Capítulo 71 – Realeza (Última semana)

SEPTUAGÉSIMO PRIMEIRO CAPÍTULO 

Cena 1- Apartamento de Celso- Tarde.
Maria Letícia fala sobre Kevin para Melissa, que fica pasma com toda a história.

Melissa: Você só pode estar brincando com a minha cara. Fala a verdade, Maria Letícia. O Rodolfo é mesmo o seu pai? – Ela parece não acreditar.
Maria Letícia: Estou sendo sincera com você, garota. Rodolfo era mesmo meu pai. – Ela fala com raiva. – E antes que você me julgue por ter matado aquele “bom” homem, deixe eu te contar quem realmente era aquele crápula.
Melissa: Saiba que nada estará feito entre nós se estiver mentindo para mim. Não cumprirei com o combinado caso você venha com mentiras, ok?
Maria Letícia: Tudo começou quando eu tinha apenas quinze anos. – Ela fixa o olhar em um objeto de decoração. – Minha mãe havia acabado de morrer, e eu fiquei sobre a tutela do Rodolfo, que era meu pai. – Ela procura forças para continuar falando. – Pouco depois da morte da minha mãe, ele acabou sendo demitido, ficou desempregado, e procurava loucamente por uma forma de ganhar dinheiro. – Ela engole seco. – Foi quando ele teve a magnífica ideia de me prostituir. – Ela fala ironicamente.
Melissa: Sério? Mas o Rodolfo que eu conheci, nunca teria coragem de fazer isso com alguém. – Ela comenta surpresa.
Maria Letícia: Isso é o que você pensa, o que ele mostrou para você. – Ela continua concentrada. – Acabei realizando vários programas, inclusive com muitos amigos dele. E o absurdo é que… eu me sentia bem, pois aquilo estava rendendo dinheiro para dentro de casa. Mas sabia que fazer programas era sujo, nojento. – Ela fala com cara de nojo. – O meu pai recebia tantos elogios dos clientes, que diziam como eu era gostosa, e que fazia sexo como ninguém. – Ela fala com repulsa. – Foi quando ele mesmo decidiu experimentar do que tanto lhe falavam.
Melissa: O que? O Rodolfo abusou de você? Ele teve coragem de transar com a própria filha? – Ela fica escandalizada.
Maria Letícia: E foi depois disso que eu resolvi fugir de casa. Fugi mais decepcionada do que nunca por tudo o que ele me fez. – Os olhos dela ficam vermelhos. – Nesta fuga, acabei conhecendo a mãe da Maria José, a dona Carmelita. Ela viu o meu estado: uma menina suja, sem rumo. E decidiu me levar para casa, e procurar por alguma ONG que pudesse me ajudar. Porém, ela não conseguiu nada, e acabou deixando que eu ficasse em sua casa.
Melissa: Então foi assim que você foi parar debaixo do mesmo teto que a Maria José. – Ela conclui.
Maria Letícia: Sim. Nesta época ele ainda era José Maria, um homem. – Ela dá um sorriso sarcástico. – Foi quando a dona Carmelita morreu, que ele resolveu “sair do armário”. E foi quando eu tive que voltar a fazer o que meu pai me obrigava: me prostituir.
Melissa: Ela morreu pouco tempo depois de você ter chegado lá?
Maria Letícia: Uns dois anos depois da minha chegada. Maria José e Denise ficaram inconsoláveis e completamente sem chão. – Ela relembra. – Nós três éramos bem unidas. E fui eu quem sugeri a Maria José para que abrigasse umas amigas minhas que eram quengas, como eu. Ela cobrava o aluguel e tudo o mais, mas parece que hoje em dia abriga esse tipinho de graça.
Melissa: Talvez porque ela tenha se sentido sozinha sem a irmã, sem você, por isso acabou abrigando as meninas para substituir o vazio que vocês deixaram.
Maria Letícia: Pode ser. – Ela concorda. – Antes de morrer, Denise trabalhava de faxineira em um hotel, aonde ela conheceu o Roberto. Mas o que ela não sabia, era que ele já era casado. Eles passaram a namorar bastante lá dentro de casa mesmo. E foi assim que comecei a descobrir bastante coisas sobre ele, inclusive que ele era rico. Acabei me interessando, e furei o olho da songa monga. Porém, tudo foi por água abaixo quando Denise e Maria José descobriram que tínhamos um caso.
Melissa: Ai, que horror! Você não perdoa uma, Maria Letícia. Está para nascer pessoa mais cruel que você.
Maria Letícia: O mundo é dos espertos, querida. Aprendi isso com o meu querido papaizinho. Mas então, depois que elas descobriram tudo acabaram me escorraçando de casa e tudo o mais. Sem ter para onde ir, recorri ao Roberto, e como eu já havia descoberto que ele era casado… as coisas foram bem mais fáceis.
Melissa: Presumo que tenha ameaçado ele a pagar um hotel ou algo do tipo para você.
