MEU RIO – Capítulo 12
[Hotel Grand São Luís Hotel – Centro Histórico – São Luís – Maranhão – Tarde]
TEODORO – Vicente, faça pra mim uma reservar em um dos melhores hotéis do Rio de Janeiro, sem previsão de saída.
VICENTE – Pra quem seria chefe?
TEODORO – Coloque no nome de Susana Machado, ah não comente nada com a Beatriz sobre isso.
VICENTE – Tudo bem.
TEODORO – Por hoje é só, você pode tirar a noite de folga, mas amanhã cedo partiremos de volta.
VICENTE – Obrigado. (sai)
Teodoro arruma algumas coisas no quarto, em seguida troca de roupa, pega o endereço que a secretária lhe deu e parte para a rua da Palma, algumas quadras dali. Chegando na casa ele toca a campainha e uma mulher sai de dentro.
SUSANA – Teodoro? Você aqui?
TEODORO – Vim conversar com você.
SUSANA – E não poderia ter me ligado.
TEODORO – A Beatriz descobriu que eu mandava dinheiro pra você e se livrou de todos os papéis que tinham o seu contato. Posso entrar?
SUSANA – Claro, entre.
Os dois entram e sentam no sofá.
SUSANA – Ela ainda me odeia dessa forma?
TEODORO – Já se passou tanto tempo e ela ainda não esqueceu.
SUSANA – E tudo o eu fiz foi pra não piorar as coisas na vida dela.
TEODORO – É eu sei.
SUSANA – Foi só uma coisa influenciando outra, tudo afeta tudo. Primeiro com o pai dela que não queria ter uma filha, que fez a Joana sair da casa deles e voltar pra fazenda, depois o meu estupro feito pelo Josaniel. Uma única pessoa fez criar um furacão que tem efeitos até hoje.
TEODORO – A Beatriz foi ingênua.
SUSANA – Mas eu pensei que ela fosse minha amiga, depois que fui presa nem sinal dela, depois que eu saí, sempre fez de tudo pra me prejudicar.
TEODORO – Mas acho que já está na hora dessa briga terminar.
SUSANA – Teo, acho que isso não tem mais volta.
TEODORO – Claro que tem, por isso vim aqui te fazer uma proposta.
SUSANA – Que proposta?
TEODORO – Vamos comigo para o Rio de Janeiro?
Susana levanta.
SUSANA – Eu não posso sair daqui.
TEODORO – Por que não?
SUSANA – Minha filha.
TEODORO – Aconteceu alguma coisa com ela?
SUSANA – Ela foi pro Rio de Janeiro em busca do pai dela.
TEODORO – Como assim? E ela sabe quem é o pai dela?
SUSANA – Ela cismou que é você.
TEODORO – Por que isso?
SUSANA – Ela encontrou os recebidos dos depósitos que você fez.
Inicio do Flashback
[Casa de Susana, São Luís – Maranhão, meses antes]
Anita está procurando algo no quarto da mãe, procura em vários lugares, no guarda-roupa encontra escondida uma caixa redonda, abre e encontra vários recibos de depósitos. Vai até a cama da mãe, espalha eles em cima dela e começa a ler.
Susana entra no quarto.
SUSANA – Anita?!
As duas se olham.
SUSANA – (Indo até Anita) Anita, Anita, eu não acredito nisso. O que você tá fazendo aqui? Quem te deu autorização pra mexer nas minhas coisas?
ANITA –Quem é esse Teodoro, mãe, que manda dinheiro pra você todo mês?
SUSANA – É ninguém.
ANITA – Como ninguém, aqui tem notas de anos e anos, é ele que é meu pai?
SUSANA – Eu já disse pra você esquecer, agora sai do meu quarto. Eu não devo satisfação pra você.
ANITA – Então ele é do Rio de Janeiro, agora já tenho uma pista.
SUSANA – Para com isso, agora me deixa só, por favor!
ANITA – Tudo bem, só porque já tenho uma informação boa.
Fim do flashback
SUSANA – Meses depois ela pegou o avião e foi atrás de você no Rio de Janeiro.
TEODORO – É mais um motivo para você ir comigo para o Rio.
