Capítulo 68 – Realeza (Última semana)

SEXAGÉSIMO OITAVO CAPÍTULO

Cena 1- Mansão Corte Real- Noite.
Severino aparece para comprovar tudo que Maria José está dizendo. Marisa fica feliz pela volta da amiga.

Maria Letícia: Pois eu quero que você prove, quero provas de que aquela papelada não valia mesmo nada.
Maria José: Severino? – Ela olha para todos os lados procurando-o. – Severino venha até aqui, e esfregue na cara dessa vadia que aqueles papéis são falsos. – Severino surge no meio da multidão, com a papelada na mão.
Severino: Com licença, com licença. – Ele entrega os papéis a Maria Letícia. – Aqui está a cópia dos papéis que a Maria José assinara, e que não têm nenhum valor legal.
Maria Letícia: Impossível, o Lourival havia me explicado todo o procedimento direitinho e tudo o mais. Esses papéis não podem ser os mesmos que ela assinou.
Severino: Você pode recorrer ao que quiser, esses papéis não têm valor algum. Portanto a José continua sendo dona desta mansão e também do clube Realeza.
Maria Letícia: Não, não, não. Eu não admito que essa mulher tome o meu lugar na alta cúpula paulista. Não aceito perder o meu lugar na sociedade para uma travesti. – Ela está possessa de raiva.
Maria José: Aceita que dói menos, vaca. – Maria Letícia dá um tapa na cara de Maria José e as duas dão início à uma briga com direito a soco e pontapés. O sangue começa a escorrer do nariz de uma e da boca da outra. Alguns homens as separam.
Severino: Mantenha a calma, José, é o melhor que você tem a fazer neste momento.
Maria José: Eu já estou satisfeita, Severino. Pois essa cobra venenosa perdeu, e eu tomei o lugar dela. – Ela ri na cara de Maria Letícia, que é segurada por vários homens.
Maria Letícia: Isso não vai ficar assim, não vai. Eu sou Maria Letícia Lemes Corte Real, e nunca vou perder para uma travesti, nunca.
Maria José: Só me resta desejar-lhe boa sorte, pois sei que ser pobre não é nada fácil. – Ela zomba da cara da inimiga.
Maria Letícia: Escuta bem o que estou te falando. Eu vou voltar para acabar com a sua raça. – Ela aponta o dedo na cara de Maria José. – O jogo ainda não acabou. – Ela é carregada para fora da mansão.
Maria José: Que bom. – Ela respira aliviada. – É ótimo estar de volta, e agora é para ficar. – Ela se joga no sofá cansada.
Marisa: Você deu um chá de sumiço. – As pessoas começam a ir embora. – Pensei até que nunca mais te veria novamente.
Maria José: Ai que saudade, Marisa. – Ela a abraça. – O que foi que aconteceu nesse meio tempo que estive fora?

Cena 2- Cobertura de Marisa- Noite.
Maria Luiza e Melissa agouram a finalização da campanha de Maria Letícia.