Maria Letícia: Mas é lógico, e quando fiquei sabendo que ele ainda estava de rolo com a Denise, que ela havia o perdoado… tratei logo de garantir o meu terreno: “Se você não me apresentar a um amigo rico, irei atrás da sua esposa e direi que você tem um caso com a Denise”. Na verdade, quem me sugeriu a falar isso foi o Celso, que eu conhecia por ter realizado alguns programas com ele. O Roberto gelou e não demorou muito para me apresentar ao Alberto, mas só me ajudou tão rápido porque havia descoberto que a Denise estava grávida, e por isso não ia me deixar para traz. Pois corria o risco de ela se juntar a mim para procurar por ele.
Melissa: Agora eu entendo o porquê da Maria José te odiar tanto: você pegou o namorado “perfeito” da irmã dela. Quer dizer, depois você deu mais motivos para que o ódio dela por ti aumentasse.
Maria Letícia: Ah, aquele projeto de mulher sempre teve inveja de mim, isto sim. – Ela respira fundo. – Enfim, depois de alguns meses, o Roberto voltou a aparecer. Eu estava namorando o seu tio, e tinha levado o Celso comigo, dizendo que ele era meu irmão. Todos caíram direitinho na nossa lábia. Mas como disse, o Roberto voltara com um novo empecilho: Denise estava prestes a dar à luz. Com certeza, depois que tivesse a criança ela iria colocar um processo contra ele para exigir pensão e tudo o mais. E como o desgraçado presava tanto a família antigamente, ele implorou para que eu o ajudasse.
Melissa: E foi assim que você se livrou da Denise?
Maria Letícia: Sim. Nós fomos ao hospital, depois que o bebê nasceu. Lá, o Roberto distraiu os enfermeiros e médicos, enquanto eu estrava no quarto aonde a Denise estava. Asfixiei ela com um travesseiro, e a pobre acabou morrendo. – Ela conta, fingindo pena.
Melissa: Tá, agora deixando a sua história pessoal de lado… vamos a quem realmente interessa: o Rodolfo.
Maria Letícia: Aquele canalha? Por eu ser influência na alta sociedade, ele acabou me encontrando novamente, depois de tantos anos. – Ela se enche de raiva. – E foi por isso que ele se envolveu com a sua mãe e tudo o mais: para ficar próximo a mim.
Melissa: Então ele não gostava da minha mãe? Ele só estava com ela para ficar perto de você?
Maria Letícia: Sim. O desgraçado voltou para a minha vida através da sua mãe, e me ameaçou, até que… que… conseguiu o que tanto queria: transar comigo novamente. – Ela não aguenta mais segurar e uma lágrima escorre do seu olho. – Mas o pior estava por vir… eu fiquei grávida daquele imundo. Depois de ter tido o Marcelo e a Malu, acabei engravidando de outro filho. O que me deixou cega de ódio, e motivou para que eu me livrasse do Rodolfo de uma vez por todas.
Melissa: Pera ai. Por acaso era aquele bebê que nasceu morto? Então você mentiu dizendo que a criança era do meu tio?
Maria Letícia: E não tive outra alternativa, tinha que mentir para sustentar o meu casamento com o Alberto. Nunca que eu iria contar que o bebê não era dele.
Melissa: Sorte a sua que essa criança nasceu morta, pois se ela estivesse vive hoje… não sei nem o que poderia fazer quando descobrisse que foi fruto de um abuso entre o avô e a mãe.
Maria Letícia: Ele não nasceu morto, esta foi outra forma que achei para me safar. Na verdade, eu obriguei que o Dalton, meu antigo motorista, abrigasse a criança, mas em sigilo absoluto. Os únicos que ficaram sabendo da existência do Kevin, tirando ele e eu, foi a família dele, que tempo depois acabaram se tornando empregados da família e do clube. – A campainha toca. – A Regina, o Jonathan e o Rafael devem muito a mim por tê-los ajudado. Pois foi por causa do meu pedido que o Alberto os contratou, e eu só fiz isso porque o Dalton havia morrido, e eles estavam desamparados.
Melissa: E o que foi que aconteceu com a criança?
Maria Letícia: Antes do Dalton partir desta para a melhor, o Kevin acabou morrendo de uma forma misteriosa. Não me pergunte, pois até hoje não sei do que ele morreu, também nunca quis saber. – Ela atende a porta.
Policial: Maria Letícia Lemes Corte Real? – Ela confirma. – A senhora está presa. Podem algemá-la. – Os outros policiais se aproximam dela.
Maria Letícia: Pera ai, o que está acontecendo aqui? Como assim presa? – Ela arregala os olhos, assustada. Os policiais a algemam.
Melissa: Acho que o nosso papo acabou aqui. – Ela sorri para Maria Letícia, que é levada pelos policiais.

