Capitulo 8 – Sagrada Família
http://www.youtube.com/watch?v=RKX2bo2GwSE
Escola Doutora Teresa Vieira, Favela do Vidigal, Rio de Janeiro
AMANDA – Me larga, só sabe brigar em grupo né sua favelada.
ELIZABETH – Agora podem ir meninas o assunto é em particular.
As cúmplices de Elizabeth saem, enquanto vão voltando para o pátio da escola as meninas comentam sobre o que poderia acontecer na quadra
TAYNARA – Tomara que ela dê uma surra para aquela vaca saber qual o lugar dela aqui nessa escola.
CYNTHIA – Eu queria ter ficado lá para ver essa surra.
BIANCA – A Amanda merece mesmo, mas tenho medo de que a Elizabeth possa matar essa menina.
TAYNARA- Que morra, não fará falta essa Amanda.
Nesse momento Pedro, amigo de Amanda estava passando por ela e percebe o nome da amiga.
PEDRO – O que tem a Amanda?
CYNTHIA – Uma hora dessas ela deve está morta.
PEDRO – Por que você está dizendo isso?
TAYNARA – Porque se a Elizabeth não a matou, ela vai matar aquela piranha.
Pedro sai correndo em direção a diretoria para pedir ajuda aos policiais ali presentes.
Na quadra Amanda e Elizabeth estavam uma de frente para outra.
ELIZABETH – Hoje você não me escapa sua vagabunda.
AMANDA – Para com isso Liza, lembra desse apelido? Assim que eu te chamava quando éramos crianças, vivíamos brincando lá na rua, fomos grandes amigas e do nada você começou a ficar assim, me odiar, por algo que eu não fiz.
ELIZABETH – Tem culpa sim.
AMANDA – Se tenho culpa então me diz qual foi o meu erro, para poder consertar.
ELIZABETH – Não quero saber, só batendo em você que minha raiva vai passar.
AMANDA – Vamos conversar de boa, sem violência
ELIZABETH – Cala a boca e se prepara para apanhar.
AMANDA – Pode vim Lisa, mas lembre-se de tudo o que passamos juntas antes de conhecer essa Elizabeth nova.
ELIZABETH – Já mandei você se calar e ficar parada para não fazer muita sujeira.
Amanda se vira e espera que Elizabeth venha lhe bater, mas fica surpresa quando percebe que o golpe não veio, ela se vira e ver Elisa sentada no chão da quadra e chorando.
ELIZABETH – Você está certa, você não tem culpa do que aconteceu.
AMANDA – Mas qual foi a minha culpa?
ELIZABETH – Ter uma família, você não sabe a falta que um pai e uma mão faz na vida de uma pessoa, você sabe que perdi minha mãe muito cedo e tempos depois meu pai morreu por causa do tráfico de drogas lá na comunidade e ver você e seus pais juntos me dava uma raiva por não ter o mesmo para mim, uma família, pessoas que eu possa compartilhar as minhas coisas, alguém que pergunte se eu estou bem, como foi a minha escola.
Assim resolvi me afastar de você e quando eu te via a minha raiva só passava quando batia em você.
AMANDA – Não sei se as coisas são bem assim, a minha família não é um exemplo de felicidade, vivemos em pé de guerra, minha mãe é insuportável, meu pai e ela estão quase para se separar
ELIZABETH – Não deixe isso acontecer, você não sabe a falta que os pais fazem na vida, apesar de serem do jeito que são, você os ama de qualquer jeito.
Amanda vai até onde Elizabeth e abraça
AMANDA – É parece que só damos valor quando perdemos.
***
Escola Johnson Junior, Leblon, Rio de Janeiro
Cristiana continua beijando Rafael.
LORENA – Tá bom, já entendi que vocês estão juntos, aff! (sai)
Cristiana vendo que ela saiu deixa de beijar Rafael que fica um pouco surpreso e sem saber o que fazer.
RAFAEL – Hã? Por que isso já que não estamos juntos?
CRISTIANA – (puxando Joyce e deixando Rafael lá) Fecha essa boca Joyce e vamos!
Ele corre atrás dela e a puxa pelo braço.
RAFAEL – Você vai sair assim? Não mereço uma explicação?
CRISTIANA – Depois nós conversamos, agora vamos Joyce.
Rafael não insiste e deixa ela de mão.
Na sala de aula Lorena entre bufando
LORENA – (sentando na cadeira) Mas aquela Cristiana vai me pagar.
Cristiana não demora a adentrar na sala, sentar e começa a conversar com Joyce.
JOYCE – Por que você fez aquilo?
CRISTIANA – Sei lá, agir por impulso, queria provocar a Lorena.
JOYCE – Usando o Rafael? Sabe que isso é errado, ainda mais porque ele gosta de você.
CRISTIANA – Posso te contar uma coisa, segredo?
JOYCE – Claro que sim!
CRISTIANA – Eu acho que também estou gostando dele.
JOYCE – (rindo) Disso eu já sei antes de você saber.
CRISTIANA – (rindo) Como sua louca?
