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Menina Flor

Capítulo 02 – Menina Flor

Capítulo 02
Juliana: Eu reparei que o Rafael anda saindo muito de casa, e eu desconfio que ele esteja me traindo.
Melissa, nervosa: Traindo? Com quem?
Juliana: É isso que eu quero te pedir pra descobrir.
Melissa: A senhora quer que eu descubra se o senhor Rafael tem outra, é isso?
Juliana: Exatamente! Eu acho que aquele homem só pode ter encontrado uma vadia sem o mínimo de dignidade e fácil pra dar a ele prazeres.
Melissa dá uma bofetada em Juliana: Calada!
Juliana, caída no chão: Mas como se atreve?
Melissa: Eu já sei quem é a amante do seu marido dona Juliana, sou eu!!!
Juliana deixa a cesta com Carol no chão.
Juliana, se levantando: O que foi que você disse sua imunda?
Melissa: Sou eu, sou eu, o seu marido te trocou por uma empregada.
Juliana: Mas você só pode estar me fazendo de idiota.
Melissa, debochando: Não, essa é a verdade, você sabe muito bem que o Rafael há tempos que não te aguenta, e no momento que ele estava carente… eu apareci.
Juliana: Sua vagabunda, vive na minha casa, vive do salário que eu te pago e você se mete com o meu marido.
Melissa: Seu marido? O Rafael nunca foi seu, você nunca foi nada pra ele. Sabe o que ele me dizia? Que só eu satisfazia ele, que eu sim era mulher de verdade!
Juliana dá uma bofetada em Melissa: Desgraçada, eu vou te matar.
As duas começam a brigar. Juliana derruba Melissa e parte pra cima dela, esganando-a, batendo sua cabeça no chão e puxando o seu cabelo.
Juliana, furiosa: Maldita, eu vou te dar o que você merece.
Melissa, quase sem voz: Perua maldita, eu te odeio.
Melissa tenta se levantar, mas Juliana lhe dá seguidas bofetadas. Melissa coloca as mãos no rosto de Juliana e aperta os dedos nos olhos da inimiga, que a solta. As duas rolam pela grama, até que Melissa pega uma pedra e a acerta na cabeça de Juliana.
Juliana, com dor: Você me acertou.
Melissa: Vai pro inferno.
Melissa empurra Juliana, que cai no rio de cima da cachoeira. Após a queda de Juliana, Melissa fica olhando para o rio.
Melissa, assustada e feliz: Meu Deus, o que eu fiz? Mas aquela perua bem que merecia. Ah, mas agora nada impede o Rafael de se casar comigo.
Carol começa a chorar.
Melissa, brava: Ah, e agora eu vou ter que bancar a mãe dessa pirralha chorona. Ou eu devo jogá-la daqui de cima também?
Melissa pega a cesta para jogar Carol de cima da cachoeira também, mas antes de cometer mais um assassinato ela tem uma ideia.
Melissa: Mas pensando bem, eu tenho outra ideia.

Melissa vai até uma cabana velha e abandonada. Ao entrar, ela deixa Carol no chão.
Melissa: Só preciso deixar essa menina aqui e à noite, eu me livro dela de vez.

Fazenda Aguiar Cordeiro. Um tempo depois.
Melissa entra em casa desesperada: Senhor Rafael! Senhor Rafael!
Rafael: O que foi Melissa?
Melissa, aflita: Senhor Rafael, aconteceu uma tragédia com a sua esposa e a sua filha, elas morreram.
Rafael, assustado: O que? O que está dizendo?
Melissa, aflita: Nós estávamos passeando perto da cachoeira e a dona Juliana escorregou numa pedra e caiu no rio.
Rafael: Meu Deus.
Melissa, chorando: Eu tentei salvá-la, mas a correnteza estava muito forte e ela caiu da cachoeira. Ela estava com a cesta em que a menina estava e ela também caiu.
Rafael, assustado: Meu deus, isso não pode ser. Eu vou chamar a polícia, talvez ainda possamos encontra-las vivas.
Rafael sai correndo da sala.
Melissa, sussurrando e sorrindo: (risos), agora sem aquela perua e aquela pirralha, o Rafael e todo o dinheiro dele serão meus.

