Ser Humano- Capítulo 48( A vingança de Elisafran).

Ser Humano.

Capítulo 48( A vingança de Elisafran).

Cena 01- Ruas do Rio/ Manhã.

Acácia e Dalva dormem à beira de uma loja, em papelões.

Dentro da loja, o lojista pega a chave e abre a porta. Ele se depara com ambas.

Lojista, furioso: MAS QUE POUCA VERGONHA É ESSA? EM PLENO 1985 E DUAS “LÉRBICAS” SE PEGANDO NA MINHA LOJA.

Acácia, sonolenta: Está me estranhando? Eu estava apenas dormindo. E outra que não estamos dentro da sua loja, a rua é pública, meu anjo.

Lojista, indignado: Anjo? Vocês são tudo do capeta, isso mesmo, isso não vem de Deus não. O homem lá de cima não se agrada disso. NÃO MESMO! SUAS SAPATAS, FORA DAQUI, FORA DAQUI AGORA!

Dalva desperta, assustada: Meu Deus, pode levar tudo! – Ela olha ao redor. – Se bem que eu não tenho nada. – Ela esfrega os olhos. – Que confusão é essa?

Lojista, pegando a vassoura: SAIAM JÁ DAQUI. Logo a clientela chega e o que vão pensar do meu varejo?– Ele começa a dar vassouradas em Dalva e Acácia, que se apressam e saem. Ele se acalma. – Agora você vê, duas mulheres dormindo juntas em meio a um local público, que só é frequentado por gente do bem – Ele vê as duas correndo, já longe. – VOCÊS VÃO É QUEIMAR NO INFERNO!

Pouco distante dali, Acácia e Dalva se cansam e param.

Acácia, ofegante: Aquele homem nos confundiu, achou que éramos um casal. – Ela ri. – Eu preciso de água, só isso. Ah, eu quero que você me ajude. Eu vou procurar a Gorete lá na faculdade. Você vem comigo?

Dalva, cansada: Eu te ajudo desde que você me ajude depois. Não faça nada em vão.

Elas apertam as mãos uma da outra.

Acácia, sorrindo: Combinado!

Cena 02- Mansão de Úrsula/ Dia.

Úrsula se levanta: Escuta Elisafran, eu não sei se é sua idade te afetando, ou se você bebeu demais, acontece que você acaba de invadir minha preciosa mansão, me chamou de vagabunda e agora insinua que essa propriedade é sua… Dá pr…

Elisafran lhe dá um tapa na cara: CALA ESSA BOCA!

Úrsula, chocada: Quem você acha que é pra me bater? Sua matusalém bêbada! Se retire antes que eu chame os seguranças. O Sid sabe que você anda enchendo a cara?!

Elisafran aponta o dedo em sua cara: Olha aqui eu não vão tolerar isso, tá ouvindo? Essa mansão agora é minha por direito, portanto se você não parar de falar, eu mando que te expulsem!

Úrsula a olha: SOCORRO! TEM UMA LOUCA AQUI!- Ela pensa em sair correndo mas Elisafran a segura pelo braço- ME LARGA OU EU TEREI DE USAR A VIOLÊNCIA!

Elisafran, cara a cara com ela: Úrsula, você realmente tem péssima memória fotográfica…

Úrsula não entende: O que você tá querendo dizer com isso?

Elisafran a joga no chão: Depois de tantos dias convivendo juntas, você ainda não se lembrou de mim, Úrsinha?

Úrsula gela: Úrsinha? Só tinha uma pessoa que me chamava assim…

Elisafran afirma: Exato, eu mesma! Sou eu, querida, sua antiga babá…

Úrsula torce a cabeça: Não é possível, a única babá que eu tive na minha vida chamou-se Chica. Eu não sei por onde ela anda agora…Deve estar morta.

Elisafran ri: Eu sou a Chica, sua imbecíl! Elisa Francisca, contratada pelos seus pais, os senhores Rômulo e Rita, para cuidar de você…

Úrsula: Não! NÃO PODE SER!

Elisafran: Acredite, minha querida- Ela joga sua carteira de identidade- Agora, como você está ruim da memória, vou ter que relembrar o que você me fez…Eu te criei muito bem, com modos e etiqueta de uma verdadeira dama. Você foi crescendo, e o senhor Rômulo, já viúvo, não quis abrir mão dos meus serviços, então me promoveu a governanta do lar… Concordei, fiquei, te criei, mas aí começaram a surgir os problemas, na sua adolescência, você começou a ficar muito rebelde e seu pai, atordoado com a viuvez, entrou no mundo das apostas.

