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Ela Veste Preto, mas o Baile é Cor de Rosa

Capítulo 10 – Ela Veste Preto, Mas o Baile é Cor de Rosa

Após o fim de semana, Dora já tinha arrumado o apartamento. Não havia voltado para casa nenhuma vez, enlouquecendo a mãe. Também não estava nem um pouco a fim de voltar para faculdade, depois daquele começo inesperado. Porém, o que mais atormentava seu pensamento era Alonso, que estaria lá, mas ela não sabia ainda qual era a dele.

– Eu devia estar preocupada com o R, e as investigações,  pelo David, mas gasto meu tempo matutando sobre o que esse Alonso metido quer! Que burra que eu sou! – pensava próxima à Escola de Artes Central.

A primeira parte da aula transcorreu normalmente para ela, só Paris chegou um pouco atrasado em Desenho Moderno e os garotos ficaram mexendo, como sempre. Alonso a ignorou completamente e isso começou a lhe dar raiva, mas Dora não entendia porque.

– A aberração não desistiu no primeiro dia! Vê se deixa as pessoas normais em paz sem ter que suportar a sua presença medonha!

Paris, só os olhou sem expressão e voltou a fazer os desenhos. O professor observou tudo sem intervir para não desrespeitá-lo, porém no final da aula, antes que ele saísse, o homem segurou-lhe pelo braço impedindo de prosseguir.

– Ei, rapaz! O que eles fazem com você é um crime e se chama bullying! Não deixe! Ache um jeito de se proteger, se você quiser eu posso te ajudar.

Ele não deixou o professor falar mais nada e soltando bruscamente o braço das mãos do homem, apenas agradeceu estranhamente.

– Obrigado senhor, mas eu sei me cuidar! Não se preocupe! Tudo vai ficar bem, cedo ou tarde, e nesse dia eles vão ter o que merecem!

Paris assumiu uma face maquiavélica enquanto dizia, como se ditasse uma profecia. Até o professor ficou meio que em transe quando ele falou, e de repente no final, voltou a sua expressão inocente de antes e saiu correndo deixando o homem intrigado com ele.

– Eu, hein! Esses alunos de hoje a gente tenta ajudar, mas vá entender! – ri de nervoso.

Dora o viu no intervalo e foi falar com ele, porém Paris fugiu correndo como se não a percebesse. Naquela hora estava hipnotizado aparentando um fantasma. Assim, a moça ficou sozinha num canto, pois na falta de Paris, era ela a atração favorita para pegarem no pé.

Logo essa solidão acabou, Alonso veio chegando e ficou parado de pé na frente dela que estava sentada no chão.

– Não vai ficar com seus amigos? – pergunta Dora.

– Na verdade eu não os conheço e acho que nem eu nem eles fazemos questão de nos conhecer. – responde Alonso.

– Te disseram pra vir falar comigo, pra fazer mais uma brincadeira, não é?

– Na verdade, eles me disseram que você é louca e que em hipótese alguma devia falar com você, porque queimaria o meu filme, mas eu não sou muito obediente.

– Você é quem sabe… E como vai com o ramo de mudanças, muitas mesas pra carregar? – pergunta com um sorrisinho maléfico.

– Ah, vai bem! Sem nenhuma irritadinha pra atrapalhar e abusar. – ri também.

Nesse momento o sinal tocou, ele então lhe deu a mão para que se levantasse, porém Dora disfarçou e se levantou sozinha.

– Até a próxima mudança, irritadinha! – se despede Alonso com um beijo rápido na bochecha que ela não conseguiu evitar e foi embora.

 

Música: U Smile – Justin Bieber

Você sorri, e eu sorrio

Eu sorrio, eu sorrio, eu sorrio

Você sorri, e eu sorrio

Me faça sorrir, querido

 

Dora ficou ali parada e confusa, tocando com a ponta dos dedos a bochecha beijada. Parecendo gostar daquele ato enquanto todos voltavam para a próxima aula normalmente. Mell assistiu a cena escondida e fez cara de quem gostou muito de saber desse fato novo.

Quando voltou para aula, havia um cartão vermelho sob sua mesa que agora ela já conhecia bem ser do R que dizia.

 

OLÁ QUERIDA! O JOGO VAI COMEÇAR!

ASS: R

 

Novamente, embora a classe estivesse uma zona, não havia ninguém suspeito que ela pudesse desconfiar de ser o R. Esperou que as aulas acabassem e voltando pra casa chamou um policial que disse que iria visitá-la à tarde. Dora esperava ansiosa para acabar com a palhaçada desse R, desconfiada da hipótese dele e o assassino serem a mesma pessoa.

– É R, os jogos começaram! O seu e o meu! Resta saber quem vai vencer! – diz Dora amassando de raiva um dos cartões entre as mãos.

Camila Oliveira Santos

Camila Oliveira Santos - Pseudônimo Mila Olivier. Tem 30 anos, mas sua cabeça não tem idade. Escreveu a vida toda, porém só percebeu que gostava aos 17 anos, quando queria dar novos rumos aos filmes e séries que assistia, sua outra paixão. Estudante de Produção Multimídia, formada em Processamento de Dados e Pós Graduada em Docência para o Ensino Superior que adora escrever. Sendo publicada em jornais e antologias de São Paulo e Sorocaba. Fase Regional do Mapa Cultural Paulista 2013/2014, Antologia de Apoio à APAE de São Paulo 2013, 2° Concurso Literário Cruzeiro do Sul 2011, 2º Lugar no Concurso Literário da Universidade de Sorocaba 2014 (Modalidade – Causos), entre outros ao longo de 10 anos de carreira. Aguarda ansiosamente a finalização da publicação do primeiro livro “Madame Cage – A Mulher que Colecionava Jovens” pela editora Buriti. Participa de muitos concursos e oficinas literárias visando agregar cada vez mais conhecimento desse mundo infinito que é o literário, têm ideias e inventa moda toda hora, entretanto gosta mesmo é de criar histórias.

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Camila Oliveira Santos - Pseudônimo Mila Olivier. Tem 30 anos, mas sua cabeça não tem idade. Escreveu a vida toda, porém só percebeu que gostava aos 17 anos, quando queria dar novos rumos aos filmes e séries que assistia, sua outra paixão. Estudante de Produção Multimídia, formada em Processamento de Dados e Pós Graduada em Docência para o Ensino Superior que adora escrever. Sendo publicada em jornais e antologias de São Paulo e Sorocaba. Fase Regional do Mapa Cultural Paulista 2013/2014, Antologia de Apoio à APAE de São Paulo 2013, 2° Concurso Literário Cruzeiro do Sul 2011, 2º Lugar no Concurso Literário da Universidade de Sorocaba 2014 (Modalidade – Causos), entre outros ao longo de 10 anos de carreira. Aguarda ansiosamente a finalização da publicação do primeiro livro “Madame Cage – A Mulher que Colecionava Jovens” pela editora Buriti. Participa de muitos concursos e oficinas literárias visando agregar cada vez mais conhecimento desse mundo infinito que é o literário, têm ideias e inventa moda toda hora, entretanto gosta mesmo é de criar histórias.

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