Capítulo 18 – Samara
Marcelo: Achei um absurdo o que você fez, mãe. Mandar os seguranças barrarem a Amora sempre que ela vir aqui.
Lúcia: Meu filho. Esqueça isso, eu já fiz e pronto. Foi muita audácia dela estragar o nosso café da manhã aparecendo de camisola.
Marcelo: Não vejo problema algum já que agora ela é minha namorada.
Morgana: Já estão discutindo? – Ela desce a escada. – Como que o Raul está se saindo nesses primeiros dias de trabalho lá na empresa?
Marcelo: Ele está se saindo muito bem. Aliás é ótimo no que faz.
Morgana: Sabia que ele não te decepcionaria. – Ela vai para a sala de jantar.
Lúcia: Está é outra pedra no meu sapato. Conta tudo que acontece aqui para o pai dele, tenho certeza.
Marcelo: Ás vezes acho que você é vidente, sabe de tanta coisa que até Deus duvida.
Lúcia: Poupe-me de seus comentários. – Ela vai em direção a porta.
Marcelo: Para onde você está indo? – Ela se vira e tira o óculos escuro.
Lúcia: Cuide da sua vida. Ainda não estou na idade para que você cuide da minha. Estou forte e saudável. – Ela sai e sem que ela perceba ele vai atrás.
Cena 2 – Cajamar (Dia). Casa de Gilson.
João: O Marcelo já está sabendo que a amada dele tá de volta?
Samara: João, por favor. Você melhor do que ninguém deveria saber que entre eu e ele já não existe mais nada.
Gilson: Filha. Tudo bem que você tenha terminado com o Marcelo, mas agora… vocês terão que resolver o que comecei.
Samara: Do que o senhor está falando papai?
Gilson: Não sabia como te dizer isso. Eu invadi a sua vida. Mas saiba que…
Samara: Pai, seja direto. – Ela o interrompe.
Gilson: Eu contei para o Marcelo sobre você e o Augusto. Sobre o Gabriel.
Samara: Você não tinha o direito de fazer isso comigo. – Ela esbraveja. – Como o senhor pôde?
João: Calma Samara. Talvez tenha sido melhor assim. – Ela pega a bolsa e ao sair esbarra em Pedro que vai atrás dela.
Cena 3 – Estrelar (Dia). Hotel.
Arnaldo: Não paro de pensar em alguém que possa ter feito isso com a gente.
Silvia: Desista. Demos muita sorte de ter conseguido fugir a tempo.
Arnaldo: Eu não queria te dizer nada, mas… você pode achar implicância pelo que eu irei dizer… eu desconfio do Pedro. Ele sumiu do nada.
Silvia: Como é que você pode duvidar do seu próprio filho? Ele nunca faria isso com a gente. E agora você me deixou mais aflita ainda. Onde será que o nosso filho está? Será que ele tá bem?
Arnaldo: Por que não tenta ligar para ele?
Silvia: E eu já não tentei? Durante todos esses dias eu liguei para ele, mas nada.
Arnaldo: Está tudo muito estranho. – Silvia arregala os olhos. – O que foi mulher? Parece que viu um monstro.
Silvia: É isso Arnaldo. A pessoa que nos entregou a polícia deve ter feito algo com o nosso filho. – Ele parece considerar a hipótese.
Cena 4 – Estrelar (Dia). Restaurante.
Morgana: O meu irmão me falou que gostou muito do seu trabalho.
Raul: Sem querer ser convencido, mas já sendo. Também amo o meu jeito de trabalhar.
Morgana: Acho que já está na sua hora né? – Diz ela olhando o relógio. – Não quero ser a causa do seu primeiro atraso.
Raul: Por isso que eu te amo. – Ele a beija e vai embora. Morgana deixa o dinheiro em cima da mesa e está se levantando quando escuta uma voz atrás de si.
Roberto: Você é rápida no gatilho! – Afirma ele. Morgana se vira.
Morgana: Roberto? Mas o que é…? Como… você…
Roberto: Está sem palavras? Esperava te encontrar esperando por mim.
Morgana: Como é que você queria que eu te esperasse se nem ao menos sabia que um dia você voltaria?
Roberto: Enfim, seja feliz com o seu amado. – Ele se vira para ir embora, mas ela o pega pelo braço.
Morgana: Se alguém deve explicações aqui este alguém é você. Por que é que fugiu?
Roberto: Você sabe muito bem o porquê.
Morgana: Pela minha mãe? Melhor trocar de desculpa porque está não cola mais.