FLASHBACK.

Rômulo, furioso: Você não pode me dizer o que eu tenho que fazer, você é só uma garota, Úrsula, trate de se preocupar com seus estudos e me deixa em paz!

Úrsula, tentando impedi-lo: Eu não vou permitir que você gaste o nosso dinheiro com apostas de cavalo!

Rômulo lhe dá um tapa: CHEGA! EU VOU TER QUE TE BATER PRA LHE ENSINAR A NÃO SE METER NA MINHA VIDA?

Elisafran narrando: Ele começou a ficar cada vez mais agressivo, e o patrimônio da família ia para o ralo, como se não fosse nada. Você estava desesperada. Pediu até conselhos a mim…O fato é que Rômulo perdeu todo o dinheiro quando apostou em um cavalo que era considerado o mais forte, que no fim acabou em último. O desempenho do cavalo foi tão ruim, que, por deboche, os vencedores deram um mini-troféu feito de latão para seu pai. Você lembra, Úrsinha? Nós assistimos tudo de camarote…

FLASHBACK.

Úrsula, em lágrimas: E agora, Chica? Meu pai perdeu todo o nosso dinheiro!

Elisafran( Chica), tentando consolá-la: Calma, Úrsinha, ele vai dar um jeito de recuperar o seu patrimônio e o dinheiro que sua mãe lhe deixou.

Elisafran narrando: Ele fez um escândalo na pista, e exigiu o seu dinheiro de volta…Os organizadores tentaram acalmá-lo, mas Rômulo ficou tão nervoso que acabou tendo um infarto e morrendo ali mesmo…Foi a segunda cena mais terrível que eu vi na minha vida.

Úrsula, diante do corpo do pai: Ele mereceu…- Ela escorre as lágrimas- Morreu e me deixou na miséria. Meu pai, senhores, não passa de um fraco! UM FRACASSADO QUE PASSOU SEUS ÚLTIMOS DIAS NO MUNDO MAIS SUJO QUE EXISTE, O DAS APOSTAS- Ela sai correndo.

Elisafran narrando: Eu estava perto de me casar, com o Lucci, meu noivo há sete anos, e adiei a cerimônia por conta dessa tragédia, Úrsula… Você estava pobre, na mais completa miséria, me lembro que durante uma conversa, cogitou a possibilidade de virar prostituta! E foi durante essa mesma conversa que eu revelei que poderia abrigar você na minha casa… Eu te criei como uma filha no meu lar, o Lucci era como um pai pra você. E MESMO ASSIM, VOCÊ NOS DEU UM GOLPE.

Úrsula chora.

Elisafran, entre lágrimas: Você roubou todas as economias que eu ia usar pra comprar uma casa maior, um carro, também roubou o dinheiro destinado ao pagamento de uma divida que Lucci tinha feito com um agiota… Você nos deixou na mais completa miséria… E fugiu pra Europa…As vésperas do meu casamento! VOCÊ LEMBRA? HEIN? EU LEMBRO COMO SE FOSSE HOJE.

Flashback.

Elisafran puxa o lençol da cama: Úrsinha, hora de acord…- Ela não vê ninguém- Ué, onde essa menina se meteu?

Lucci chega: Chica, aconteceu uma tragédia! A Úrsula, ela achou o papel com a senha da nossa conta bancária e…Roubou tudo o que tinha lá. Ela pegou tudo.

Elisafran cai sentada: Mas o que significa isso, Lucci? Você tá brincando?- Ele abaixa a cabeça- Não, eu juntei esse dinheiro por anos, pra realização dos meus sonhos…Ela não teria a coragem…NÃO! NÃO, ELA NÃO PODE TER FEITO ISSO COMIGO! NÃO PODE!