JOYCE – Vocês foram feitos um para o outro, todos sabem disso, inclusive aquela insuportável, ela tem é ciúmes porque sabe que você gosta dele.
CRISTIANA – Nem te contei né que resolvi aceitar o convite dele para o baile.
JOYCE – Que bom, já sabe o que vai vestir?
CRISTIANA – Não, ainda tenho que ver isso, você vai me ajudar né.
JOYCE – Claro, sei uma loja ótima aqui perto.
CRISTIANA – Vamos lá depois da escola?
JOYCE – Pode ser.
Lorena levanta do seu lugar e vai até Cristiana.
LORENA – Seus dias de rainha dessa escola estão contados, sua vara pau.
CRISTIANA – Olha como você fala comigo.
LORENA – Só estou avisando.
Lorena sai e vai andando de cabeça baixa em direção a saída da sala e acaba esbarrando em Caroline, uma menina vinda do Ceará e que era bolsista na escola.
LORENA – Ah não, tinha que ser essa nordestina.
CAROLINE – Desculpa Lorena!
LORENA – Não quero nem saber, alguém tira essa nojenta da minha frente, essa nordestina podre, deveria ter ficado lá naquela porcaria que você chama de terra, sua burra, escrota… Vocês só servem para nos servir e nada mais, pobre, só está nessa escola por causa desse regime medíocre de bolsas.
Caroline começa a chorar e Cristiana se levante e vai em direção a menina, Joyce pega o celular e começa a gravar
CRISTIANA – Alto lá! As coisas não são bem assim, medíocre é esse seu preconceito barato, mal sabe você que o nordeste é uma grande região.
LORENA – De pobre né, ah Cristiana me poupe, faça um grande favor ao sudeste, mate um nordestino quanto menos deles melhor.
***
Leblon, Rio de Janeiro
Fernando sai do seu quarto e desce em direção a porta de entrada.
SILVEIRA – My lorde já vai nos deixar.
FERNANDO – Não Silveira, só vou visitar um velho amigo meu que morar aqui do lado.
SILVEIRA – O senhor Ronald?
FERNANDO – Sim ele mesmo, quando a Helena levantar avise onde eu fui e que volto para o almoço.
SILVEIRA – Tudo bem, mandarei preparar o seu prato favorito.
FERNANDO – Ficaria muito agradecido, se me der licença vou indo.
SILVEIRA – Claro, claro.
Fernando sai e se dirigi a casa do seu velho e leal amigo, chegando lá ele bate na porta
FERNANDO – Oh de casa!
Ronald não demora a vim atender a porta
RONALD- Eu não acredito que você está aqui meu amigo.
FERNANDO – Eu disse que seria logo que você iria me ver.
RONALD – Chegou agora?
FERNANDO – Não, cheguei ontem à noite e fui direto lá na mansão. Vai me convidar para entrar ou me deixar plantado aqui?
Dentro da casa de Ronald os dois conversam
RONALD – Então que história foi aquela do telefone?
FERNANDO- Acredita que o safado do Tony armou todo o meu “acidente”?
RONALD – Como ele fez isso?
FERNANDO – Pagou um cabra para fazer com que a beirada da cachoeira caísse quando eu pisasse.
RONALD – Mas que Filho da Puta e como você descobriu?
FERNANDO – O Jamerson que é o cara que me salvou conseguiu identificar esse meliante e ele acabou confessando tudo, está preso na delegacia daqui do bairro
RONALD – Mas você sabe que o Tony não vai ceder assim tão fácil, né?
FERNANDO – Eu sei, já dei um ultimato pra ele, apenas 24 horas para ele me devolver tudo e cai fora se não vai ver o sol nascer quadrado
RONALD – É bom você ficar de olho, mesmo que ele aceite, porque ele não é desses de entregar as coisas de mão beijada.
FERNANDO – E você acha que não sei disso por isso espero contar com sua ajuda para detê-lo.
RONALD – Você sempre pode contar comigo.
FERNANDO – E o que aconteceu este tempo que eu estive fora de cena?
RONALD – Ele se tornou o presidente do São Miguel como queria, se casou com sua mulher, que ainda a “ama” desde a faculdade, a Cristiana vai se formar em poucas semanas no ensino médio e o Gabriel tá se tornando um grande jogador de basquete.
FERNANDO – Como eles cresceram rápido.
RONALD – É meu amigo daqui a pouco já está sendo avô… Ah quase me esqueci de te falar eu conversei com alguns empregados e soube por boatos que a Helena vive sendo agredida pelo Tony.
FERNANDO – O que?
***
Favela do Vidigal, Rio de Janeiro
Uma mulher alta descia do taxi em frente à casa de Marta e andava em direção a entrada, bateu na porta e esperou até que Antônio veio atender perguntou quem era e a mulher respondeu com uma pergunta:
LUCIANA – A Marta está?
ANTÔNIO – Sim, mas quem é você?
LUCIANA – Eu sou a irmã dela, não lembra de mim?
ANTÔNIO – Pouco, pode entrar, você mudou em!