Roberto: Acredite no que você quiser Morgana. Aliás… não te devo mais explicação alguma. – Ele está caminhando para a saída quando ela grita por trás dele.
Morgana: Você matou o meu pai. Foi por isso que você fugiu. Agora só me responda por que… por que você fez isso?
Roberto: De onde foi que você tirou isso?
Morgana: Tirei isso das suas ações estranhas. Uma vontade repentina em fugir do mapa… suspeito demais.
Roberto: Sério mesmo que você acreditou nisso? Tola, o que estou fazendo aqui então? – Morgana parece ficar sem respostas. – Por que viria atrás de você? A filha do homem que eu “assassinei”? Isso que você está dizendo não tem nexo.
Morgana: Desculpa, desculpa. A minha mãe encheu a minha cabeça com isso. Me desculpe mesmo.
Roberto: Está desculpada. Agora, Adeus! Até outro dia. – Ela o puxa para perto de si e o beija.
Morgana: Você não vai a lugar nenhum, não mais. – Ele se afasta.
Roberto: Eu não quero mais nada com você Morgana, você me traiu. – Ele vai embora sem nem ao menos olhar para trás.
Cena 5 – Cajamar (Dia). Jocks Bar.
João: Será que tem como você parar de ser sínica? O que é que você quer aqui? – Diz ele irritado.
Lúcia: Eu vim para conversar com o Gilson. Tem como você chamá-lo para mim?
João: Quer dizer que eu virei o seu pombo correio agora? Por que você não vai diretamente na casa dele?
Lúcia: Porque eu não sei onde é. E mesmo se soubesse… vir a Cajamar e não te fazer uma visita? Jamais. – Diz ela irônica.
Cena 6 – Estrelar (Dia). Hotel.
Silvia: O que será que aconteceu com o nosso filho, Arnaldo? Será que… mataram ele? – Diz ela com os olhos cheios de lágrima.
Arnaldo: Para de pensar besteira. Ele deve estar bem.
Silvia: Isso é muito angustiante. Mas olha só… ele atenderia minhas ligações se ele estivesse bem.
Arnaldo: O que você falou até que tem sentido.
Silvia: Nós precisamos voltar para Alexandria.
Arnaldo: E correr o risco de sermos presos? Não mesmo.
Silvia: Mas e o nosso filho Arnaldo? – Ela grita. – Você não se importa com o nosso Pedro?
Arnaldo: Nosso não. Seu filho. E… eu não vou me arriscar por causa de um moleque que nem meu é.
Silvia: É claro que ele é seu filho, mas eu não estou aqui para discutir isso. Até porque tenho coisa mais preocupante para pensar.
Cena 7 – Cajamar (Dia). Jocks Bar.
Gilson: Estava procurando por mim, Lúcia? O que é que você quer?
Lúcia: Notei algo que até então tinha me passado despercebido. E agora exijo uma explicação.
Gilson: Se eu poder te ajudar… estou disponível para tal.
João: Cuidado Gilson. Ela pode estar te sondando para depois te entregar para a polícia como “o mais novo suspeito da morte do ex marido dela”.
Lúcia: Cala a sua boca que ninguém está falando com você.
Gilson: Por favor. Pergunte logo.
Lúcia: O Marcelo te recebeu em minha casa. E isso é muito estranho já que não se conheciam. Se tivesse mencionado algo sobre mim, ele me chamaria… mas se eu não fosse até a sala não saberia da existência da conversa de vocês. Por acaso você tinha ido até lá para contar ao Marcelo sobre a sua possível paternidade?
Marcelo: Então… era ele que poderia ser o meu pai? Foi com ele que eu fiz o exame? – Diz ele surpreso. Todos se viram para a direção de Marcelo.
Cena 8 – Estrelar (Dia). Praça.
Samara: Está praça é mesmo muito bonita. Um ótimo lugar para se esfriar a cabeça.
Pedro: Mas eu não te trouxe aqui neste cenário lindo para esfriar a cabeça.
Samara: Ah! Não? E o que é que você quer então? Beijo não é mais, já que recebeu vários durante esses dias.
Pedro: É. Definitivamente beijo não é. – Ele pega algo no bolso de sua calça. – Mas… você aceita namorar comigo? – Diz ele segurando uma caixinha vermelha. Depois a abre lentamente.
Samara: Marcelo! – Diz ela baixinho ao perceber que a aliança que está na caixinha é a mesma que Marcelo havia lhe dado no dia em que te pediu em noivado.
Pedro: Samara? Aceita ou não aceita? – Ela parece estar indecisa.