Capítulo 46 – Cantiga de Amor (Reta Final)
Cena 01: Nave da Igreja del Fiume. Final da tarde.
Luca – Esse bando de saqueadores deve estar vindo para cá. Para essa região.
Todos ficam calados por um instante. O padre rompe o silêncio.
Santorini – Você tem certeza disso, rapaz? Como pode saber o destino do bando se sempre esteve à sua frente?
Luca – É bem verdade que eu não tenho certeza absoluta. Contudo eu acredito que será assim. Essa região tem povoados férteis. Alvos fáceis para os saqueadores.
Santorini – Pode ser que sim… Meu Deus, temos que rezar para que eles não venham para cá. Mas temos que tomar as devidas precauções, não é? Precisamos não só fechar, mas trancar as portas da igreja. E precisamos avisar aos povoados circunvizinhos…
Luca – Desculpe-me, padre, mas são quantos povoados ao redor da igreja? Já é tarde. Talvez não dê tempo de avisar a todos. E mesmo que dê… Como conseguirão evitar um ataque? Eles costumam vir pela floresta, e agem de surpresa.
Santorini – Mas… Então nos contentemos com trancar a igreja e rezar, mas rezar bastante.
Luca – Desculpe-me novamente, senhor padre, mas eu acho que o senhor não precisa se preocupar com a igreja. Esses saqueadores parecem ser religiosos, mesmo de um modo torto. Eles nunca atacam as igrejas dos lugares onde passam. Deve ser para não carregarem a culpa por destruírem a casa de Deus.
Santorini – Pode ser que seja isso mesmo… De qualquer forma, vamos rezar bastante. Todos nós. Quanto a você, Edetto, eu sinto muito.
Edetto – Muito obrigado, padre.
Izabella – Agora, Luca, tu não me disseste… Morreu alguém?
Luca – Infelizmente, senhora, alguns de seus servos, que cuidavam da casa, morreram com o incêndio.
Izabella – Que tragédia, meu Deus, que tragédia.
Edetto – Tu falaste que eles levaram quase tudo… O que foi que sobreviveu ao ataque?
Luca – Apenas algumas roupas, senhor. Mas essas foram queimadas. As melhores eles levaram. E eu acho que os móveis mais pesados ficaram lá.
Edetto – Os móveis? Tu… Tu por acaso sabes se o baú de meu pai foi levado?
Luca – Sim, senhor. O baú do seu pai, o seu baú, o da senhora Izabella… Eles os usaram para guardarem outros pertences, que também foram roubados. Mas o que foi? Tinha alguma coisa de valor nele?
Edetto – Valor sentimental. Era uma lembrança de meu pai.
Luca – Eu lamento profundamente, senhor.
Edetto – Muito obrigado, Luca. Tu és realmente um servo fiel. Agora eu não sei o que faço…
Santorini – Eu sugiro, senhor, que vá dormir. Ou que pelo menos tente. Amanhã poderás tomar uma decisão com o pensamento mais lúcido.
Edetto – É verdade, padre. Vamos dormir, então. Todos nós. E vamos rezar. Precisaremos da ajuda divina.
Cena 02: Igreja del Fiume. Quarto de Valentina. Noite.
Valentina – Meu amor, que bom… Que bom que tiveste essa ideia para fugirmos daqui.
Gregório – Bem, acho melhor nós irmos logo, não é?
Valentina – É uma pena não podermos nos despedir dos outros. Gostaria de falar com Pero, que me ajudou tantas vezes, e com Agnella também, minha companheira na solidão daquele convento…
Gregório – Eu também queria falar com Gustavo uma última vez, e com meu pai, o velho Ottavio, que me ajudaram nessa empreitada. Aliás, se dependesse de minha vontade, nós nem precisaríamos sair daqui fugidos.
Valentina – Mas, infelizmente, não depende. As coisas nem sempre saem como planejamos.
