Capítulo 2 – Ela Veste Preto, Mas o Baile é Cor de Rosa
– Lá vem ela! Como está linda!
– Tem razão, Senhora Manford. – admiti David.
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Nome: Lara Manford Réquiem
Status: Socialite Baladeira
Idade: Aparenta ter uns 40, mas não confirma nem sob tortura.
Hobby: Viagens e Desfiles de moda.
Livro de Cabeceira: Comer, amar e rezar.
Frase: “Sô chique no último benhê.”
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– O tipo de mulher que merece uma surpresa hoje, não concorda David?
– Claro, Senhora Manford.
– Mãe! – grita Dora envergonhada.
– Só estou querendo te ajudar boba. Quando é que ele vai fazer o pedido? A vida passa e nossas posições precisam mudar!
Lara é o tipo de mulher madura e linda que não poupa comentários, sempre está no meio dos furacões que acontecem em New Park e se uns a chamam de moderninha intrometida outros adoram suas respostas. Ela se define apenas como realista.
– Não liguem pra mim, tolinhos! Eu só quero ajudar.
Mas era verdade, ninguém podia negar como Dora estava linda descendo as escadas. Com seu enorme vestido negro tomara que caia cravejado de brilhinhos em estilo corpete na parte de cima e uma saia bufante na medida. Seus cabelos compridos e castanhos estavam presos num coque desalinhado, uma maquiagem leve e sapatos de salto agulha acompanhavam a produção.
– Eu mereço tanto? – pergunta David tomando-lhe a mão.
– Já não basta minha mãe, vem você também! Vamos logo, antes que eu desista e vá calçar coturnos!
– A senhora não vem? – indaga o rapaz esperando.
– Não! Vão vocês crianças, não quero fazer concorrência pra ninguém… Mas divirtam-se!
Quase vinte minutos depois, David estacionava seu Porshe vermelho em frente ao prédio conhecido como Clube de New Park. Todos que eram alguém ou prezavam seus quinze minutos de fama, tinham que passar por lá ou então não teriam existido realmente.
– O que foi? – pergunta David quase cruzando a entrada.
– Nada, só um mal estar… Você não se cansa, às vezes, desse mundo de festas e aparências, fazendo poses o tempo todo? Algumas horas chego a pensar que sou uma boneca de papel que só serve pra vestir. – responde Dora aflita.
– Não é nada, você só está nervosa querendo que o baile dê certo! – diz ele enquanto lhe acaricia o rosto dando um beijo em seguida.
– Você tem razão, vamos! – anima-se a moça dando-lhe a mão.
– Respire fundo! – diz para si própria acompanhando o namorado.
Entraram juntos e logo puderam perceber o olhar geral em cima deles, pois toda a galera estava com alguma tonalidade de rosa e vermelho enquanto que Dora era a Dama de Preto.
– Dora, o que é isso? Quebrando suas próprias regras? Se você não fosse minha melhor amiga eu seria obrigada a me vingar!
– Desculpe Mell, foi uma ideia que eu tive agora, quase na hora de vir. O vestido rosa que fui provar com você estava manchado, estranho, não ia rolar!
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Nome: Melissa Alonso Duprat
Status: Riquinha e Melhor amiga (Paty n°2)
Idade: 21 anos.
Hobby: Ajudar nas causas perdidas de Dora.
Livro de Cabeceira: Coleção Gossip Girl.
Frase: “Compras, compras, compras. Ah! E alguma coisa divina.”
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– Tudo bem, dessa vez passa porque vocês são o casal mais queridinho desse baile e porque a sua borboleta rosa, aí atrás, em forma de laço tá um must! – justifica Mell toda eufórica.
À partir daí, o casal não teve mais tempo, pois Mell puxou Dora para um canto e David foi conversar com seus amigos.
– E então? Ele vai fazer o pedido hoje?
– Não sei Mell, você e minha mãe hein, só pensam nisso!
– Mas se não fizer tudo bem! A gente vai pra Faculdade de Moda no próximo semestre e lá você vai ter mais tempo pra repensar sobre esse relacionamento.
– Pára Mell, sempre decidindo tudo, me dá um tempo tá! – fala a menina indo tomar um ar.
Dora ia passando no meio do salão, quando David lhe deu um puxão e a tomou nos braços para dançar.
– Você ainda não me concedeu aquela dança. – cochicha em seu ouvido.
– Eu estava indo pra cozinha conferir o Buffet e…
– Deixa pra depois e vem!