Em um aeroporto, Úrsula faz o check-in: Dinheiro suficiente pra eu viajar pra Itália e vender a única propriedade que meu pai me deixou…Já não aguentava mais essa vida de suburbana. Espero que aqueles dois nojentos nunca mais cruzem o meu caminho…

Elisafran narrando: Eu me lembro como se fosse ontem que eu passei mal e tive que ser internada, o Lucci me deixou no hospital e foi trabalhar…E ele nunca mais voltou, Úrsula…O agiota descobriu que estávamos pobres e não poupou meu noivo…Você acabou com a minha vida, eu que te ajudei tanto, que tive piedade de te acolher na minha casa…A segunda pior cena que eu vi na minha vida foi achar aquela cama vazia naquela manhã e descobrir que eu tinha ajudado uma monstra… E agora eu tô aqui, finalmente frente a frente com essa monstra…Mas isso não vai ficar assim, Úrsula. Agora começa a parte que eu devolvo tudo o que você fez pra mim, em dobro, pro sofrimento ser maior!- Grita.

Úrsula fica apavorada.

Cena 03- Apartamento dos Segata/ Dia.

Maísa termina de se arrumar. Ela vai até a sala, onde Lilian está lendo umas revistas.

Maísa, chegando: Mãe, não é hoje é o dia da minha consulta lá no hospital?

Lilian larga as revistas: Bem lembrado, Maísa. O Bernardo ficou de passar aqui para te levar. Será que ele vem? A consulta é daqui a pouco.

A campainha toca. Maísa vai atender.

Maísa, sorrindo: Bê! – Ela o cumprimenta. – Eu acabei de lembrar da consulta lá no hospital.

Bernardo: Isso, eu vim aqui pra poder te levar. Então, vamos?

Maísa: Vou só pegar minha bolsa e aí vamos.

Lilian vem correndo: Eu vou junto, só um minuto. – Ela pega a bolsa. – Pronto, vamos.

Na portaria, Téo chega com o carro. Ele vê Lilian entrando no de Bernardo, mas não percebe que Maísa já estava dentro. O carro do rapaz arranca e Téo fica furioso. Ele acelera e começa a seguir os outros.

Dentro do carro de Bernardo…

Maísa se deita no banco de trás.

Lilian está na frente, ela se olha no retrovisor quando vê algo intrigante: Aquele dali não é o carro do Téo?! Ele está nos seguindo, Bernardo!

Maísa e Bernardo olham pelo retrovisor e ficam assustados.

Maísa, com medo: Porquê ele tá fazendo isso?

Lilian, atenta: Não sei, mas me deixa na minha clínica, Bernardo. É melhor eu parar por lá, o Téo anda muito rude esses dias, e mais ciumento que o normal…

Bernardo, com raiva: Realmente ele passou dos limites.

Téo só vê Lilian e Bernardo, seus olhos nem piscam: Eles estão indo pra um motel, eu aposto! Mas vou impedir!

Cena 04- Clube O Bicho&Eu/ Dia.

Onofre está trabalhando quando vê Leblônio indo falar com Natália. Ele repara na conversa dos dois e se desespera: Não é possível…Ele não teria a coragem- Ele vê Leblônio gesticulando e Natália fazendo cara de choque.

Onofre, descontrolado: Não…Ele não pode ter contado- O biólogo corre até uma sala e pega a arma em sua mala- Eu mato aquele desgraçado, EU MATO!

Leblônio continua conversando com Natália, que dessa vez chora. Onofre corre até eles e passa por Vasco.

Vasco coça a cabeça: Onofre? O que tá acontecendo?

Onofre chega até os dois: Você não tinha o direito, Leblônio!

Leblônio se vira: Do que você tá falando, Onofre?

Onofre vê Natália chorando: VOCÊ CONTOU! EU NÃO ACREDITO, DESGRAÇADO, EU VOU TE MATAR- Ele aponta a arma- E VAI SER AGORA!

Natália, chocada: ONOFRE!

Vasco vê tudo de longe.

Cena 05- Mansão de Úrsula/ Dia.