Gregório – Agora temos de sair logo daqui. Essa é nossa última chance de buscarmos uma nova vida.
Cena 03: Estrada. Meia-noite.
Valentina e Gregório pegaram uma estrada na direção da Campania. Levavam lampiões consigo.
Valentina – Gregório, eu preciso falar contigo sobre algo… É que os sonhos, sabe, eles voltaram… Eles reapareceram. Por acaso, tu também voltaste a sonhar?
Gregório – Sim… Porém eu ainda não compreendi a natureza deles.
Gregório para.
Gregório – Será que deveríamos voltar, Valentina? No sonho, no sonho nós estávamos perto da igreja. Será que não é lá que deveríamos ficar?
Valentina – Mas se voltarmos, seremos presos. Estás certo de que é melhor assim?
Gregório – Não sei, Valentina, não sei… Também tenho medo disso, mas eu sinto que ainda temos uma missão a cumprir.
Valentina – Se for mesmo uma missão, Gregório, se for mesmo Deus que a quis delegar para nós, então Ele dará um jeito de nos levar até lá. Porém, de minha parte, eu estou cansada!
Valentina segue andando.
Gregório – Valentina, tu sabes que, quando Deus quer, é melhor que obedeçamos de bom grado! Ou tu preferes ir a Nínive na barriga de um grande peixe?
Valentina – Eu prefiro seguir o meu destino.
Nesse momento, um barulho é ouvido, vindo da floresta. Valentina para, e começa a recuar para junto de Gregório. Eles ficam, então, parados, olhando ao redor, como se esperassem algo acontecer. De repente, vários homens saem da floresta, cercando-os rapidamente.
Gregório – O que é isso? Quem são vocês?
Valentina – O que querem conosco?
Homem 1 – Olha só… Dois viajantes caminhando a essa hora, assim tão perto da floresta. Não têm medo de que nada aconteça com vocês?
Homem 2 –Deveriam ter. O mundo é cheio de perigos…
Gregório busca a mão de Valentina.
Homem 3 – Parece ser um casal… Um casal corajoso. E a moça é bonita. (Gargalha) Faz quanto tempo que não vemos uma moça bonita assim, hein?
Homem 1 – Ah, faz muito tempo, muito tempo mesmo. Acho que essa vale a pena…
Gregório – Como assim, vale a pena? O que tu pensas em fazer com Valentina?
Homem 1 – Valentina? Será que é valente mesmo? Ou vai preferir fazer do jeito fácil?
Valentina – Eu não irei fazer nada! Deixem-nos ir embora!
Gregório – Deixem-nos em paz!
Outro homem dá um golpe nas costas de Gregório, que cai batendo fortemente no chão. Outros dois homens seguram Valentina.
Valentina – Soltem-me! Soltem-me! O que vocês querem?
Homem 3 – Nada, moça valente. Nada agora. Mas em pouco tempo tu saberás o que queremos. Amarrem-na! E coloquem uma mordaça nela, também.
Homem 1 – Agora vamos, temos muito trabalho a fazer.
Eles entram na floresta, deixando Gregório, no chão, a ouvir o som dos cavalos e carroças deles, porém sem poder reagir. Uma pessoa se agacha ao seu lado.
Gregório – (Surpreso) Inês?
Inês – Eu vi tudo, Gregório. Eu estava fugindo por essa estrada, e eu vi quando Valentina foi levada e tu foste derrubado. (Ela suspira) Quer saber? Dane-se Brás. Eu irei te ajudar a cuidar desse machucado no rosto.
Cena 04: Nave da Igreja del Fiume. Dia seguinte. Manhã.
Edetto – Padre, eu não consegui dormir direito, apenas pensando na notícia que recebemos ontem.
Santorini – Nem me lembres. Ao menos eu aproveitei esse tempo sem dormir, para rezar. Eu só espero que tenha dado certo, e que esses saqueadores tenham mudado a direção.
