Capítulo 11 – Samara
João: E a essa hora todos na mansão Lamburgo devem estar boquiabertos com a morte do Augusto.
Gilson: Como é que é? O Augusto morreu? Como você ficou sabendo disso? – O seu tom de voz parece amedrontado.
João: Antes que você me acuse, vou logo tirando o meu cavalinho da reta. Não fui eu quem matou o Augusto.
Gilson: Eu não disse nada, apenas perguntei como você ficou sabendo disso.
João: Não importa como, o que importa é que ele morreu.
Gilson: Eu quero saber como é que você ficou sabendo disso. – Ele o pega pelo colarinho da camisa.
João: Porque você está tão nervoso assim? Até parece que tem culpa no cartório.
Gilson: Mas não tenho. – Ele solta João. – Desculpe pela minha reação, mas você me irrita com este suspense todo. Se não vai terminar porque começa a falar?
João: Apenas pensei que você gostaria de ser o primeiro a ficar sabendo da bomba.
Cena 2 – Céu (Dia). Interior do Avião.
Pedro está escutando música em alto volume no seu fone quando decide repentinamente olhar as pessoas que estão no avião. Ainda sentado ele estica o pescoço para ver melhor, em um movimento rápido ele olha para o lado e dá de cara com Amanda dormindo na fileira ao lado. Rapidamente ele vira o rosto para o lado oposto ao dela.
Pedro: Não pode ser, ela está aqui. No mesmo voo que o meu. – Ele diz para si mesmo baixinho.
Cena 3 – Estrelar (Dia). Mansão Lamburgo.
Lúcia: Até parece que foi alguém de bom caráter que morreu. Por que este silêncio todo? – Diz ela invadindo a mansão.
Marcelo: Quem foi que deixou esta mulher entrar aqui?
Lúcia: O seu pai não pediu para os seguranças barrarem minha entrada, nem mesmo vocês. É isso mesmo que está dando nos noticiários? Augusto Lamburgo morreu?
Roberto: Você não respeita nem um momento como esse? Não vê que os seus filhos estão sofrendo com a morte do pai?
Lúcia: Eu não estou falando com você. Será que você pode nos dar licença?
Morgana: Se alguém tem que sair daqui, este alguém é você. Ele é o meu marido e daqui ele não sai.
Lúcia: Pois sinto muito em te dizer que daqui eu não saio. É isso mesmo crianças, a mamãe voltou.
Marcelo: Não vá pensando que só porque o papai morreu você vai voltar. Nós não a queremos aqui, você não é bem vinda nesta casa.
Morgana: Agora tudo parece se encaixar perfeitamente. Foi você, você matou o nosso pai.
Lúcia: De todos os absurdos que você já me disse, este foi o pior Morgana.
Morgana: Com o papai morto você vai voltar para cá, pois acha que só porque somos seus filhos devemos aceitar tudo o que você faça.
Roberto: Vou deixar vocês a sós minha querida, esta é uma conversa que eu não pretendo presenciar. – Ele sai para atender o celular e depois de falar com alguém, Roberto vai embora.
Cena 4 – Estrelar (Dia). Mansão Lamburgo.
Roberto: As passagens já estão compradas e mais… se você não vir comigo eu irei sozinho.
Morgana: Você não me explicou porque quer tanto fugir assim.
Roberto: Sua mãe voltou para dentro dessa casa, ela vai infernizar a nossa vida. Nós devemos sair daqui o quanto antes.
Morgana: Ficaria muito suspeito a gente fugir assim. Acusariam nós dois de ter matado o meu pai.
Roberto: Tudo bem. Não quer vim? Então fica ai. – Ele sobe a escada e ela vai atrás dele.
Lúcia: Parece que temos um suspeito. – Diz ela surgindo por trás da parede, depois de ter escutado toda a conversa deles. O celular dela toca. – O que você quer?
João (Ao celular): O meu reality show preferido é ficar por dentro de tudo o que você faz.
Lúcia (Ao celular): Pena que o Augusto tenha morrido sem saber que foi você quem atirou nele.
João (Ao celular): Ai que você se engana queridinha. Eu já havia contado tudo a ele.
Lúcia (Ao celular): Então foi você!
João (Ao celular): Fui eu o que? Do que você está falando sua maluca? – Ele questiona.
Lúcia (Ao celular): Ficou com medo de ele te entregar para a polícia depois de ele ficar sabendo de toda a verdade. O segundo suspeito da minha lista.
João (Ao celular): Suspeito ou uma forma para você se livrar do crime que você cometeu.
Lúcia (Ao celular): Eu não matei o Augusto.
João (Ao celular): Será mesmo?
Cena 5 – Guarulhos (Noite). Aeroporto.
Morgana: Ainda não consigo acreditar que concordei em vir com você. Para onde estamos indo?
Roberto: Você vai ver quando nós chegarmos lá.
Morgana: Você está tão cheio de mistérios. Tem certeza que só quer fugir por causa da minha mãe?
Roberto: Claro que sim. Aquela mulher é o cão em forma de gente.
Morgana: Devo concordar com você. – Eles se sentam. – Agora é esperar pelo tal voo. – O tempo passa e é anunciado o voo deles.
Roberto: É o nosso amor. Chegou a hora. – Ele pega na mão dela e eles começam a caminhar em direção a fila.
Morgana: Meu pai não vai me perdoar por não ter ido ao enterro dele.
Roberto: Não vai mesmo, já que ele está morto. Na verdade o seu pai nem merece que você vá até lá. Ele só ficou melhor com você depois de você ter realizado a transfusão de sangue.
Morgana: Credo Roberto. Você está com os sentimentos tão frios. Me lembrou até a minha mãe.
Lúcia: Talvez seja porque ele está com medo de algo. – Ela surge por trás de Morgana.
Morgana: Mãe? O que faz aqui? – Ela arregala os olhos, surpresa.
Lúcia: Vim te impedir de fazer a maior burrada da sua vida. Você não vai a lugar algum Morgana, aliás você vai voltar para casa comigo.