Úrsula, com cara feia: Quer dizer que você planejou uma vingança contra mim, Elisafran? Por conta daquele golpe? Naquele tempo eu era muito insana, já se passaram 40 anos. Me arrependi de ter feito isso com você, inclusive procurei por você, mas eu só me lembrava que seu nome era Chica, Francisca…Fui na sua casa mas quem estava morando lá era uma idosa…Eu tentei conseguir seu perdão, tentei devolver seu dinheiro, mas não te achei. Pois agora você me achou, mas já se passou tempo demais…

Elisafran, vermelha de cólera: Tempo demais se passou, mas não foi tempo suficiente pra curar minha ferida! Você acha que é tão fácil assim de cicatrizar? Eu fiquei pobre! POBRE! Sem meu noivo, sem apoio moral nenhum! Foi o preço da minha bondade! Uma coisa que nunca perdoei foi sua ingratidão! Úrsula, você conseguiu ser grande parte do que é hoje por conta do roubo contra mim, se não, você seria uma pobre coitada, miserável, já teria entrado no mundo da prostituição, eu te salvei, mas agora vou fazer o que o destino quis, vou lhe arruinar, é isso que merece! E todo o meu sentimento negativo vai se transformar em ação bruta!

Úrsula, chorando: Quer saber? Você mereceu aquele golpe, se teve uma coisa que aprendi com a morte do meu pai, é que ninguém é bom! Eu idealizava no Rômulo um herói, e ele se transformou num falido. Você tentou me ajudar, mas logo eu percebi que não queria aquela vida no subúrbio…Então tive que tomar seu dinheiro, foi minha única opção. Lamento Chica, mas a minha regra do jogo é cada um por si. Eu lutei pela minha sobrevivência, já você era fraca demais pra lutar…Hoje vejo que é forte o suficiente, pena que é tarde. Já construí meu império.

Elisafran sorri: Você é muito cara de pau mesmo…Vagabunda, ordinária! Infelizmente eu tenho que concordar, eu era fraca demais, mas agora não sou mais, e lhe asseguro que não é tarde pra mudar…Eu vou acabar com você, começando com a ordem pra que saia da minha mansão! Agora vamos jogar conforme a minha regra do jogo! ENTRA, IMO.

Imoge e o advogado entram.

Elisafran suspira: Essa é minha filha, Imoge, eu tava grávida dela mas não pude anunciar a gravidez pro Lucci porque ele morreu antes…Por sua culpa. Você deve imaginar o quanto estamos rancorosas por isso. Imoge também tem sede de vingança por conta disso…Ela teve uma infância difícil e pobre, até que conheci um homem rico e consegui me estabilizar… VOCÊ MATOU MINHA ALMA, AGORA É HORA DO TROCO!

Imoge a aplaude: Você falou tudo mamãe, sabe que estou muito feliz por esse dia? Além de ensolarado, ele representa nosso triunfo!- Ela entrega um papel pra Úrsula- Ordem judicial pra que a senhora deixe a casa. Por favor, não me faça gritar…

Úrsula: É impossível, como…

Imoge: Nós compramos sua casa, querida. Ela agora é nossa. Por direito.

Úrsula fica chocada: Não…

Elisafran bate o pé: AINDA NÃO ENTENDEU QUERIDA? SAI DAQUI! AGORA EU SOU A DONA DESSA MANSÃO!

Úrsula pega a bolsa, furiosa: Eu não vou deixar isso barato. Você me paga, Elisafran. Eu vou vestir uma roupa e sair, mas irei imediatamente procurar meu advogado pra saber se essa procuração é válida! Eu não vou obedecer ordens de vocês duas, e essa história de vingança…Ah, eu garanto que não vão querer se vingar de mim. Eu terei de utilizar minha contravingança. E ela é pior do que roubar um dinheirinho.

Ela sai, rapidamente.

Elisafran, empolgada: É agora que começa tudo…

Cena 06- Em frente a futura clínica de Lilian/ Dia.

Lilian desce do carro de Bernardo: Obrigado pela carona. Boa consulta, filha.

Bernardo vê que Téo estacionou: O Téo tava perseguindo a gente, Lilian… É melhor nós todos descermos e esclarecermos essa história. Será que ele pensou algo de ruim?

Lilian sorri: Deixa que eu me viro com o Téo, já dei uma prensa nele, e se for necessário, dou outra. Podem ir pro médico. Beijos- Ela sai andando.

Bernardo arranca com o carro: Eu não tô gostando do comportamento do Téo, ele parece meio psicopático…

Maísa encosta a cabeça no banco: Claro que não, você anda pensando muita besteira, isso sim. Quem disse que meu pai tava perseguindo a gente? Ele só devia ter algo urgente pra falar com minha mãe…- O carro segue.

Téo desce do carro e vai atrás de Lilian, ele a segura forte no braço: Ei, não foge de mim!