SUSANA – Pensando por esse lado, seria bom mesmo, fazer uma surpresa pra ela.
TEODORO – Então está combinado, partimos amanhã.
SUSANA – Eu ainda não aceitei (indo até Teodoro e sentando no sofá).
TEODORO – Mas vai (dando umas palmadinhas na mão de Susana)… Mas, Susy… Tem alguma possibilidade da sua filha ser minha filha também?
***
[Rio de Janeiro – Universidade Federal do Rio de Janeiro – Tarde]
Leonardo entra na sala de aula, ao passar por uma carteira derruba o estojo de uma aluna no chão.
ALUNA – Não presta atenção não?
LEONARDO – Desculpa.
ALUNA – Se não fosse gordo e desastrado passaria sem derrubar nada, procurar é fazer uma dieta.
LEONARDO – Não precisa falar assim.
ALUNA – Precisa, pra ver se você cria vergonha na cara e emagreci.
Leonardo senta-se na cadeira e assisti a aula, ao final ele vai ao banheiro e entra em uma das cabines para urinar. Um grupo de alunos entra no banheiro.
ALUNO 1- Vocês viram aquele gordo desastrado na turma hoje?
ALUNO 2- E bota gordo nisso, acho que ele nunca deve ter beijado.
ALUNO 3- Tenho certeza, quem é que vai querer ficar com cara como ele? (rir)
ALUNO 2- Tenho pena, ele deveria entrar em uma academia, ficar forte, sarado, tenho certeza que iria pegar várias gatinhas.
ALUNO 1- Essa gordura toda deve atrapalhar até na hora do sexo.
ALUNO 3- Vamos deixar ele de lado e vamos pro bar.
Os alunos saem. No box Leonardo enxuga os olhos e sai para o corredor.
CLARA- Ei Leo, tá tudo bem?
LEONARDO- Oi Clara, tá sim e você?
CLARA- Tirando essa loucura da faculdade tá sim, mas você parece estar triste.
LEONARDO- Só impressão sua mesmo.
CLARA- Você tá mais cheio, né?
LEONARDO- Clara, eu preciso ir.
CLARA- Tudo bem, foi um prazer te ver, beijo.
LEONARDO- Outro.
***
[Madureira – Rio de Janeiro – Casa de Beatriz – Noite]
Maxwell e Benedita descem as escadas. Beatriz está sentada na sala assistindo televisão.
MAXWELL – Mãe, tem alguma coisa pra comer?
BEATRIZ – (olhando pra Tv) O jantar vai ser servido daqui a pouco.
MAXWELL – (falando para Benedita) Você quer ficar pra jantar?
BENEDITA – A gente nem fez nada, mas não sei.
MAXWELL – Desculpa isso nunca aconteceu comigo.
BENEDITA – É sempre tem a primeira vez e tinha que ser comigo né.
Beatriz se levanta e vai onde os dois.
BEATRIZ – Quem é essa daí?
MAXWELL – Mãe essa daqui é a Benedita.
BEATRIZ – Garota de programa? Agora vai ficar trazendo prostituta pra dentro de casa?
BENEDITA – Ei, eu não sou nenhuma prostituta, a senhora me respeite.
BEATRIZ – Sinto cheiro de cobra de longe, interesseira também.
MAXWELL – Mãe, por favor, né?
BEATRIZ – Mas se é verdade.
BENEDITA – Desculpe Max, mas eu não vou ficar aqui escutando insultos da sua mãe.
BEATRIZ – Max? Já estão íntimos né.
BENEDITA – Me deem licença por favor, (olhando pra Maxwell) me acompanha?
MAXWELL – Claro.
BEATRIZ – Ah querida, vá com Deus.
Benedita olha pra Beatriz.
BENEDITA – (com ironia) Você não sabe o prazer que foi conhecer você. (sai com Maxwell)
BEATRIZ – Vai pro inferno, tomara que não volte nunca mais.
Pilar entra na sala.
PILAR – Êh sogrinha, o que aconteceu pra estar assim?
BEATRIZ – Ainda bem que você chegou, acredita que o Maxwell resolveu trazer garota de programa pra dentro de casa?