Cena 2- Cobertura de Severino- Tarde.
Marillu conta sobre como foi a sua conversa com Ivan. Frederico e Severino ficam felizes por ela.

Marillu: Eu nunca pensei que um dia iriamos ter uma conversa daquelas. Uma conversa tão franca, sem nenhuma palavra chula, nenhuma ofensa. – Ela fala emocionada. – Confesso que sempre sonhei com isso, mas nunca imaginei que um dia viesse a se tornar realidade.
Severino: Estou muito feliz que vocês tenham se acertado. – Ele abraça Marillu. – Parece que aos poucos estamos reerguendo a nossa família, a qual você nunca deveria ter largado.
Marillu: Fiz isso por burrada, mas prometo que nunca mais irei abandonar vocês.
Frederico: Mas não é você quem está querendo voltar para o interior? Assim a distância entre nós vai aumentar.
Marillu: Eu sei disso, mas vocês poderão nos visitar quando quiserem. Assim como nós também podemos vim visitar vocês quando menos esperarem.
Frederico: É uma boa sugestão. – Ele beija a testa da mãe. – O importante é que há amor entre nós.
Marillu: Eu amo vocês com toda a minha força. – Ela abraça Severino e Frederico ao mesmo tempo. – Como eu já disse antes: se eu pudesse voltar no tempo, não teria me apaixonado pelo Alberto, não teria feito nenhuma burrada por amor.
Severino: É bom amar, mas tudo em excesso acaba fazendo mal. – Ele alerta. – Mas isso não importa agora, o que importa é que estamos felizes juntos.
Marillu: E que nada, nem ninguém irá nos separar. Com fé em Deus seremos uma família feliz. – Severino e ela se beijam.
Frederico: Tá, tá. Eu não sou obrigado a ver vocês se beijando. – Ele fala brincando. – Ao menos respeitem a minha presença.
Marillu: Deixa de ser bobo, meu filho. – Ela sorri para ele. – E quando é que nós iremos para Ourinhos? Agora que posso usufruir do dinheiro do Carlos da maneira que achar melhor, pretendo procurar por uma casa logo.
Frederico: Não se esqueça que também precisarei de dinheiro, não vá gastar tudo.
Marillu: Você nem sabe ainda se aquela criança é mesmo sua.
Frederico: Mas pode ser que seja, então é melhor prevenir do que remediar.
Marillu: Tudo bem. Dinheiro é o que menos importa, neste momento. Pois nada compra essa felicidade que estamos vivenciando.

Cena 3- Apartamento de César- Tarde.
Célia leva Maria Luiza para tirar satisfações com Antonella.

Célia: Antonella, minha neta. Trouxe uma pessoa que quer muito falar contigo. – Ela diz ao entrar em casa.
Antonella: Uma pessoa que quer falar comigo? Quem? – Ela estranha.
Célia: Pode entrar. – Maria Luiza entra e tira os óculos escuros. – A nossa querida Malu.
Maria Luiza: Quanto tempo, hein Antonella? Já tem alguns dias que não te vejo. Por que sumiu? Por acaso está me devendo algo? – Elas se encaram.
Antonella: Tenho certeza que a vovó foi encher a sua cabeça de caraminholas. Se eu fosse você, não dava muito ouvidos para o que ela diz.
Maria Luiza: E porque não acreditaria que você teve a coragem de contar para a minha mãe sobre o meu relacionamento com o Jonathan? Tudo porque queria ser a nova líder da SDP, cargo que foi destinado a mim. – Antonella engole seco. – E mais, ainda não sei por qual motivo, mas se você teve coragem de contar sobre isto para a minha mãe, também teve a audácia de mandar aquele vídeo intimo meu para internet.
Antonella: Eu não sei sobre o que você está falando. – Ela se faz de desentendida. – Quer saber de uma coisa? Não vou ficar aqui escutando asneiras não. – Ela se levanta e dá de costas. Mas Maria Luiza a puxa pelos cabelos.
Maria Luiza: Olha aqui, Antonella, eu não sou nenhuma boba não. Sei que está envolvida nisso até o pescoço, só quero que me fale o porquê.
Antonella: Você está ficando louca? Não posso ficar passando por emoções, sabia que estou grávida?
Maria Luiza: Grávida? – Ela fica surpresa. – Eu não sabia disso.
Antonella: Então tenha ao menos o bom senso de me deixar descansar. O repouso é fundamental na gestação de um bebê.
Maria Luiza: Mas isso não a impede de abrir essa sua boca para me dizer o porquê de tamanha intromissão em minha vida.
Antonella: Quer saber mesmo a verdade? Não sei se a dona Célia te contou, mas só enviei aquele vídeo porque foi a única maneira que achei para salvar a pele dela.
Célia: Não me envolva nas suas historinhas, Antonella. Seja mulher suficiente para admitir o que faz.
Antonella: Pare com isso, vovó. Está agindo como se fosse uma adolescente, só porque eu não aceito o seu namorado. – Ela se revolta.
Célia: Pouco me importa se você gosta ou não do Tiago, só quero que você respeite o nosso namoro. Nós nos amamos muito e não iremos terminar por causa de você.
Antonella: Veremos até quando durará esse amor.
Maria Luiza: Então quer dizer que você está namorando aquele nojento, Célia? Aquele vídeo é resultado de uma ameaça dele. O desgraçado me obrigou a transar com ele, e ainda por cima filmou tudo.
Antonella: Ela sabe de tudo isso, pois foi ela quem passou o seu endereço a ele.
Célia: Passei somente para que ele lhe entregasse a minha carta.
Antonella: Mentira. Ele tinha deixado bem claro o que queria com você, Maria Luiza. E mesmo assim ela passou o seu endereço.
Maria Luiza: Ai, vocês são loucas, isto sim. – Ela coloca os óculos novamente. – Quer saber de uma coisa? Até nunca mais. – Ela vai embora.
Antonella: Se você queria me detonar, vovó, o tiro saiu pela culatra. – Ela tripudia.
Célia: Pelo menos agora o Tiago não será processado, pois a Malu sabe que foi você quem enviou o vídeo. Se eu fosse você, ficava preparada porque ela não vai deixar isso barato.