Lilian: Téo, me solta ou eu grito aqui, no meio da rua! Vamos conversar mais civilizadamente lá dentro…

Téo, sendo violento: Lá dentro? Eu vou conversar aqui! Exijo uma explicação. Você estava sozinha com o Bernardo naquele carro, fazendo o quê? Beijando o namorado da sua filha? Sua sem vergonha!

Lilian o empurra: Escuta você não me chama assim, Téo. Eu tô cansada de ser ofendida sem motivo!- Ela respira fundo- A Maísa estava no carro também, só que deitada no banco de trás, por isso você não viu, agora para de fórmulas coisas sobre mim na sua cabeça, primeiro foi o caso do marceneiro, agora tá fazendo escândalo por uma simples carona…Achei que já tivéssemos conversado sobre isso!

Téo a pega pelo pescoço: Só que você tá mentindo pra mim, de novo! Aposto que tava transando com o marceneiro naquela sala, e ia pra um motel com o Bernardo, mas eu flagrei os dois e vocês desistiram! Eu não sou trouxa!- Ele começa a enforcá-la.

Lilian, sem ar: ME SOLTA! SOCORRO!

Fausto e Flávia descem do carro, apressados.

Flávia, desesperada: Solta ela, Téo!

Fausto, furioso: Ou solta ela, ou eu acabo com você!

Téo joga Lilian no chão. Fausto o fuzila com o olhar.

Cena 07- Mansão de Sid/ Dia.

Sid abre a porta, Úrsula entra apressada: Passa por cima da próxima vez.

Úrsula, furiosa: Você sabia que aquela vigarista da ELISA FRANCISCA roubou todo o meu dinheiro? ELA QUERIA SE VINGAR DE MIM, SE VINGAR. Ela arquiteta esse plano durante anos, Sid. ELA ME ROUBOU.

Sid assustado: Elisa Francisca?! Quem é essa, Úrsula?

Úrsula se senta: A sua paixão. A ELISAFRAN!

Sid perplexo: O quê? Eu não posso acreditar que ela fez isso…

Úrsula se levanta: Como você é idiota, Sid. Ela me roubou. E como se não bastasse ela queria te roubar também. E EU IA AJUDÁ-LA.

Sid cai no sofá: Quê?! Como você teve coragem, Úrsula?

Imo entra na hora, segurando uma arma. Sid levanta perplexo, Úrsula se afasta. Elisafran vem logo em seguida.

Sid, assustado: Que palhaçada é essa?

Elisafran rindo: O palhaço aqui é você. SEU BABACA! Aposto que sua queridinha já te contou tudo. Espero que ela tenha contado à parte que também planejou te roubar. E sim, foi isso mesmo que aconteceu. Eu sempre quis roubar a fortuna de vocês dois. IDIOTAS.

Sid se lembra de como conheceu Elisafran, na premiação da academia italiana de medicina.

Sid furioso: Então foi por isso que você se aproximou daquela maneira? Se fazendo de inocente, oferecendo carona!

Elisafran debochada: Descobriu sozinho, Sid? Como você é burro. Claro que foi isso. Eu e o Meddeiro não somos irmãos, como eu disse, nós éramos praticamente CASADOS – Sid e Úrsula se chocam. – Eu planejei essa vingança as escondidas dele, fui recortando cada jornal com matéria sobre a Úrsula, cada notícia, segui os passos dela mas nunca consegui uma forma de me aproximar, e quando o Meddeiro ganhou uma viagem pro mesmo lugar onde você estava…Ah, eu vi a chance ideal!

FLASHBACK.

Elisafran, correndo até o carro: Trouxe o que eu te pedi? Os pregos e a pistola de pregar?

Meddeiro, tirando da bolsa: Sim, aqui estão. – ele entrega os itens. – Tem certeza que esse é o carro? Nada pode dar errado.

Elisafran, colocando o prego na pistola: Tenho certeza! – Ela então termina de furar os quatros pneus do carro de Sid. – Agora sim. Onde está o nosso carro? Vá até lá e pegue, e traga aqui. – Ela vê que Sid e Úrsula se aproxima. – ANDA LOGO, AS MOÇAS, DIGO, A MOÇA E O MOÇO JÁ ESTÃO VINDO.

