Capítulo 11 – Paixão Fatal
PAIXÃO FATAL – CAPÍTULO 11
Ressuscitada dos mortos
Continuação do capítulo anterior…
Dante e Lídia socorrem Cristina e colocam-na sobre o sofá.
LÍDIA — Ai meu Deus, Cristina.
DANTE — Cristina, acorda.
CENA 1/M. VILLAÇA/SALA/DIA.
Judith abre a porta e encontra Saulo, Madá, Olavo e Altino rindo e tomando champanhe.
SAULO — Essa morte não podia vim em outra hora. Agora eu posso viver a minha vida e o meu imponente Villaça Palace em paz.
MADÁ — Com certeza, meu amor, não temos mais que nos preocupar com aquela assassina.
OLAVO — Tomara que ela queime pra sempre no inferno.
ALTINO — É, se vocês temiam a presença dela diante de alguém da família, agora não podem mais. Ela está morta.
OLAVO — Judith meu amor, tome uma taça de champanhe e comemore com a gente.
JUDITH — Eu não tenho nada que comemorar.
OLAVO — Ora, tenho uma nova DJ na boate e darei uma festa hoje à noite. E quero você do meu lado.
JUDITH — Não vai dá, eu tô com muita dor de cabeça. Com licença.
CENA 2/M. VILLAÇA/QUARTO DE ARTUR/DIA.
Tânia e Artur estão sobre a cama.
TÂNIA — Ei, não fica com essa cara. Eu tô aqui todinha pra você.
ARTUR — Eu tô tentando esquecer o que aconteceu aqui.
TÂNIA — Vem cá, vem.
Tânia sobe em cima de Artur que está apenas de toalha.
TÂNIA — Deixa eu tirar essa toalha.
ARTUR — Por favor, Tânia, eu não tô com cabeça pra isso.
Ela insiste e beija-o. Ele cede.
CENA 3/M. VILLAÇA/QUARTO DE JUDITH/DIA.
Eva entra no quarto da filha.
EVA — Tão cedo em casa. Aconteceu alguma coisa?
JUDITH — A Marina morreu num acidente trágico no centro.
EVA — Coitada, por isso que uma das minhas amigas disse que havia acontecido um acidente no centro. Mas enfim, já que veio tão cedo pra casa, por que não vai a um SPA ficar linda para o seu marido e acompanha-lo à noite na Luxury.
JUDITH — Mãe, eu não tô disposta a ficar bem pro Olavo. Meu amigo acabou de perder uma amiga, se você ainda não entendeu.
EVA — Meu Deus, isso é inacreditável. É por causa daquele jornalistazinho que você está assim? Eu jamais vou permitir que você troque o Olavo por aquele jornalista mequetrefe.
JUDITH — Mãe, hoje eu não quero discutir com você.
CENA 4/CASA DE CRISTINA/SALA/DIA.
Dante e Lídia encaram Cristina, tristemente. Ela abre os olhos lentamente e olha para os dois. Chora.
CRISTINA — Isso não pode estar acontecendo. Me diz que é mentira, Dante.
DANTE — Eu não posso, Cristina. Eu sinto muito. As imagens são horríveis. Nem sei se poderá fazer um velório com o corpo.
CRISTINA — Por favor, Dante. Eu preciso ver a minha irmã. Ela tem que ser enterrada dignamente.
DANTE — Eu não sei se vai ser possível. Eu vou fazer de tudo. A polícia já tem meus contatos, qualquer coisa eu passo pra você.
CRISTINA — Me custa acreditar nisso, até ontem ela estava aqui comigo. E hoje de manhã ela saiu sem ao menos deixar um recado. E agora ela apronta essa. Oh meu Deus, que sofrimento. Isso não pode estar acontecendo.
Dante a abraça.
DANTE — Eu também estou sofrendo muito, Cristina.
Davi entra na sala e os encara.
DAVI — Mãe, o que tá acontecendo?
CRISTINA — (chorando) Ai meu filho, a sua tia.
Eles se abraçam. Juliana entra na sala, tristemente.
JULIANA — Então vocês já sabem o que aconteceu? Eu acabei de ver na internet.
CRISTINA — Já sim, querida.
CENA 5/M. SANTELLI/SALA/DIA.
Wanda acaba de desligar o telefone quando vê Piero.
PIERO — Milady?
WANDA — Oh Piero, que bom te ver de novo.
PIERO — Não pensava em outra coisa a não ser estar ao seu lado e lhe servir.
WANDA — Oh meu querido, estava com tantas saudades. Como foi sua viagem?
PIERO — Bem, obrigado. A minha mãe está melhor do que nunca.
WANDA — Que bom.
PIERO — Percebo que está cansada, o que aconteceu, milady?
WANDA — Tudo Piero. Eu não sei o que vai ser da minha família.
PIERO — Então irei preparar seu banho de espumas com sais franceses. Com licença.
CENA 6/CASA DE CRISTINA/SALA/NOITE.
Dante desliga o celular.
CRISTINA — Então Dante, me tire desse sofrimento, diga que eu vou poder ter a minha irmã aqui.