LUCIANA – Nada que o dinheiro não possa comprar.
Antônio vai até o quarto e chama a sua esposa, Marta levante e vai até a sala onde encontra a mulher alta sentada no sofá
MARTA – Luciana!
***
Escola de Basquete do Leblon, Rio de Janeiro
Gabriel está entrando no treino de Basquete e avista João Victor o seu melhor amigo e vai logo para perto dele para conversarem como fazem todos os dias.
JOÃO VICTOR – Iai Brow, como você está? Tem faltado os últimos treinos.
GABRIEL – Muitos problemas o que ocorreu enquanto eu não estava aqui?
JOÃO VICTOR – Nada de mais só o treinador com a mesma chatice de sempre e a namorada como está?
GABRIEL – Ela está bem, aconteceu!
JOÃO VICTOR – O que aconteceu?
GABRIEL – A nossa primeira vez.
JOÃO VICTOR – Nossa que legal, iai supriu o seu prazer? (rir)
GABRIEL – Claro que sim, sabe fazer muito bem feito.
JOÃO VICTOR – Eta que sorte sua e eu aqui sem ninguém.
GABRIEL – Você é só no cinco contra um.
Os dois riem juntos com o comentário de Gabriel
TREINADOR – (gritando) E as duas menininhas ai? Estão rindo de que?
GABRIEL – Nada não.
TREINADOR – Então vamos deixar de fofoquinha e começar a treinar.
***
Leblon, Rio de Janeiro
Cristiana está com Caroline e Joyce na sala do Diretor Matias
CRISTIANA – (enfurecida) É inadmissível que as coisas fiquem em pune enquanto aquela preconceituosa saia por ai falando aquelas coisas.
MATIAS- Controle-se Cristiana e me diga o q aconteceu.
Joyce tira o celular do bolso e mostra a gravação para o diretor.
Celular
CRISTIANA – Alto lá as coisas não são bem assim, medíocre é esse seu preconceito barato, mal sabe você que o nordeste é uma grande região
LORENA – De pobre né, ah Cristiana me poupe, Faça um grande favor ao sudeste, mate um nordestino quanto menos deles melhor.
MATIAS – E onde está a senhorita Lorena?
CAROLINE – (Chorando) Sei lá, saiu da sala e não a vi mais.
MATIAS – Acalme-se pode usar a sala o tempo que quiser para se acalmar
CAROLINE – Eu não quero me acalmar eu quero que aquela menina seja punida.
MATIAS – Tenha certeza que isso não ficará impune e vou já tratar de localiza-la para tomar as devidas providências
CRISTIANA – Assim espero se não terei que tomar medidas mais drásticas.
MATIAS – Eu tenho certeza de que tudo se esclarecera e que não passou de um mal-entendido.
CRISTIANA – Mal-entendido? Isso o que o senhor acabou de ver não foi um mal-entendido e não vou tolerar que isso seja acobertado só porque a Lorena tem melhor condição que a Caroline.
MATIAS – A questão é que esse problema tem que ficar entre nós para não manchar a imagem da escola, você entende né Cristiana.
CRISTIANA – Eu não acredito que estou escutando isso da boca de um diretor, é o seguinte se não for resolvido eu vou mandar esse vídeo para todas as emissoras de televisão da cidade.
DEPOIMENTO REAL
Sandra Fernanda Alves Farias, Pernambuco
“Estava separada do pai dos meus filhos quando conheci um homem doze anos mais novo e me apaixonei. Isso foi há dois anos. Durante seis meses minha vida foi muito boa. Depois ele passou a beber demais e começaram as agressões. Foram três. A primeira, por ciúme de um primo meu. Ele me chamou de p… e me bateu no rosto. Avisei que não fizesse de novo. A segunda vez foi porque eu cheguei tarde da casa dos meus pais. Esperou no ponto do ônibus e me deu um tapão ali mesmo. Depois pediu desculpas e eu dei mais uma chance. Em novembro do ano passado, foi a gota d’água. Ele queria o meu cartão do banco. Recusei e levei vários chutes na barriga. Dessa vez foi demais. Saí de casa e decidi dar queixa. Fui ameaçada, ele disse que não ia dar em nada porque é primário e tem primo delegado. Dei queixa mesmo assim. Ele me procurou dizendo que, se eu retirasse a queixa, ele voltaria para mim. Eu respondi: ‘Entenda isso: não foi você que me largou, eu é que larguei você. Acabou’.”
Sobre esse capítulo me lembrou bastante malhação. Infelizmente existe muito preconceito com os nordestinos. Eu como nordestina posso dizer. Só acho estranho é que a volta de Fernando não parece que surpreendeu a todos.
Hj o foco foi no núcleo Malhação.
Melhor parte:Amanda e Elizabeth…
Tem muito personagens avulsos… As “capangas” da Elizabeth.
O melhor núcleo da trama mal apareceu. Entrou gente nova. Vem com tudo, Lulu!
Cristiana tá se tornando aquela mocinha chata de novela… Zzzz.