Cena 4- Delegacia- Noite.
Maria Letícia chega no local algemada. Ela vê Clotilde e Maria José.

Maria Letícia: Eu exijo que me concedam um advogado. Não sei do que estão me acusando, mas o fato é que não tenho nada a ver com isso.
Policial: Desculpe, minha senhora, mas não é isso o que dizem as provas. – Ele a carrega pelo local. – As palavras foram proferidas por sua própria boca.
Maria Letícia: Pois eu quero ver que provas são essas. Vocês estão cometendo uma tremenda de uma injustiça, e isto não vai ficar assim.
Policial: Isso foi uma ameaça? Quer que eu acrescente na sua ficha desacato a autoridade?
Maria Letícia: Me desculpe, mas é que esta situação toda não tem nexo nenhum. Alguém pode me dizer o que foi que eu fiz? E quem provou tal coisa para vocês?
Policial: Essas informações são confidenciais, não posso abrir a minha boca para falar absolutamente nada.
Rogério: Ai está a detenta. – Ele dá um sorriso. – Podem colocar ela numa cela qualquer. Amanhã a transferimos para um presídio.
Maria José: É bom ver que a justiça está do nosso lado. – Ela fala para Clotilde, que está sendo empurrada na cadeira de rodas por ela. – Tudo bem, Maria Letícia?
Maria Letícia: Mas o que…? Claro! Claro! Só podem ter sido obra de vocês. Tenho certeza que se uniram para me difamar de tal forma.
Clotilde: Não lhe difamamos, priminha, apenas mostramos as provas necessárias para que você fosse levada para o xilindró. – Ela sorri. – E antes de ir, gostaria de te dizer que estou incrivelmente bem. Mais uma vez que você tenta se livrar de mim, porém, novamente quebrou a cara.
Maria Letícia: Isto é o que você pensa. – Ela fala com ódio. – O que vocês estão fazendo comigo vai ter volta, pode ter certeza disso.
Maria José: Pois saiba que nós estaremos esperando por você, mas bem longe daqui. – Ela zomba da cara da inimiga. – Agora vamos, Clotilde, antes que fique tarde demais.
Clotilde: Só estou sentindo falta do Celso. Não conseguiram capturar ele?
Rogério: Ao que tudo indica, era apenas Maria Letícia quem estava no apartamento. Mas não precisam se preocupar. Ele foi cúmplice dela, e terá o mesmo destino que a comparsa.
Maria Letícia: Anotem o que estou dizendo: eu vou acabar com vocês, acabar. – Os policiais a levam.
Maria José: Tomara que ela apodreça atrás das grades.

Cena 5- Cobertura de Marisa- Noite.
Melissa conta para Marisa sobre o que Maria Letícia havia lhe dito.

Marisa: Ai, filha, você não vai acreditar. A Maria José acabou deligar e falou que a bruxa má já está atrás das grades. – Ela fala ao ver Melissa entrar. – Melissa? Estou falando com você.
Melissa: Eu sei que ela já foi presa, mamãe. – Ela se joga no sofá, com os olhos vermelhos de tanto chorar. – Eu estava com ela, quando a levaram.
Marisa: Como é que é? Você estava com a Maria Letícia? – Ela fica surpresa. – Como assim? O que vocês estavam fazendo juntas?
Melissa: Eu não consegui me conter, e fui atrás da verdade. Eu precisava saber o que realmente aconteceu com o Rodolfo. – Ela chora. – E se eu soubesse da verdade antes, nem teria perdido o meu tempo com aquele crápula.
Marisa: Por que está falando assim dele? A Maria Letícia envenenou a sua cabeça contra o Rodolfo, não é? Só pode.
Melissa: Nada disso, mamãe. Ela foi sincera comigo, me contou toda a verdade. – Ela chora muito. – E se você soubesse quem realmente era aquele homem, tenho certeza que nunca teria namorado ele.
Marisa: O que foi que você descobriu? – Ela se senta ao lado da filha.
Melissa: Eu descobri que o Rodolfo era pai da Maria Letícia, e que ele havia abusado dela. E com isso ela acabou fugindo de casa, e passou um bom tempo na casa da Maria José. Depois ela conseguiu casar com o tio Alberto, e se tornou uma pessoa pública. O que o ajudou a encontra-la novamente. – Ela faz uma pausa, emocionada. – E foi assim que ele entrou em nossas vidas: aproximando-se de nós para ficar perto da filha.
Marisa: Então… ele só estava comigo por causa da filha dele? Ele só queria ficar próximo a ela?
Melissa: Sim. E quando conseguiu ficar próximo de Maria Letícia, abusou dela novamente… a deixando grávida.
Marisa: Como é que é? Rodolfo e Maria Letícia tiveram um filho?
Melissa: Ela mentiu dizendo que a criança era do tio Alberto, e também mentiu quando falou que ele havia nascido morto.
Marisa: E aonde é que está essa criança?
Melissa: Morreu. A forma que isso aconteceu ela também não sabe. Só sabe que ele está morto e enterrado.
Marisa: Gente, que história mais maluca. – Ela fica chocada. – Mas ela te falou detalhes sobre como matou o Rodolfo? O envolvimento do Celso nisso tudo?
Melissa: Ela não falou muito sobre. Apenas disse que tinha se livrado dele por estar com ódio de o desgraçado tê-la engravidado.
Marisa: Meu Deus, meu Deus. – Lágrimas escorrem o seu rosto. – Como eu pude namorar um monstro?

