Capítulo 4 – O Internato
O internato
Capítulo 04
Manoela – Eu não quero morrer, pelo amor de Deus!
Cecília – Eu sinto muito, mas não tem como reverter à situação. Aqui pede uma senha e nós não sabemos. Meu pesadelo Abiel… Tornou-se real. – Diz agarrando o menino pelos braços, desesperada. As gotas de suor se juntam ao sangue do ferimento do vidro.
Abiel rapidamente sente um mal estar estranho. Possuía labirintite e pela velocidade que o avião caía, ele começou a vomitar.
Manoela se descontrolou – Eu tenho apenas 13 anos. Tenho uma vida toda pela frente, não pode acabar aqui. Saiam da minha frente, algum botão deve desfazer essa maldição.
E começa a pressionar todos os tipos de botão possível. Mas o que ela conseguiu, foi abrir um repartimento no chão e Abiel que estava próximo foi sugado pelo vento que entrava como um furacão. Gritando de desespero.
Abiel – Me ajudem, por favor.
Cecília tentou puxá-lo pelo braço
Cecília – Pode deixar que por nada eu vou te soltar !
Ele se encanta com aquelas palavras…
As mãos dele começam a se deslizar pelas dela e ela berra para Manoela a ajudar, a menina puxa seu corpo com força e ele pede.
Abiel – Cecília, diz que me ama, por favor. Se algo ruim de acontecer…
Cecília – Nada vai ocorrer… Eu não vou deixar você cair.
Abiel – Eu não sei, mas talvez tenha chegado a hora de eu partir. – Ele olha para baixo com um aperto no coração – Diz que me ama não me deixe morrer, sem…
Mas um vento de calda a jogou para trás e a mão do menino se soltou se soltou do apoio, caindo aos berros por entre as nuvens e sumindo.
Manoela conseguiu com muita dificuldade fechar o local.
Cecília – NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOO, Abiel… – E começa a tentar abrir a porta, mas Manoela a impede.
Cecília – Me deixe me jogar, eu preciso encontra-lo do outro lado da vida. – Diz num ímpeto de arrependimento misturado com uma tristeza profunda.
Manoela – E você acha que vai ter alguma vida para você do outro lado? Suicídio nos leva para o inferno, está escrituro na bíblia.
Cecília – E o que você acha que vai nos acontecer? Vamos todos morrer!
Manoela – Mas que seja então pelo acidente. A gente não escolhe algumas coisas, elas simplesmente acontecem, está cravada nos nossos destinos. Infelizmente, o destino de todas aqui é…
O avião chega ao solo Ucraniano com estrondo, explodindo totalmente. Ao fundo daquela cena, uma luz muito forte vai se aproximando em câmera-lenta refreando tudo, até o inimaginável…
***
Certo tempo depois…
Escutara um farfalhar de gente. Aquele era o céu? Mas que lugar mais barulhento, pensava que seria numa tranquilidade total. E por que sentira aquele cheio de éter? Será que a limpeza divina era banhada nos mesmo moldes das terráqueas? Abriu os olhos. Estava em um hospital. Havia leitos próximos. Uma enfermeira trocara aos fundos, o soro dos sobreviventes. Ele estava lá: Abiel. Cecília correra até sua presença. Sua silhueta estava muito machucada, mas ela não importava. Quando ela se aproximou, no entanto, percebeu que ele não a encarava mais como antigamente. Olhava para o chão e era possível notar uma grande bolha de sangue que regurgitava por entre as faixas em sua cabeça. Estava com amnésia. A garota não aguentou, se banhou em lágrima. Uma freira a puxara para trás.
Irmã Clotilde – Já para a cama, mocinha.
Cecília – Me larga. Ele é meu amigo.
Irmã Clotilde – Não mais. Não se lembra de você, nem de tudo o que aconteceu só que está aqui. Apesar das capacidades intelectuais ficarem intactas, a parte da memória foi bruscamente destruída. Mas meus parabéns, vocês vinte que estão aqui sobreviveram ao teste. Cassandra vai adorar conhecer os novos cérebros do colégio Maquiavel.
Cecília – O QUÊEEEEEEEEEE? ERA TUDO UM PLANO. VOCÊS MATARAM MAIS DE 180 PESSOAS, SEUS TERRORISTAS DE UMA FIGA.
E começou a socar a mulher que chamando a segurança conseguiu conter a fúria da menina. Ela foi sedada de uma maneira cruel. A última coisa que viu foi o sorriso desdenhoso daquela figura eclesiástica. Uma verdadeira bruxa de batina.
Quando acordou novamente, se viu amarrada em uma cama com algemas. Estava agora dentro de um grande dormitório. Uma enfermeira novata chegou e empurrou em sua goela abaixo, um comprimido intragável. Foi finalmente libertada e quando fugia do local, uma menina puxou-lhe o uniforme. Era Manoela. A mulata havia sobrevivido.
Cecília – Manoela, você tá…(parou para analisa-la) viva. Mas que notícia boa. ( abraçando-a)
Manoela – Mas estou presa a essa cadeira de rodas. Paralisia temporária. Caramba eu achei que nunca fosse acordar. Bom, bem vinda ao colégio.
Cecília – EU NÃO VOU FICAR AQUI. ELES SÃO UNS MALUCOS, MATARAM CRIANÇAS INOCENTES DE VÁRIOS PAÍSES. EU VOU ACABAR COM A RAÇA…
Marieta aparece dobrando-se naquela esquina próxima.