Maria Luiza: Tenho dó da tia Marisa, que foi praticamente obrigada para aquele jantar ridículo. Sinceramente? Espero que dê tudo errado lá.
Melissa: Também espero que alguém chegue com uma bomba bem grande e jogue contra a cabeça da Maria Letícia, fazendo ela partiu em milhões de partículas.
Maria Luiza: Ainda bem que o meu pai não me herdou com aquele clube, pois se eu fosse dona de lá… tenho certeza que muitos iriam querer me atacar, principalmente a minha mãe.
Melissa: Pode ter certeza que se fosse você uma das donas, a sua mãe cairia com tudo para cima de você. Pois se for mesmo verdade que ela matou o Marcelo, te expulsar do clube seria fichinha.
Maria Luiza: Com certeza, não duvido disso. E por falar na morte do Marcelo, esfreguei isso na cara dela, e ela ficou pálida. Ela tem culpa no cartório que eu sei.
Melissa: Mas Maria Luiza, você não podia ter abrido a sua boca. Agora ela sabe que nós descobrimos que ela é uma assassina.
Maria Luiza: Estou pouco me importando com isso. E além do mais, se ela tiver mesmo com o Celso ainda, pode ter certeza que foi ela quem o induziu a contar sobre isso para a tia Marisa.
Melissa: Verdade. Ou será que ele anda agindo pelas costas dela? Essa história está tão estranha.
Maria Luiza: Não tem nada de estranho. Eles dois são loucos, psicopatas, isso sim. Agora o que eu mais quero no momento e que dê algo errado no tal jantar.
Melissa: Vamos torcer para que a sua mãe caia do cavalo. – Elas cruzam os dedos. – Tirando a morte do Marcelo, você falou algo a mais para ela?
Maria Luiza: Falei apenas que o reinado dela estava chegando ao fim, e que sabíamos que a Maria José só tinha assinado a tal papelada porque o Pierre inventou uma história estapafúrdia.
Melissa: Imagino a cara dela como deve ter ficado. – Elas gargalham. – Deve ter se cagado todinha.
Maria Luiza: Mas eu nem deixei que ela falasse nada. Ela só ficou me questionando sobre de onde eu havia tirado todas aquelas informações, porém, sai do clube desfilando e nem sequer olhei para trás.
Melissa: O que deve ter deixado ela bastante intrigada, não acha?
Maria Luiza: Tenho certeza que ela deve estar até agora se perguntando como fiquei sabendo de tudo aquilo. Ah, por falar nisso, acredita que ela foi capaz de convocar somente o Jonathan para ser garçom no jantar ridículo dela?
Melissa: Ela é louca? Ele não vai dar conta de servir um monte de gente ao mesmo tempo.
Maria Luiza: Ela quer prejudica-lo. Está procurando uma forma de demitir ele do clube.
Melissa: Não me diga que ela ainda é contra o namoro de vocês. Aquela megera não dá a mínima para você, até te expulsou de casa.
Maria Luiza: Para você ver o quanto ela é louca.
Melissa: A não ser que ela esteja escondendo algo. Talvez ela tenha uma explicação para querer demitir o Jonathan, ela pode estar perseguindo ele por outro motivo, não por você estar namorando ele.
Maria Luiza: Não sei quais são os motivos dela, só sei que quero a minha mãe bem longe de mim.

Cena 3- Casa de Maria José- Noite.
Rafael e Gaby se acertam. Bartolomeu acaba interrompendo eles, e os três conversam.

Rafael: Então estamos quites. Tanto eu quanto você estamos errados. Errei por ter mentido sobre a Lilla, e ter dito que o que tive com ela não havia sido nada intenso. E você errou comigo por ter mentido, mas porque não queria me magoar.
Gaby: Acho que estamos acertados. – Ela sorri. – Se você soubesse o quanto que eu sofri.
Rafael: Também sofri bastante, mas procurei mostrar que não tinha sido afetado.
Gaby: Sofreu tanto que até saiu beijando a Lilla, não é? Ou você pensa que eu não vi vocês se beijando, pouco tempo depois de termos terminado?
Rafael: Alto lar, foi ela quem me beijou… sem o meu consentimento. Amei muito a Lilla, mas antes de conhecer você. Depois que te conheci, o máximo que senti por aquela periguete foi prazer carnal.
Gaby: Esqueceu que esta é a profissão dela? Dar prazer aos homens? – Eles sorriem. – Também trabalhei nisso, mas graças a Deus caí fora dessa vida há algum tempo.
Rafael: Que bom saber disso. – Ele a beija. – Eu te amo, Gaby, você é a mulher da minha vida.
Gaby: Eu também te amo muito, meu amor. – Ela repara no relógio. – Você não deveria estar trabalhando a esta hora?
Rafael: Sim, mas fomos dispensados. Parece que vai ter um jantar na casa de Maria Letícia, e ela não me convocou para servir os convidados.
Gaby: Ah, sim. Fiquei sabendo desse jantar. Inclusive, a José foi até lá. – Bartolomeu vem do quarto.
Bartolomeu: Boa noite. – Eles o reponde. – Sabem me dizer por onde anda a dona desta casa? Caí no sono, e quando acordei ela não estava mais.
Gaby: É que a José teve que dar uma saidinha, foi resolver assuntos pendentes.
Bartolomeu: Eita mulher guerreira. – Ele sorri, e se senta junto aos dois. – Nunca pensei que a Maria José fosse essa pessoa de fibra que ela está demonstrando ser.
Rafael: Você não sabe da missa metade. A José é uma verdadeira leoa. Quer dizer que tá namorando uma felina e não sabia?
Bartolomeu: Quando a conheci, pensei que fosse frágil, e decidi me juntar a ela… para defende-la das maldades do mundo a fora.
Gaby: Um verdadeiro herói, mas infelizmente a José sabe se cuidar como ninguém.
Bartolomeu: Durante esse tempo, foi isso o que eu percebi: que nada é impossível para ela, e que quando quer… ela consegue.
Gaby: Você foi a melhor coisa que aconteceu na vida dela. A minha amiga estava mesmo precisando de um companheiro, chega de tanta dor de cabeça, agora está na hora de amar.
Bartolomeu: Ela me mostrou que é uma pessoa que quero levar para vida inteira. Eu não quero me separar dela nunca.
Gaby: Que ótimo saber disso, ela vai ficar muito feliz.
Bartolomeu: Estou tão feliz com o nosso namoro, que decidi hoje que darei um passo a diante.
Gaby: Do que está falando? – Ela estranha.
Bartolomeu: Aguarde e verás. – Ele sorri, misterioso, deixando Gaby e Rafael curiosos.