Elisafran narrando: Furamos o pneu do carro assim que vocês chegaram. Mas aí a coisa começou a sair do controle, o Meddeiro começou a desistir da vingança e resolveu contar tudo e isso aconteceu naquela noite em que ele invadiu a mansão da Úrsula, em Milão.

FLASHBACK.

Meddeiro vai até a porta: Eu vou contar tudo pro Sid, agora, nesse momento! Tudo tem um limite e essa sua vingança besta não devia nem ter começado, mas já foi longe demais, minha paciência se esgotou! Durante a viagem, eu fico nesse hotel enquanto você se diverte com seu namorado de mentira e ainda engana a todos dizendo que sou seu irmão como se nossa relação não valesse na…Ai…- Ele respira com dificuldade- Você tá…Me matando, aos poucos, com essa história…

Elisafran se aproxima, compadecida: Calma, Meddeiro, não se esforce!

Meddeiro pega uma estátua decorativa: Não se aproxime…Não se mova mais ou eu quem te mato! Vou contar tudo pro Sid, agora- Ele vai até a porta e a abre.

Elisafran consegue puxá-lo com toda força: NÃO!- Ela rouba a estátua de sua mão e lhe taca na cabeça, fazendo o homem desmaiar- NÃO VOU PERMITIR QUE ESTRAGUEM MEU PLANO- Fala, aos prantos.

Elisafran o olha, caído e se arrepende do que fez: Ai…Meddeiro, fala comigo…- O sangue escorre pela cabeça- Meddeiro, não! NÃO!- Ele nem ao menos se move.

FLASHBACK.

Elisafran, desesperada: Ele não tem nada a dizer, esse meu irmão, tem problemas mentais, sabe como é!- Inventa.

Meddeiro consegue sair dos braços da mulher e a joga longe, fazendo-a cair no chão.

Meddeiro, encarando-a: Eu vou contar sim, chega dessa farsa. Acabou, ELISA FRANCISCA!

Úrsula, assustada: ELISA FRANCISCA? – Ela olha para sua “ amiga”. – Alguém pode me explicar o que é isso?

Elisafran, se levantando: Ele está louco, cismou que meu nome é esse, nem parece que é meu irmão. Agora chega, eu vou te levar daqui, chega de confusão!

Meddeiro, rindo: Eu vou contar tudo, chega Elisafran, chega, cansei. Úrsula, a Elisafran só se apr…/ – antes dele concluir, Sid vem correndo e lhe dá um soco, Meddeiro vai parar longe com o soco e acaba desmaiando.

Fim do flashback.

Elisafran, rindo: E eu coloquei ele lá no hospício, dizendo que estava louco.

Sid: E de pensar que eu acreditei em você. Ainda dei um soco no pobre coitado que só queria me ajudar!

Elisafran se senta e cruza as pernas: Mas foi tão burro que não desconfiou de nada. Que peninha. – Ela debocha.

Sid vai se aproximando aos poucos: EU VOU ACABAR COM VOCÊ! – Ele corre e começa enforca-la.

A mulher vai perdendo as forças e começa a ficar vermelha, implorando que Sid lhe solte. Imo reage e aponta a arma para Sid, que a solta.

Imo, trêmula: Solta a minha mãe agora. Antes que eu te mate. Assim como eu fiz com a sua sobrinha.

Sid prendendo as lágrimas: Então foi você… VOCÊ MATOU A PAULINHA!

Úrsula fica horrorizada.

Cena 08- Em frente a futura clínica de Lilian/ Dia.

Fausto parte pra cima de Téo: Eu posso saber porquê você tava batendo na Lilian? Nós vimos tudo do carro, seu canalha, imoral! Eu bem desconfiava de você, que parecia ser controlado, mas na verdade é um louco!

Flávia, furiosa: Você não tem direito de machucar ela- A mulher analisa o pescoço da amiga- Meu Deus, você apertou tanto, que está roxo! Canalha, infeliz!

Téo empurra Fausto: Vocês dois não sabem o que aconteceu, portanto não tem o direito de se meter na minha conversa com a Lilian! Hipócritas! Ela merece apanhar muito, pela safadeza que vem fazendo! Não sei se ela era assim com você, Fausto, mas ela anda se comportando como uma…

Fausto o pega pela blusa: ‘Como uma’ O QUÊ? VAMOS VER SE VOCÊ É HOMEM O SUFICIENTE PRA COMPLETAR ESSA FRASE!