Marieta – Eu se fosse você, tomaria cuidado com que fala, por que as paredes têm ouvidos bem afinados.
Cecília – VOCÊ?
Marieta – Eu mesma. E nem vem se lamentando que o destino fora injusto por me dar uma nova vida. Quem merecia morrer aqui, era você, sua jararaca robótica.
Cecília – Nossa, mas nem para xingar, você presta. E o Abiel, onde está ele?
Marieta – Provavelmente andando de mãos dadas com o bastardinho bicha louca da Cassandra. É garota, ele virou gay. O acidente afetou sua área límbica.
Cecília – Mas isso por que ele não se lembra de mim. MAS EU VOU TRATAR DE ARRUMAR ISSO JÁ.
Ela sai esbarrando em Marieta que esbanja felicidade por ter a tripudiado. Manoela passa pela demente, com uma cara séria. Marieta satiriza.
Marieta – Que foi? Nem adianta me olhar com essa cara feia, por que para mim, isso é sinônimo de fome.
Cecília está descendo a escada à procura de Abiel, quando o vê aos beijos com Lorenzo. Ela começa a chorar, correndo de fúria ao seu encontro…
Cecília – Abiel, meu querido escute…
Ele encara Lorenzo – Eu conheço essa menina?
Cecília – Conhece sim, éramos amigos e primos você bom gostava de mim. Até me pediu para se declarar antes de cair daquele avião, você precisa se lembrar!
Abiel faz um esforço com a cabeça e Lorenzo que sabia de tudo interrompe se aproveitando da situação.
Lorenzo – Sai daqui sua impostora. Não vê que ela está inventando isso para melar nossa relação. Vagabunda, sai daqui agora, se não você vai parar direto no calabouço, junto com os ratos de mamãe.
Cecília – Quem você pensa que é para falar assim comigo, sua anta humana. Por favor, Abiel, você precisa acredit…
Lorenzo chama um segurança que recolhe a menina pelo braço.
Lorenzo – Leve ela para a biblioteca com os demais, quero ver essa peste penando e devorando aqueles livros por um prato de comida.
Ela tenta se desvencilhar, mas não consegue. A vontade que tinha era de bater naquele loiro oxigenado. Ao chegar à biblioteca, percebeu que muitos alunos eram feito de escravos. Ciclope os ameaça com chicote, caso parassem de estudar. Ela foi atirada no meio do povo.
Segurança – Chegou mais uma para você Gigante.
O grandalhão a encarou com malícia. Ela engoliu seco ao perceber que havia alguns feridos, sentiu até pena de Manoela que urrava de dores sendo pressionada a estudar. Sua cadeira estava tornada no chão e ela imóvel, tinha que fazer os severos deveres. Ciclope a apressou.
Ciclope – O que está esperando para abrir o livro de álgebra? Quero 150 exercícios em menos de meia hora pronto, do primeiro capítulo que a dorminhoca perdeu.
Cecília – Eu não sou dorminhoca coisa nenhuma. Mas o que está acontecendo aqui? Isso é uma espécie de escravidão fordista. Diz que eu tô enganada, por que se eu não estiver, vou denunciar essa espelunca agora.
Todos se assustaram quando Ciclope se aproximou da menina pegando pelas orelhas e jogando no chão, metendo-lhe o instrumento nas costas.
Cecília – PARA COM ISSO, ESTÁ DOENDO. – Gemia de dor.
Cassandra aparece no segundo andar, contemplando aquele espetáculo – É para doer mesmo! Você precisa ter regras de boas maneiras, garota!
Cecília – ORDINÁRIA, EU VOU ACABAR COM A SUA RAÇA.
E subindo correndo, joga a mulher com veracidade escada abaixo.
Todos se apavoram. Cassandra arrumando o cabelo grita de uma maneira ensurdecedora aguda. Parecia uma fênix quando tivera a prole destruída.
Cassandra – CICLOPE MOSTRE PARA ESSA PESTINHA, QUE ISSO AQUI NÃO É BRINCADEIRA. Hora de torrar um pouquinho, bebê! – Diz com simpatia esses últimos dizeres.
Ele agarra a menina a força e sai arrastando pelos cabelos pelo corredor. Ela grita ao ver o sorriso maquiavélico de Lorenzo, que agora se encontra a sós, por que Abiel foi levado para a sessão de tortura.
Lorenzo – Agora você vai ter o que merece prostituta de bordel. Hahaha. Ai que delícia – Despejou seu bordão.
Cecília – VOCÊ VAI ME PAGAR, SEU VIRA-LATA DO INFERNO.
Ciclope a joga num caldeirão de água fervente. Ela urra de dor e suas mãos são amarradas por cordas condutoras. Ele as conecta numa tomada potente e ela sofre com aqueles choques violentos.
É terrível, parecia que sua alma estava sendo retirada do corpo a força. Aquilo iria correndo suas artérias. A dor das queimaduras não se igualara aquela corrente elétrica.
De repente, um adolescente que beirava os dezoito anos bate bruscamente uma pedaço de madeira na cabeça do gigante que cai estatelado no chão. Ele consegue salvá-la a tempo.
No seu colo. Cecília retira sua touca preta acoplada ao casaco e eles se encaram por uns momentos muito próximos aos lábios.