Capítulo 36 – Menina Flor
Capítulo 36
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FLASHBACK.
Ano de 1997. Noite tempestuosa. Fazenda Aguiar Cordeiro. Melissa atende a porta e encontra Dolores com uma cesta na mão.
Melissa: Está atrasada, a dona Juliana já está sentindo as dores do parto.
Dolores: Perdão, mas cheguei.
Melissa: Trouxe o que pedi?
Dolores mostra a cesta: Sim, aqui está!
Melissa: Onde o conseguiu?
Dolores: Foi de um parto que realizei ontem, não resistiu.
Melissa: Perfeito, entre logo.
Horas depois.
Melissa: Tudo correu perfeitamente, entreguei a verdadeira garota a Amanda e coloquei a morta no lugar da que você ajudou a nascer.
Dolores: E o meu pagamento?
Melissa tira um bolinho de dinheiro do bolso: Aqui está tudo, contado certinho.
Dolores, contando as notas: Assim espero.
Melissa: Agora preste bem atenção, nunca mais apareça aqui de novo nem conte pra ninguém o que fizemos, entendeu?
Dolores: Sim senhora!
Dolores põe a capa e sai da fazenda pela porta dos fundos, ainda chovendo.
Volta ao presente.
Dolores, chorando: Meu Deus, me perdoa, eu nunca devia ter feito aquilo, nunca devia ter aceitado a proposta daquela mulher.
Cabana na floresta. Malu está dentro do quartinho, amarrada e amordaçada, quando Thomaz entra mascarado com um prato na mão.
Thomaz: Hora do jantar.
Thomaz tira o pano da boca de Malu.
Malu, chorando: Por favor, me deixa ir embora.
Thomaz: Não, já disse.
Malu: O que você quer comigo? Eu sou pobre, minha família não tem dinheiro nenhum se é o que você pensa, me deixa ir.
Thomaz: Não! Se você não tivesse tentado fugir eu não teria te deixado o dia inteiro sem nada pra comer ou beber, mas você foi bancar a esperta comigo então não teve outro jeito se não te castigar.
Malu: Por favor, me deixa ir, eu prometo que não vou fazer queixa na polícia.
Thomaz: Não, não posso te deixar ir. Agora a abre a boca, hora de comer.
Praça da cidade. Manhã seguinte. Thomaz, Fernanda e Melissa estão conversando.
Melissa: Agora é hora de partir pra segunda parte do plano, o pedido do dinheiro em resgate.
Fernanda: Ok, Thomaz, pega o seu celular e liga.
Thomaz põe a mão no bolso e não encontra o celular.
Thomaz: Eu acho que deixei meu celular novo em casa, mas de qualquer jeito ele era novo, não tinha o número do Miguel.
Melissa: Seus dois imbecis, se você ligar do seu celular podem rastrear o seu número.
Thomaz: tem razão, mas então de qual eu ligo?
Melissa, apontando para um orelhão: Daquele orelhão ali.
Fazenda Aguiar Cordeiro. O telefone toca. Miguel atende.
Miguel, no telefone: Alô.
Thomaz do outro lado da linha, disfarçando a voz: Alô, é o Miguel Aguiar Cordeiro?
Miguel: Sim, sou eu!
Thomaz: Olha, eu tô com a tua amiguinha.
Miguel, surpreso: Com a Malu?!
Thomaz: Fala baixo! É, ela sim!
Miguel: Por favor, me deixa falar com ela, ela tá bem?
Thomaz: Calma rapaz, calma, ela tá bem, e vai continuar bem se depender de você.
Miguel: Como assim? O que você quer?
Thomaz: Pra começar, eu quero R$ 50.000,00 em dinheiro.
Miguel: Tudo bem, tudo bem, a gente paga, mas me deixa falar com ela.
Thomaz: Por enquanto isso é tudo, mais tarde eu ligo novamente pra mais detalhes.
Thomaz desliga.
Miguel, desesperado: Alô? Alô?
