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Coisas da Vida

Coisas da Vida 1º Capitulo

1º Capitulo

CENA 01 – NA PRAÇA DA CIDADE – INT. – DIA

O ambiente era totalmente composto por pessoas na praça, ate quando acontece um acidente de carro no locau e todos vão ajudar quando Ema ver e começa a Gritar!!

Ema: Desgraçado!

Todos no local se surpreendem.
Ema: Velho desgraçado, por que você fez isso comigo? Seu… Seu canalha, você devia estar bem pra levar uma bela surra por tudo.

Ema vira para a população que estava no local.

Ema: Sabe o que esse pilantra fez? Não? Pois fiquem sabendo que esse cachorro vendeu a empresa, colocou o dinheiro todo em contas do exterior onde é impossível rastrear e ainda ia fugir com uma loira me deixando na miséria.

Ema: Vagabundo, pilantra, cachorro, desgraçado…

De imediato, várias pessoas correm em direção a Ema para controlá-la.

Sendo puxada por diversas pessoas, Ema se esquivava.

Ema: NÃO ME TOCA QUE EU SEI SAIR SOZINHA.
Ela põe os óculos escuros, arruma o cabelo e se retira do local desfilando, gerando comentários entre todos no locau. Só que antes dela subir para a causada ela tropeça e cai no chão.

A imagem escurece.

CENA 02 – RUAS DA CIDADE– EXTERIOR – DIA

Ema, ainda trajando o longo vestido preto, aparece em frente a um orelhão público. Nota-se o olhar marejado. Ela disca um número. Após alguns segundos, ouve-se uma voz feminina falar do outro lado da linha.

Ema: Alô? É a Lili?
Lili: É ela mesma, quem fala?
Ema: Sou eu Lili, a Ema. Preciso de um grande favor seu…
Lili: Ema, estou com saudades, e claro, eu posso lhe ajudar!
Ema: Pois deixa eu morar contigo no Rio, o meu ex-marido, ele me roubou tudo, tô sem casa, meus cartões foram todos bloqueados e eu tô com dois reais pra passar o resto do mês! A única coisa que tenho é uma vontade enorme de reconstruir minha vida longe dessa cidade.
Lili: Claro que você pode vim morar aqui, vou te pegar no aeroporto quando chegar…
Ema: Eu não tenho dinheiro pra passagem de avião não, eu vou de ônibus.

E as duas seguem conversando por algum tempo…

Música: You and Me – Feldberg

Logo, Ema põe o telefone no gancho e respira fundo.

Ema: Vou me reconstruir e reerguer bem longe dessa cidade repleta de gente falsa, e daqui não levarei nem a poeira!

Ema dobra o joelho, dando levem batidas no sapato para limpá-lo, mas ao pisar no chão, o salto quebra, a fazendo cair no chão. Ema bufa de raiva.

Ema: OH, DEUS, SERÁ A VIDA ME AVISANDO QUE ISSO É SÓ O COMEÇO?

A moça olha para o céu, como se esperasse uma resposta, é então que uma gota d’água cai em sua testa, em seguida desta, vem mais e mais, com força intensificada, em poucos segundos, transforma-se em uma grande tempestade, deixando a mulher encharcada.

Ema: É, pelo visto vou enfrentar tempos difíceis.

Ela levanta-se, ajusta ajeita o cabelo, alinha seu vestido e sai dali, mancando, mas sem perder a pose e seu orgulho.

CENA 03 – RUAS DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO – EXTERIOR – DIA

Música: Smile – Lily Allen

Lili caminha pela agitada rua.
A vemos dando “tchauzinho” para algumas senhoras sentadas nas calçadas.
Piscando para o vendedor de maçã, e logo em seguida pegando uma do carrinho dele.
Sambando ao ouvir o batuque de um grupo sentado na calçada tocando.

Lili (Sorrindo): Ai como a vida é boa!

Ela morde a maçã, e faz sinal com a mão para um táxi.
Ela entra no automóvel.

Lili: Segue pra rodoviária!

Minutos depois, o veículo estaciona e o foco é nas pernas bem torneadas de Lili saindo do táxi. Lili procura uma caneta e um pedaço de papel na sua bolsa, porém, não encontra. Então, ela retira seu batom vermelho, e escreve o nome EMA em sua blusa branca. Esticando a camisa, é quando o ônibus de Ema para. Várias pessoas descem do veículo, Lili procura ansiosamente pela amiga com o olhar, até que a avista, a última a deixar o ônibus. De longe, Ema reconhece Lili, sorri e se aproxima.

Ema: Que saudades, sua louca!

As duas se abraçam fortemente e seguem abraçadas, até Ema se separar e ir ao bagageiro, ela pega suas malas, e são tantas que Lili fica assustada.

Lili: Nossa que tanta mala é essa Ema? E é porque tava sem nada!
Ema (Sorrindo): Minhas roupas da Prada aqueles vigaristas não tiram.

Dispersa, Lili começa a observar um casal que se beija ferozmente.

Ema: Lili, ta longe do teu apartamento? Lili? Lili? Lili?