PILAR – Você tem certeza disso?
BEATRIZ – Pilar, conheço gente que vem do baixo meretrício e meu santo não bateu com o dela, sabe? Veio ranço logo de cara.
PILAR – É, eu sei como que é. Você viu o Ricardo por ai?
BEATRIZ – Ele foi lá na joalheria resolver alguns assuntos, já que o pai dele viajou.
PILAR – Pra onde o Teodoro foi?
BEATRIZ – São Luís, lá é a porta dos nosso negócios. As pedras são garimpadas lá no Rio Parnaíba, na cidade de Mororó, depois levadas para São Luís e transportada para cá.
PILAR – Muito interessante.
Ricardo chega em casa.
RICARDO – Boa Noite, com a senhora mesmo que quero falar.
BEATRIZ – Se for mais problemas eu to passando.
RICARDO – A senhora me deve uma explicação (Retira o papel do bolso), pode me dizer que garimpo clandestino é esse lá em Mororó no Rio Parnaíba? (Entrega o jornal para a mãe)
Beatriz ler.
BEATRIZ – Eu não estou sabendo de nada disso.
RICARDO – Como não? Você e o papai sabem de tudo que ocorrem naquela empresa.
BEATRIZ – Você tá sendo injusto comigo, já veio com uma posição formulada e nada do que eu fale vai fazer você mudar de ideia, porque está tão cheio de si que já me declarou culpada nessa história.
RICARDO – Eu vou subir para o meu quarto, não vou jantar estou sem fome.
BEATRIZ – Pera aí.
RICARDO – Pera aí nada, eu não gosto de falcatrua, entendeu? Não é a primeira vez que isso acontece.
BEATRIZ – Mas dessa vez não tem nada a ver com a empresa.
RICARDO – Guarde suas histórias pra você, estou subindo… ah! Todos os garimpos foram fechados até averiguarem todas as documentações. (Sai)
BEATRIZ – Que inferno! Deve ser carma mesmo, meus dois filhos contra mim.
PILAR – Você viu? Nem notou que eu estava aqui.
BEATRIZ – Vai lá onde ele que vou ligar para o Teodoro ver esse problema.
***
[Madureira – Rio de Janeiro – Casa de Susana – Quarto de Ricardo – Noite]
PILAR – (entrando) Ei, nem notou que estava com sua mãe.
RICARDO – Desculpa, é que isso me tirou do sério.
PILAR – Eu sei que você é tudo certinho e gosta de tudo nos conformes, mas você sabe que foi injusto com sua mãe.
RICARDO – (indo até a porta do quarto) Se veio aqui fazer de advogada da minha mãe pode ir embora.
PILAR – Agora você está sendo grosseiro comigo, eu só quero que você dois se entendam.
RICARDO – É só ela fazer o que é certo.
PILAR – Acho que você às vezes é muito duro com ela, poxa, todo mundo tem direito de errar na vida.
RICARDO – Mas permanecer no erro é burrice e isso não é erro, é crime.
PILAR – Dá uma chance pra ela, pra vocês dois se entenderem.
RICARDO – (indo pra cama) Chega Pilar, to cansado. Já que você está aqui, precisamos conversar, senta aqui.
PILAR – (sentando na cama) Sobre o que você quer falar?
RICARDO – Eu não sei como dizer isso, acho melhor ser direto, acho melhor darmos um tempo.
PILAR –Como assim darmos um tempo, você não tá feliz?
RICARDO – Pilar, não tem a ver com felicidade, tem a ver com projetos. Faz tempo que não olhamos para mesma direção, não temos os mesmos objetivos, discutimos muito, você me cobra uma atenção que eu não posso te dar mais.
PILAR – Ai você resolveu terminar assim, de uma hora pra outra?
RICARDO – Um relacionamento nunca termina de uma hora pra outra, ele vai morrendo aos pouco, até morrer completamente.
PILAR – Então vai ser assim?
RICARDO – É melhor que seja assim.
Pilar levanta.
RICARDO – Não precisa ir embora, você é amiga da minha mãe, janta com ela.
Pilar sai.
Na sala Beatriz está ao telefone.