Música: You and Me – Lifehouse
“Porque somos eu e você e todas as pessoas
Com nada a fazer, nada a perder
E somos eu e você, e todas as pessoas e
Eu não sei por que não consigo tirar meus olhos de você”
Eles dançavam lentamente, como se não houvesse mais ninguém naquele salão, apenas os dois e a música que os envolvia por entre a fumaça e os balões. Seus corpos voavam juntos pelo espaço escuro, e a única luz existente era a refletida pelo brilho do vestido e a alegria de seu olhar.
Nada mais podia lhes atrapalhar, pois eram um só corpo.
– Isadora, eu preciso falar com você. – sussurra David afoito.
– Claro, o que é? – pergunta Dora quase caindo.
– Você gost…
De repente todos escutam gritos vindos lá de fora e Dora não consegue ignorar.
– Ai, só pode ser brincadeira… Eu tenho que ir amor, senão sobra pra mim!
– Você tem certeza? – pergunta o moço desconsertado.
– Até daqui a pouco. – responde ela desvencilhando-se.
Chegando lá fora, percebeu que tratava-se de uma briga ou quase covardia que estavam fazendo com Paris. Ele estava tentando entrar enquanto a turma o barrava.
– Alienígenas não são permitidos, sinto muito. – gritam os garotos enfileirados.
– Saiam da minha frente, a Dora me convidou. – diz raivoso.
– A tá! Provavelmente por dó, se toca e some daqui, nerd!
– Nãaaooo!!! – grita furioso.
Dora já estava chegando ao centro da confusão, mas Paris percebeu, e não querendo passar por mais uma cena onde era protegido por ela, saiu correndo antes que a amiga conseguisse alcançá-lo.
– Paris! Vocês hein, como são empata festas!
Os rapazes não ligaram e Dora viu que aqueles sim eram casos perdidos. Resolveria com Paris mais tarde, agora era hora de voltar para David.
Ela procurou e não encontrou, perguntou a todos onde ele estava até que alguém respondeu.
– Ah, o David, vi ele indo para o telhado.
– Telhado? Que estranho! Deve ser pro pedido ficar mais romântico.
A garota correu para o terraço do prédio e quando abriu a porta, já sem fôlego para a felicidade, ouviu outro grito que dessa vez chamou seu nome.
– Dorrraaaa!!!!!
Era David, ele estava caindo do prédio. Sendo possível ver apenas suas mãos tentando se agarrar a beira dos 16 andares aos quais ele estava pendurado.
– Meu amor, me ajuda, segura! – grita ele.
Dora tentou agarrar suas mãos como pode, mas o peso era muito e o vestido começou a rasgar e a levá-la com ele.
– Não vou soltar, eu juro, nem que meu braço caia! – grita chorando histérica.
Ficaram assim por alguns minutos, porém Dora estava cada vez mais para fora do telhado até que David lhe olhou nos olhos dizendo.
– Tudo bem! Você tentou, agora me larga! – ordena corajoso.
– Não, nunca! – contraria a menina desesperada.
– Dora, me larga não tem jeito!
Dora continuava insistindo até que David deu um ultimato, balançando-se.
– Dora, larga! Eu sinto muito, mas não dá!
Ele então balançou, soltando-se da garota que foi para trás e voltou compulsiva. Chorando com o olhar vidrado, ainda a tempo de ver os olhos verdes de seu amado perderem a cor em meio a escuridão que se fazia mais densa quanto mais ele caia.
– Nãaaaooooo!!!!!!
“Que dia é
e em que mês?
Este relógio nunca pareceu tão vivo…”
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Gentem! Mais um capítulo da web, e admito que adorei este segundo capítulo. Muito gosto e envolvente, parabéns. Tadinho do Paris, bateu um dó dele 🙁 Ain não acredito que o par da Dora vai morrer bem agora que as coisas entrariam em um rumo bacana. Ótimo capítulo, adorei o modo que descreve os personagens e seus gostos!! Pode contar com a minha leitura até o final 😉
Oba! Obrigada, Rodrigo! Garanto que você não se arrependerá. Ainda tem muito pela frente, é legal pensar que alguém me acompanhará nessa jornada! Valeu mesmo!
A narrativa dessa web é diferente,Parabéns Camila
Obrigada! Valeu o apoio!
Você está fazendo uma releitura do livro Ela Veste Preto, Mas o Baile é Cor de Rosa?
Sim! O Yan, administrador do site, me convidou para participar e eu perguntei se podia postar essa história que o pessoal gosta e porque comecei a segunda parte inédita e aí continuo aqui. Mas que legal que você conhece! Onde você leu? De qualquer forma, muito obrigada pela leitura! Acho que você já sabe o que acontece, mas se quiser acompanhar mais uma vez, seja bem vinda! Se quiser uma nova história com o mesmo tom conheça “A Madame que Colecionava Jovens” http://editoraburiti.com.br/a-madame-que-colecionava-jovens/ Até mais!