Noite, está chovendo. Rafael está esperando notícias e o delegado Kleber chega.
Rafael: E então delegado, alguma pista da minha esposa ou da minha filha?
Kleber: Senhor Rafael, eu preciso que o senhor seja muito forte.
Rafael: Meu Deus, o que houve?
Kleber: Nós começamos as buscas na parte do rio depois da cachoeira e encontramos um corpo, o da sua esposa Juliana.
Rafael: Oh, e ela estava bem?
Kleber: Eu lamento, mas ela bateu fortemente com a cabeça e não resistiu.
Rafael, chorando: Não pode ser. E a minha filha?
Kleber: Nós procuramos em toda parte, mas não encontramos sinal dela, não a encontramos nem a cesta em que ela estava sendo carregada.
Rafael: Isso não pode estar acontecendo.
Os olhos de Rafael enchem de lágrimas e ele cai no chão, desesperado.
Rafael: Minha esposa e minha filha, isso não pode ser verdade.
Kleber: Não se preocupe senhor, eu prometo que nós vamos fazer o possível para encontrar a sua filha.
Rafael: Por favor.
Kleber: Agora nós vamos ter que encerrar as buscas por hoje porque a chuva está atrapalhando, mas amanhã eu prometo que iremos continuar.

Floresta. Mesmo chovendo muito, Melissa chega à cabana velha onde deixou Carol.
Melissa: Puxa, que chuva. Por pouco aqueles policiais não me viram vindo pra cá. Oi garotinha, que sorte que está dormindo.
Melissa pega a cesta e dá uma olhada em Carol.
Melissa: Muito bem queridinha, agora nós vamos até a sua nova casa.

Lar Coração de Mãe. Um tempo depois, Melissa chega em frente ao lugar e deixa a cesta na porta.
Melissa: Você vai ficar aqui agora minha querida.
Melissa bate na porta e sai correndo. Uma mulher abre a porta.
Lurdes: Com essa chuva, quem poderá ser?
A mulher, Lurdes vê a cestinha com o bebê na porta.
Lurdes pega a cesta: Oh meu Deus, é uma criança. Calma, calma menininho, agora já tá tudo bem, tá tudo bem.
Lurdes entra no lar e vai até a cozinha.
Lurdes: Carlos esquenta um pouco de leite aí.
Carlos: Tudo bem, vai querer um copinho?
Lurdes tira Carol da cesta: Não é pra mim, é pra ela.
Carlos: Minha nossa, quem é esse?
Lurdes: Essa! Eu não sei, acabei de encontra-la a em frente ao lar. Não é linda?
Carlos: É sim, parece bem novinha. Você viu quem a deixou ali?
Lurdes: Não, eu só ouvi alguém bater na porta e quando saí estava essa criaturinha linda dentro da cestinha na frente porta.
Carlos: Mas quem poderia abandonar uma criança assim?
Lurdes: Eu não sei, alguém sem coração. Mas vai, prepara uma mamadeira de leite pra ela que ela deve estar cheia de fome.

Manhã seguinte. Fazenda dos Aguiar Cordeiro. Rafael está de frente pra janela com um copo na mão quando Melissa entra no quarto.
Melissa: Com licença senhor Rafael, posso entrar?
Rafael: Pode sim.
Melissa: Como se sente?
Rafael: Como você acha que eu posso me sentir? Até ontem eu tinha uma esposa, uma filha, e agora de repente eu não tenho mais ninguém.
Melissa: Eu lamento, realmente eu lamento muito.
Rafael: Eu sempre disse várias vezes que queria que a Juliana morresse, mas agora que aconteceu eu não sei o que fazer.
Melissa: É, eu imagino como deve ser difícil perder alguém a quem você jurou amar até a morte na igreja e na frente de Deus.
Rafael se senta na cama.
Rafael: A Carol era a única coisa que me unia a Juliana, e agora eu também a perdi.
Melissa: E o pior é nem poder enterrá-la.
Rafael: Como você sabe que o corpo da Carolina não foi encontrado?
Melissa, nervosa: Ah, bem… é que a correnteza estava muito forte e eu ouvi quando o delegado Kleber falou pra você.
Rafael: Eu não sei o que vou fazer agora, sem minha filha.
Melissa abraça Rafael: Rafael, você disse que a Juliana era a única coisa que nos impedia de ficar juntos, e agora não há mais nada.
Rafael: Do que você está falando?
Melissa: Eu te amo, e agora eu estou aqui ao seu lado, pronta pra te amar e ficar ao seu lado nesse momento difícil.
Rafael: Melissa eu não sei se esse é o melhor momento pra eu voltar a me relacionar.
Melissa: Eu já disse, eu te amo e eu quero ficar ao seu lado e sem me esconder, eu quero te amparar e te ajudar nesse momento. Por favor, me permite isso.
Rafael: Eu não sei o que fiz pra te merecer.
Os dois se abraçam e Rafael começa a chorar e Melissa sorri.

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