Capítulo 02 – “A OUTRA”

“A OUTRA”

[CAPÍTULO 02]

ORIGINAL DE: DIOGO MACHADO

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RIO DE JANEIRO/RJ

[MANHÃ]

CONSTRUTORA MARINI/SALA DE BERNARDO

BERNARDO TRABALHAVA NO COMPUTADOR, QUANDO ENTRA SUA SECRETÁRIA HELENA, COM ALGUNS PAPÉIS PARA ELE ASSINAR.

Helena: Aqui estão os papéis que o senhor precisa assinar seu Bernardo. O senhor tem até amanhã para entrega-los na imobiliária.
Bernardo: Não se preocupe Helena, eu vou obedecer o prazo(sorri).
Helena (sorri de volta): Com licença.(vai saindo da sala)
Bernardo (se levanta e pega uma câmera do bolso do paletó): Não,Helena espere.Tome, faça o favor de colocar essas fotos no computador pra mim, que eu estou cheio de cosas para assinar como você pode ver.
Helena (pega a câmera): São aquelas fotos de Petrópolis, pro projeto do jardim Botânico?
Bernardo (sentado): É são sim. Eu tirei hoje cedo por que ontem eu não queria saber de nada a não ser uma boa noite de sono.
Helena (sorri): Tudo bem doutor Bernardo eu vou passar.Com licença.
Bernardo: Agora sim, pode ir (sorri).

PETRÓPOLIS/RJ

PRACINHA

SORAYA E LUCIANA CONVERSAVAM SENTADAS EM UM BANCO, ENQUANTO CLARINHA BRINCAVA COM OUTRAS CRIANÇAS NA AREIA.

Luciana:Então quer dizer que você sempre morou aqui em Petrópolis?
Soraya:Nunca saí.Quer dizer,eu já viajei pro Rio, pra Angra e pra outras cidadezinhas aí, mas morar mesmo foi só aqui.
Luciana:Puxa, que sorte você tem. Sabe que quando eu era criança em todas as férias eu queria vim pra Petrópolis? E como eu era filha única não tinha quem contestasse…(sorri) O meu pai dizia que um dia ele e a mamãe iam embora e iam me deixar aqui sozinha. Claro que eu sábia que era só brincadeira, mas eu bem que gostaria de ter vivido sempre aqui, sabe?
Soraya:É, essa cidade é maneiríssima mesmo…Mas eu bem que queria ir pro Rio sabe? Arrumar um trabalho, alguma coisa por lá…
Luciana:Sabia que eu gostei muito de você Soraya? Espontânea, alegre, gentil, educada, parece inteligente…Você não quer trabalhar como babá da Clarinha e do meu filho que vai nascer? Não é grande coisa, mas da pra se entreter por um tempo, e também rola uma graninha…(sorri)
Soraya:Puxa, é claro que eu quero eu adoro criança, muito obrigado dona Luciana.
Luciana: É, mas antes eu vou ter que falar com o Bernardo.Mas não se preocupe, eu tenho certeza que ele não vai ver problema nenhum nisso.(sorri).

CASA DE SILVIA/SALA

SILVIA CAMINHAVA PELA SALA, QUANDO PERCEBE UMA CARTA EMBAIXO DA PORTA.

Silvia(pega a carta): Que carta é essa? (abre e começa a ler)

“ Silvia, meu amor, sou eu, o seu eterno ex-marido Théo, e falando nisso que palavra mais feia essa ex-marido não é mesmo? Eu prefiro primeiro amor. Então meu primeiro amor, como você vai sem mim? Eu escrevi está carta, primeiro porque eu sou um romântico incorrigível, e segundo, pra dizer que eu não me esqueci de você, e que daqui a pouco eu estou de volta viu? Então se você tem um reserva é melhor já ir despachando, porque o titular tá entrando em campo outra vez. Então até mais mon chéri, e manda lembranças pro nosso Bruno. Adeus.”

Silvia(amassa a carta e joga no chão): Desgraçado!

CASA DE SORAYA/COZINHA

SORAYA AJUDAVA SUA MÃE, CORTANDO ALGUNS LEGUMES

Rosário:Cuidado com essa faca, viu!
Soraya:Tudo bem mãe, eu já sou bem grandinha,né?
Rosário:É, mas pra se machucar não tem idade.
Soraya:Oh mãe, eu já te falei que eu descolei um emprego lá no casarão da frente?
Rosário: Emprego? Fazendo o quê?
Soraya:Babá. Parece que a madame ai tá gravida e precisa de alguém pra cuidar do pestinha dela, então ela me convidou.
Rosário:E vocês já acertaram tudo assim de uma hora para outra?
Soraya:Quase. Ela ainda precisa falar com o maridão, mas eu duvido que ele vá dizer não…Ainda mais depois de ontem.(sorri).
Rosário:Ontem? O que aconteceu ontem?
Soraya:Ele me viu trocar de roupa, e acenou pra mim.
Rosário: Eu não acredito nisso. Você tá ficando louca Soraya.
Soraya(distraída): Talvez…(se corta com a faca) – Ai!
Rosário:Taí ó, eu disse pra você se cuidar, mas você só fica falando besteira.
Soraya:Calma mãe viu? Não é nada de mais, é só um pouquinho de sangue ó(coloca o dedo na boca).
Rosário:Por acaso você virou vampira agora pra beber sangue hein? Eu vou buscar um curativo, espera ai.
Soraya:Tá bom! (sorri).

