: Fraca a mãe, fraca a filha…

Pouco depois…

Lilian repousa na cama: Quer dizer que vocês vão mesmo procurar um advogado? Eu quero ir também, preciso defender minha filha…

Irene a impede: Nada disso, você vai ficar aqui, tomar um chá e se acalmar! Todos nós vamos, menos a Geórgia e a Raquel, que ficarão cuidando de você.

Bernardo: Você já tá melhor?

Raquel cochicha: Quanta preocupação…

Vittória pega sua bolsa: Nós vamos procurar um advogado que é meu amigo, ele é super confiável, não se preocupe, Lilian. Nós vamos cuidar da Maísa.

Bruno chega: O carro já está pronto, vamos?

Irene prende o cabelo: Vamos sim, faço questão de ir- Ela se aproxima da empregada- Geórgia querida, cuida da Lilian, e do Rubem também. Nós voltamos logo.

Geórgia: Pode deixar…- Todos saem rumo ao carro- Eu espero que eles consigam algo com o advogado, e que esse jornal seja retirado!

Lilian se mexe na cama: Eu também espero.

Geórgia: Agora que todos já saíram, eu vou cuidar dos afazeres domésticos. A senhora deseja algo?

Lilian tosse: Na verdade eu tô muito tensa ainda Geórgia, então se puder encher minha banheira…Preciso relaxar ou eu tenho um colapso aqui.

Geórgia, feliz: Sim senhora! Farei isso sim, só um minuto que vou pedir pra Raquel cuidar do Seu Rubem…- Ela sai.

Lilian coloca as mãos sobre o rosto: Minha vida tá num vendaval…E eu preciso sair dele logo, ou eu nunca mais volto- Ela suspira.

Cena 10- Garagem/ Dia.

Vittória está dentro do carro. Bernardo se aproxima.

Bernardo, na janela: Tem quantas pessoas dentro do carro?

Vittória: Está lotado. Não tem um lugar sobrando. Você não está com o seu carro?

Bernardo: Estou sim – Ele percebe que Téo não está dentro do carro. – Você sabe do Téo? Ele não vinha conosco?

Vittória: Não faço a mínima ideia de onde ele está. Deve ir com você, não?

Bernardo: Ele deve estar no apartamento. Eu vou chama-lo.

Vittória liga o carro: Prefere que eu te espere?

Bernardo sorrindo: Ah, quer saber? Eu vou agora, o Téo que vá depois- Ele entra em seu carro.

Vittória: Tudo bem, me siga, e tente não se distanciar do meu carro, o fórum é na Gávea– Ela arranca com o carro, e ele faz o mesmo.

No apartamento dos Segata…

Lilian tira o roupão e entra na banheira. Ela fecha os olhos e descansa.

Lilian: Parece que um furacão me alcançou. Como eu iria imaginar que nessa altura o preconceito dessas pessoas ignorantes falaria tão alto? Ver minha filha naquele estado me dói o coração.

Ela mergulha e se apoia na beirada da banheira.

Lilian, em pensamento: Meu chão parece que desmoronou diante dessas situações. Parece que meu coração está afundado em lágrimas de tanto chorar. – E mergulha novamente – Eu preciso me reerguer e ajudar minha filha. Eu preciso criar forças para enfrentar o que vem pela frente, isso que aconteceu, é só o início da guerra.

No instante, a maçaneta da porta começa a se mexer.

Lilian estranha: Geórgia, é você?

Téo consegue arrombar a porta e entra. Ele sorri e Lilian se assusta.

Lilian, apavorada: Téo!

Téo sorri: Vim terminar a nossa conversinha!

Foca nos dois, se encarando.

https://youtu.be/51PDWkZJPdw

Termina o capítulo 51.