Izabella – Mas será que Deus age em corações duros?
Francisca – Padre, eu confesso que essa notícia ainda me deixa perplexa. Eu espero que o motivo que leve esses pecadores a não invadirem a igreja também os leve a não invadir o convento. E eu também espero que o fogo que consome os lugares por onde eles passam também consuma a todos eles. Nem que seja somente o fogo do inferno.
Edetto – Mas enquanto não chega o fogo… Olhem para o céu lá fora. Parece que irá chover.
Cena 05: Em frente à Igreja del Fiume.
Giancarlo – Será que essa história de saqueadores é verdade, mesmo? Ou isso foi uma invenção de Edetto para evitar que nós fôssemos à sua casa e não víssemos o baú?
Marlete – Mas de que baú tu estás falando, tio? Tem relação com o colar e o tesouro?
Cecília – Bem, mas de qualquer forma, pai, eu não acredito que ele faria isso. Lembre-se de que um dos seus empregados veio até aqui dar a notícia. Que outro motivo faria alguém vir de tão longe se não fosse algo assim tão grave?
Giancarlo – É verdade. Pode ser que tenhas razão, minha filha. Resta saber se Edetto irá querer ou não viajar para suas terras.
Marlete – O senhor não irá mesmo me dizer que baú é esse? Tudo bem, eu mesma descobrirei.
Cena 06: Povoado das Hortaliças. Casa de Pero.
Pero está saindo de casa. Vê uma vizinha sua saindo também.
Pero – Bom dia, dona Estela! Como vai a senhora? E a sua filha, está melhor?
Ele está indo na direção do povoado, mas ouve algo na floresta e anda até lá. De repente, dois homens saem do meio das árvores.
Pero – Quem… Quem são vocês?
Cena 07: Ao lado do convento.
Cecília encontra Gustavo.
Cecília – Estás preocupado, Gustavo, com essa história do baú? Teu pai há de saber que decisão tomar.
Gustavo – O meu medo é que, com esse alvoroço em torno do tesouro, ele decida ir atrás desse baú, lutar com os saqueadores… E com teu pai, que está tão obcecado quanto o meu parece estar, é bem provável que eles queiram fazer isso.
Cecília – Caso eles tenham essa ideia louca, nós os convenceremos. Nenhum tesouro do mundo é motivo suficiente para arriscar uma vida lutando contra criminosos.
Duas pessoas saem da floresta.
Gregório – Mas e outra pessoa? É motivo suficiente?
Gustavo – Gregório! Que bom vê-lo! Quer dizer… Pensei que a essa hora já estarias um pouco longe, com Valentina… E onde está ela? E por que estás machucado? E o que fazes com Inês?
Inês – É uma longa história. É melhor explicá-la depois.
Gregório – Eu repito minha pergunta. Outra pessoa é motivo suficiente para arriscar a vida?
Cecília – O que tu estás dizendo?
Gustavo – Valentina foi raptada por um bando de criminosos, que devem ser os mesmos saqueadores de quem eu os ouvi falar. E, custe o que custar, eu estou disposto a libertar Valentina desses homens.
Cena 08: Nave da Igreja del Fiume.
Francisca – Senhor Edetto, nós temos um problema.
Santorini – Eu fui levar um pouco de comida aos seus prisioneiros, e parece que eles conseguiram fugir novamente.
Edetto – (Começando a se enfurecer) Como? Já é a segunda vez que eles fogem? Mas como eles conseguiram? Eu pensei que o senhor teria cuidado, padre.
Izabella – Ai, meu Deus… Mais um problema para ser administrado…
Santorini – As chaves sumiram. Alguém deu as chaves a eles.
Gustavo entra na igreja.
Gustavo – Fui eu pai. O senhor sabe que eu nunca concordei com a prisão dos dois…
Edetto – Tu não tinhas o direito de fazeres nada, Gustavo!