CASA DE SILVIA/SALA

SILVIA FALA COM LUCIANA SOBRE A CARTA DE THÉO.

Silvia:Eu não sei o que fazer Luciana. Eu estou em estado de alerta, eu não sei nem se eu vou conseguir dormir direito essa noite, sabendo que a qualquer hora o Théo pode estar aqui.
Luciana:Calma Silvia. Por acaso ele tem a chave da casa?
Silvia:Não, mas alguém pode abrir pra ele, o Bruno, não sei.

SEM QUE ELAS PERCEBAM, BRUNO OUVE A CONVERSA.

Luciana:Fica calma Silvia.Fica calma que isso pode ser só uma brincadeira dele, só pra te assustar.
Silvia:Será?
Luciana:É claro, só pode ser isso não se preocupe tá bom?(sorri).
Silvia(sorri):Tudo bem.

[NOITE]

CASA DOS FERNANDES/SALA

BERNARDO E LUCIANA CONVERSAVAM TOMANDO UÍSQUE E JOGANDO CARTAS

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Bernardo:É claro que eu não me oponho a essa menina, qual é nome dela mesmo, é… Soraya vim trabalhar aqui. Você sabe que nessa casa você tem carta branca pra fazer o que quiser não é? E além disso, melhor ainda que seja alguém que agente conheça. Mesmo que seja há um dia apenas.(sorri)

Luciana:Eu sei, mas eu quis falar com você pra ver o que você achava e… Se você não se opõe amanhã mesmo eu falo com ela.(bebe)

Bernardo: Você disse que ela gostou da Clarinha, não foi?…Bati! (joga as cartas na mesa)

Luciana (junta as cartas): Foi sim, ela é um amor de garota. Dá pra ver que tem vontade de trabalhar, de ajudar, sabe? Eu garanto que você vai gostar dela.

NA MANHÃ SEGUINTE…

CASA DOS FERNANDES/SALA

SORAYA CHEGAVA PARA CONHECER A CASA

Soraya(admirada): Puxa, essa casa é tão linda. Parece até de cinema.
Luciana: Fique á vontade, agora você é de casa. E se você quiser você pode tomar um banho de piscina, não precisa nem pedir. Com esse calor!
Soraya: Será, eu não quero incomodar.
Luciana: Que incomodar que nada. Nós somos amigas não somos?

CASA DE CULTURA CIDADE IMPERIAL/SALA DE SILVIA

SILVIA ASSINAVA ALGUNS PAPÉIS.

Rita (entra na sala): Com licença dona Silvia, mas deixaram essas flores pra senhora lá embaixo…E tem um cartão.
Silvia (pega as flores): Obrigada Rita, pode ir.
Rita: Com licença.(sai da sala)

Silvia: É bom que essas flores não sejam de quem eu estou pensando.

CASA DOS FERNANDES/QUINTAL

SORAYA BRINCAVA COM CLARINHA NA PISCINA, ENQUANTO LUCIANA TOMAVA BANHO DE SOL NA BORDA E BERNARDO LIA UM JORNAL, SENTADO DISTANTE DELAS.

Soraya(chega até a borda da piscina): O seu marido parece não gostar muito de piscina, né?
Luciana: É, ele já gostou mais. Como já gostou mais de muitas outras coisas…Pra falar a verdade hoje em dia eu já não sei se eu conheço bem o meu marido. No começo ele era tão animado e alegre, mas agora…
Soraya: A quanto tempo vocês estão casados?
Luciana; Vão fazer dez anos. Bastante, né?
Soraya Muito. Eu não sei se seria capaz de abrir mão da minha vida pra viver a vida de outra pessoa. Resumindo, pra casar.
Luciana: Ah, mas também não é bem assim. É claro que casamento também é ceder e abrir mão de uma ou outra coisa por causa do outro, mas não é só isso. Você só pensa assim por que não se apaixonou ainda.
Soraya(olha para Bernardo): É, pode ser.

CASA DE CULTURA/SALA DE SILVIA

Silvia (abre o bilhete e lê).

“Flores para uma flor. Rosas vermelhas como você gosta, viu? Um grande amor a gente não esquece, o primeiro amor agente não esquece. Eu mandei essas flores para você saber que eu estou por perto, muito perto e a qualquer momento eu te pego.
Com Carinho seu primeiro e eterno amor, Théo! “

Silvia (com raiva, rasga o cartão e atira as flores longe)

CASA DOS FERNANDES/CORREDOR

SORAYA ANDAVA PELA CASA SÓ DE BIQUÍNI, QUANDO ESBARRA EM BERNARDO.

Bernardo(a segura): Opa! Cuidado, quase que você cai e estraga esse rostinho bonito.(sorri)

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[FIM DO CAPÍTULO 02]

NÃO PERCA NA PRÓXIMA TERÇA-FEIRA, O TERCEIRO CAPÍTULO DE…