Cena 6- Casa de Regina- Noite.
Jonathan, Rafael e Regina conversam sobre Kevin. Ela os conta a verdadeira história que há por traz da adoção do garoto.

Regina: Como o Jonathan já falou para a Maria Luiza sobre a existência do Kevin, e a Maria Letícia caiu de vez. Acho que agora vocês podem ficar por dentro da verdade que há por traz desta história do Kevin. – Ela cruza as pernas.
Jonathan: Ah, será que agora nós podemos saber o porquê de você não querer que ninguém ficasse sabendo que o Kevin existiu um dia? – Ele cruza os braços.
Rafael: Tudo o que eu mais quero é que a senhora esclareça todo esse mistério para nós, mamãe. Pois dizia que ninguém podia ficar sabendo do Kevin porque o Jonathan havia matado ele, e ninguém entenderia que não foi proposital. Mas parecia mais que você tinha medo da Maria Letícia, isto sim.
Regina: Eu irei contar a verdade para vocês, mas peço que mantenham tudo que for dito aqui em segredo. Pois não sei se isso ainda pode nos prejudicar.
Jonathan: Pode confiar em nós, não contaremos nada para ninguém. Só comentei com Maria Luiza porque não aguentava mais esconder isso dela, pois eu a amo muito.
Regina: O Kevin não foi adotado como o Dalton e eu dissemos para vocês. – Eles ficam surpresos. – Ele era filho da Maria Letícia, resultado de um abuso sexual que ela havia sofrido do próprio pai.
Jonathan: Pera ai, então ela teve quatro filhos? Por que a Malu falou que um havia nascido morto.
Regina: Não. Na verdade, a Maria Letícia mentiu dizendo que o bebê havia nascido morto. Ela pagou o médico para que ele mentisse para toda a família.
Rafael: Então, o bebê que estava “morto”… vivia conosco. – Ele conclui.
Regina: Sim. Ela praticamente obrigou o pai de vocês a ajudá-la. Maria Letícia ameaçou Dalton, dizendo que o demitiria caso ele não fizesse o que ela queria. Com medo, o pobre acabou aceitando abrigar a criança em nossa casa.
Rafael: Foi quando vocês chegaram com a criança aqui em casa, dizendo que era adotada.
Regina: No início eu fiquei enfurecida com a história, mas como o emprego dele estava em jogo… acabei aceitando tudo.
Jonathan: E quando o Kevin morreu? O que foi que disseram a ela?
Regina: Não demos maiores explicações, apenas falamos que o bebê havia morrido, e que estávamos providenciando o enterro. Ela ficou muito feliz com a notícia, pois ela nunca quis a criança.
Rafael: E por que diabos ela não abortou?
Regina: Porque ela descobriu que estava grávida junto com a família. Parece que ela tinha passado mal e a levaram para o hospital, lá disseram que ela estava grávida. O Alberto ficou super entusiasmado com a ideia de ter outro filho, e acompanhava a gravidez dela de perto… o que a impossibilitou de fazer um aborto.
Jonathan: E depois que o papai morreu?
Regina: Depois que o seu pai morreu, ela acabou me contratando como empregada, e pediu para que o Alberto os contratasse no clube.
Jonathan: Me lembro. Naquela época nós ainda éramos pivetes. – Ele sorri. – Mas ela fez isso por gratidão? É difícil imaginar Maria Letícia fazendo uma boa ação.
Regina: Ela fez isso mais para me silenciar sobre a existência do Kevin, do que por boa ação. Mesmo morto, ela não queria que soubessem que o menino sequer tinha vivido. E olha que ela me ameaçou até de morte por causa desse segredo.
Rafael: Ah, então é daí que vem o medo que você tem dela. – Ele conclui. – Por isso que não quer que o Jonathan se envolva com Maria Luiza.
Regina: Na verdade, quem não aprova o envolvimento deles é ela. A megera tinha medo que a Malu e o Jonathan juntassem a mais b e descobrissem que o Kevin era filho dela.
Jonathan: E como é que nós iriamos descobrir isso? Nem passou pela minha cabeça.
Regina: Ela é louca. Enfim, por favor, isto não pode sair daqui. – Ela suplica.
Rafael: A minha boca é um túmulo.
Jonathan: A única coisa de bom que tem nesta história é que o papai me perdoou por ter… matado o Kevin. – Ele fala cabisbaixo.
Rafael: O papai foi turrão com você durante bastante tempo, mas antes de morrer acabou lhe perdoando.
Regina: Agora vamos deixar essa história de lado. Graças a Deus, tudo parece estar resolvido.

Cena 7- Apartamento de Celso- Noite.
Lilla surge no local, e descobre que Maria Letícia foi presa. Celso conta que Roberto se entregou para a polícia, e que não precisa mais dos serviços dela.