Izabella – E agora eles devem estar longe…
Inês e Gregório entram na igreja.
Gregório – Na verdade, não. Valentina foi raptada por um grupo de saqueadores. E eles vieram na direção desses povoados.
Edetto – Como tu tens coragem de aparecer aqui, assim? Sabes que eu posso mandá-lo prender agora, não é?
Izabella – Edetto, espera. Nossa serva está com os saqueadores…
Santorini – Meu rapaz, tu disseste que eles vieram na direção desses povoados. Tu sabes qual?
Nesse momento, um grupo de mulheres e crianças começam a chegar, desesperadas, à igreja.
Inês – Mãe? O que aconteceu?
Simone – O Povoado das Hortaliças! Está sendo atacado!
Prudência – Estão entrando em nossas casas, estão levando tudo!
Agnella – E foi tudo tão de repente!
Leonor – Nós… Estamos desesperadas, padre! Os homens ficaram lá, mas nós temos medo… São muitos deles!
Inês – Não há nada que possa ser feito, padre?
O padre Santorini conseguiu acalmar um pouco os seus ânimos, mas outras pessoas continuaram chegando. Alguns homens começaram a aparecer, também.
Santorini – Eu acho que precisamos buscar ajuda nos povoados ao redor.
Enzo – Não dá mais tempo, padre. Qualquer esforço será inútil.
Edetto – Mas eles já foram embora? Assim, tão rápido?
Adelmo – Não. Eles estão colocando todos para correr. Cercaram o povoado. Ninguém pode voltar para lá agora. Infelizmente algumas pessoas teimaram em permanecer em suas casas…
Edetto – Mas por que ninguém pode ir lá agora?
Pero – Eles ameaçaram tocar fogo no povoado. Nós perderemos nossas plantações se os enfrentarmos.
Edetto – Mas não se pode confiar em criminosos! Eles também incendiaram minha casa!
Um grande contingente começa a aparecer.
Adelmo – Padre, todo esse povo precisa de abrigo… Pelo menos por enquanto.
Santorini – A igreja não é tão grande assim, não tem tantos aposentos, mas, em um momento desses, acho que não dá para se pensar em um mínimo que seja de conforto, não é? A casa de Deus é a casa do povo. Só que alguém tem que fazer alguma coisa para impedir que uma tragédia maior aconteça.
Enzo – Maior do que a que já está acontecendo? Alguns já morreram por tentarem reagir… E seus familiares nem puderam chorar o corpo, porque senão seriam mortos também.
Santorini – Então… Só nos resta tocar a marcha fúnebre, e lamentar pelo que aconteceu.
Cena 09: Igreja del Fiume. Sala de recepções.
Giancarlo – O senhor pensa então em seguir esses saqueadores? Não é perigoso?
Edetto – Não importa! Minha serva foi raptada por eles! Além disso, o baú de meu pai está com esse bando! O mesmo baú que possui a inscrição presente também no colar de tua filha.
Giancarlo – E que pode dar respostas sobre o tesouro.
Gustavo – Pai, o senhor tem certeza de que é isso que quer fazer?
Izabella – Pensa bem, meu senhor. Pode ser arriscado demais.
Edetto – Sim, eu tenho. Tenho a mais absoluta certeza. E gostaria que tu fosses comigo, Gustavo.
Gustavo – Tudo bem. Desde que o senhor permita que Gregório vá conosco.
Gregório – Eu não irei deixar Valentina ser, ser… Usada por esse batalhão de homens! Isso é… Repugnante! Isso é enojante… Além disso, talvez Valentina possa ajudá-lo com esse baú. Afinal, ela está com os saqueadores. Talvez ela saiba de algo, como onde ficam os artefatos que eles roubam. E eu posso convencê-la a contribuir nesse sentido.
Giancarlo – Esse assunto também me interessa. Eu irei com os senhores.
