Capítulo 3 – Samara
Cena 1 – Estrelar (Noite). Mansão Lamburgo.
Augusto: Viu só o que você fez? – Diz ele, segurando Lúcia que está desmaiada.
Morgana: Não se preocupe. Logo, logo ela estará de pé e feliz porque vai ser vovó. – Ela se diverte com a situação.
Samara: Parabéns cunhada. – Ela abraça Morgana. – Desejo tudo de bom para vocês!
Marcelo: Vou ser titio? Mas o combinado era que eu tivesse o filho primeiro. – Ele brinca. – Parabéns maninha.
Morgana: E você Roberto? Não está feliz por ser papai?
Roberto: O meu processador é meio lento. – Ele senta no sofá. – Eu…? Pai…? Difícil de acreditar.
Morgana: Pois pode acreditar… futuro papai.
Augusto: Eu não sei se vocês perceberam mas… a mãe e sogra de vocês está desmaiada aqui.
Samara: Tenha cuidado, pois quando ela acordar pode até ser que te pique por engano… Ah! Me esqueci que o veneno que ela tem, também há em você. – Ela sussura no ouvido de Augusto e em seguida sobe a escada.
Marcelo: Eu vou pedir para a empregada preparar uma água com açúcar.
Cena 2 – Cajamar (Noite). Jocks Bar.
Gilson: A Samara ainda não chegou? Será que aconteceu alguma coisa?
João: Ela não é de se atrasar deve ter acontecido alguma coisa mesmo. Eu não vou me perdoar se isso acontecer.
Gilson: Do que você está falando? João você está escondendo algo de mim?
João: Eu contei a Samara sobre a Lúcia, sobre quem ela realmente é.
Gilson: Como assim? Não entendi.
João: A Lúcia é uma assassina Gilson. E eu contei isso a Samara, tenho medo que ela tenha atacado a Lúcia com isso.
Gilson: Então essa mulher é pior do que eu pensava, ela matou uma pessoa. Mas como é que você sabe disso?
João: É que… eu… Samara! Graças a Deus que você chegou.
Samara: Desculpe pela demora. Pai? O que você está fazendo aqui?
Gilson: Estou aqui te esperando faz tempo, preciso te contar algo.
Samara: Depois o senhor me conta o que tem para me falar, pois eu preciso me arrumar logo.
Gilson: Tudo bem minha filha. – Samara vai para o seu camarim.- Voltando ao assunto… – Ele se vira. – Mas onde será que ele se enfiou?
Cena 3 – Estrelar (Noite). Mansão Lamburgo.
Augusto: Eu não vou te deixar ir para lugar algum. Você acabou de se recuperar de um desmaio.
Lúcia: Eu preciso esvaziar a minha cabeça. Ainda não consigo acreditar no que a Morgana me aprontou.
Augusto: Talvez seja melhor mesmo, mas eu irei com você.
Lúcia: Não, eu preciso ir sozinha. – Ela sai do quarto.
Cena 4 – Alexandria (Noite). Mansão Damasceno.
Silvia: Ele nunca mais vai voltar, tenho certeza disso. Por que você foi dizer aquelas coisas para ele hein!?
Arnaldo: Não se preocupe. Quando você menos esperar ele estará de volta. Ele não trabalha e vai precisar de dinheiro.
Silvia: Chega! Eu não aguento mais você falando mal do nosso filho.
Arnaldo: Isso, vamos deixar o Pedro de lado. Amanhã estão vindo duas garotas da Espanha. E mais uma vez fui cobrado: querem brasileiras na boate de qualquer maneira.
Silvia: Deixar o Pedro de lado? O meu filho? Não mesmo. – Ela pega uma mala e começa a tirar a roupa do guarda roupa.
Arnaldo: O que é que você está fazendo?
Silvia: Não vou ficar de braços cruzados, você sabe como o Pedro é birrento. Ele não vai voltar para casa tão cedo se eu não for buscá-lo.
Arnaldo: Você não vai ir atrás de ninguém. Vai ficar aqui comigo. E se ele é birrento teve a quem puxar. – Ele pega grosseiramente em seu braço.
Silvia: Acho que você está confundindo as coisas. Cê pode mandar lá na boate, mas aqui dentro você não manda em nada. – Ela se solta. – E sempre será assim.
Arnaldo: Quer ir? Então vá. – Ele sai e bate alto a porta do quarto.
Cena 5 – Cajamar (Noite). Motel.
Lúcia: Foi difícil, mas eu consegui me livrar dele.
Pedro: Hoje eu discuti feio com o meu pai. Na verdade foi ele quem foi grosseiro comigo.
Lúcia: Eu não vim aqui para saber dos seus problemas, nem você dos meus. – Ela o joga na cama. – Então é melhor fazermos logo de uma vez o que viemos fazer aqui. Mas antes… o que você estava fazendo no restaurante?
Pedro: Devo mesmo responder o que pessoas fazem em um restaurante?