Lilla: E ai, patrãozinho? Quando é que eu tenho que fazer o meu serviço? – Ela pergunta animada.
Celso: Não precisarei mais dos seus serviços. O Roberto e entregou para a polícia, assim como Maria Letícia que também foi levada em cana.
Lilla: O que? A rainha perdeu o trono, a coroa, e ainda foi parar no xilindró? Eita que esta história tá ficando emocionante. Agora só falta o comparsa dela arranjar uma nova companheira. – Ela diz passando a mão sobre as costas dele. – O que acha?
Celso: Acho que estou incrivelmente bem com a Maria Letícia, e não preciso de nenhuma prostituta para me satisfazer na cama. – Ele é grosseiro.
Lilla: Nossa, que grosseria toda é essa? – Ela diz se afastando dele. – Para te dizer a verdade, adorei que aquela vaca tenha sido presa. Pois eu doei dinheiro para aquela campanha ridícula, pensei até que era algo sério.
Celso: Quem manda você ser trouxa? Isso é o que dá ficar acreditando em tudo o que dizem.
Lilla: Hoje você tá com a macaca, hein! E por falar nisso, você deveria ter sido preso junto com ela, aliás você é cúmplice da vagaba.
Celso: Ai, sai daqui Lilla. Não aguento mais escutar essa sua voz de taquara rachada. – Ele a empurra e ela acaba tropeçando na estante, fazendo com que várias coisas caiam no chão.
Lilla: Você tá ficando maluco? – Ela fala irritada. – Não sou as suas negas para ficar me tratando assim não.
Celso: Olha ai o que você fez, sua vaca. – Ele se agacha para pegar as coisas que estão no chão e acaba encontrando a micro câmera de Clotilde. – O que é isso?
Lilla: Além de maluco é burro. Não está vendo que é uma micro câmera? Tipo aquela de filmes de ação.
Celso: Verdade. – Ele analisa o equipamento. – Mas o que é que isto está fazendo aqui?
Lilla: Larga a mão de ser burro, Celso. É só você juntar as peças do quebra-cabeça que chega em um resultado: alguém colocou isto daí para te espionar.
Celso: Mas quem? – Ele fica intrigado.
Lilla: Ah, não sei. Quem sabe não tenha sido a sua rainha. – Ela sugere. – Talvez ela tivesse desconfiada de que você anda agindo pelas costas dela.
Celso: Só há duas pessoas que podem ter feito isto: Maria Letícia ou Clotilde. As duas foram as únicas que vieram durante essas semanas. Além de você, claro.
Lilla: E por que eu perderia o meu tempo te espionando?
Celso: Porque quer algo. – Ele a enforca. – Tem certeza de que não tem nada a ver com isto, Lilla? Se eu descobrir que tem dedo seu nisto…
Lilla: Me solta, seu louco. – Ele a solta. – Eu não tenho nada a ver com isso não. Retardado mental. – Celso fica pensativo.

Cena 8- Cobertura Queiroz Galvão- Noite.
Passa na tevê que Maria Letícia foi levada presa. Leonardo fica preocupado com a situação de Maria Luiza.

Luciana: Gente, faz tempo que não vejo a Maria Letícia, mas parece que a vida dela agora é somente se envolver em escândalos. – Ela assiste o noticiário na tevê, aonde falam sobre a prisão de Maria Letícia.
Leonardo: Tenho pena é da Malu, que deve estar sofrendo com isso.
Cléber: Eu vi um dia desses, que tava rodando um vídeo intimo dela na internet. Parece que ela está seguindo os passos da mãe.
Leonardo: Nunca. Maria Luiza é muito ajuizada, completamente diferente da mãe. Coitada, deve estar precisando de um ombro amigo.
Cléber: E por que você não tenta falar com ela? Desde quando terminaram que vocês não se veem mais, não é?
Leonardo: Nem me lembro, mas acho que sim. E amanhã mesmo irei até o clube ver se eu encontro ela.
Cléber: Só não vai ter uma recaída. – Ele brinca. – Agora você é só meu.
Leonardo: E amanhã você irá comigo. Quero te apresentar a minha ex-namorada. – Ele sorri.
Luciana: Vocês dois também não calam a boca. – Ela fala irritada. – Quase não escutei o noticiário.
Cléber: Vai se acostumando, dona Luciana. Logo mais serão os seus netinhos que estarão deixando a senhora de cabelo em pé.
Luciana: Netinhos? Mas que netinhos? – Ela pergunta surpresa. – Por acaso você está gestante, meu filho?
Leonardo: Ai, mãe, para de ser boba. Mas o que o Cléber está falando é sério. Pose ser que nós adotemos uma criança, ou podemos até recorrer à uma barriga de aluguel.
Cléber: Hoje em dia há tantas formas de se ter um filho. Não existe somente a forma convencional.
Luciana: Tudo bem, eu já entendi. Agora fiquem quietos um pouco, pelo amor de Deus. – Ela não desprega os olhos da televisão.

Cena 9- Mansão Corte Real- Noite.
Michele conta para Maria José que Daniele foi visita-la, e também lhe diz que Roberto se entregou à polícia.