DANTE — Cristina, só restaram cinzas. Mas eu pedi pra colocarem num caixão.
CRISTINA — Oh meu Deus. De qualquer forma fez bem. Mesmo que seja somente as cinzas, mas ela tem que ser enterrada.
CENA 7/M. VILLAÇA/QUARTO DE ARTUR/NOITE.
Tânia se despede de Artur.
TÂNIA — Tchau meu amor, se cuida.
ARTUR — Tchau.
Antes que ele feche a porta, Judith impede.
JUDITH — Artur, será que eu podia falar com você um minuto?
ARTUR — Claro Judith, entra.
JUDITH — Não sei se você já tá sabendo, mas de qualquer forma eu vou te falar. Eu sei que você é o único que não acredita que a Marina não podia ser a assassina da Alice e da Susana.
ARTUR — Onde você está querendo chegar, Judith?
JUDITH — A Marina morreu hoje num acidente trágico.
ARTUR — O que? Mas como isso aconteceu?
JUDITH — Parece que o táxi que ela tava perdeu o controle e capotou. O Dante me ligou dizendo que as cinzas já estão sendo levada para a casa da irmã dela.
ARTUR — Você está indo pra lá?
JUDITH — Sim, eu preciso dar uma força para o Dante. Ela era ex-namorada dele.
ARTUR — Eu vou com você, Judith.
JUDITH — Você tem certeza?
ARTUR — Claro, já que eu não pude provar que ela era inocente, o mínimo que eu faço é visitá-la agora.
CENA 8/CASA DE CRISTINA/SALA/NOITE.
Ainda soluçando e lacrimejando, Cristina observa inconscientemente o caixão da irmã. Lídia e Anselmo estão ao seu lado. Dante e Davi estão um pouco afastados.
CRISTINA — Eu nunca vou conseguir acreditar que isso aconteceu, Lídia.
LÍDIA — Calma, minha amiga. Muita força. Eu sei que é um momento muito difícil.
CENA 9/M. SANTELLI/SALA/NOITE.
Ernesto está descendo as escadas com uma mala.
WANDA — Mas como assim, uma viagem de negócios de repente e você não sabe quanto tempo vai ficar fora?
ERNESTO — Ossos do ofício, minha querida.
Ele sai rapidamente.
PIERO — Milady, já posso mandar servir o jantar?
WANDA — Nem sei se vai ser preciso. Pra quem? O Ernesto vai fazer uma viagem de negócios repentina. O Bruno e o Danilo saíram e não sei que horas vão voltar. Eu estou sozinha, Piero. Estou sem chão.
PIERO — Madame, é uma pena que eles te abandonem. Eles não fazem ideia da esposa e da mãe maravilhosa que têm.
WANDA — Só você sabe reconhecer, querido. Só você.
CENA 10/ RUAS/NOITE.
Judith e Artur conversam dentro do carro.
ARTUR — Isso não podia ter acontecido. Logo agora que eu tinha tomado uma decisão.
JUDITH — Eu posso saber qual?
ARTUR — Eu ia procurar a Marina e fazer de tudo para ela provar a sua inocência.
JUDITH — Como você faria isso?
ARTUR — Nós tínhamos que investigar esse caso.
JUDITH — Mas a polícia já fez isso, Artur.
ARTUR — Não sei, mas algo me diz que essa história foi muito mal contada.
JUDITH — Você desconfia de alguma coisa?
CENA 11/CASA DE CRISTINA/SALA/NOITE.
Ernesto entra na sala e cumprimenta Dante, Davi e Lídia. Encontra-se com Cristina.
ERNESTO — Meus sentimentos, querida. Você sabe que eu era muito amigo do pai de vocês. Qualquer coisa pode contar comigo. A Marina me procurou, pediu dinheiro pra se vingar do Saulo. Eu não podia deixar que isso acontecesse. Ela não tinha condições de se envolver, muito menos se vingar do Saulo Villaça. É lamentável o que aconteceu.
CRISTINA — Obrigada Dr. Ernesto. Mas nada mais vai fazer com que ela volte pra mim.
ERNESTO — Bem, eu preciso ir. Tenho uma viagem de negócios. Eu só passei para prestar meus sentimentos.
Cristina aquiesce com a cabeça e volta a chorar.
CENA 12/PISTA DE VOO/NOITE.
Um sedã preto pára perto do jato. Ernesto salta do carro, e com sua mala, parte para o jato. Dentro da aeronave, ele sorri ao ver Marina tomando uma taça de champanhe.
MARINA — Uma hora dessas o Saulo e sua família estão comemorando a minha morte.
ERNESTO — Não tenha dúvidas… Foi de cortar o coração ver o sofrimento da sua irmã.
MARINA — Eu posso imaginar. Mas era preciso fazer isso.
ERNESTO — Você leu a nota que o Saulo soltou para a imprensa?
MARINA — Não. O que ele disse?
ERNESTO — Mesmo ainda sentindo a morte da esposa e da filha, ele lamenta a morte da assassina delas.
MARINA — Desgraçado. Mal sabe ele que a minha morte é apenas o começo…