Ela trisca no ombro de Lili, que leva um susto.

Ema: Lili tu tá pensando no que?

A moça olha para a Ema, sorri, e da forma mais natural possível diz:

Lili: Em Jagunço!

Ema olha assustada pra Lili, a qual começa a gargalhar da expressão da moça.

Lili: Calma boba! É que em todo esse tempo que ficamos sem nos falar, eu me tornei nutricionista, estou até escrevendo um livro. – Colocando as mãos embaixo do rosto, fazendo pose.
Ema (Aliviada): Pensei que você tinha virado ninfomaníaca!
Lili: Mas quem disse que eu não sou? – Com olhar malicioso
Ela deixa Ema de boca aberta, põe seus fones de ouvido e sai com todo um gingado pela rodoviária.

Imagens panorâmicas do Rio de Janeiro.
Fachada do prédio Palace.

CENA 04 – APARTAMENTO DE Lili – SALA – INTERNO – DIA

As duas estão sentadas no sofá, Ema segura uma xícara de café, enquanto Lili, deitada, observa o teto.

No apartamento da frente…

CENA 05 – APARTAMENTO DE THEO – SALA – INTERNO – DIA

Música: SexyBack – Justin Timberlake

Na sala, vemos peças de roupas femininas e masculinas espalhadas, Theo vai até a cozinha e encontra o amigo, edgar, deitado com uma ruiva. Theo grita com a cena. Edigar e a mulher pulam de susto.

Theo: O que aconteceu aqui?
Edgar (Rindo): Ainda pergunta?
Ruiva: Ele é gay?
Edigar: Não, ele só é cheio de frescuras, como encontrar o amor da vida, ser conservador, formar família, blá, blá, blá… Mas voltando pra nós… Vamos recomeçar o que fizemos ontem à noite…
CENA 06 – LANCHONETE PALACE– INTERNO – DIA

PALACE é um restaurante com moldes retrô, cadeiras estilo americanas, local onde todos adoram ir, seja para tomar um café com pão ou fazer um happy hour. Theo entra resmungando, baixinho. Ele fecha a porta e vai para uma mesa no canto, o local quase vazio. A garçonete vai até ele, sorrindo.

Garçonete: Vai querer o que hoje Theo?
Theo: O de sempre, Yasmim!
Yasmim: Encontrou o Edigar novamente com uma garota no apartamento, não é?
Theo (Irônico):Nossa… Como tu adivinhou?
Yasmim: Tu sempre faz essa cara quando acontece isso…
Theo: Eu tava sendo irônico…
Yasmim: Eu sei, mas quis dizer mesmo assim.

Ela anota no bloco o pedido e vira-se, caminhando até o balcão.
Theo continua ali sozinho, encarando o porta lenços.
Após alguns minutos, Yasmim traz o copo de chá grande e um sanduíche. Theo está prestes a abocanhar, quando escuta o sininho tocando, avisando que a porta se abriu. Era um homem usando um terno cinza, segurava uma pasta na mão. Ele vai até a garçonete Yasmim e pergunta.

Homem: Por acaso o Theo se encontra nesse estabelecimento?
Yasmim: Ele ta bem ali! – Apontando para a mesa de Theo

O homem, com feições sérias, caminha até Theo.

Homem: Meu nome é Augustus Reis, e eu sou o advogado da sua bisa avó, tenho um recado muito importante para você dela! – De forma objetiva.
Theo: O que aconteceu com a minha avó?
Augustus: Só um segundo…

Augustus mexe na pasta, até tirar uma carta de dentro, ele entrega para Theo. Que abre e começa a ler. Theo começa a chorar e tirar os lenços.

Augustus: Eu tenho mais uma coisa pra dizer!
Theo: Quando vai ser o enterro?
Augustus: Oi? Não entendi?
Theo: Quando ela vai ser o velório?
Augustus: Já aconteceu!
Theo: E PORQUE SÓ AGORA EU TO SABENDO?
Augustus: Porque ela não queria que o neto querido a visse naquela situação.
Theo: Mas eu tinha o direito de me despedir.
Augustus: Mas foi o último pedido dela!

Theo se cala, enquanto segura as lágrimas.

Augustus: Senhor Theo, eu vim aqui também avisar que segundo o testamento de Dona Melissa, a sua bisa avó, você agora é dono de todos os imóveis que ela tem espalhado pela a cidade, e também tem posse do dinheiro que estar nessa conta, você só precisa se apresentar no banco e todas as providencias serão tomadas. – Ele entrega um papel

CENA 08 – APARTAMENTO DE LILI – SALA – INTERNO – NOITE

Lili, em frente ao espelho e de costas para Ema, colocava seus brincos enquanto diz:

Lili: Tem certeza que vai ficar bem sozinha?
Ema: Tenho, pode ir pro encontro com seu namorado. Já tenho tudo que preciso aqui.

Ela mostra os DVDs de comédia romântica, uma colher e dois potes de sorvete.

Lili: Queria te levar para sair…
Ema: Deixa pra amanhã, hoje eu quero curtir minha depressão, não quero que tu entre para a Sociedade Das Mulheres Solteiras.