Michele: Isto são horas, José? – Ela fala ao vê-la entrar. – A Daniele saiu daqui quase agora, ela veio te visitar, mas você não estava.
Maria José: Estava resolvendo a prisão de Maria Letícia. Aquela cachorra agora está no lugar dela.
Michele: Como é que é? A Maria Letícia foi presa? Mas como foi que você conseguiu?
Maria José: Tive a ajuda demais uma pessoa para derrubar aquela vadia. O que importa agora é que ela irá mofar lá no xilindró.
Michele: Outro que foi parar atrás das grades foi o Roberto. Ele cumpriu com o prometido, e se entregou à polícia.
Maria José: Parece que as coisas estão tomando um rumo legal nesta história. Tudo está sendo resolvido.
Michele: Também já não era sem tempo. Depois de tanto perrengue, de tanta tormenta… agora está na hora do sol raiar de vez.
Maria José: Concordo totalmente contigo. Mas e você? Vai mesmo dar uma segunda chance ao Roberto?
Michele: Andei pensado bem, José, e darei sim uma oportunidade para que ele se torne uma pessoa melhor.
Maria José: É, depois dos acontecimentos… ele merece. O meu medo era que a Daniele se livrasse dele com as próprias mãos. Mas felizmente ele se entregou para a polícia, e com certeza a Dani deve estar feliz pela atitude do pai.
Michele: Na verdade, ela ainda está meio receosa com ele, mas não há nada que o tempo não resolva, não é?
Maria José: Ai, não vejo a hora de ver a minha sobrinha novamente. – Ela fala feliz.
Michele: Seria um ótimo presente de aniversário, não acha? Ou você esqueceu que daqui alguns dias é o seu niver?
Maria José: E como eu poderia me esquecer disso? – Ela fala sorrindo. – Mas fico feliz em saber que passarei o meu aniversário em paz, sem Maria Letícia para me dar dor de cabeça.
Michele: Por falar na megera, eu quero saber os mínimos detalhes sobre como você conseguiu colocar aquela bruxa atrás das grades.
Maria José: Senta ai. Deixa eu te explicar como tudo aconteceu. – Michele e Maria José se sentam no sofá.

Cena 10- Mansão Sales Couto de Sá- Noite.
Daniele pensa no que fará a partir de agora. Um filme passa na sua cabeça.

Daniele: Tanta coisa acontecendo, e eu estou completamente perdida. – Ela olha fixamente para a sua imagem no espelho. – Não sei mais o que fazer, para onde ir, como agir. Ai, mais que situação difícil! O que eu faço? Eu acho que vou ter que esperar as coisas simplesmente acontecerem. Será que a coisas seriam diferentes se você estivesse por aqui?
(FLASHBACK)
Daniele: Me solta, socorro, me solta!
Marcelo: Solta ela cara!
Individuo: E quem vai me obrigar?
Marcelo: Eu! – Marcelo parte para porrada, o indivíduo solta Daniele, Marcelo a leva para dentro do carro
Daniele: Obrigada, muito obrigada!
Marcelo: Você está bem? Ele te machucou?
Daniele: Eu estou bem! Desculpa, qual é seu Nome?
Marcelo: Marcelo e o seu?
Daniele: Daniele… Então, muito obrigada por ter me salvado, você pode me deixar ali na frente!
Marcelo: Não o que é isso? Vamos para minha casa, você precisa tomar uma água, trocar sua roupa, aquele cara a rasgou!
Daniele: Não precisa!
Marcelo: Claro que precisa! – Ele a leva para casa.
(FIM DO FLASHBACK)
(FLASHBACK)
Pierre: Infelizmente o monsieur Marcelo não se encontra. Provavelmente deve estar com a mademoiselle Antonella! – Ele fala venenoso.
Daniele: Tudo bem, não precisa dizer a ele que estive aqui. Muito obrigada. – Ela parece triste e começa a caminhar lentamente.
Regina: Menina, espere. Ei, você. – Daniele se vira. Regina vem correndo. – Vi que você ficou triste quando soube que o Seu Marcelo deve estar com a noiva dele!
Daniele: Imagina, você entendeu tudo errado.
Regina: Claro que não. Vocês se amam e isso está estampado no rosto dos dois. Olha que eu dou maior força, não vou com a cara da Antonella.
Daniele: Como assim isso está estampado nas nossas caras?
Regina: Ele estava perguntando sobre você um dia desses, parece que ele queria saber onde você morava, mas o motorista não soube dizer ao certo.
(FIM DO FLASHBACK)
(FLASHBACK)
Lilla: Você está muito apaixonada mesmo, não é?
Daniele: O que é que você quer Lilla? Sim, eu estou muito apaixonada. Por que a pergunta?
Lilla: Porque… Você não apresentou seu namorado a sua tia ainda.
Maria José: É verdade. Por que você ainda não o trouxe aqui, Daniele? – Ela interrompe.
Daniele: Você é mesmo uma cobra Lilla. Eu vou apresentar o Marcelo a minha tia quando eu bem entender. – Irritada.
Lilla: Desculpe-me Daniele. Não era minha intenção te magoar. – Ela diz venenosa.
Daniele: Estou sentindo que o dia de você escolher entre a Lilla e eu, está mais próximo do que imagina titia. – Ela sai irritada.
Maria José: O que foi que deu nessa menina? Por que essa fúria toda? – Ela fala, desconfiada.
Lilla: Coisa boa ela não deve estar aprontando. – Ela envenena a situação ainda mais.
(FIM DO FLASHBACK)
(FLASHBACK)
Maria Letícia: Eu tenho uma surpresa para Daniele. – Ela chama atenção de todos para si. – A família dela não veio, mas eu trouxe alguém especial que a conhece muito bem. – Lilla surge no salão da mansão, com trajes justíssimos e decotados.
Marcelo: Que brincadeira sem graça é esta, mãe?
Maria Letícia: Não é nenhuma brincadeira. Esta daqui é a Lilla, que mora junto com Daniele e mais duas garotas de programa. Além da tia da Dani, que segundo Lilla, é uma travesti.
Marcelo: Do que ela está falando Daniele?
Lilla: Fale a verdade Dani. – Lilla a instiga.
Marcelo: Você não disse que um parente estava muito doente, e por isso sua família não veio? – Ele grita irritado.
Maria Letícia: Parece que alguém mentiu. – Maldosa.
Marcelo: Esse tempo todo você mentiu para mim? Hein? Fala alguma coisa. – Grita.
Daniele: Marcelo, por favor. – Diz angustiada.
Marcelo: Fala. – Grita.
Daniele: Sim. – Diz chorando. Marcelo coloca a mão no rosto sem acreditar.
(FIM DO FLASHBACK)
Daniele: Por quê? Por que você se foi e me deixou sozinha? – Ela chora. – Eu te amo Marcelo, eu te amo. E eu nunca encontrarei um homem para amar o quanto te amei. – Ela abraça uma almofada. – Eu nunca te esquecerei.