Téo, cuspindo em seu rosto: COMO UMA ORDINÁRIA!

Fausto pega ele e o joga no chão: Você é o ordinário aqui, eu conheço muito bem a Lilian e sei que ela não é mulher pra ser chamada assim! Sinceramente, Téo, você acha que pode julgar os outros, mas não olha pro próprio umbigo… Um homem desse tamanho, tendo um comportamento tão ridículo? Você se acha forte pra bater nela, não é mesmo? Se acha o macho, o superior…Então vamos ver se você bate em mim! Vem!

Téo tenta se levantar mas Fausto o empurra de novo.

Fausto, furioso: Agora você vai aprender, canalha! Aprender a não bater em mulher, e já que as palavras não adiantaram, terei de descer ao seu mesmo nível, pra que compreenda- Fausto lhe dá um soco na boca e depois mais e mais golpes, sem que o compositor possa ao menos se defender. Lilian tenta impedir, mas Flávia a segura.

Lilian, desesperada: Para Fausto, chega!

Téo, com a boca sangrando: EU TE ODEIOOOO.

Fausto lhe dá um último soco, que arranca um de seus dentes: Eu te odeio ainda mais!- Ele percebe que várias pessoas o observam- Se eu souber que você anda machucando a Lilian, a surra vai ser maior ainda!- Ele se recupera- Eu vou indo Flávia, e você Lilian, fica bem- Ele analisa seus machucados- Larga esse homem de uma vez, por favor, eu gosto muito de você e só quero seu bem…- Ele abraça a mulher.

Lilian, emocionada: Muito obrigado Fausto, por gastar seu tempo e sua força comigo…

Fausto sorri e sai sem dizer nada.

Téo se levanta, surrado: Fausto, isso ainda não acabou! E quanto a você, sua sem vergonha…

Flávia o interrompe: Não ouse dar mais nenhuma palavra, ou dessa vez eu que te dou uma surra, e jogo meu salto alto no seu olho!- Ela sobe com Lilian, devagar.

Téo cospe e outro dente sai: Vagabunda…

Cena 09- Faculdade/ Dia.

Raquel está em uma rodinha de amigos. Geórgia vem em sua direção, deixando-a constrangida.

Raquel, furiosa: O que essa empregada veio fazer aqui…

Geórgia, sorrindo: Filha!

Raquel tampando o rosto: Não me chama de filha. O que você está fazendo aqui?

Geórgia, sem entender: Qual problema? Eu vim te buscar, sou sua mãe.

Raquel furiosa: Eu não preciso de você. Eu sei ir pra casa sozinha!

Geórgia, a entrega uma sacola: É uma pena que você não me considere sua mãe, Raquel. Você tem que dar graças a Deus que me tem, ou estaria morando na rua, do jeito que sua mãe biológica te deixou.

Raquel chorando: NÃO FALA ASSIM DA MINHA MÃE! – Ela abre o pote e vê que é um bolo e taca no chão. – Pega esse bolo e engole, usa na cara, faz qualquer coisa mais sai daqui, eu não quero que me vejam perto de você!

Raquel corre e Geórgia encara o bolo no chão, aos prantos.

De longe, Acácia observa tudo, com Dalva.

Acácia furiosa: Olha o que aquela empregada fez com a minha Gorete! Essa louca acha que é mãe dela. Eu preciso me livrar da Geórgia, ou ela vai atrapalhar sempre a minha relação com Goretinha…

Cena 10- Clube O Bicho&Eu/ Dia.

Natália, apavorada: Onofre, mas o que significa isso? Você trouxe uma arma pro clube? Larga isso já, e para com maluquice!

Vasco chega, bem como outros biólogos: Onofre, seja sensato, se você apertar o gatilho, vai estar destruindo sua vida…

Onofre, alheio a tudo: Ele…Ele destruiu a minha vida. O Leblônio, ele não podia ter contado…

Leblônio tenta se defender: Não é nada disso que você tá pensand…

Onofre dispara pra cima e todos os biólogos se abaixam, apavorados. Leblônio tenta correr mas Onofre o pega.

Onofre: EU VOU TE MATAR!

Onofre aperta o gatilho e um tiro ecoa pelo clube.

https://youtu.be/MVk8N54jZaE

Termina o capítulo 48.