Cena 4- Apartamento de César- Noite.
Antonella conversa com César sobre Simone. Tiago surge no local atrás de Célia, e eles discutem.

Antonella: Ah, a minha mãe quer dar uma de durona, mas ela não é isso o que demonstra ser não. A dona Simone é um amor de pessoa, e quando ama… não tem quem a faça desgrudar da pessoa amada.
César: É uma pena que eu não tenha a conhecido antes, queria tanto formar uma família com ela, ter filhos.
Antonella: Hoje em dia você não tem filho se não quiser. Há tantas maneiras de se ter uma criança, adoção é uma delas.
César: Não é a mesma coisa. E a sua mãe já está numa idade em que se engravidar, acabará sendo uma gravidez de risco. E eu não quero submete-la a isso.
Antonella: Fico impressionada com a sua preocupação com relação à minha mãe. Se fosse o meu pai… coitada.
César: Vi ele apenas uma vez, não tive a oportunidade de conhece-lo melhor.
Antonella: E nem perca o seu tempo, ele não vai acrescentar em nada na sua vida, é capaz até que diminua. – Eles sorriem. – Entre o meu pai e você, prefiro o meu padrasto.
César: Muito obrigado, Antonella. Pode ter certeza que já te considero como se fosse uma filha minha. Mas, aonde é que a sua mãe e a sua avó foram?
Antonella: No início da semana ela não pediu para que você contribuísse em uma campanha? Pois então. Hoje essa campanha chega ao fim, e foi realizado um jantar para finalizar a mesma.
César: Nossa, apenas uma semana de campanha? A pessoa que a organizou devia estar mesmo com muita pressa para ajudar os outros. E por que você não foi junto com elas?
Antonella: Não estava muito empolgada para esse tipo de evento. Hoje estou meio caseira.
César: É bom assim, pois desta forma você se acostuma em fica em casa, o que vai ter que fazer depois de ganhar o bebê.
Antonella: Nem me diga. – Ela revira os olhos. – Até que estou animada para que esta criança venha logo.
César: Quer menino ou menina?
Antonella: O que Deus me der, estou aceitando. – Eles gargalham. A campainha toca, e César vai atender.
Tiago: A Célia está? – Antonella escuta a voz dele e se levanta de imediato. – É que eu gostaria muito de falar com ela.
Antonella: Não consigo acreditar que você teve a cara de pau de voltar aqui, garoto. Se manca, a minha vó tem idade para ser sua mãe. – Ela se aproxima da porta.
Tiago: Ah, então ai está você. Cala a sua boca, que eu vim aqui para falar com a sua avó.
Antonella: Pois saiba que aqui não é a casa da mãe Joana para você vir quando bem entender. – Ela é grossa.
César: Gente, afinal, o que está acontecendo aqui? – Completamente perdido.
Tiago: É que essa vaca quer ter moral. Mas pra cima de mim, não.
Antonella: Vaca é a senhora sua mãe. – Eles continuam a discutir e César não sabe o que fazer.