Cena 11- Cobertura de Marisa- Dia.
Marillu vai pedir desculpas a Marisa por ter namorado Rogério ao mesmo tempo que ela. As duas ficam felizes com a prisão de Maria Letícia.

Marisa: Marillu? Quanto tempo. – Ela a abraça. – Nossa, por que nunca mais apareceu?
Marillu: Ah, depois do que aconteceu, fiquei meio ressentida. Me desculpe por ter pegado o seu namorado, amiga.
Marisa: Ah, deixa disso. Entra ai. – Marillu entra acanhada. – O Rogério é que foi um crápula, não temos nada a ver com o que ele fez conosco. A culpa é totalmente dele, ok?
Marillu: Ai, Marisa. Você não sabe o quanto estou melhor agora. – Ela sorri. – Pensei que você tinha guardado alguma mágoa sobre aquilo.
Marisa: Esqueça aquele cafajeste. Não iremos estragar a nossa amizade por causa dele. – Ela segura as mãos de Marillu. – Mas como é que anda esse coraçãozinho ai?
Marillu: Se eu te contar, você não acredita. O Severino e eu reatamos.
Marisa: Sério? E ele não me falou nada? Gente, desejo toda a felicidade do mundo para os dois.
Marillu: Estamos até pensando em voltar para Ourinhos, o que acha?
Marisa: Ah, acho que agora você tem mais é que aproveitar a vida ao lado dele.
Marillu: E você? Já se recuperou do namoro com o crápula do Rogério?
Marisa: Estou tendo a impressão de que só me apaixono por homens errados. Por isso preciso de um tempo maior para escolher o meu companheiro.
Marillu: Mas pode ter certeza que um dia você vai encontrar, pois você é uma mulher linda, educada, uma verdadeira lady.
Marisa: Obrigada. Por falar nisso, já ficou sabendo da bomba?
Marillu: Que a Maria Letícia foi presa? Eu vi na tevê.
Marisa: Pois é, ao que parece a rainha caiu de vez. – Ela comenta feliz. – E espero que nunca mais se reerga.
Marillu: Tomara que ela fique no chão para que pisemos nela como se fosse uma barata. – Elas sorriem. – A justiça tarda, mas não falha.
Marisa: Quanto a isso eu não tenho dúvidas.

Cena 12- Mansão Corte Real- Dia.
Bartolomeu pede Maria José em casamento, ela fica sem palavras.

Bartolomeu: Bom dia, minha flor. Como que está a pessoa mais linda deste mundo? – Ele leva uma bandeja com um café da manhã reforçado para ela.
Maria José: Ai como é bom tomar café na cama. – Ela se espreguiça. – Só mesmo o melhor homem do mundo para fazer uma coisa tão bela dessas. – Ela o beija.
Bartolomeu: Veja o que eu trouxe para você, tire a tampa da bandeja. – Ele fala sorrindo. – Não sei se vai gostar, mas espero que ame, pois está sendo com o maior carinho que estou fazendo isto.
Maria José: Vamos ver o que tem aqui. – Ela tira a tampa. Maria José fica surpresa ao ver duas alianças no lugar da comida que idealizara. – O que significa isso?
Bartolomeu: Significa que eu tenho mais do que certeza de que te quero para a minha vida toda. Eu te amo, Maria José, e quero ser seu companheiro até depois da morte.
Maria José: Resumindo…
Bartolomeu: Maria José Fonseca, você aceita se casar comigo? Quer arriscar ser feliz até o último dia de sua vida ao meu lado? – Ela fica sem palavras.

CONTINUA…

Rodrigo Gomes