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Ela Veste Preto, mas o Baile é Cor de Rosa

Capítulo 5 – Ela Veste Preto, Mas o Baile é Cor de Rosa

– Eu só tava ensaiando uma coreografia que estou criando e precisava de um lugar calmo pra dar um tempo. – responde refazendo-se do flagrante.

– Ah, claro! Bem que me disseram que ela tava ficando louc… – cochicha Mell, que não engole a desculpa.

Dora a interrompeu antes que ela pronunciasse a última letra, perguntando.

– Ficando o quê?

O clima entre elas estava cada vez mais tenso e só não ficou pior porque começou uma muvuca perto da piscina e ambas foram atraídas pra lá.

– Resolvemos depois! – promete Dora.

– Será um prazer, querida! – sussurra Mell rindo maquiavelicamente.

A dona da festa logo entendeu o único motivo que levava à confusão qualquer recepção dada em New Park, gritando.

– Paris!

– O que ele está fazendo aqui? – quis saber Dora abismada.

– Eu o convidei, achando que você ficaria mais à vontade, Dorita! Mas não precisamos dele que realmente levou a sério o convite! Eu não imaginava… Tenho que admitir que ele tem coragem pra vir aqui!

– Nossa Mell… – bufa Dora no cúmulo da paciência.

Os rapazes estavam segurando Paris pelos braços enquanto o garoto que se dizia antes melhor amigo de David falava.

– Se você acha que o quê aconteceu muda alguma coisa… Tá muito enganado! Você continua sendo um alienígena pra nós e seu irmão covarde provou que era um também! – termina rindo.

– Ou vai ver se matou porque não aguentou viver com esse maluco. – ri outro deles.

– Cai fora daqui agora ou vai preferir ser jogado?

Paris não respondeu nada, apenas se manteve firme e quando iam jogá-lo para fora, um deles teve uma ideia.

– Esperem! Antes ele precisa tomar um banho de piscina! Pra não dizer que não aproveitou nada da festa!

– Joga! Joga! – todo mundo grita apoiando.

– Calma gente, esse garoto está meio perturbado, ele já tá saindo! – grita Mell tentando acalmar o pessoal.

– Mas Mell você me conv… – tenta falar Paris.

Ela fingiu que não escutou e continuou.

– Dêem um crédito, gente! – diz tirando o menino das mãos dos caras.

Até que Dora não aguentou mais a hipocrisia e explodiu.

– Cheggaaaa! Parem com isso! Que espécie de animais são vocês que se acham melhores que todo mundo! Não respeitam ninguém nem nos piores momentos. Um bando de urubus podres que só querem ver a carniça do outro.

O silêncio foi geral. Todos ficaram assustados com a crise que Dora havia tido, mas no fundo ficaram mesmo é com medo da verdade que ela havia jogado na cara deles. E que se não fosse ignorada, destruiria todo o reino dourado de relacionamentos de New Park. Porém, o silêncio foi quebrado.

– O que foi, Dora? Se somos urubus você é a nossa rainha, porque caso não esteja lembrada, quase todo mundo aqui já foi projeto seu… Não eram adequados a seus padrões e agora que você está por baixo, dando uma de maluca, quer que a galera te siga também? Acho que não queridinha… Essa você perdeu! Você tá tão louca quanto esse Nerd! E se quiser sair com ele ninguém vai te impedir, isso eu garanto. – berra Mell em rebelião.

– Eu errei sim! Mas reconheço isso agora e ainda a tempo de me salvar de você, sua manipuladora!

Dora tremia, mas estava internamente aliviada por ter aberto seu coração. Aquele sentimento de reprovação estava com ela muito antes da morte de David e este momento foi só o estopim.

– Que grupo patético! Um alien, um suicida covarde e uma patricinha neurótica! O que mais falta? – desdenha um rapaz dando apoio a Mell.

– Falta o banho! – responde Dora furiosa.

– Alôooo! Que banho? – pergunta Mell sem entender nada.

– O banho que você e esse desgraçado vão tomar agora!

E indo pra cima deles, a menina os empurrou na piscina, caindo junto e esbofeteando Mell que gritava.

– Ela está me atacando, tragam a camisa de força!

O pessoal não fez nada, apenas curtiu a cena que Paris acompanhou com espanto e orgulho da amiga. Mas Dora logo voltou a si.

– Não vale à pena! E o David não se matou! Ele foi assassinado, um dia todos vocês vão saber! – afirma largando a ex-melhor amiga depenada na piscina.

Ela correu até a saída do jardim ignorando tudo ao redor, mas antes de atravessar a porta olhou para trás sussurrando.

– Adeus, New Park!

 

Música: Goodbye – Natalie Imbruglia

E eu não entendo as coisas que faço

Mas provavelmente eu ficarei bem

Enquanto eu continuo me movimentando

Eu tentarei escrever

Então as coisas continuaram improvisando

 

Mas as palavras não funcionam

Porque não existe um jeito fácil de dizer

Adeus, Adeus

Camila Oliveira Santos

Camila Oliveira Santos - Pseudônimo Mila Olivier. Tem 30 anos, mas sua cabeça não tem idade. Escreveu a vida toda, porém só percebeu que gostava aos 17 anos, quando queria dar novos rumos aos filmes e séries que assistia, sua outra paixão. Estudante de Produção Multimídia, formada em Processamento de Dados e Pós Graduada em Docência para o Ensino Superior que adora escrever. Sendo publicada em jornais e antologias de São Paulo e Sorocaba. Fase Regional do Mapa Cultural Paulista 2013/2014, Antologia de Apoio à APAE de São Paulo 2013, 2° Concurso Literário Cruzeiro do Sul 2011, 2º Lugar no Concurso Literário da Universidade de Sorocaba 2014 (Modalidade – Causos), entre outros ao longo de 10 anos de carreira. Aguarda ansiosamente a finalização da publicação do primeiro livro “Madame Cage – A Mulher que Colecionava Jovens” pela editora Buriti. Participa de muitos concursos e oficinas literárias visando agregar cada vez mais conhecimento desse mundo infinito que é o literário, têm ideias e inventa moda toda hora, entretanto gosta mesmo é de criar histórias.

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Camila Oliveira Santos - Pseudônimo Mila Olivier. Tem 30 anos, mas sua cabeça não tem idade. Escreveu a vida toda, porém só percebeu que gostava aos 17 anos, quando queria dar novos rumos aos filmes e séries que assistia, sua outra paixão. Estudante de Produção Multimídia, formada em Processamento de Dados e Pós Graduada em Docência para o Ensino Superior que adora escrever. Sendo publicada em jornais e antologias de São Paulo e Sorocaba. Fase Regional do Mapa Cultural Paulista 2013/2014, Antologia de Apoio à APAE de São Paulo 2013, 2° Concurso Literário Cruzeiro do Sul 2011, 2º Lugar no Concurso Literário da Universidade de Sorocaba 2014 (Modalidade – Causos), entre outros ao longo de 10 anos de carreira. Aguarda ansiosamente a finalização da publicação do primeiro livro “Madame Cage – A Mulher que Colecionava Jovens” pela editora Buriti. Participa de muitos concursos e oficinas literárias visando agregar cada vez mais conhecimento desse mundo infinito que é o literário, têm ideias e inventa moda toda hora, entretanto gosta mesmo é de criar histórias.

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