Cena 5- Apartamento de Celso- Noite.
Celso liga para Lilla e lhe faz uma nova proposta para que ela se livre de Roberto. Ela acaba aceitando. Maria Letícia surge no local.

Celso (Ao celular): Atende sua vagabunda, vai. – Ele fala olhando para o telefone. – Aonde é que essa prostituta de quinta categoria se meteu? Deve estar fazendo um programa, só pode.
Lilla (Ao celular): Alô? Celso? O que é que você quer comigo? Não deixei bem claro que não tinha firmado nada entre nós? – Ela é grossa.
Celso (Ao celular): É que eu estive pensando melhor, e acabei decidindo que… posso aumentar o valor para trezentos mil reais.
Lilla (Ao celular): Não quero dinheiro. Minha necessidade agora é outra, te quero todinho na minha cama.
Celso (Ao celular): Ah, vai te catar. Você é uma prostituta, tem o homem que quiser na sua cama, por que quer eu?
Lilla (Ao celular): Porque esta é a minha condição para fazer o trabalho sujo. Eu nunca matei alguém antes, se lembra? Mereço um agradinho.
Celso (Ao celular): Tá bom, tá bom. – Ele revira os olhos. – Eu faço um sexo gostoso contigo, mas você vai ter que me prometer que fará tudo como manda o figurino.
Lilla (Ao celular): Pode deixar. Ah, e uma noite com você é só o adiantamento. Depois que eu tiver feito toda a sujeira, vou querer os trezentos mil.
Celso (Ao celular): Como é que é? Além de trepar com você, eu vou ter que te dar dinheiro?
Lilla (Ao celular): É pegar ou largar, queridinho.
Celso (Ao celular): Contanto que você mate o desgraçado, é o que importa. – Ele fala a contragosto. A campainha toca. – Agora eu vou ter que desligar, depois te ligo. – Ele desliga o celular e atende a porta. – Você aqui de novo? Não acha que anda se arriscando demais?
Maria Letícia: Dessa vez vim para anunciar a minha queda. – Ela fala com tom de voz triste.
Celso: Como é que é?
Maria Letícia: A travesti está viva, e voltou para acabar comigo mais uma vez. – Ela se senta no sofá.
Celso: E agora você vai cruzar os braços e deixar que ela tome conta de tudo o que é seu?
Maria Letícia: Claro que não. Só tem um jeito de eu me dar bem nessa vida, sem que aquele projeto de mulher surja para me atrapalhar.
Celso: E qual é esse jeito?
Maria Letícia: Eu vou matar aquela travesti. Mas não foi ser morte encomendada, muito menos lenta. Irei matar ela com vários tiros, eu mesma faço questão de mandar aquela miserável para o inferno.

Cena 6- Cobertura Queiroz Galvão- Noite.
Marillu e Frederico vão até o local e pedem perdão pelo que causaram na vida de Cléber, Leonardo e Luciana.

Leonardo: Eu não estou acreditando numa coisa dessas. Depois de tudo o que me fez, ainda tem a cara de pau de vir até a minha casa? Ah, mais é ser muito audacioso.
Frederico: Calma, não feche a porta nas nossas caras. – Ele fala, impedindo que Leonardo feche a porta. – Sei que o que fiz com você foi imperdoável, mas estou aqui para me redimir.
Leonardo: Sério isso? – Ele estranha. – Você nunca iria se rebaixar tanto.
Frederico: E quem disse que pedir desculpas é rebaixamento? Claro que não, é uma forma de mostrar que a pessoa tem maturidade.
Leonardo: É bom, já que me mostrou apenas que não passa de um filhinho da mamãe, um verdadeiro sem personalidade.
Marillu: Ei, ei, ei. Eu estou aqui.
Leonardo: Entrem. – Ele fala com cara feia. Ambos entram e dão de cara com Cléber e Luciana. – Vejam quem veio nos pedir desculpas.
Cléber: Frederico, nunca pensei que te veria novamente.
Luciana: Depois de ter enganado o meu filho, o mínimo que deveria ter feito era sumir de uma vez por todas.
Marillu: Escutem o que temos para falar, por favor. Nós estamos muito arrependidos de tudo aquilo que fizemos vocês passarem.
Frederico: Viemos mostrar que nos arrependemos, pedindo desculpas para vocês.
Luciana: Será que desculpas é o suficiente? Deveriam fazer muito mais que isso. – Ela fala com os braços cruzados.
Marillu: É tudo o que está ao nosso alcance. O máximo que podemos fazer por vocês é isso. O que mais quer que façamos?
Leonardo: Não deem ouvidos para a minha mãe. Ela não gostou nada do que vocês fizeram comigo, e por isso está tomando as minhas dores. Mas saibam que, por mim, estão perdoados. Ao menos tiveram o bom senso de admitir que aquilo que fizeram não foi nada… bom.