Rafael entra na sala: Miguel o que aconteceu?
Miguel: O sequestrador da Malu pai, ele ligou.
Rafael: O que? E o que ele disse?
Miguel: Pediu dinheiro pai, muito dinheiro em resgate.
Rafael: Quanto?
Miguel: R$ 50.000,00!
Rafael Minha nossa.
Miguel: E agora pai? O senhor tem esse dinheiro?
Rafael: Eu não sei direito Miguel, não sei.
Praça da cidade.
Thomaz: Então, o que acharam?
Melissa: Perfeito meu rapaz, perfeito!
Fernanda: Eu não entendi Melissa, se o Thomaz vai salvar a Malu, por que pedir esse valor tão alto em resgate?
Melissa: Ah, faz tempo que o Rafael não me presenteia com nenhuma joia ou coisa do tipo, eu vou comprar alguma coisa com esse dinheiro.
Thomaz: Mas a gente também vai levar uma parte, né?
Melissa: Vão, mas não muito, o suficiente pra ficarem de boca fechada já que ambos vão sair ganhando nessa história.
Delegacia.
Miguel: Vocês tem como rastrear de onde partiu a ligação?
Kleber: Sim, podemos Miguel, mas precisaremos do telefone que você atendeu.
Miguel: É o telefone fixo lá de casa.
Kleber: Tudo bem, mais tarde iremos lá e o recolheremos pra fazer o serviço.
Lar Coração de Mãe. Horas mais tarde.
Miguel entra na cozinha: Bom dia gente.
Lurdes dá um abraço em Miguel: Oi Miguel, meu filho.
Miguel: Oi tia Lurdes.
Lurdes: Notícia da Malu?
Miguel: Não exatamente, o sequestrador me ligou e pediu dinheiro em resgate.
Carlos: Dinheiro?
Miguel: É, R$ 50.000,00!
Lurdes, surpresa: Meu Deus!
Carlos: Minha nossa, mas vocês tem todo esse dinheiro?
Miguel: Eu não sei, talvez da venda das flores o papai consiga tirar isso, mas nessa época do ano não dá pra dizer se as roseiras vão crescer bem, talvez as vendas não atinjam essa quantia.
Lurdes: Meu Deus. Olha, eu tenho algumas economias guardadas, eu posso doar um pouco.
Miguel: Não, não, que é isso tia? De jeito nenhum, você deve usar esse dinheiro para se tratar e comprar as coisas pro Pedrinho.
Lurdes: Mas a Malu é como minha filha, eu posso me sacrificar por ela e o Pedrinho também gosta tanto dela, ele vai entender.
Miguel: Obrigado tia, mas eu posso dar um jeito pra conseguir esse dinheiro pra ajudar a Malu.
Pedrinho entra na cozinha: Dinheiro pra Malu? Por quê?
Cabana na floresta.
Malu: Quanto tempo você ainda vai me deixar aqui?
Thomaz tira a jaqueta e a joga no chão: Tempo suficiente.
Malu: Suficiente pra que? O que você ganha com isso tudo? Eu já disse que não tenho dinheiro.
Thomaz: Você não, mas o seu amiguinho Aguiar Cordeiro tem.
Malu: O Miguel?
Thomaz: Esse mesmo! Vamos ver se ele está disposto a por a mão no bolso pra te salvar.
Lar Coração de Mãe.
Pedro: Fala Miguel, por que a Malu precisa de dinheiro?
Lurdes com um tom de disfarçar: Porque ela precisa pra se consultar, né Miguel?
Miguel senta Pedro em seu colo: É isso mesmo Pedrinho, a Malu anda meio doentinha e ela precisa de dinheiro pra pagar uns remedinhos, só isso.
Pedro: Mas o que ela tem?
Miguel: nada grave, só uma doencinha boba, mas se não tratar pode acabar virando séria.
Pedro salta do colo de Miguel: Eu sei como ajudar.
Miguel: Como?
Pedro: Vou procurar um emprego!
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