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Sublime

Capítulo 9 Sublime

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CAPITULO: 9

 

 

 

Pesadelos povoam a mente de Clara, dormindo ao lado Renan, não conseguia descansar, seu desejo de vingança simplesmente não permitia.

 

Clara acorda gritando — Terá que ser logo, no máximo amanhã. Amanhã!

 

Renan acorda assustado — O que foi?

 

Clara — Um pesadelo eu acho.

 

Renan insiste — Tudo bem, volte a dormir!

 

Clara diz seriamente — Não, decidi o que quero, amanhã mesmo vamos acabar com tudo isso!

 

Renan — Acabar com o que Clara, o que pretende?

 

Clara — Amanhã a noite vamos até aquela casa, e vamos acabar de uma vez com Ellen, Danilo, Catarina, Carlos e quem mais estiver por lá! Depois vamos fugir para bem longe, tenho como conseguir passaportes falsos, não será difícil sair do país.

 

Renan — Está falando sério? Pretende matá-los?

 

Clara — Nunca estive falando tão sério quanto estou agora! Amanhã mesmo, minha decisão está tomada!

 

Renan se alarma — Pense bem Clara, essa não é a melhor maneira de resolvermos essas coisas!

 

Clara se exalta — O que aconteceu com você? Será que vai se tornar um problema para mim? Volte a dormir, amanhã teremos um dia cheio.

 

Agora quem havia perdido totalmente o sono era Renan, como poderia participar daquilo, ser um assassino, finalmente a venda que Clara havia colocado em seus olhos começava a cair, ele ainda não sabia o que fazer para evitar, mas precisara agir rápido.

Os primeiros raios de sol então começam a surgir, despertando imediatamente Ellen em seu quarto, que acorda com um belo sorriso, crendo que agora que sua mãe ira voltar para casa tudo será como antes.

Vai até o quarto de Danilo que ainda está dormindo, deixa um bilhete lhe desejado um ótimo dia e lhe avisa que vai até a casa de Alice. Com um leve beijo no rosto de seu namorado que se encontra em um profundo sono.

Alice costumava acordar muito cedo, antes mesmo dos primeiros raios solares, costumava sempre ver o nascer do sol a beira mar, isso a inspirava para criar suas telas.

 

Ellen sorrindo — Sabia que te encontraria aqui.

 

Alice também sorri — Fazer o que, adoro esse lugar! Como você está?

 

Ellen — Bem, posso dizer que feliz, claro que o fato de Clara e Renan estarem soltos me assustam, e agora Luna!

 

Alice — É, eu soube, mas também percebo em seu olhar que tem mais alguma coisa te preocupando. Tem recebidos mais cartas como aquelas?

 

Ellen — Não, faz muito tempo que não recebo mais, apesar de que elas ainda me intrigam muito, afinal quem me mandou sabe do estado de Danilo!

 

Alice — Então o que é?

 

Ellen — O meus sonhos, nesse últimos dias tenho sonhado muito com Lorelai.

 

Alice — Ainda não descobriu que ela pode ser?

 

Ellen — Não, nos sonhos nunca consigo ver claramente o seu rosto, é sempre turvo e escuro, mas ela fala comigo, e quando acordo já não me lembro de nada! É como se ela estivesse tentando me avisar de alguma coisa, mas o que?

 

Alice — Talvez a resposta esteja perto, só tem que querer enxergar!

 

Ellen — A vezes você fala umas coisas estranhas hein, me assustam.

 

Não demora muito para que na mansão todos acordem, Danilo levanta-se pouco depois de Catarina e Carlos.

 

Danilo os cumprimenta — Bom dia!

 

Catarina e Carlos — Bom dia!

 

Danilo — Como está Maria? Dormiu bem?

 

Catarina — Bem, chorou um pouco a noite antes de tomar a mamadeira, mas logo adormeceu!

 

Carlos — E Ellen? Não está com você?

 

Danilo — Está bem, me deixou um bilhete dizendo que iria até a casa de Alice, com licença, vou ver a correspondência! (Diz Danilo se dirigindo até a porta principal de acesso a sala de visita. Pega os envelopes como de costume e vai até a sala de jantar onde estão reunidos, passa uma a uma carta, até encontrar a que lhe chama atenção, ela não dizia nada em seu envelope, a não ser um nome “Ellen”).

 

Danilo pensa — Será que é mais uma daquelas mensagens? Ellen não vai gostar nada disso.

 

Catarina — É bom entregar para ela mesmo assim, afinal conhecendo minha irmã do jeito que conheço, se esconder dela vai ser pior!

 

Danilo — Sim, tem razão, nem vou abrir, prefiro esperar ela!

 

E assim se faz, terminam o café da manhã quase sem aproveitá-lo pois a preocupação somada com a curiosidade do conteúdo daquela mensagem não os permite descansar.

Finalmente o tempo de espera é pouco, Ellen logo chega.

 

Ellen até notar a expressão séria de todos Bom dia! Como estão todos… Nossa que cara são essas?