BEATRIZ – Como assim você não sabia dessa notícia?
TEODORO – Beatriz eu estou entendendo nada, fala devagar e sem gritar no telefone.
BEATRIZ – Que zoada é essa aí?
TEODORO – É uma roda de Tambor de crioula que está se apresentando aqui perto. Mas que problema é esse na empresa?
BEATRIZ – Saiu uma notícia no jornal que um garimpo clandestino foi fechado lá em Mororó e que todos os outros estão interditados até averiguarem a documentação.
TEODORO – Fica tranquila que está tudo em ordem lá, com todas as documentações em dia.
BEATRIZ – Mas fico preocupada.
TEODORO – Não fique, agora preciso ir.
BEATRIZ – Você está com quem aí?
TEODORO – Com o Vicente, vai ter ciúmes até dele?
BEATRIZ – Teodoro Araribe, não está mentindo pra mim não, né? Não foi atrás daquela assassina, né?
TEODORO – Tira isso de sua cabeça, agora preciso desligar, boa noite.
BEATRIZ – Boa noite, volta logo. (Desliga)
***
[São Luís – Maranhão – Casa de Susana – Noite]
TEODORO – Desculpe, era a Beatriz, mas, e então tem possibilidade de sua filha ser minha filha?
SUSANA – Claro que não, de onde tirou essa ideia?
TEODORO – Teve aquele dia em que dormimos juntos, antes de você ser presa lembra?
SUSANA – Teo, tire isso de sua cabeça, deixa essa história pra lá.
TEODORO – Por enquanto, essa roda de tambor de crioula parece ta bem perto daqui, vamos até lá?
SUSANA – Ta bom, vamos.
***
[Igreja do Santo Sepulcro – Madureira – Rio de Janeiro]
LEONARDO – Boa Noite padre, sua benção.
PADRE JOACY – Deus te abençoe meu filho. Tem reunião de algum grupo agora?
LEONARDO – Não padre, eu queria conversar com o senhor.
PADRE JOACY – Vamos até a minha sala de atendimento.
Os dois se dirigem a sala.
PADRE JOACY – E então sobre o que você quer conversar?
Leonardo começa a chorar, tenta limpar as lágrimas, mas cada vez mais elas rolam pelo seu rosto, até que ele desiste e abraça o padre.
PADRE JOACY – Meu filho, o que está acontecendo?
LEONARDO – Uma dor, padre, um vazio, uma tristeza aqui dentro, no meu coração. Eu posso até sorrir, comer, andar, caminhar, mas sem amor, parece que não to mais vivo aqui dentro, apenas a tristeza, uma grande tristeza, um grande vazio que ta tomando conta de mim. Eu sei que pareço estar bem, mas é tudo mentira.
PADRE JOACY – Mas o que está fazendo você ficar assim?
LEONARDO – Acho que só um amontoado de coisas, desde a minha infância, mas o que me deixa mais triste é os comentários, os apelidos pejorativos, sobre meu peso.
PADRE JOACY – Não ligue para comentários dessas pessoas maldosas, elas não sabem o que fazem, muitas das vezes. Lembre-se que Deus está sempre ao seu lado, ele é a luz pra iluminar essa escuridão que está dentro de você e vai fazer as cores verdadeiras aparecerem. Eu vou conversar com um amigo meu, que é psicólogo para que ele possa atender você e fazer o tratamento adequado, mas quero que saiba, Leo, que eu estou aqui para qualquer coisa.
LEONARDO –Obrigado padre, o senhor é como se fosse um pai pra mim, mas queria lhe pedir uma coisa.
PADRE JOACY – Fale.
LEONARDO – Não fale nada pra minha mãe, eu não quero preocupada.
PADRE JOACY – Ela deve saber o que está acontecendo com você Leonardo.
LEONARDO – Eu insisto, não diga nada a ela.
PADRE JOACY – Ta certo, mas você vai me prometer que vai ao psicólogo.
LEONARDO – Prometo.
PADRE JOACY – Você tá melhor?
LEONARDO – Sim, obrigado.
PADRE JOACY – Agora mudando de assunto, pensou na minha proposta?
LEONARDO – Ainda estou pensando, prometo que logo terei uma resposta.
