A Ilha: Desenrolar de roteiro com originalidade e bons personagens

Por Yannikson Pereira

Quando assumimos a missão de escrever uma obra é quase inevitável que, em um primeiro momento, ponto ou outro fator qualquer, nossa história seja remetida a outras já existentes: seja pelo contexto geral, pelo cenário ou pelos próprios personagens em si. Confesso que ao ler a sinopse de ‘A Ilha’ me veio em mente a série de televisão ‘Lost’ e fiquei com dúvidas sobre o destino que a trama tomaria. Felipe Reino me surpreendeu positivamente ao começar o primeiro capítulo com os personagens na ilha, sobrevivendo da maneira que desse e sem nenhuma explicação primaria do porquê de estarem lá. O autor fez com que o leitor mergulhasse, ainda no primeiro capítulo, na história de Susi e Lila e isso foi essencial pro começo da trama – impedindo que o leitor caísse em qualquer fadiga possível. Pra complementar a estreia existiu um texto bem estruturado, revisado e com uma sequência definida: tudo aos olhos da protagonista e seu gênero forte que foi sendo ainda mais explorado ao longo da temporada.

Partindo para os personagens, notei que existiu uma máxima valorização de cada um deles ao longo dos capítulos e isso faz não só com que o leitor se identifique mais com o personagem, mas também que não perca o interesse neles. Lila, Susi, Richard e Savite foram impecáveis ao serem construídos e esse acerto não poderia passar despercebido.

Alguns pontos – que foram analisados mais rigorosamente na tabela de pontuações da web – não podiam deixar de marcar presença nesta crítica, como o assunto principal abordado (pela dificuldade do tema, é natural que existam algumas controvérsias) ou a explicação de todos os fatos existentes na trama que, ao ser encerrada, não revelava muitas feições se comparada aos mistérios que trazia nos primeiros capítulos. Por um lado é absolutamente compreensível que o autor queira deixar as melhores partes do bolo para a próxima temporada, mas não se pode esquecer que nem sempre os que leram a primeira lerão a segunda, ou vice-versa. Um jogo de equilíbrio interessante seria a resolução de pelo menos 60% dos mistérios apresentados nessa primeira temporada, revezando os mistérios resolvidos com os que ainda estariam por vir na suposta segunda temporada.

Criar uma web de 11 capítulos e nomenclaturá-la como temporada foi um desafio de Felipe, que, mesmo sem saber se existirá ou não uma segunda temporada da obra deixou seus capítulos caprichados e alinhados com o interesse do público. Existiram sim um ou outro erro de ortografia, mas nada que prejudicasse diretamente a história ou o seu entendimento. O ‘desenrolar’ foi original e acho que esse acaba sendo o ponto mais forte de ‘A Ilha’: mesclar bons personagens com a originalidade de um local desconhecido e com surpresas  frequentes. O autor acertou e o desfecho da web (ou de sua primeira temporada como o próprio Felipe definiu) foi deveras surpreendente. ‘A Ilha’ é daquelas historias que tu queres seguir lendo, acompanhando e comentando e isso tudo é mérito de seu criador, Felipe Reino. Parabéns e boas inspirações para os próximos trabalhos, que certamente serão vistos com olhos mais atentos a partir dessa web que finalizastes com sucesso.

Abaixo seguem as notas atribuídas á web A Ilha, de acordo com as novas regras de avaliação do Séries de Web.

Yannikson

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