 

Danilo entrega o envelope — Havia uma carta na porta, tem o seu nome.  (O sorriso de Ellen logo se fecha, e sem hesitar rasga o envelope para poder tirar a carta de dentro. Em voz alta lê o conteúdo).

 

“A noite cai trazendo o véu da escuridão sobre

todos vocês!

Terão que tomar cuidado.

Mantenham-se a espreita…”

 

Ellen Não entendo! Essa é como as outras mensagens, sem ter como decifrar!

 

Danilo intrigado —Tem certeza de que não tem como decifrar?

 

Catarina — Sempre tem como saber o que eu ela realmente quer dizer Ellen, tente!

 

Ellen — Não adianta, não consigo.

 

Catarina procura acalmas a irmã — Quer saber, deixe para lá, temos boas notícias pra pensar, por exemplo, a nossa mãe que volta logo para casa! Dentro de pouco tempo sabia?

 

Ellen sorri — A notícia é excelente mesmo!  Mas não posso mentir dizendo que esse bilhete não me preocupou em nada, querendo ou não eles sempre vem como aviso, e sempre que recebo alguma coisa acontece.

 

Danilo insiste — Venha sentar, não quero te ver assim.

 

Ellen teme — Mesmo assim estou com um pressentimento muito estranho, Catarina, solte o Aslan, quero que fique livre hoje.

 

Catarina — O cachorro? Mas para quê? Ele é tão manso, qualquer ladrão entraria aqui com ou sem ele.

 

Ellen — Mas ele é grande, pode assustar quem for.

 

Assim é feito, o dia voa, e Ellen não descansa de suas preocupações nem por um minuto, e como se dizia, o véu da noite cai sobre todos. Ellen permanece sentada na poltrona como já estava a muito tempo, o cão solto do lado de fora da residência dava sim um pouco de tranquilidade, mas não o suficiente, pois algo estava por vir.

Quem viria era Clara, acompanhada de Renan, para executar esse terrível plano, e ainda em seu apartamento já se preparava para partir, enquanto Renan morria de preocupação, sentindo-se extremamente culpado por algo que ainda não havia acontecido.

 

Clara — Vamos Renan, quero voltar logo, depois disso temos que sair do país se possível!  Espere, esqueci a arma, vou até o quarto buscar, sabe onde a deixou?

 

Renan gagueja — Não.

 

Clara — Ótimo, vou procurar, espere aqui!

 

Essa era a chance, Renan precisava fazer alguma coisa antes que tudo se perdesse, então, mais do que depressa pega o telefone ligando para a delegacia.

 

Delegado — Delegacia municipal de Maresia, boa noite.

 

Renan cochicha — Não tenho tempo, o negócio é o seguinte, aqui que fala é Renan, a quem procuram!

 

Delegado surpreso — Renan? Comparsa de Clara?

 

Renan — Isso mesmo, não tenho tempo, Clara planeja ir agora mesmo comigo até a mansão Dalcin para… para matar toda sua família, e depois quer fugir comigo.

 

Delegado desacredita — E você me avisaria assim! Ousa rapaz logo iremos os apanhar, não pense que ficarão soltos por muito tempo sem pagar por seus crimes!

 

Renan desliga — Essa é a verdade, ela não sabe que estou ligando e estamos indo agora, se acreditar vá até lá para nos apanhar, até.

 

Delegado dá as ordens — Chame mais três de nossos melhores homens!  Renan ligou dizendo que estará com Clara na mansão Dalcin em pouco tempo, não acredito que seja verdade, mas pelo sim ou pelo não, é melhor irmos! Agora.

 

Pouco tempo após Renan desligar o telefone da sala de visitas, Clara volta com o revólver em punho, o colocando em sua bolsa. Clara estava muito bem vestida com belo vestindo negro e luvas de cetim combinando com o mesmo; ela sempre se vestira bem, ainda mais quando desejava executar seus planos, sua beleza sempre foi a melhor arma, porém ao entrar na sala estava desconfiada.

 

Clara — Estava falando com alguém Renan?

 

Renan — Não, só estava te esperando, mas Clara, mais uma vez venho te dizer, não acha melhor então fugimos e deixar todos eles para trás? Que façam o que quiserem de suas vidas!

 

Clara — Já lhe disse tudo, quanto a isso não tem mais conversa, agora vamos, já ficamos aqui tempo demais!

 

Passam todo o caminho sem trocar uma palavra, Renan torcia em pensamento para que o delegado chegasse antes que pior acontecesse.

Em pouco tempo já estavam na frente da mansão, Clara mais do que depressa sai do veículo e é seguida por Renan, param em frente ao grande portão, e logo Clara percebe que o mesmo está destrancado.

 

Clara pensa com sigo mesma — Não aprendem.

 

Renan se assusta — Clara, eles soltaram o cão!

 

Clara acaricia o animal — Aslan!  Pensaram que soltando o Aslan poderiam me impedir de vir até aqui, mas estou decidida, e também tenho certeza que a porta principal não está trancada, nunca tiveram esse costume, não enquanto estão acordados, venha comigo!