Ema sorri. Lili se aproxima da moça e a abraça.

Lili: Toma cuidado com o vizinho da frente, o Edigar, ele é um devorador de mulheres solitárias. Até mais tarde.

Lili sai.
Ema começa a devorar o sorvete enquanto assiste a um dos filmes. Depois de alguns minutos, Ema começa a ficar insatisfeita.

Ema: Sabe, vou atrás de coisa mais forte. – Jogando o pote de sorvete para o lado

CENA 09 – PALACE – INTERNO – NOITE

Música: MAGIC! – Rude

Theo e Edgar seguravam uma garrafa de cerveja.

Theo: Edgar, depois que ganhei essa herança da minha bisa avó, tô pensando em me aquietar, construir uma família, conhecer alguém bacana…

Edgar, que estava bebendo uma cerveja, quase se engasga.

Edgar: Tá louco, cara? Agora é que tu tem que aproveitar…
Theo: Mas eu não tô com vontade de sair gastando meu dinheiro todo com qualquer uma. Quero alguém que me ame e que eu possa amar também.
Edgar: Esse negócio de amor é coisa de novela, não existe. É só ficção pra dar audiência.
Theo: Eu sou contra a tua tese. – Theo vira a garrafa de cerveja de uma vez

Edgar ia protestar contra o amigo, porém, é interrompido quando Theo vê Ema entrando no local.

Theo: Olha, acho que acabei de encontrar a mulher da minha vida! – Olhando fascinado para a moça
Edgar: Oi? Você tá bem mesmo? – Balançando o ombro do rapaz
Theo: Aquela ali vai ser a mãe dos meus filhos! – Ele aponta para Ema
Edgar: Tu nem conhece a menina e já diz que ela é a mãe dos teus filhos? Acabar eu que sou o maluco…
Theo: Ela ta vindo pra cá, o que eu faço?
Edgar: Depois que tu acabar o faniquito, tu pode agir normalmente e falar com ela!
Theo: Falar o que?
Edgar: Se vira, rapaz!

Edgar olha para o lado e vê uma bela loira perto do banheiro, eles dois trocam olhares e sorrisos.

Edgar: Como eu sou um bom amigo, eu vou te ajudar, mas tu precisa mostrar todo o sex appel pra ela só no olhar.
Theo: O que?

Edgar sai, quando chega perto de Ema, ele fala no ouvido dela.

Edgar: Tá vendo aquele cara ali? Ele tá doido pra ficar contigo, se aceitar tu vai lá e dá um beijo nele, se recusar tu derrama a bebida em cima dele.

Ema fica pasma, e logo se enfurece, caminhando até Theo, pegando um copo com a bebida e jogando com força no rosto dele.

Edgar: Fiz merda!
Theo: O que foi isso?
Ema: Pra você aprender que eu não sou qualquer um que você acha que pode conquistar mandando recadinhos.

Theo fica apenas sem reação, Ema pega várias latinhas de cerveja e diz:

Ema: E quer saber? Você quem vai pagar pra aprender a parar com essas palhaçadas!

Ela dá as costas e vai até a saída do local.
Theo a observa, encantado e com um sorriso bobo no rosto.

CENA 10 – PRÉDIO – INTERNO – NOITE

Theo entra no prédio, a luz do térreo está desligada, dificultando a locomoção dele pelo ambiente. Ele então, sem querer, tropeça em Ema que estava sentada no chão, bebendo todas as latinhas de cerveja.

Ema: Tu não ver pode onde anda não?
Theo: E tu não tem casa pra beber, não? Fica no meio da escadaria do prédio, nessa escuridão, bebendo todas… E imagina que por um minuto eu acreditei que tu poderia ser a mulher da minha vida…
Ema: Eu não sei cuidar nem da minha própria vida, imagina ser a mulher da vida dos outros.

A moça começa a gargalhar, no entanto, o seu sorriso começa a cessar se transformando aos poucos em lágrimas. Theo com pena e remorso, oferece ajuda.

Theo: Vem eu te ajudo a chegar ao seu apartamento, embora não sabendo nem que você morava aqui.
Ema: Eu não preciso de ajuda da tua espécie, tarado!

Música: Camila Cabello – Crying in the Club

Ela tenta se levantar, porém, acaba bobeando e caindo nos braços de Theo.
Ouve-se a voz de Lili sobre a cena, enquanto Ema e Theo se entreolham, com paixão.

Lili: O amor nasce assim, de repente, nos esbarrões das esquinas que vida dá, a primeira vista ou na segunda, no reencontro ou na partida. Nas bebidas jogadas contra o corpo no momento de fúria. Nos tropeços provocados pelo o destino. Porém, o amor é calmaria, ele vem como quem não quer nada, deixando apenas os corações latejarem, sem demonstrar nos beijos ou nas palavras. Ele primeiramente faz a troca de olhares, que faz com que os dois amantes se conectem, se reconheça. Com que eles se tornem um só corpo, um só espírito. E a vida começa a deixar de ser vazia, de ser só, e começa a ser vivida por dois…

CONGELA

E acaba o 1º Capitulo.

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