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Ela Veste Preto, mas o Baile é Cor de Rosa

Capítulo 17 – Ela Veste Preto, Mas o Baile é Cor de Rosa

Música: Teenage Dream – Katy Perry – Tradução

Você me acha bonita sem maquiagem
Você me acha engraçada quando eu conto uma piada errada
Eu sei que você me entende, então eu me solto
Antes de você me conhecer eu estava bem, mas
A coisa ficou pesada, você me trouxe à vida
Agora todo Fevereiro você sempre será o meu namorado, namorado

 

Ao anoitecer, alguém bateu desesperado na porta e Dora foi atender ainda com o clima de cedo.

– Calma, já vai! O mundo não acabará se eu não atender a porta nuns segundos a menos!

– Olá! – cumprimenta o afobado risonho.

– Oi, Alonso! Esqueceu alguma coisa aqui de manhã? – ela indaga sem jeito.

– Não! Mas a pergunta não foi irônica, como naqueles seus momentos pirados, foi? Porque senão eu posso ir embora.

– Não! Eu só perguntei por que me surpreendi com você aqui essa hora.

– É que com você nunca se sabe quando é brincadeira ou tá naquele clima de guerra. – brinca.

Dora, em protesto, deu uma esmurrada no braço dele.

– Ai! Doeu! Sua louca irritadinha!

– Ah é! Parecia que já estava bom, até com outro curativo está! – observa irritada.

– Ah, é que eu segui o conselho de vocês e fui ao médico. Não aconteceu nada mesmo, só uns dias e já posso bancar o herói novamente. Pelo visto você sempre precisa de um à postos.

– Mas o que você queria mesmo? Hoje eu não tenho nenhuma mobília pra arrastar. Sinto muito! – ironiza.

– Eu tô devendo por hoje de manhã, então pensei em passar e te convidar pra conhecer Holanda Garden de verdade. Um tour por minha conta e com exclusividade. Tem que ser muito VIP pra conseguir esse passeio.

Nesse momento, Dora se desarmou soltando um sorriso.

– Ai, Alonso! Você não tem jeito mesmo! Vamos, antes que me arrependa! E não se preocupe, hoje sou eu quem te protegerá.

 

Até o fim essa noite, sem arrependimentos, só amor
Nós podemos dançar até morrer, você e eu seremos
jovens para sempre
Você me faz sentir como em um sonho de adolescente
Você me deixa tão excitada que não consigo dormir
Vamos fugir e nunca olhar para trás
Nunca olhar para trás
Meu coração para quando você olha para mim
Apenas um toque, baby, agora eu acredito que é real
Então arrisque-se e não olhe para trás
Nunca olhe para trás

 

Lá estavam eles, andando pelas ruas do bairro que Dora descobriu ser um lugar bem diferente daquele que falavam. Com vielas iluminadas de luzinhas nas árvores e crianças correndo, brincando inocentemente cuidadas por suas mães que conversavam sentadas em bancos nos portões das casas. Os muros eram preenchidos com Arte Pop que os jovens faziam e esses também curtiam música na praça central, numa espécie de competição, mas todos eram amigos e tudo sempre acabava bem e se repetia há muito tempo.

Um mundo novo se abria para a garota que olhava maravilhada para a simplicidade, a pureza e a riqueza de espírito das pessoas.

– Se New Park fosse assim! – pensa. – E ainda se dizem ricos!

Alonso descrevia tudo entusiasmado, pois conhecia cada pedaço do lugar que ele amava. Porém, Dora não parecia ouvir qualquer coisa que ele dizia, apenas admirando a princípio a paisagem, mas depois passou também a observá-lo em como falava e se expressava, fazendo gestos para explicar tudo que podia ser importante.

O momento crucial foi quando num desses gestos expansivos de explicação, Alonso voltou a mão para o lado de Dora e pegou na dela, não soltando mais durante o passeio. Ela se sentiu incomodada no início, mas depois relaxou e deixou rolar, tão natural como se não tivesse percebido.

 

Dirigimos até Cali e ficamos bêbados na praia
Achamos um hotel e fizemos uma fortaleza de lençóis
Finalmente te encontrei
A peça que faltava no meu quebra-cabeça
Eu estou completa

 

Mas o que veio a seguir foi realmente inesperado. Alonso puxou Dora para perto de um muro e se aproximou.

– E aqui, onde é Alonso?

– Não interessa, é só um muro, mas essa noite ele pode se tornar importante.

– Ah é! Pra quem, por quê?

– Pra nós, como local do nosso primeiro beijo! – responde Alonso disparando um beijo daqueles em Dora que mais encolhida não podia estar na hora.

O tempo eterno durou alguns segundos até ela se soltar dele.

– Não faça isso de novo! – sussurra sem respiração, dando-lhe um tapa na cara.

 

Vou disparar seu coração com o meu jeans apertado
Ser o seu sonho de adolescente essa noite
Deixo você colocar as mãos no meu jeans apertado
Ser o seu sonho de adolescente essa noite

 
Ela foi se afastando para trás e quando sentiu o fim da calçada na ponta dos pés, se virou e saiu correndo, chegando em casa tão depressa que era duvidoso como ela acertou o caminho.

– O desespero faz milagres! – pensa respirando fundo atrás da porta meio que rindo e um tanto assustada com o inesperado acontecimento na lembrança.

Novas batidas surgiram na entrada, Dora abriu de imediato apenas numa fresta. Era Alonso ofegante que começou a falar sem brechas para o que a moça teria a dizer.

– Dora, deixa de ser covarde e fica comigo! – grita.