Cena 7- Mansão Corte Real- Noite.
Pierre acorda e conta para Maria José o que aconteceu. Ela fica preocupada que Daniele faça algo de errado.

Maria José: Ai está você. – Ela fala ao entrar no quartinho aonde ficam os cachorros. – O que está fazendo aqui?
Pierre: Aquela vagabunda me acertou na cara dura. – Ele fala com a mão na cabeça. – E eu acreditando que ela era mesmo minha amiga, estava até desabafando com ela.
Maria José: De quem está falando seu louco? Enfim, estava apenas te procurando para lhe informar que não preciso mais dos seus serviços.
Pierre: Será que estou tendo um pesadelo? Sendo demitido por uma travesti? Um ser tão inferior a mim.
Maria José: Ainda por cima é preconceituoso. Olha aqui, saiba que a sua rainha caiu, e você vai junto com ela. Sorte da Lilla que deu o fora antes da minha chegada, pois se eu tivesse pegado aquela vagabunda… teria partido a cara dela ao meio.
Pierre: Então quer dizer que você mais uma vez desmascarou Maria Letícia? – Ele pergunta feliz. – Estou começando a gostar de você, sabia? – Maria José estranha.
Regina: Maria José, conseguiu achar… – Ela chega no local. – Ai está ele.
Pierre: Ah, claro. Foi você quem a contou que eu ainda estava por aqui, não é? Sua empregada de meia tigela.
Regina: Nunca gostei de você, Pierre, muito menos quando ficava bajulando a Maria Letícia. Parecia um verdadeiro escravo.
Pierre: Não gostava de mim e ficava se intrometendo na minha vida. Você é uma falsa, isso sim.
Regina: Falsa nada. Você que é um duas caras, que na frente da patroa era só elogios, e pelas costas só apunhalada.
Pierre: Eu nunca gostei de Maria Letícia, já lhe disse. Só a servia porque era obrigado.
Regina: Se manca, Pierre. Você era o maior capacho. E quisesse pedia as contas e ia embora.
Pierre: Eu poderia ter fugido igual a Daniele, mas não o fiz por medo.
Maria José: Daniele? Por acaso você está falando da minha sobrinha?
Pierre: A própria.
Maria José: Ela fugiu de que? Por quê?
Pierre: A Maria Letícia mantinha ela trancafiada neste quartinho, e foi por isso que me encontrou aqui. A cachorra me golpeou, e conseguiu escapar.
Maria José: Ai meu Deus do céu, ela só pode ter ido atrás do Roberto. – Ela fala para si mesma, preocupada. – Será que ela é capaz de fazer algo de errado?

Cena 8- Mansão Sales Couto de Sá- Noite.
Daniele e Roberto ficam frente a frente, antes dele ir se entregar à polícia.

Roberto: Chegou a hora, Roberto. Seja forte, você está fazendo isso por um bem comum, pelo bem da sua filha, para ser perdoado pela mulher da sua vida. – Ele fala para si mesmo, se auto encorajando para se entregar a polícia. – Com um bom advogado, pode até ser que você responda em liberdade. Tenha fé no Pai, que o inimigo cai. – Ele se levanta, e neste mesmo momento Daniele surge no local.
Daniele: Que bom te reencontrar. – Ela está um tanto fraca. – Temos mesmo muito o que conversar.
Roberto: Daniele, antes de mais nada, eu gostaria de te dizer que…
Daniele: Cala a boca, que quem tem algo a dizer aqui sou eu. – Ela é grossa. Eles se encaram.

CONTINUA…

Rodrigo Gomes