Cecília – Pai, eu poderia dizer ao senhor que isso é loucura, mas nem o senhor nem nenhum dos outros me ouviria.
Edetto – Então está combinado. Nós os seguiremos até que baixem a guarda e montem acampamento. Então, liberaremos Valentina e salvaremos o baú.
Gustavo – E o povoado? Eu estou preocupado… Será que conseguiram vencer os saqueadores?
Edetto – Descobriremos quando estivermos por perto.
Cena 10: Floresta.
Nuvens carregadas começam a se formar no céu.
Brás – Um baú que possui o mesmo desenho do colar que tu me mostras agora… E que está com saqueadores… Mas tu não ouviste mais nada? O que há nesse baú de tão importante?
Marlete – Eu não sei. Talvez nem eles saibam. Mas eu sei que o baú está com os criminosos estão destruindo o povoado onde tu moraste. Sei também que meu tio decidiu recuperar a tal relíquia, quando o grupo de ladrões estiver dormindo.
Brás – Se esse baú realmente possui respostas sobre esse tesouro… Então eu também o quero! E queres saber de uma coisa? Eu não tenho medo de saqueador nenhum!
Cena 11: Ao lado da Igreja del Fiume.
Gustavo e Cecília conversam.
Cecília – Meu amor, digo, Gustavo, toma cuidado com essa espécie de caçada… E cuide de meu pai também. Eu não quero que nada aconteça a nenhum dos dois.
Gustavo – Tu podes ficar tranquila, Cecília. Nós conseguiremos o que iremos buscar.
Cecília – Eu confio em vocês, claro. Eu só não confio nesses criminosos. Além disso, eu acho que tenho uma espécie de trauma dessas coisas, dessas brigas. Meu avô tinha uma cicatriz muita feia nas costas, que foi de quando ele teve que enfrentar uns ladrões que queriam roubar algo dele.
Gustavo – Nós voltaremos sãos e salvos. Sem cicatrizes.
Cecília – Só espero que essa chuva não seja um mau sinal… E presta atenção: se perceberem que não vai dar para resgatar nenhum baú, deixem-no para trás e voltem para cá com Valentina. A vida é mais importante que qualquer tesouro.
Eles se abraçam. Vão caminhando, quando encontram Agnella.
Agnella – Fiquei sabendo que tu irás atrás dos saqueadores, Gustavo.
Gustavo – Sim, Agnella. É verdade.
Agnella – (Aponta com o rosto para Cecília) Ela já deve ter te falado isso, mas, por favor, toma cuidado. Eu te amo, Gustavo, e eu não suportaria perder-te…
Ela se aproxima para beijá-lo, mas ele vira o rosto, e apenas se abraçam.
Gustavo – Vai dar tudo certo. Eu voltarei bem, e então… Então eu acho que nós precisaremos conversar.
Gustavo dai. Agnella e Cecília se “encaram”, e se separam uma da outra.
Cena 12: Arredores do Povoado das Hortaliças.
Escondidos, Gustavo, Gregório, Giancarlo e Edetto estão consternados com o que veem.
Gregório – Meu Deus… Não se podia confiar mesmo nesses delinquentes…
Gustavo – O povoado está em chamas…
Edetto – Tantas famílias, meu Deus, que agora perderam seu sustento…
Giancarlo – E parece que eles fizeram a festa… Ainda estão fazendo, na verdade. Percebem como eles riem ao olharem para a desgraça que causaram?
A chuva já anunciada cai. De início, fraca, mas parece ganhar força.
Gregório – Graças a Deus! Está chovendo…
Gustavo – É, e eu tenho a impressão de que a chuva atrapalhou o trabalho deles. Vejam,estão começando a entrar na floresta.
Giancarlo – Então é a hora de os seguirmos.
Edetto – E aí, quando eles estiverem desatentos… Nós colocaremos as nossas mãos à obra.
Gregório – E as nossas vidas em risco. Mas, Deus sabe, é por uma boa causa.