Lúcia: Sim, já que a grande maioria vai acompanhada. Estava com alguém?
Pedro: Você me viu com alguém? – Ele tampa a boca dela com a mão carinhosamente. – Gosto mais quando você está quietinha. – Ele a deita na cama cuidadosamente.
Cena 6 – Cajamar (Noite). Jocks Bar.
Gilson: Enfim, eu menti para você, sua mãe não tinha câncer nenhum…mudando um pouco de assunto… o João foi embora? Não vi mais ele.
Samara: Essa é a verdade. Ao menos ela conseguiu fazer vingança. O bar está cheio pai… difícil de se encontrar o João.– Diz ela colocando sua aliança. – Preciso ir.
Gilson: Também já vou, deixei as crianças sozinhas. Nossa que aliança linda minha filha, não tinha reparado nela.
Samara: Acredita que somente eu tenho essa aliança? O Marcelo mandou fazer especialmente para mim.
Gilson: Jóias exclusivas… cobria sua mãe com um monte delas. Mas até isso levaram de mim.
Samara: Não fica assim papai. Você está precisando de algo em casa?
Gilson: Não. Nós estamos todos bem. – Eles saem logo depois.
Cena 7 – Cajamar (Noite). Rua.
Samara: Aquela ali não é a Lúcia saindo do motel?
Gilson: A própria. Ela continua deslumbrante, mas está sempre com uma máscara no rosto… escondendo quem realmente é.
Samara: Creio que ela não estava ali com o Augusto. E… quem será a pessoa que a ressuscitou? Pois quando eu sai de casa ela continuava desmaiada. – Eles veem Lúcia saindo de carro do motel.
Cena 8 – Estrelar (Dia). Mansão Lamburgo.
Samara percebe a ausência de Lúcia. – Ela não vai descer para almoçar?
Morgana: Pelo menos sobra mais, pelo visto esta comida está divina.
Marcelo: Por que você não tenta a sorte meu amor? Vocês devem começar a se dar bem.
Samara: Tudo bem. – Ela sobe a escada e vai ao quarto de Lúcia. – Não vai se reunir a família para o almoço?
Lúcia: Me recuso. Já que foi você quem preparou a comida hoje. Não quero correr o risco de morrer envenenada.
Samara: Até onde eu sei… você sabe manusear veneno melhor que eu. Morrer envenenada? Só se morder a própria língua.
Lúcia: Por acaso você está me chamando de cobra?
Samara: Entenda como você quiser. Mas se você não vai vir… com licença. – Ela se vira para sair do quarto.
Lúcia: Mas que audácia é essa? Você ainda está de baixo do meu teto, garota. Te coloco na rua em um estalar de dedos. – Samara se vira.
Samara: Estava reparando que temos mais coisas em comum do que pensamos, sabia? Por exemplo somos ótimas em lembrar nomes.
Lúcia: Você é louca? Não tenho nada em comum com você.
Samara: Louca, eu? Não mais que você. Se lembra de algum Sérgio Amaro? – Ela olha Lúcia, parecendo se divertir com a reação dela, com um leve sorriso no rosto.
Cena 9 – Alexandria (Dia). Mansão Damasceno.
Silvia: Amanhã mesmo estou indo para o Brasil.
Arnaldo: Você está se precipitando em fazer isso. O Pedro não merece. Ele já é um adulto. Sabe fazer suas próprias escolhas.
Silvia: Independente de merecer ou não… ele é meu filho. E eu queria que você começasse a enxergar isso também. Ele é o resultado do nosso amor Arnaldo.
Arnaldo: Ok! Vamos colocar um ponto final nisso. Se eu me preocupava com ele antes… agora eu lavo as minhas mãos.
Silvia: O que você quer dizer com isso?
Arnaldo: Estou indo para o Brasil com você.
Cena 10 – Estrelar (Dia). Mansão Lamburgo.
Lúcia corre atrás de Samara pelo corredor. – Você esqueceu isso no meu quarto. – Quando Samara se vira Lúcia da um tapa em sua cara e a briga começa a rolar: puxões de cabelo, tapas e socos.
Samara: Sai de cima de mim sua louca. – Ela empurra Lúcia e se levanta. Lúcia também se levanta e a pega pelo pescoço pressionando-a contra a parede.
Lúcia: Saiba que a mesma coisa que eu fiz com o Sérgio eu sou capaz de fazer com você. – Ela solta Samara e para em frente a porta de seu quarto. – O recado foi dado.
Samara: Só quero que saiba que eu não tenho medo de você Lúcia. – Ela fala ainda no corredor. Pega um vaso de decoração, o preferido de Lúcia. – E isso daqui é a prova de que você não conseguiu me colocar medo. – Ela taca o vaso no chão que de imediato se quebra em vários pedaços. Depois ela desce a escada e se recompõe antes de ir para a sala de jantar.
Lúcia: João. Foi ele quem te contou isso. Pois ele sofrerá as consequências.
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Rodrigomes