Depois disso, nenhum dos dois sabia mais o que dizer e após um grande silêncio constrangedor, Alonso repetiu o gesto do muro, beijando-a como ela havia sonhado em fazer na noite anterior. Seus lábios se tocaram aos dele e explodiram ideias maravilhosas e mais beijos e sorrisos que ela já havia esquecido como era. Ambos entregaram-se a paixão e a noite fria e prazerosa transformou-se rapidamente em manhã de sol quente e acolhedor para os jovens amantes. Um novo casal estava nascendo.

 

Você me faz sentir como em um sonho de adolescente
Você me deixa tão excitada que não consigo dormir
Vamos fugir e nunca olhar para trás
Nunca olhar para trás
Meu coração para quando você olha para mim
Apenas um toque, baby, agora eu acredito que é real
Então arrisque-se e não olhe para trás
Nunca olhe para trás

 

Com os primeiros raios de sol, Alonso deixou a casa de Dora.

– Tchau, meu amor! – cochicha Dora.

– Tchau irritadinha! – retorna Alonso no mesmo tom.

– Ainda sou irritadinha pra você?

– É seu apelido carinhoso! Combina direitinho com você e me faz lembrar as suas qualidades principais.

– Tá, mas só me chama assim quando estivermos sozinhos!

– Tudo bem! Eu já vou então. Tenha um bom dia, porque as noites serão todas minhas a começar pela de hoje. – diz após um beijo.

Ele já estava no meio da rua quando gritou.

– Agora sei por que “o amor é dor que desatina sem doer”. Sábio poeta!

– Você está me comparando a dor? Alonso… – ia se enfurecendo gritando de volta quando pisa num papel que não havia percebido que estava ali até então.

Dora baixou os olhos devagar com medo do que seria e suas suspeitas estavam certas. Dessa vez não era um cartão e sim um envelope grande e vermelho, lacrado que ao ser aberto deixou cair em suas mãos fotos de David rindo, feliz, sério, de todos os jeitos e uma última onde ele parecia encará-la.

Havia também o costumeiro bilhete de sempre que dizia.

 

VOCÊ ESTÁ PERDENDO O FOCO! CONCENTRE-SE NO JOGO!

ASS. R

  1. GOSTOU DO PASSEIO? NO PRÓXIMO SE SEU NAMORADINHO VIER NÃO SOBREVIVERÁ! (EU SEI, ELE NÃO É SEU NAMORADO) HÁ-HÁ-HÁ!

 

Dora, que por algumas horas pareceu tão aliviada do terror que sua vida se transformou, voltou a sentir tudo de novo e como era horrível retornar a realidade… Porém, ela não se prolongou no sofrimento, apenas deixou uma lágrima rolar e rumou para dentro caindo em si.

 

Música: Dreaming With a Broken Heart – John Mayer – Tradução

Quando você está sonhando com o coração partido

Acordar é a parte mais difícil.

Camila Oliveira Santos

Camila Oliveira Santos - Pseudônimo Mila Olivier. Tem 30 anos, mas sua cabeça não tem idade. Escreveu a vida toda, porém só percebeu que gostava aos 17 anos, quando queria dar novos rumos aos filmes e séries que assistia, sua outra paixão. Estudante de Produção Multimídia, formada em Processamento de Dados e Pós Graduada em Docência para o Ensino Superior que adora escrever. Sendo publicada em jornais e antologias de São Paulo e Sorocaba. Fase Regional do Mapa Cultural Paulista 2013/2014, Antologia de Apoio à APAE de São Paulo 2013, 2° Concurso Literário Cruzeiro do Sul 2011, 2º Lugar no Concurso Literário da Universidade de Sorocaba 2014 (Modalidade – Causos), entre outros ao longo de 10 anos de carreira. Aguarda ansiosamente a finalização da publicação do primeiro livro “Madame Cage – A Mulher que Colecionava Jovens” pela editora Buriti. Participa de muitos concursos e oficinas literárias visando agregar cada vez mais conhecimento desse mundo infinito que é o literário, têm ideias e inventa moda toda hora, entretanto gosta mesmo é de criar histórias.

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Camila Oliveira Santos

Camila Oliveira Santos - Pseudônimo Mila Olivier. Tem 30 anos, mas sua cabeça não tem idade. Escreveu a vida toda, porém só percebeu que gostava aos 17 anos, quando queria dar novos rumos aos filmes e séries que assistia, sua outra paixão. Estudante de Produção Multimídia, formada em Processamento de Dados e Pós Graduada em Docência para o Ensino Superior que adora escrever. Sendo publicada em jornais e antologias de São Paulo e Sorocaba. Fase Regional do Mapa Cultural Paulista 2013/2014, Antologia de Apoio à APAE de São Paulo 2013, 2° Concurso Literário Cruzeiro do Sul 2011, 2º Lugar no Concurso Literário da Universidade de Sorocaba 2014 (Modalidade – Causos), entre outros ao longo de 10 anos de carreira. Aguarda ansiosamente a finalização da publicação do primeiro livro “Madame Cage – A Mulher que Colecionava Jovens” pela editora Buriti. Participa de muitos concursos e oficinas literárias visando agregar cada vez mais conhecimento desse mundo infinito que é o literário, têm ideias e inventa moda toda hora, entretanto gosta mesmo é de criar histórias.

2 comentários sobre “Capítulo 17 – Ela Veste Preto, Mas o Baile é Cor de Rosa

  • Alonso e Dora, finalmente juntos!! Adorei este primeiro beijo deles, que casal mais fofo!! Mas parece que nem tudo é um mar de rosas… uma nova mensagem do R chegou, para o desespero de Dorita!!
    Ai meu Deus, será que a coitada não terá paz nunca? Nem amar ela pode mais que lá vem o tal R estragar com tudo!! E que venha o próximo capítulo O/

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