PADRE JOACY – Leo, escute o chamado que Deus te faz.
***
[Madureira – Rio de Janeiro – Casa de Beatriz – Noite]
PILAR – (chorando) Ele terminou comigo dona Beatriz, me dediquei anos a ele, pra terminar assim do nada comigo.
BEATRIZ – O que é isso? Vai ficar choramingando porque ele terminou com você? Reage mulher, vai entregar ele de mão beijada pra outra?
PILAR – Que outra?
BEATRIZ – Sei lá de outra, mas se não tem logo vai ter, procura é reconquistá-lo.
PILAR – Eu não sei como.
BEATRIZ – Você não é nenhuma virgem inexperiente e eu não preciso ensinar o caminho das pedras né?
PILAR – Não, vou ficar de olhos bem aberto, porque se ela tiver outra, eu vou descobrir.
***
[Rio de Janeiro – Zona Portuária – Galpão 64 – Manhã]
EUPÁTRIDA – (No celular) Elas acabaram de chegar, ocorreu tudo bem.
BASILEU – Já pegou os documentos dela.
EUPÁTRIDA – Vou fazer isso agora, não se preocupe.
BASILEU – Sem erros, Conseguiram localizar a que escapou?
EUPÁTRIDA – Ainda não, mas estão quase localizando-a.
BASILEU – Me manda uma foto dela, pode ser a do registro.
EUPÁTRIDA – Para que?
BASILEU – Faça o que eu disse, agora tenho que desligar.
EUPÁTRIDA – Ta certo (desliga o Celular)
O Eupátrida se aproxima do grupo de meninas.
EUPÁTRIDA –Bem-vinda meninas! O que estão achando do Rio de Janeiro?
GABRIELA – Maravilhoso, muito bonito.
EUPÁTRIDA – Que bom!
GABRIELA – Quando vamos conhecer nosso hotel?
EUPÁTRIDA – (rindo) Hotel? Vocês vão ficar aqui. Levem elas para o alojamento.
JULIANA – Mas, e o emprego?
EUPÁTRIDA – O emprego de vocês é nos servir, serão nossas escravas;
JULIANA – É o que?
GABRIELA – Que palhaçada é essa? Não fico aqui mais nem um minuto.
EUPÁTRIDA – Ah não? E vai pra onde, sem documentos, sem dinheiro? Esquece que tem vida lá fora, você morreu para a sociedade.
GABRIELA – Eu já disse que não vou ficar aqui e você não vai me impedir.
EUPÁTRIDA – (dar um tapa na cara de Gabriela) Quer mais impedimento?
Gabriel dá um tapa no Eupátrida.
EUPÁTRIDA – Sua vadia não deveria ter feito isso, rapazes levem-na para a sala de jogos.
Os rapazes riem e levam a jovem.
EUPÁTRIDA – Agora vai aprender, as demais pro alojamento, vamos, se não quiserem fazer companhia pra aquela vagabunda também.
***
[Madureira – Rio de Janeiro – Casa de Beatriz – Cozinha – Tarde]
Anita está sozinha limpando a cozinha.
RICARDO – (Entrando na cozinha) Boa noite
ANITA – Oi Rick, desde que comecei a trabalhar aqui nunca mais tínhamos conversado.
RICARDO – Pois é, conquistou todo mundo aqui pela barriga (rir).
ANITA – Que nada (esfregando o chão).
RICARDO – Acho que esse chão já está bem limpo.
ANITA – Sua mãe é muito exigente.
RICARDO – É eu sei, mas vem aqui (estende a mão) já está na hora de descansar.
ANITA – (Segura a mão de Ricardo) Tudo bem, acho melhor ir tomar um banho, estou toda suja e encharcada de suor.
RICARDO – Que nada, continua bonita da mesma forma.
ANITA – Você sempre me elogiando.
RICARDO – Só digo verdades (rir)
ANITA – Galanteador todo.
RICARDO – Anita, eu queria falar uma coisa… melhor fazer.
ANITA – O que?
Ricardo se aproxima de Anita e a beija. Pilar entra na cozinha.
PILAR – Então você me trocou pela cozinheira?