 

Abrindo a porta lentamente, sem fazer o menor barulho entram, ouvem vozes e pequenas conversas, estão todos em um lado oposto da sala, e não demora muito para que notem a presença dos intrusos.

 

Clara cinicamente apontando a arma — Boa noite família!

 

Danilo se põe em pé — O que faz aqui.  (Alarma-se Danilo em tom firme, obviamente sabendo o que pretendia. Imediatamente passa a frente de Ellen a fim de protegê-la).

 

Clara — Vim conhecer minha sobrinha, a Maria, está lá em cima?

 

Catarina impede — Não pense em subir até lá ou tentar fazer qualquer coisa contra ela Clara, antes eu te mato, estou falando sério!

 

Clara satiriza — Calma!

 

Carlos — O que faz aqui Clara.

 

Clara — Ah, claro, você não pode me ver não é, bem estou aqui com uma arma apontada para todos e não pretendo sair sem terminar essa festinha!

 

Ellen — Clara, por favor, você sabe que o seu fim não será bom se continuar agindo assim, provavelmente vai acabar a sua vida em uma cadeia.

 

Clara interrompe — Cala a boca sua metida a freira!  A causa de tudo isso é você, principalmente, ainda indo muito a igreja ultimamente?

 

Ellen se altera — Sim Clara, tenho, é algo que você deveria fazer também, pra ver se pelo menos Deus a perdoa por tudo isso.

 

Clara aonta a arma ara Ellen — Não, de Deus não preciso, mas você vai precisar, é bom que tenha encomendado sua alma, porque você vai ser a primeira.

 

Logo em seguida Clara é interrompida pelos policias e o delegado, que ao perceber algo estranho na casa invadem.

 

Delegado grita enquanto outro policial algema Renan — Mãos para o alto, dessa vez te pegamos!

 

Clara sem entender nada — Como assim, quem avisou vocês?

 

Renan surpreende a todos — Fui eu Clara!

 

Clara com ódio — Como assim, você? Não, não seria tão idiota a esse ponto.

 

Renan — Você foi longe demais! Não posso permitir que faça isso, iremos os dois para onde não poderemos mais fazer mal a ninguém.

 

Clara — Tudo bem, vou presa, mas hoje alguém vai fazer companhia ao meu pai!

 

(Grita Clara deixando um lágrima de ódio rolar pelo seu belo rosto. Apertando o gatilho mira diretamente em Ellen, então, para a surpresa de todos a arma falha, uma, duas, três vezes).

 

Clara ainda com mais raiva — Mas o que?

 

Renan — Tirei as balas que você havia colocado, antes de vir até aqui.

 

Ao ouvirem isso os demais policiais imediatamente neutralizam Clara, colocando as algemas e a arrastando para fora, mas ao ficar cara a cara com Renan, para, a fim de lhe dizer uma única coisa.

 

Clara — Quer saber a verdade, agora posso lhe dizer o que estava entalado aqui a muito tempo! Eu te usei Renan, nunca te amei, e nem poderia gostar de um homem como você, um homem que não é capaz de lutar pela suposta felicidade! Tenho nojo de você, nojo! Espero que morra naquela prisão, porque eu te garanto, que não fico lá por muito tempo.  (E olhando para sua família termina dizendo). — Vou sai de lá o mais rápido possível, porque essa noite serviu apenas para alimentar ainda mais meu ódio!

 

Renan com triste expressão — Que bom saber de tudo isso Clara, realmente me sinto um pouco culpado com isso, mas agora sabendo o que realmente você queria comigo, tenho ainda mais certeza de que fiz a coisa certa.

 

O delegado dá um fim a toda a aquela conversa, dando ordem para que levem os dois para o camburão, onde ficariam presos na delegacia até o dia marcado para o julgamento, para então serem transferidos ao presidio.

 

Delegado — Acho bom que você Ellen venha na delegacia, prestar um boletim de ocorrências sabe, se acalmar um pouco.

 

Ellen — Agradeço a preocupação delegado, mas vou ficar aqui com todos, irei sim a delegacia, mas não hoje.

 

Delegado — Está bem, com licença.

 

Catarina — Vou trancar a porta, verificar os alarmes, graças a Deus Clara não conseguiu fazer nada.

 

Ellen lembra de algo Porta?  É claro, na carta que recebi, aquela mensagem sem sentido, dizia para manter a porta trancada, claro que não diretamente, mas dizia. Agora faz sentido, mas se quem mandou sabia, então essa pessoa só pode ser o Renan, será?

 

Carlos comenta — Não dá pra negar que as peças se encaixam.

 

Danilo — Não faz tanto sentido assim, afinal isso indica que Renan mandou as outras, inclusive que sabia onde eu estava e tudo mais, será ele mesmo?

 

Ellen afirma — Não sei, mas vou ter que falar com Renan mais uma vez.

 

Catarina alerta — Mas é melhor deixarmos isso de lado, a final amanhã nossa mãe volta para casa, vamos ter que tomar cuidado para contar tudo a ela, muito cuidado.

 

 

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